De acordo com o IFFAR, na época da inscrição de Amaral, a Lei de Cotas de 2012 exigia apenas a autodeclaração do candidato, sem qualquer mecanismo de verificação adicional. A instituição ressaltou que, apesar das cláusulas nos editais que alertavam para possíveis penalidades em caso de fraude, não houve denúncia formal que pudesse desencadear uma investigação interna naquele período.
Em paralelo, o ativista Antonio Isuperio encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando que sejam tomadas medidas legais contra Matteus Amaral Vargas e uma avaliação sobre a responsabilidade do IFFAR na questão. Na denúncia, o ativista argumenta que a fraude compromete a integridade do sistema de cotas raciais e que é essencial que haja consequências legais para todos os envolvidos.
Matteus Amaral Vargas não se manifestou publicamente desde a divulgação da confirmação da fraude pelo IFFAR. Ainda na noite de quinta-feira, 13, quando a notícia sobre o uso das cotas raciais pelo ex-BBB foi divulgada, ele publicou um vídeo em seus stories, onde ao fundo é possível ouvir uma mulher dizendo ao fundo: “Já ouvi dizer que isso aí não dá nada, se eu me declarei negra, sou negra”. O público das redes sociais aponta que a mulher é a mãe de Matteus, que também está sendo acusada de ter se autodeclarado negra para ingressar na universidade.
🚨AGORA: Matteus do Alegrete posta story onde é possível ouvir sua mãe falando sobre o caso de fraude por cotas no Instituto Federal
“Já soube que isso aí não da nada. É só esquecer, isso aí não vai dar nada. Se eu me declarei negra, eu sou negra” pic.twitter.com/avMwp7tfKo
“Em 2014 o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos. Essas informações constam no Edital no 046/2014, que é público e traz o resultado da seleção desse curso naquele ano. Esse curso, oferecido em conjunto com a Unipampa, não é mais ofertado pelo IFFar desde 2021. O Matteus Amaral Vargas também não é mais estudante do IFFar.
Em relação ao ingresso pelas cotas, é importantíssimo ficar claro que, naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato. Os editais, contudo, continham a informação de que, ‘a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula’.
Não havendo nenhum mecanismo específico de verificação de autodeclaração implantado, possíveis fraudes eram apuradas apenas se houvesse denúncia. Ou seja, alguém deveria fazer uma denúncia formal na Ouvidoria da instituição. Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época.
Também é fundamental esclarecer que a política nacional de cotas foi sendo aperfeiçoada com o tempo, principalmente em razão de denúncias de possíveis fraudes terem surgido em várias instituições, várias delas recebendo ampla cobertura midiática. Um dos mecanismos implantados é a heteroidentificação, adotada pelo IFFar desde as seleções realizadas em 2022 para ingresso em 2023. Atualmente, cada campus do IFFar possui uma comissão composta por três pessoas titulares e duas suplentes que atua em todos os processos de seleção dos estudantes.”
O premiado “Diálogos com Ruth de Souza”, dirigido porJuliana Vicente (“Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo”), estreou recentemente na Netflix. O filme, que contém diversas conversas gravadas e abundantes materiais de arquivo, conta a história de uma das grandes damas da dramaturgia brasileira com imagens captadas nos últimos dez anos de vida da atriz. Em meio a reflexões e memórias, nasce o diálogo entre duas gerações de artistas negras, Ruth e Juliana.
O primeiro encontro entre as duas artistas aconteceu em 2009. “Tinha uma ideia pré-concebida dela como uma diva, mas quando cheguei, obviamente encontrei uma pessoa, e num momento bem específico da vida, já com algumas limitações impostas pela idade”, comenta a diretora. Foi uma jornada de dez anos até a morte da Ruth, em 2019, aos 98 anos.
Em meio a um vasto material de arquivo, o filme apresenta ainda um cruzamento com o universo mitológico africano através do encontro com as Yabás, orixás femininas, em uma interpretação ficcional e transcendental da vida de Ruth, interpretada pelas atrizes Dani Ornellas e Jhenyfer Lauren nas fases adulta e jovem, respectivamente.
No elenco, estão também a artista visual Rosana Paulino, a mãe de santo Iya Wanda De Omolu, a cantora, compositora e atriz Lívia Laso, a atriz Mirrice De Castro e a cantora Luísa Dionísio. Dani foi a responsável por apresentar Juliana a Ruth, em 2009.
Com uma vasta carreira de mais de 70 anos dedicada ao teatro, cinema e televisão, Ruth de Souza se destacou pelo seu pioneirismo e é considerada a primeira grande referência para artistas negros na dramaturgia. Foi a primeira brasileira a disputar um prêmio internacional de cinema – em 1954, ela concorreu ao prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza por seu trabalho em “Sinhá Moça” -, e também foi primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela na TV Globo, em “A Cabana do Pai Tomás” (1969).
Juliana Vicente conquistou por “Diálogos com Ruth de Souza” a Melhor Direção de Documentário no Festival do Rio 2022. O filme foi laureado, no mesmo ano, no Festival de Brasília com o Prêmio Marco Antônio Guimarães pela obra que melhor trabalhou com pesquisa, material de memória e arquivos do cinema nacional. No ano de 2023, o FEMINA|Festival Internacional de Cinema Feminino concedeu ao longa o Prêmio do Júri.
Além de ser ter sido selecionado para outros nove festivais brasileiros, o documentário também esteve em festivais internacionais: Harlem International Film Festival 2023 (Estados Unidos), BlackStar Film Festival 2023 (Estados Unidos), Trinidad + Tobago Film Festival 2023 (Trinidade e Tobago).
Enquanto as discussões sobre a votação do Projeto de Lei 1940/24, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, crescem, o debate sobre o perfil das vítimas de estupro, que por lei têm direito ao aborto em casos de violência sexual, passa a ser um importante ponto crucial de observação sobre quem poderá sofrer as piores consequências diante de uma legislação que pode punir as vítimas, enquanto é aplicada de maneira branda aos agressores, os verdadeiros criminosos nesses casos.
Dados do Anuário de Segurança Pública, lançado em 2023, mostram que no ano de 2022 o Brasil registrou 74.930 casos de estupro. Mais da metade (56.820 mil) deles foi registrado como estupro de vunerável, quando o crime é praticado contra menores de 14 anos, o que significa que 61,4% das vítimas têm entre 0 e 13 anos de idade. Além disso, a maior parcela das vítimas é negra, somando 56,8% e quase 90% dos agressores são conhecidos das vítimas, sendo 64,4% deles familiares.
Em entrevista ao Mundo Negro, a advogada especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídios,Fayda Belo, explicou porque meninas negras podem ser as maiores vítimas caso o PL 1940/24 seja aprovado: “Mais da metade dessas meninas vítimas de estupro de vulnerável são meninas negras, o que demonstra que esse projeto de lei é claramente misógino, mas também tem cunho racista, já que visivelmente duplamente penalizará em sua maioria meninas negras violentadas sexualmente. É preciso lembrar que as violências mais graves, segundos os dados, são praticados contra mulheres e meninas negras, que é claramente o grupo mais vitimizado”.
Na noite da última quarta-feira, 12, a Câmara aprovou um requerimento de urgência do Projeto de Lei 1904/24. O projeto, de autoria do deputado federal, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é visto como uma penalização das meninas e mulheres vítimas de estupro que optaram por interromper a gestação decorrente da violência. A elas seria imposta uma pena mais severa do que as aplicadas aos estupradores.
O artigo 213 do Código Penal, estabelece que a pena para quem comete o crime de estupro é de 6 a 10 anos de prisão quando a vítima é adulta. Nos casos em que o estupro é praticado contra menor que tenha idades entre 14 e 18 anos, há aumento na pena do criminoso, que pode ir de 8 a 12 anos de reclusão. Se a vítima for menor de 14 anos de idade, a pena pode chegar a 15 anos. No caso de aborto após a 22ª de gestação, a pena prevista pelo PL é de até 20 anos.
Foto: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino
Leia a entrevista completa abaixo:
Atualmente, quais são os principais desafios legais enfrentados por meninas vítimas de estupro no acesso à justiça quando a violência resulta em uma gravidez?
Na verdade os desafios são mais filosóficos religiosos do que realmente legais, já que além do Código Penal, que desde 1940 permite o aborto em caso de gravidez resultante de estupro (art. 128), temos diversas outras legislações como a Lei do Minuto seguinte (lei 12.845/13), que dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual, demonstrando que a principal barreira para que meninas violentadas sexualmente tenham seus direitos concedidos, é humano, ou seja, as pessoas que deveriam acolher essas vítimas e fazer cumprir a lei, não o fazem por convicções filosóficas religiosas, mesmo sabendo que direito não se confunde com religião, pois se o fizesse seria uma clara afronta à laicidade do Estado descrito em nossa Constituição Federal.
Para, além disso, fazendo um recorte de raça, segundo o Instituo Patrícia Galvão, os dados mostram que mulheres negras não acessam as políticas públicas e tem menos acesso à informação, e ainda necessário lembrar que, por serem as mulheres negras as mais revitimizadas no sistema de justiça, são as que mais têm medo de busca-lo para garantir seus direitos, quando esse acesso ao aborto legal lhes é negado.
Como o PL 1904/24 impacta especificamente o direito à saúde reprodutiva das meninas vítimas de violência sexual, considerando o contexto legal atual?
Em um primeiro momento, precisamos reiterar que criança não é mãe. Criança tem que ser criança.
Além de violar os direitos fundamentais dessas meninas assegurados pela Constituição Federal, viola igualmente vários dispositivos legais do Estatuto da criança e do adolescente, o que se mostra é que esse Projeto de lei duplamente penaliza meninas que já tiveram parte de sua infância roubada pelo abuso sexual, e também coloca em risco a vida dessas crianças que não possuem ainda um sistema reprodutivo apto a receber uma gestação, já que os dados mostram que, quando o corpo está imaturo, a chance de morte é quatro ou cinco vezes maior do que em uma gravidez em mulheres de 20 a 24 anos.
Sem esquecer que estamos falando sobre crianças no sentido físico, legal e psicológico, o que torna ainda mais absurdo referido projeto.
Podemos afirmar que meninas negras seriam a maiores vítimas caso essa PL seja aprovada e porque?
O ultimo Anuário Brasileiro de Segurança Publica, demonstrou que o Brasil teve o maior aumento de estupros da história do país, e que 60% desses estupros foram estupros de vulneráveis, ou seja, praticados contra crianças e adolescentes de até 13 anos de idade. Quando esses dados são recortados, por gênero e raça, vemos que das 04 crianças estupradas por hora no Brasil, 07 a cada 10 delas são meninas, e mais da metade dessas meninas vítimas de estupro de vulnerável são meninas negras, cerca de 57%, o que demonstra que esse projeto de lei é claramente misógino,mas também tem cunho racista, já que visivelmente duplamente penalizará em sua maioria meninas negras violentadas sexualmente.
É preciso lembrar que as violências mais graves, segundos os dados são praticados contra mulheres e meninas negras, que é claramente o grupo mais vitimizado.
Quais são os precedentes jurídicos relevantes que poderiam ser invocados para contestar a constitucionalidade do PL 1904/24, especialmente no que diz respeito à proteção dos direitos humanos das meninas?
Um dos fundamentos do nosso Estado Democrático de Direito, inserido no artigo 1º da Constituição Federal é a dignidade da pessoa Humana. Paralelo a isso, a mesma Constituição Federal traz como direito fundamental, ou seja, irremovível, irrenunciável e que não pode ser suprimido inclusive pelo legislador, a não submissão de nenhum brasileiro a tratamento desumano e degradante, bem como a igualdade de gênero e a proteção integral a criança e adolescente.
Ao julgar o Habeas Corpus 124306 do Rio de Janeiro, que pedia a soltura de uma mulher que realizou um aborto, o Ministro Roberto Barroso do STF, proferiu um voto extremamente claro sobre o quanto a criminalização é incompatível com nosso sistema constitucional, relembrando que a criminalização de uma mulher ao optar por um aborto viola direitos fundamentais elencados na nossa Constituição Federal de 1988 como os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve manter o direito de fazer suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da mulher, que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a igualdade da mulher, já que homens não engravidam e, portanto, a equiparação plena de gênero depende de se respeitar a vontade da mulher nessa matéria.
Transferindo isso para crianças e adolescentes que sequer tem legalmente capacidade para gerir sua vida, torna-se ainda mais inconstitucional, vez que viola o direito a proteção integral previsto na Constituição e no Ecriad, que assegura a toda criança e adolescente o direito a vida, a saúde, a dignidade e a integridade física, emocional e mental.
Deste modo, o citado projeto de lei, trata-se na verdade, de uma cristalina misoginia legislativa inconstitucional, que busca furtar das mulheres e meninas seu direito pleno à vida, à saúde, à liberdade e à dignidade, que devem por agasalho constitucional serem protegidos.
Fora todo esse bloqueio constitucional, temos os tratados internacionais sobre os direitos das mulheres que o Brasil faz parte, como por exemplo, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ( Convenção Belém do Pará), que salienta que além de proteção dos direitos humanos em âmbito internacional, o direito que a mulher que se respeite sua vida, e sua integridade física, mental e moral, bem como o direito da mulher a ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade ou subordinação, e também a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, que salienta que deverá ser combatido toda e qualquer a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo, e deixa claro sobre a preservação dos direitos reprodutivos da mulher e ainda o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que em seu item 6º assegura o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, pactuado pelo Brasil como meta ate 2030.
Por fim, necessário acrescentar que caso esse projeto de lei avance e seja aprovado, o que teremos é uma evidente aberração jurídica, que premiará o estuprador e duplamente penalizará a vítima, vez que a pena para o crime de estupro presente no artigo 213 do Código Penal é de 06 a 10 anos de reclusão, enquanto a nova pena para o aborto decorrente de estupro poderá chegar até 20 anos de reclusão com esse novo projeto.
O que estamos assistindo é um retrocesso que chancela o quanto temos um legislativo misógino que tenta a todo custo inferiorizar e punir as mulheres, e principalmente mulheres negras.
Além de tal medida legislativa ser visivelmente desproporcional, o que teremos será mais um instrumento para penalizar e encarcerar mulheres pobres, em sua maioria negras que são aquelas que não detêm acesso a recursos financeiros.
É mais prudente que o poder publico tente uma maneira realmente eficaz de evitar abortos que não seja a criminalização, como educação sexual, planejamento familiar, amparo as mulheres gestantes e acessos a contraceptivos,
Precisamos de um legislativo que seja conservador no sentido de conservar a infância e a proteção de nossas crianças, e não que colaborem para que ciclos violentos se perpetuem.
Com apenas 14 anos, Victória Barros já possui participação em diversos torneios internacionais de tênis. A brasileira é considerada como a nova aposta do esporte brasileiro.
Em 2022, com somente 12 anos, Victória conquistou quatro torneios na categoria 14 anos, com destaque para o Open Stade Français. Atualmente, ela é treinada por Patrick Mouratoglou, ex-técnico de Serena Williams.
Nascida em Natal, Victoria já competiu contra atletas mais experientes de até 18 anos, e vem acumulando vitórias. Atualmente, com patrocinadores, ela ocupa a 83ª posição no ranking juvenil e está pronta para disputar o qualifying de Roland Garros pela primeira vez.
Mouratoglou começou a treinar Victoria no início de 2023, após vê-la jogar durante uma visita ao Brasil. A jovem agora faz parte da academia do técnico francês, sediada em Nice, na França. “Em primeiro lugar, ela vive para o tênis e está muito motivada no projeto para se tornar uma grande jogadora. Ela tem um jogo muito completo e diferente do que vemos no tênis feminino. E por último, ela está feliz em quadra. Não é um trabalho, é uma paixão para ela. Uma de suas principais características é que ela está sorrindo quase o tempo todo quando está em quadra. Vocês ouvirão falar dela muito em breve”, diz Mouratoglou.
Em entrevista ao Globo Esporte, Victória contou como nasceu seu amor pelo tênis. “Tudo começou com a minha mãe, ela sempre foi do esporte, sempre jogou vôlei, beach tennis, e eu sempre tive muito contato com ela. Foi do beach tennis que eu me interesse mais pelo tênis, fui lá na quadra conhecer e gostei do esporte, comecei a jogar. Em 2018 eu saí de Natal e fui para São Paulo, para o Instituto Tênis e lá eu fiquei oito meses, e foram oito meses muito bons, de aprendizado. Sempre com a minha mãe. Depois recebi uma proposta de Curitiba para ir ao Instituto Ícaro, e lá foram dois anos e meio, consegui evoluir“, diz a jovem, que defende ainda seu desejo de se tornar a ‘número 1’ do mundo.
‘O Jogo que Mudou a História’, nova série Original Globoplay que conta a história real de como surgiram as facções reais e o crime organizado no Rio de Janeiro, nas décadas de 1970 e 1980, estreou nesta quinta-feira, 13 de junho, na plataforma de streaming.
Na trama, Tatiana Tiburcio interpreta a Jacqueline, advogada que é casada com o Rosevan (Bukassa Kabengele), mais conhecido como Mestre. Ele é um dos líderes da Falange Vermelha, facção que se criou na época. No início da produção, ele está preso e mostra como os dois enfrentam essa situação difícil. Em meio às violências retratadas, o amor entre este casal é um momento de mais alívio e esperança na história.
“A presença da Jacqueline e do Rosevan se faz tão importante, do amor desse casal, é um amor calçado no companheirismo, na amizade, no afeto, na família. Tem uma relação que não está atrelada à paixão, ao sexo, em um lugar de virilidade exagerada”, afirma Tatiana, em entrevista ao Mundo Negro. “Colocar esse casal, tendo uma relação atrelada a outros sentimentos e intuitos, que estão para fora dos estereótipos a nós associados, é importantíssimo. Nos permite uma visão de humanidade sobre esses corpos e é isso que buscamos quando falamos da construção de uma nova narrativa preta”, completa.
Embora Jacqueline aparente muita bravura para o marido, ela é o retrato sobre a solidão da mulher negra, por lidar com um marido preso, a sobrecarga nos cuidados dos filhos e a busca pela oportunidade de trabalho sendo uma advogada formada. “Ela é uma mulher que ainda continua na luta, guerreando contra uma estrutura que a nega em todos os sentidos, enquanto mulher, mulher negra, oriunda da classe social da qual ela vem. Jacqueline é uma mulher negada o tempo inteiro, mas que não se rende e mantém a sua dignidade e integridade nessa luta pelo direito de existir”, conta a atriz.
Durante a entrevista, Tatiana Tiburcio também reflete sobre como a série ‘O Jogo que Mudou a História’ é necessária para entender a falta de responsabilidade do Estado com a população negra e como o racismo também se conecta com encarceramento em massa de pessoas negras.
Tatiana Tiburcio como Jacqueline e Bukassa Kabengele como Mestre (Foto: Divulgação/Globoplay)
Leia a entrevista completa abaixo:
Em meio à violência retratada na série, o telespectador vai poder sentir um pouco de alívio com a aparição de sua personagem Jacqueline e seus filhos com o marido Mestre. Como você avalia a importância dessa retratação de um amor negro na trama?
Eu acho que é muito importante apresentarmos o sujeito negro para fora ou para além do estereótipo a ele atribuído. Falamos de uma série onde o estereótipo da violência está muito presente, está muito latente. Afinal de contas, estamos falando do surgimento de uma grande facção criminosa no Rio de Janeiro. Então, não tem como não estar retratado ali um dos estereótipos a nós atribuídos. Justamente por isso, a presença da Jacqueline e do Rosevan se faz tão importante, do amor desse casal, é um amor calçado no companheirismo, na amizade, no afeto, na família. Tem uma relação que não está atrelada à paixão, ao sexo, em um lugar de virilidade exagerada, que é um outro lugar estereotipado também. É muito necessário, traz uma camada muitas vezes excluída, negada a nós, que é a humanidade. Somos plurais, somos múltiplos. Colocar esse casal, tendo uma relação atrelada a outros sentimentos e intuitos, que estão para fora dos estereótipos a nós associados, é importantíssimo. Nos permite uma visão de humanidade sobre esses corpos e é isso que buscamos quando falamos da construção de uma nova narrativa preta.
Ter uma mulher preta sendo representada na década de 70 e 80 como uma advogada, ainda é uma novidade nas produções brasileiras. Ainda assim, é difícil não associar a uma personagem que sofre com uma sobrecarga nos cuidados dos filhos, por se tratar da realidade. Como você enxerga a solidão das mulheres negras, sobretudo em comparação da época com a atualidade?
Em relação à solidão das mulheres negras, isso é um campo tão amplo, é tão gigante falar disso. Você está falando dessa mulher enquanto mulher no gênero feminino, em seus desejos em relação a um parceiro ou parceira. Falando dessa mulher dentro de um contexto maior em relação à maternidade, por exemplo. Falando dessa solidão em relação ao trato no ambiente de trabalho. Falar da solidão da mulher negra é algo extremamente amplo. A Jacqueline carrega vários lugares dessa solidão, nessa condição de ter batalhado tanto. No momento que ela se torna uma advogada em um país racista como o Brasil, e que ainda é muito atualmente, é uma imensa vitória. No entanto, as condições sociais que acercam e que colocam pessoas como ela, Rosevan e seus filhos, em uma condição de difícil acesso a facilitar possibilidades e oportunidades, faz com que não consiga usufruir dessa vitória e colher todos os frutos necessários e justos dessa conquista tão árdua. Quer dizer, quando você pensa em uma pessoa formada em direito, em um advogado exercendo a sua profissão, você pensa em uma pessoa estruturada economicamente. Isso se essa pessoa for branca, se ela não for, tudo fica um pouco mais complexo, entram outros elementos que vão dificultar esse caminho e, por vezes, até impossibilitar de usufruir desse êxito em toda a sua plenitude. E é um pouco o que acontece com a minha personagem, ela acha um lugar para exercer a sua profissão dentro das condições que o Estado a mantém, que impõe para ela. Eu acho a Jacqueline uma guerreira, ela não termina nunca de batalhar. E, de certa medida, tendo que colocar esses sonhos em segundo plano para conseguir manter a existência dessa família física e emocionalmente. Ela é uma mulher que ainda continua na luta, guerreando contra uma estrutura que a nega em todos os sentidos, enquanto mulher, mulher negra, oriunda da classe social da qual ela vem. Jacqueline é uma mulher negada o tempo inteiro, mas que não se rende e mantém a sua dignidade e integridade nessa luta pelo direito de existir.
E como o Estado pode intervir diretamente nessa condição que atinge as mulheres negras?
Eu acho que o primeiro de tudo é reconhecer ser racista. O estado brasileiro, a sociedade brasileira, precisam de forma clara, direta e objetiva reconhecer ser racista. Entender que a estrutura econômica, política, social da nossa sociedade como um todo, apesar de toda a sua diversidade, é estruturada a partir de uma visão racista e preconceituosa, de uma estrutura escravocrata. Toda a origem cultural e social desse país vem dessa relação. A economia desse país vem dessa relação. As estruturas, os tratos sociais, a visão sobre os agentes sociais, os sujeitos sociais da nossa sociedade brasileira vêm dessa relação. Então, não tem como discutir qualquer questão social, econômica e política dentro desse país sem colocar a questão racial na frente, ou não vamos conseguir enxergar o problema como ele realmente é. A justiça, a política, a economia, a geografia são racistas e preconceituosas. Enquanto o estado não reconhecer isso vamos ter que continuar batalhando muito acima da média para conseguir alcançar os nossos objetivos. Conseguimos, o povo preto é um povo que sobrevive ao racismo há quatro séculos. Sobrevivemos à escravidão e sobrevivemos ao racismo até hoje. Vamos continuar sobrevivendo, mas o que queremos é viver e não sobreviver. E vamos continuar lutando e batalhando para poder conseguir alcançar isso um dia, estamos plantando hoje as sementes para que os nossos lá na frente colham os frutos disso. Essa vitória virá e isso é um fato.
Jacqueline é uma personagem real ou fictícia? Como foi o seu processo de preparação para estudar esse papel?
A Jacqueline é inspirada em uma personagem real, mas durante o processo foi uma construção muito mais na direção de tudo isso que viemos falando aqui, dentro de um viés de militância e compreensão da questão racial, do que a uma associação direta a personagem real. Não negando a representatividade ou a consciência dessa personagem na vida real, mas entendendo que era uma grande oportunidade de trazer elementos mais amplos, plurais, gerais. Para além do indivíduo, e eu acho que isso foi um grande acerto.
A série aborda temas muito relevantes sobre segurança pública e direitos humanos básicos sendo violados nos presídios e nas periferias. Como você avalia a importância dessa produção hoje em dia, em especial para a população negra?
Eu acho que já passou da hora de refletirmos sobre as condições, o que entendemos enquanto sociedade sobre encarceramento. Isso passa muito pela resposta anterior sobre a responsabilidade do Estado em relação aos sujeitos negros. Se você olha o contingente de pessoas dentro dos presídios no Brasil como um todo, você vai ver a cor dessas pessoas. E isso não é em vão, isso não é à toa. Isso vem de uma visão racista, preconceituosa sobre a pele, a cor, a representação desse indivíduo. Isso passa pelo reconhecimento do Estado enquanto um Estado racista. A compreensão dessa condição de Estado vai levar a reflexão sobre os caminhos de estruturação das relações sociais, que vão reverberar na compreensão da estrutura geográfica, como você lida com a formação dos bairros, com o meio de transporte. Tem a visão sobre o cuidado que você tem que ter com os transportes de linha A e de linha B. Você está entendendo que tudo isso interfere. Eu acho que toda a luz que possamos jogar para um debate que possibilite a reflexão sobre essa necessidade de reestruturar o olhar sobre as grandes mazelas da construção da nossa sociedade é válida. Eu acho que é válido, é importante, mais do que isso, é necessário.
Além de ‘O Jogo que Mudou a História’, os fãs já podem aguardar por novos projetos contigo? Algo que possa compartilhar com o Mundo Negro.
Uma das coisas que eu acho mais legais na nossa profissão é a possibilidade de vivenciar e experienciar, às vezes, até ao mesmo tempo, universos tão diferentes e diversos. Ao mesmo tempo em que estou estreando ‘O Jogo que Mudou a História’ no Globoplay, estou em ‘Passinho: o Ritmo dos Sonhos’, da Disney. É um projeto como se fosse ‘High School Musical’, só que dentro de uma construção do passinho, do universo do passinho carioca. Dessa cultura do passinho que cerca todo o universo dessa dança. E sem passar pela violência, sem passar por mazelas imediatamente associadas a esse universo. Também estou muito feliz com esse projeto. Tem um espetáculo para estrear agora, no próximo mês, em julho, no SESC Copacabana, sobre a obra ‘Ponciá Vicêncio’, de Conceição Evaristo. Tem outros projetos de novela, de série, mas esses ainda não posso falar. Por enquanto, tenho que segurar um pouquinho. Teatro, cinema, televisão, streaming, tem coisas bem bacanas vindo e eu estou muito feliz. Tem muita coisa boa vindo por aí, acho que vocês vão curtir.
Desde 2015, a Nigéria tem enfrentado uma das piores crises econômicas de sua história. Duas recessões, impulsionadas por políticas econômicas mal concebidas, um colapso nos preços do petróleo e os impactos devastadores da pandemia de Covid-19,causaram danos profundos e duradouros à maior economia da África, resultando no aumento da miséria e da fome na população.
Especialistas defendem que a crise tenha piorado devido a duas grandes mudanças implementadas pelo presidente Bola Tinubu, eleito há 15 meses: a eliminação parcial dos subsídios aos combustíveis e a flutuação da moeda. Como resultado, a inflação disparou, atingindo seu nível mais alto em três décadas, enquanto a moeda local, a naira, continua caindo para mínimos históricos devido à escassez de dólares.
Foto: Shutterstock
Os preços dos alimentos, gás de cozinha, medicamentos, combustível e transporte público subiram vertiginosamente, pressionando severamente os orçamentos familiares. Com uma taxa de desemprego superior a 30%, muitos nigerianos estão sem emprego formal e dependem do setor informal para sobreviver. Atualmente, estima-se que mais de 87 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza na Nigéria, tornando-se a segunda maior população pobre do mundo, atrás apenas da Índia.
Foto: Benson Ibeabuchi/Bloomberg.
De acordo com o The New York Times, mais de 92% dos nigerianos em idade produtiva estão no setor informal, onde não há salários e nem sindicato para lutar por eles. “Os sindicatos estão em greve para protestar contra os salários de aproximadamente US$ 20 por mês. Pessoas morrem pisoteadas em meio ao desespero para receber doações de sacos de arroz. Os hospitais estão lotados de mulheres que sofrem de espasmos causados por deficiência de cálcio”, destaca o veículo.
Além das decisões de governo, o Banco Mundial também citou os constantes conflitos armados que atingem 7 estados do norte da Nigéria como responsáveis pelos altos níveis de insegurança alimentar no país. Problemas estruturais de longa data na Nigéria mantiveram os custos dos alimentos elevados durante grande parte da última década, diminuindo consideravelmente a produtividade.
Matteus Amaral, o vice-campeão do Big Brother Brasil 24, ingressou no Instituto Federal Farroupilha, no Rio Grande do Sul, em 2014, por meio das cotas raciais se autodeclarando preto, afirma uma advogada, conhecida como Suzzy, com uma publicação no X (antigo Twitter), nesta quinta-feira, 13 de junho.
“O rapaz com o nome de Matteus Amaral Vargas cursou Engenharia Agrícola no Campus Alegrete”, mostrou a advogada com um link que leva ao edital com o resultado dos recursos e homologação das pré-matrículas da primeira chamada dos cursos superiores do Instituto. No mesmo documento, também é possível ver o nome da mãe do ex-BBB, Luciane da Silveira Amaral, que também se autodeclara como uma mulher preta.Confira aqui!
Após começar a viralizar a publicação, a advogada agradeceu a parceria de outros profissionais para fazer a exposição, incluindo de uma pessoa que trabalha com Sistemas de Informação. “Não divulgaria isso apenas com o print se não tivesse achado o link oficial e confirmado o domínio com seu conhecimento técnico. parabéns amigo, vc é MUITO FERA!”, destacou.
Suzzy também deixou um convite para os seguidores participarem de um Space às 21h no X e garante que todas as informações são públicas e oficiais. “A gente falou com um técnico de informática, com dois advogados, inclusive com muito conhecimento sobre ações afirmativas, cotas. Às 21 horas vai ter o Space da Andressa, com participação de outras pessoas que fizeram essa apuração e também com esses advogados”, disse.
Até a publicação dessa matéria, Matteus e Luciane ainda não haviam se pronunciado nas redes sociais sobre o caso.
A empresária e atriz Issa Rae, através de sua empresa Ensemble, assinou contrato com a Televisa para impulsionar e dar novas oportunidades para criadores da América Latina e da língua espanhola. A ideia é conectar roteiristas e profissionais da economia criativa com marcas, dando-lhes acesso a recursos de produção e treinamento de habilidades.
“À medida que executamos a nossa missão de trazer mais equidade à Economia dos Criadores, é importante que tenhamos parceiros com ideias semelhantes e que estejam prontos para proporcionar mais oportunidades aos criadores de comunidades sub-representadas”, declarou um representante da Ensemble. “Essa parceria poderosa capacitará os criadores hispânicos para se envolverem mais profundamente com marcas dentro e ao redor da cultura, independentemente da plataforma ou formato”.
Foto: Build.
A parceria também prevê acesso aos estúdios da TelevisaUnivision nos Estados Unidos, com a empresa de mídia organizando “acampamentos de criadores” ligados a alguns de seus principais eventos. Em fevereiro, Issa Rae também anunciou a criação de seu próprio estúdio para impulsionar profissionais negros.
A artista, criadora da série ‘Insecure’ é conhecida pelos trabalhados realizados para promover e valorizar negócios locais em Los Angeles, ela também tem investido em diferentes ramos de atividade. Recentemente, Rae anunciou a abertura de uma cafeteria, localizada no Centro da cidade, e de sua própria marca de vinhos.
Os Institutos Vini Jr. e Alok inauguraram nesta terça-feira, 11, o primeiro Centro de Tecnologias Educacionais Base (CTs Base) na Escola Municipal Quilombola Professora Lydia Shermam, em Búzios, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A cerimônia contou com a presença de representantes dos institutos, alunos e professores, marcando o início de um projeto voltado à inovação educacional em escolas públicas e tem foco na educação para relações étnico-raciais.
O CT Base, resultado da parceria entre o jogador de futebol Vini Jr. e o DJ Alok, une futebol e tecnologia ao apoio a ações sociais, visando a melhoria do rendimento escolar e a promoção da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). Equipado com televisores, tablets, notebooks e smartphones, fornecidos pela empresa WAAW, o centro possui uma ambientação especial inspirada nos temas de futebol e música, com chão de grama sintética e decoração alusiva à dupla. Os CTs Base têm como foco o apoio ao ensino e à inclusão digital, especialmente no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.
O projeto, chamado Base Ancestral, deve inaugurar um segundo centro na cidade de Ituberá, na Bahia, com abertura programada para o segundo semestre deste ano. Também está prevista a interação entre os personagens Vini Jr. e Alok no Aplicativo Base, que é o software educacional desenvolvido pelo Instituto do jogador e norteado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No ambiente virtual, eles motivam e empoderam os alunos em matérias tradicionais e na seção de ERER. Além disso, o projeto oferecerá suporte contínuo aos docentes, bem como oficinas que abordam essas relações.
Segundo Victor Ladeira, diretor executivo do Instituto Vini Jr.: “essa escola, com raízes quilombolas, nos traz uma grande lição sobre a educação como um processo de troca, de valorização de saberes e de conhecimentos compartilhados entre educadores e educandos. O Instituto Vini Jr. e o Instituto Alok estão juntos para que esse espaço valorize ainda mais a sua ancestralidade e potências.”
Devam Bhaskar, diretor do Instituto Alok, destacou: “Contribuir para o melhor rendimento escolar dos alunos da escola pública é um desejo do Instituto Alok, e estamos felizes em encontrar no Instituto Vini Jr. a parceria que nos permite vislumbrar bons resultados. Temos certeza de que a presença de personagens que representam Alok e Vini Jr. no aplicativo ofertado aos alunos e professores será um estímulo a mais para as crianças, além de toda a ambientação do espaço físico nas escolas com elementos do futebol e da música.”
Bhaskar completou: “A ênfase que estamos colocando no desenvolvimento da educação antirracista e de valorização das culturas ancestrais reflete o compromisso de ambos os institutos por uma educação capaz de gerar uma nova consciência sobre a formação da civilização brasileira.”
A Refazenda Rio Xopotó, um projeto coletivo em Desterro do Melo, na Zona da Mata Mineira, lança a 3ª edição de sua festa de São João. Além das clássicas quadrilhas, abertas ao público aos sábados, o evento deste ano destaca importantes movimentos sociais e tendências contemporâneas. Entre os temas abordados estão o Orgulho LGBTQIAPN+, o protagonismo e a cultura negra nas tradições brasileiras, e o combate ao etarismo. Além disso, será feito um especial de São João dedicado a Beyoncé.
Os valores variam a partir de R$ 650,00, os quatro dias de hospedagem na fazenda, incluindo toda a alimentação local durante a vivência e o ingresso para a festança no sábado. A contribuição é estruturada em três valores possíveis, em que se pode escolher o que melhor se encaixa na realidade de quem quer participar.
Confira o calendário e as temáticas:
13/06 a 16/06 – O São João especial Beyoncé dará protagonismo à juventude negra. 20/06 a 23/06 – O São João 60+ celebrará o tradicional e ancestral do São João, com forró ‘das antiga’, evidenciando a pauta do anti-etarismo cada vez mais presente nas discussões. 27/06 a 30/06 – O São João Queer é a primeira festa São João PRIDE, onde todes serão mais que bem vindes, e toda expressão de gênero e sexualidade será celebrada. 04/07 a 07/07 – O São João Fogo no Rabo será um dos mais divertidos e democráticos, cabendo um lugarzinho pra todo mundo vivenciar a roça na casa coletiva mais disputada do Brasil.