Home Blog Page 161

Masculinidades negras: a armadilha da hipersexualização

0
Foto: Reprodução/Freepik

Texto: Luciano Ramos – Especialista em Masculinidades 

Alguns mitos giram no imaginário social ao falar e pensar no homem negro. Um deles é a hiperssexualização desse indivíduo. A ideia de que homens negros são aqueles conhecidos como os que possuem uma performance sexual invejável, os ditos “bons de cama” ou são aqueles que têm o “pênis grande”, também chamados vulgarmente de “pauzudos”, circula constantemente pela cabeça das pessoas no cotidiano. Isso, inclusive, é um fetiche para muitas pessoas. Essa ideia, que a primeira vista pode parecer elogiosa, tem as suas bases no racismo, ao mesmo passo que é uma cilada para esses homens. Vamos aprofundar o diálogo sobre isso!

Historicamente, os homens negros chegaram, sequestrados, advindos do continente africano, nos países onde foram escravizados para serem forças brutas de trabalho e para reproduzirem. A reprodução nunca esteve ligada à ideia de paternidade, mas à animalização do homem negro. No período da escravização, a valorização mercadológica dos homens escravizados estava relacionada à beleza, na perspectiva do “exótico”, à força física, à capacidade de reprodução e a pujança sexual. 

Ainda no período da escravização, os homens negros ocupavam o imaginário das mulheres e dos homens brancos como aqueles que poderiam corresponder aos seus fetiches e eram vistos como sujeitos altamente viris. No período da abolição, o homem negro perde o seu papel social. O antropólogo Henrique Restier, no livro “Masculinidades Negras contemporâneas”, ao relatar sobre a perda dos papéis de “reprodutor” e “força bruta de trabalho” vai nos dizer que esse homem se transformou no “eunuco social”. Ele ainda vai dizer neste livro que esse homem não podia mais relacionar-se sexualmente com a mulher negra e, menos ainda, com a mulher branca (nos próximos artigos abordaremos com mais profundidade essa problemática). Logo, a leitura é que esse homem é o “problema social”. 

Ainda com o passar do tempo, o homem negro segue visto sob a ótica da hiperssexualização. Do lugar do homem “pauzudo”, com performance sexual acima da média e animalizados. Da mesma forma que esses elementos podem soar como elogiosos e vantajosos para os negros em relação aos homens brancos é primordialmente uma grande armadilha, já que ele nunca será visto a partir da humanização. Espera-se sempre dele performances sexuais invejáveis, assim como ele se percebe no dever social de apresentar um pênis que corresponda às expectativas do senso comum. 

Desde muito cedo, os meninos negros acreditam na ideia de que eles são mais viris, assim como as meninas possuem a mesma crença sobre eles. Vale ressaltar que as mulheres negras são hiperssexualizadas também. Porém, por meio do recorte de gênero, aqui seguiremos falando dos homens negros. O racismo aliado com o machismo forma uma mistura violenta que leva o homem negro à degradação social. 

Os filmes pornográficos, por exemplo, retratam os homens negros como o “negão”, animalizando-os, e em relações com mulheres mais frágeis que eles, na maioria das vezes, em relações interraciais. Esse fato se apresenta também em filmes de comédia como no filme “As branquelas”, onde o personagem Latrell Spencer, interpretado pelo ator Terry Crews, é posto como o homem negro com pênis avantajado, onde o tamanho do seu pênis desperta medo nas pessoas. 

A Música Popular Brasileira recorrentemente coloca o homem negro no lugar do indivíduo hiperssexualizado. Ela se expressa pelo “negão de tirar o chapéu” ou pelo “negão cheio de paixão”. Se você acha exagero o que eu estou trazendo aqui, releia as letras dessas músicas e de tantas outras. É importante dizer que as músicas retratam as nossas vivências sociais. Dessa forma, elas expressam os nossos cotidianos. O racismo, por meio da hiperssexualização desse indivíduo, está dado e, muitas vezes, normalizado. Espera-se do homem negro um “animal sexual”, como se ele pudesse, somente, ocupar esse lugar. 

Avançando para o final desse texto você pode estar se perguntando “então o homem negro não pode sensualizar?”; “o homem negro não pode ser admirado sexualmente?”. Obviamente sim, para ambas as perguntas, mas é importante dizer que ele não ocupa somente esses lugares, e essa agência deve ser dele. O corpo do homem negro não é público. Por outro lado, o tamanho do pênis não está ligado a raça (nenhum estudo prova isso), muito menos força e performance sexual. 

Grupos com homens negros podem ser espaços saudáveis e seguros para desmistificar essas “verdades” a que esses homens são submetidos ao longo da vida. Portanto, esses grupos precisam retratar a hiperssexualização dos corpos negros. Por outro lado, nas escolas, é necessário abordar o tema com os meninos, para que desde cedo eles tenham acesso a esses diálogos, e, assim, sintam-se seguros para performar outros modelos de masculinidades, distantes dessas armadilhas. 

Anielle Franco diz à PF que ‘abordagens inconvenientes’ de Silvio Almeida começaram durante a transição de governo, no final 2022

0
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

ALERTA DE GATILHO

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) confirmando que foi importunada sexualmente pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, conforme publicado pela colunista da Folha de S. Paulo, Monica Bérgamo. Esta é a primeira vez que a ministra oficializa a denúncia dos casos de assédio, que teriam iniciado no final de 2022, quando ambos faziam parte do grupo de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O depoimento, que durou cerca de uma hora, foi colhido por uma delegada, gravado e já transcrito. Segundo Franco, as ‘abordagens inconvenientes’ começaram durante o período de transição e, com o passar do tempo, evoluíram para importunação física. Entre os relatos, ela mencionou que Almeida chegou a tocar sua perna por debaixo da mesa durante reuniões públicas e insistiu nas investidas por vários meses, apesar de seus apelos para que ele cessasse o comportamento.

Antes da denúncia oficial, Anielle Franco já havia relatado a pessoas próximas dentro do governo o comportamento do ex-ministro. Em suas tentativas de resolver a situação diretamente com Almeida, deixou claro seu desconforto e desejo de que as importunações parassem. No entanto, mesmo com as tratativas, ambos continuaram trabalhando juntos em pautas de interesse comum de suas pastas, mas o comportamento do ex-ministro não cessou.

Além do depoimento de Anielle, outras mulheres também procuraram a organização Me Too para relatar casos de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida, mas até o momento, elas não tornaram públicas suas identidades.

O ex-ministro nega as acusações e foi demitido pelo presidente Lula em 6 de setembro, após o portal Metrópoles revelar que ele havia sido acusado de assédio sexual por várias mulheres. Após a demissão, Anielle Franco publicou em suas redes sociais que “tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência”.

Silvio Almeida contratou uma equipe de advogados para defendê-lo das acusações, que inclui a ativista de direitos humanos Juliana Faleiros e os advogados Nélio Machado e Fabiano Machado da Rosa. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) foram acionadas por Lula para apurar os esclarecimentos de ambas as partes.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, anteriormente chefiado por Almeida, também tem sido alvo de denúncias de assédio moral, com pedidos de demissão em série desde o início da gestão, em janeiro de 2023. De acordo com o UOL, pelo menos dez procedimentos foram abertos para investigar as acusações de assédio dentro da pasta.

OBS.: É importante ressaltar que a violência doméstica é um crime grave e que as mulheres têm o direito de denunciar seus agressores. Se você está em situação de risco, ligue imediatamente para o 190. Para denunciar e buscar apoio, entre em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180. Além disso, delegacias especializadas da mulher podem oferecer orientação e acolhimento. Lembre-se, você não está sozinha e há ajuda disponível 24 horas por dia.

Future in Black 2024 reúne executivos negros e líderes econômicos em São Paulo para debater crescimento

0
Foto: Reprodução/Instagram

No próximo dia 3 de outubro, a cidade de São Paulo será palco do Future in Black 2024, evento voltado para líderes corporativos negros e seus aliados no Brasil. O evento, que acontece em um cenário de crescente demanda por diversidade e inclusão no ambiente empresarial, reúne gerentes, diretores, VPs, executivos de alto nível e conselheiros para discutir estratégias de ascensão executiva, inovação e networking.

Com o tema “Ascensão Estratégica: Conquistando o Futuro, Hoje”, o Future in Black 2024 promete atrair mais de 1.000 executivos e 200 corporações, representando setores fundamentais como finanças, tecnologia e infraestrutura. A conferência contará com a presença de mais de 25 palestrantes nacionais e internacionais, incluindo a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que participará da mesa de debate “Governo e iniciativa privada nos esforços em prol do empoderamento econômico da população negra”, ao lado de Natália Paiva, diretora executiva da Mover.

Douglas Vidal, CEO do Future in Black, destaca a importância do evento como uma plataforma de negócios que vai além da simples discussão sobre diversidade. “O Future in Black é um evento para quem toma decisões estratégicas que moldam o futuro de suas empresas. Estamos falando de uma agenda de negócios focada em resultados, inovação e a preparação de líderes para os próximos desafios globais”, afirma.

Ao longo do dia, diversas mesas de debates e workshops abordarão temas como a transformação das equipes por meio da tecnologia, saúde mental, inteligência emocional e o futuro da liderança. Entre os principais palestrantes confirmados estão Daniela Cachich, presidente da Beyond Beers, Ambev; Mauricio Rodrigues, presidente da Bayer na América Latina; Bibiana Leite, diretora de parcerias escaladas para as Américas no YouTube; e Rachel Maia, empresária e líder corporativa.

O evento conta com o patrocínio de instituições renomadas, incluindo Bank of America, Ambev, J.P. Morgan, Sebrae, Banco BV, Supergasbras, Fundação Lemann e Macquarie. Para mais informações sobre a programação completa, acesse o site oficial do Future in Black.

Morre o ex-jogador Denílson, conhecido como ‘Rei Zulu’, ícone do Fluminense, aos 81 anos

0
Foto: Reprodução

O futebol brasileiro perdeu na terça-feira, 1, uma de suas grandes figuras. Denílson, conhecido como “Rei Zulu”, apelido dado pelo escritor Nelson Rodrigues, e que se destacou como capitão do Fluminense, faleceu aos 81 anos. Ele é o sétimo jogador que mais defendeu o Tricolor, com 431 partidas disputadas.

Nascido em São Paulo, Denílson começou sua carreira no Fluminense, onde se tornou um dos principais volantes da década de 1960 e 1970. Com a equipe, conquistou o Campeonato Brasileiro em 1970 e quatro títulos do Campeonato Carioca, em 1964, 1969, 1971 e 1973. Além do sucesso em seu clube, o ex-atleta também defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1966, onde teve a oportunidade de mostrar seu talento em um dos maiores palcos do futebol mundial.

Embora a causa oficial de sua morte não tenha sido divulgada, Denílson vinha lutando contra um câncer e, em agosto deste ano, venceu uma disputa judicial para ter acesso ao serviço de “home care”, que permitiu a ele receber cuidados em casa durante o tratamento.

Através de suas redes sociais, o Fluminense emitiu uma nota de pesar: “Lamentamos profundamente o falecimento de Denílson, o Rei Zulu, que por muitos anos foi capitão do Fluminense. Campeão brasileiro em 1970 e tetracampeão carioca, Denílson vestiu nossa armadura em 431 oportunidades, foi para a Copa do Mundo de 1966 e se tornou um dos grandes jogadores da história tricolor. Desejamos muita força a todos os familiares e amigos em momento tão difícil.”

Lauryn Hill se defende de acusações de Pras Michél em processo sobre turnê do The Fugees: “Alegações falsas e ataques injustificados”

0
Foto Lauryn Hill: Sarah Morris/Getty Images para The Recording Academy Foto Prás Michel: Kevin Lamarque/Reuters

Na terça-feira, 1, a cantora norte-americana, Lauryn Hill, publicou nas suas redes sociais, um longo relato se defendendo das acusações de Pras Michél, após o ex-membro do icônico grupo The Fugees entrar com uma ação judicial contra sua ex-colega de banda acusando-a de fraude, violação de dever fiduciário, quebra de contrato, contabilidade e recusa em permitir uma auditoria da turnê do grupo, cancelada em agosto, entre outras alegações.

Em resposta às acusações, Lauryn Hill emitiu uma declaração detalhada, na qual destacou a necessidade de “clareza e fatos” diante das alegações de Pras. “Fiquei em silêncio e insisti porque entendi que Pras estava sob pressão por causa de suas batalhas legais e que isso talvez estivesse afetando seu julgamento, estado de espírito e caráter”, afirmou Hill.

A cantora, que ganhou notoriedade com seu álbum “The Miseducation of Lauryn Hill”, considerou o processo de Pras como “infundado”, chamando as alegações de “falsas e ataques injustificados”. Ela ressaltou que o rapper não mencionou que recebeu um pagamento adiantado pela última turnê e que falhou em reembolsar empréstimos substanciais que ela lhe concedeu como um ato de boa vontade. Hill acrescentou que a turnê foi organizada em celebração ao 25º aniversário de seu álbum de estreia e que prosseguiria independentemente da participação dos The Fugees.

Lauryn também revelou que decidiu incluir Pras na turnê para ajudá-lo financeiramente em decorrência de seus problemas legais. Segundo Hill, Pras recebeu um adiantamento de US$ 3 milhões, destinado a cobrir suas taxas legais, e que tanto ela quanto Wyclef Jean adiaram seus próprios pagamentos para garantir que ele tivesse o suporte necessário.

A cantora ressaltou ainda que assumiu a maior parte das despesas da turnê, afirmando que Pras “basicamente só teve que aparecer e se apresentar”. Hill declarou que possui recibos que corroboram suas afirmações e expressou descontentamento com a situação de Pras. “É absolutamente desanimador ver Pras nessa posição”, completou, enfatizando que, apesar da situação, ela permanecerá “compassiva” em relação a ele.

Luiza Brasil negocia parceria com Ashé Ventures, empresa de Viola Davis, para fortalecer moda afro-brasileira

0
Foto: Divulgação

A Ashé Ventures, empresa brasileira voltada à valorização da diáspora africana que tem como sócios a atriz Viola Davis e seu marido Julius Tennon, está em negociações com a jornalista de moda e empreendedora Luiza Brasil para o lançamento de uma nova vertical de moda no país. Ao lado de Luiza a empresa planeja unir criatividade e impacto social para promover a moda afro-brasileira no cenário internacional.

O primeiro encontro entre Viola e Luiza aconteceu no dia 23 de setembro, durante a Semana de Moda de Paris, na capital francesa, um dos eventos mais prestigiados do setor. A reunião foi marcada por discussões sobre as oportunidades de colaboração, com foco em potencializar a visibilidade da moda afro-brasileira como uma expressão do “softpower” cultural do país. Maurício Mota, também sócio da Ashé Ventures, comentou a escolha de Luiza para o projeto: “Precisávamos nos aliar a alguém com uma voz poderosa no mercado global e que entenda o papel transformador da moda. Luiza foi recomendada por muitas pessoas que admiramos”.

Luiza Brasil, que já carrega um legado importante na promoção da pluralidade no mundo da moda, falou sobre a chance de trabalhar ao lado de Viola Davis. “Ela é uma inspiração, não só como artista, mas como uma agente de transformações sociais. Poder conectar meu conhecimento com moda, luxo e pluralidade com a visão transformadora de Viola é revolucionário”, disse Luiza.

A parceria entre Viola Davis e Luiza Brasil promete fortalecer a moda afro-brasileira e destacar sua relevância global, reafirmando o compromisso da Ashé Ventures em promover justiça social através da arte e da cultura.

John Amos, ator de “Um Príncipe em Nova York”, morre aos 84 anos

0
O ator John Amos, famoso por papéis em "Um Príncipe em Nova York" e na série "Raízes", morreu aos 84 anos em Los Angeles. Foto: Divulgação
O ator John Amos, famoso por papéis em "Um Príncipe em Nova York" e na série "Raízes", morreu aos 84 anos em Los Angeles. Foto: Divulgação

O ator e roteirista John Amos, conhecido pelos papéis em “Um Príncipe em Nova York” e nas séries “Good Times” e “Raízes”, morreu aos 84 anos, em Los Angeles. A morte ocorreu no dia 21 de agosto, mas só foi divulgada nesta terça-feira (1º) por seu filho, em comunicado oficial.

“É com profunda tristeza que compartilho que meu pai fez a transição”, declarou. “Ele era um homem de coração gentil e foi amado no mundo todo. Muitos o viam como uma figura paterna na televisão. Ele viveu uma boa vida, e seu legado continuará vivo através de seu excelente trabalho no cinema e na televisão.”

Nascido em Newark, New Jersey, Amos começou a carreira como jogador de futebol americano, assinando contratos com o Denver Broncos e o Kansas City Chiefs. No entanto, uma série de lesões o afastou dos campos, e ele acabou migrando para a atuação, conquistando espaço tanto na televisão quanto no teatro.

Seu primeiro grande papel veio na série de TV “Good Times”, uma das primeiras a mostrar uma família afro-americana em um cenário urbano nos Estados Unidos. Exibida na década de 1970, a trama acompanhava uma família pobre em Chicago, onde Amos interpretava o pai. Após divergências com os produtores sobre os estereótipos racistas presentes na série, ele acabou deixando o elenco.

Amos foi indicado ao Emmy em 1977 por seu papel na minissérie “Raízes”, baseada no livro de Alex Haley. A produção, um marco na história da televisão americana, narra a trajetória de Kunta Kinte, um jovem africano capturado e escravizado nos Estados Unidos. Amos interpretou a versão mais velha do protagonista.

Apesar de sua forte presença na TV, foi no cinema que Amos alcançou fama mundial ao viver Cleo McDowell, dono da lanchonete McDowell’s, no clássico “Um Príncipe em Nova York” (1988). O personagem, com sua personalidade carismática e bem-humorada, marcou o público, consolidando Amos como um ícone cultural.

Ao longo de sua carreira, ele também integrou o elenco de séries como “The Mary Tyler Moore Show”, “Um Maluco no Pedaço” e “West Wing: Nos Bastidores do Poder”, mostrando versatilidade em papéis variados, que lhe renderam respeito tanto da indústria quanto do público.

Com mais de cinco décadas de carreira, John Amos deixa um legado importante na cultura pop e na luta por representações autênticas da comunidade afro-americana na televisão e no cinema.

Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank acompanham julgamento por racismo em Portugal

0
Foto: Instagram/Divulgação

Na semana passada, os atores brasileiros Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank estiveram em Portugal para acompanhar o julgamento de Adélia Barros, acusada de racismo pela família após ter ofendido seus dois filhos, Titi e Bless, com insultos racistas em um restaurante na Costa da Caparica, em 2022. Embora a família tenha denunciado o caso como racismo, a legislação portuguesa não possui uma tipificação específica para esse tipo de crime. Por isso, os advogados da família tentaram enquadrar o ato no artigo 240 do Código Penal Português, que trata do crime de incitamento ao ódio e à violência.

No entanto, o Ministério Público de Portugal não aceitou essa primeira denúncia, argumentando que o caso não se enquadrava nos critérios do artigo 240. Diante disso, os advogados da família abriram um novo processo, que foi aceito em abril deste ano, com a acusação sendo reformulada para injúrias agravadas e difamação, que é como o caso está sendo julgado atualmente. Apesar de não haver o reconhecimento formal de racismo, a família vê o prosseguimento do caso como um avanço na busca por justiça.

Nas redes sociais, Bruno e Giovanna celebraram o fato de a acusação ter sido aceita. “Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo”, disse Giovanna Ewbank. Para o casal, o importante é que o processo avance e que os responsáveis pelos ataques contra seus filhos sejam punidos.

No Brasil, a família já lidou com situações semelhantes. Em 2022, a influenciadora Day McCarthy foi condenada a 9 anos de prisão por ataques racistas contra Titi nas redes sociais, um caso que se tornou emblemático na luta contra o racismo no país.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Bruno Gagliasso (@brunogagliasso)

Outubro Rosa: Estudo do INCA revela que mortalidade por câncer de mama é 67% maior entre mulheres negras

0
Foto: Reprodução/iStok

Na manhã desta terça-feira, 1, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, apresentou dados sobre o controle do câncer de mama no país. O estudo ‘Mantus: Mulheres negras e câncer de mama triplo negativo: desafios e soluções para o SUS’, desenvolvido no Instituto, que faz parte da campanha Outubro Rosa deste ano, cujo tema será: “Saúde da mulher: desafios e perspectivas para o controle do câncer” também foi apresentado, mostrando as disparidades raciais no acesso de mulheres negras a tratamentos contra o câncer de mama.

Durante o evento, transmitido pelo YouTube do INCA, a pesquisadora Sheila Coelho Soares Lima apresentou dados recentes sobre o controle do câncer de mama no país, mostrando que a taxa de mortalidade entre mulheres negras é 67% maior do que a de mulheres brancas, que possuem maior incidência da doença.

Os dados mostram que os problemas de maior incidência de morte de mulheres negras por câncer começam na falta de rastreamento da doença. “No Brasil, destaca-se a menor proporção de exames nas mulheres autodeclaradas como pardas (54,4%), seguidas das autodeclaradas pretas (56,5%). Observa-se que, com exceção da Região Sudeste, a cobertura da mamografia em menos de dois anos, em mulheres pardas de 50 a 69 anos, foi menor em todas as Regiões do Brasil”.

A proporção de mulheres da população-alvo, que têm entre 50 a 69 anos, que nunca fizeram mamografia é mais expressiva nas Regiões Norte (42,1%) e Nordeste (33,7%). O estado do Amapá é a região com maior número de mulheres que nunca fizeram mamografia (53,2).

O estudo, que está em desenvolvimento, levanta algumas hipóteses que ajudam a entender o alto índice de mortalidade de mulheres negras por câncer de mama, entre eles, fatores modificáveis como hábitos e exposições a produtos e serviços que possuem propriedades prejudiciais para a saúde, como o consumo de alimentos ultraprocessados, dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento, diagnóstico com doença avançada, dificuldade de completar o tratamento e tratamentos pouco eficazes.

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2024. A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens.

O câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do País. A prevenção primária e a detecção precoce contribuem para a redução da incidência e da mortalidade. A população deve ser informada quanto ao tema para que possa adotar medidas que protejam a sua saúde.

Ministra Anielle Franco presta depoimento à PF em investigação de assédio

0
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, prestará depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, 2, no âmbito da investigação sobre as acusações de assédio contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, de acordo com matéria publicada pela colunista do Uol, Carla Araújo. Almeida foi exonerado no início de setembro após uma série de denúncias de assédio moral e sexual que vieram a público e que também apontam a ministra como uma das vítimas.

No lugar de Almeida, o governo nomeou Macaé Evaristo para comandar o Ministério dos Direitos Humanos. A investigação corre em sigilo, após autorização do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu o andamento do inquérito.

A Polícia Federal teve acesso ao depoimento de uma testemunha que apontou indícios suficientes para que uma investigação preliminar fosse aberta de ofício, ou seja, sem a necessidade de solicitação de outro órgão. Além disso, o caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Trabalho, em Brasília, e pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

As denúncias contra Almeida vieram a público inicialmente por meio de uma reportagem do site Metrópoles, que trouxe relatos anônimos e mencionou o nome de Anielle Franco como uma das vítimas. A ONG Me Too Brasil também foi uma das responsáveis por dar visibilidade às acusações.

Silvio Almeida, por sua vez, nega as acusações e, em nota divulgada após sua exoneração, afirmou que provará sua inocência. Durante sua gestão à frente do Ministério dos Direitos Humanos, o órgão enfrentou várias denúncias de assédio moral e pedidos de demissão em série.

Em resposta às denúncias, o governo Lula lançou recentemente um plano de combate ao assédio na administração pública federal. O projeto, elaborado após a repercussão do caso de Almeida, visa implementar ações coordenadas para prevenir o assédio e a discriminação em órgãos públicos. A portaria que regulamenta o plano foi assinada pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, e publicada no Diário Oficial da União (DOU).

error: Content is protected !!