Na manhã desta terça-feira, 1, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, apresentou dados sobre o controle do câncer de mama no país. O estudo ‘Mantus: Mulheres negras e câncer de mama triplo negativo: desafios e soluções para o SUS’, desenvolvido no Instituto, que faz parte da campanha Outubro Rosa deste ano, cujo tema será: “Saúde da mulher: desafios e perspectivas para o controle do câncer” também foi apresentado, mostrando as disparidades raciais no acesso de mulheres negras a tratamentos contra o câncer de mama.
Durante o evento, transmitido pelo YouTube do INCA, a pesquisadora Sheila Coelho Soares Lima apresentou dados recentes sobre o controle do câncer de mama no país, mostrando que a taxa de mortalidade entre mulheres negras é 67% maior do que a de mulheres brancas, que possuem maior incidência da doença.
Notícias Relacionadas
"Nenhuma violência cometida por um individuo pode diminuir a luta do movimento negro", diz Anielle Franco ao Fantástico
A "turma do deixa disso": como somos desencorajados a denunciar o racismo pelas pessoas ao nosso redor
Os dados mostram que os problemas de maior incidência de morte de mulheres negras por câncer começam na falta de rastreamento da doença. “No Brasil, destaca-se a menor proporção de exames nas mulheres autodeclaradas como pardas (54,4%), seguidas das autodeclaradas pretas (56,5%). Observa-se que, com exceção da Região Sudeste, a cobertura da mamografia em menos de dois anos, em mulheres pardas de 50 a 69 anos, foi menor em todas as Regiões do Brasil”.
A proporção de mulheres da população-alvo, que têm entre 50 a 69 anos, que nunca fizeram mamografia é mais expressiva nas Regiões Norte (42,1%) e Nordeste (33,7%). O estado do Amapá é a região com maior número de mulheres que nunca fizeram mamografia (53,2).
O estudo, que está em desenvolvimento, levanta algumas hipóteses que ajudam a entender o alto índice de mortalidade de mulheres negras por câncer de mama, entre eles, fatores modificáveis como hábitos e exposições a produtos e serviços que possuem propriedades prejudiciais para a saúde, como o consumo de alimentos ultraprocessados, dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento, diagnóstico com doença avançada, dificuldade de completar o tratamento e tratamentos pouco eficazes.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2024. A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens.
O câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do País. A prevenção primária e a detecção precoce contribuem para a redução da incidência e da mortalidade. A população deve ser informada quanto ao tema para que possa adotar medidas que protejam a sua saúde.
Notícias Recentes
Universidade Federal de Sergipe assume fraude em cotas raciais em 30 Concursos
Aaron Pierre é escalado como Lanterna Verde John Stewart em nova série da DC Studios