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Governo sanciona lei que inscreve o engenheiro abolicionista, André Rebouças, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

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Retrato de André Rebouças - Paulo do Valle Junior - Museu Paulista da USP

Na última quinta-feira, 17, o Diário Oficial da União (DOU) publicou a sanção da Lei 15.003, de 2024, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inclui o nome de André Pinto Rebouças, engenheiro e importante figura do movimento abolicionista brasileiro, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O livro é depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

André Rebouças foi o primeiro engenheiro negro a se formar pela Escola Militar e destacou-se como um dos principais articuladores da causa abolicionista no Brasil. Além de seu papel fundamental na luta pela libertação dos escravizados, Rebouças contribuiu para a engenharia brasileira, projetando importantes obras de infraestrutura, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao Porto de Paranaguá, no Paraná.

A inclusão de Rebouças no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria teve início com o Projeto de Lei (PL) 10.390/2018, que tramitou no Senado como PL 1.774/2024. Sob a relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o projeto foi aprovado em setembro pela Comissão de Educação e Cultura (CE) em caráter terminativo, sendo posteriormente encaminhado para sanção presidencial.

Engenheiro e abolicionista

Nascido em 1838 na cidade de Cachoeira, Bahia, André Pinto Rebouças era filho de Antônio Pereira Rebouças, advogado autodidata e deputado pela Bahia, e de Carolina Pinto Rebouças. Formado em engenharia militar em 1860, Rebouças participou da Guerra do Paraguai e, na década de 1880, passou a dedicar-se ainda mais ao movimento abolicionista, ao lado de figuras como Joaquim Nabuco.

Após o fim do Império e a morte de d. Pedro II, de quem era amigo, Rebouças exilou-se na África, onde buscou contribuir para o desenvolvimento do continente. Desiludido com as condições de exclusão e pobreza que encontrou, viveu seus últimos anos na Ilha do Funchal, em Portugal, onde faleceu em 1898, aos 60 anos.

Com a nova lei, o legado de André Rebouças é reconhecido oficialmente como parte da história de luta pela liberdade no Brasil.

Com informações da Agência Gov.

Com protagonismo negro, ‘Volta Por Cima’ supera antecessora, ‘Família é Tudo’, e faz Globo bater recordes de audiência

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Foto: Globo/Fabio Rocha

Após enfrentar uma série de novelas de baixa audiência e críticas negativas na faixa das 19h, a Globo celebra o desempenho promissor de Volta Por Cima, protagonizada por Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira. A trama, que estreou em 30 de setembro, já demonstrou crescimento significativo nos índices em relação às produções anteriores Família É Tudo e Fuzuê, conforme revela um estudo exclusivo obtido pela reportagem da Contigo.

Segundo o levantamento realizado pela emissora, mais de 56 milhões de brasileiros acompanharam os capítulos exibidos entre 30 de setembro e 4 de outubro, considerando apenas quem assistiu à novela em tempo real, sem incluir o público do Globoplay. A primeira semana rendeu uma média nacional de 20,7 pontos no Painel Nacional de Televisão (PNT), com 36,6% dos televisores do país sintonizados na história de Madá (Jessica Ellen). Esse resultado representa um aumento de 7% em relação à semana inicial de Família É Tudo.

A Globo, além de se destacar frente às emissoras concorrentes, comemora também sua liderança sobre as plataformas de streaming. O documento aponta que a audiência da novela foi 52% maior que a soma de todos os conteúdos de vídeo nos serviços de streaming, como YouTube e Netflix.

O perfil do público também chama a atenção. Apesar de Volta Por Cima contar a saga de uma família humilde, a audiência das classes A e B foi expressiva: 17,9 milhões de telespectadores pertencem a essas faixas de renda. Entre os jovens de 18 a 34 anos, foram 9,3 milhões de espectadores, enquanto 14,2 milhões de adultos entre 35 e 49 anos acompanharam os primeiros capítulos.

Alguns estados também apresentaram números marcantes. No Distrito Federal, a média foi de 19,5 pontos, o melhor desempenho desde a estreia de Haja Coração (2016). Florianópolis (18,6 pontos) e Belém (21,5 pontos) também se destacaram, com índices superiores aos da novela Vai na Fé. Em São Paulo, o principal mercado publicitário do país, a trama obteve 20,8 pontos, um aumento de 11% em relação à estreia de Família É Tudo.

Justiça do Rio absolve policiais envolvidos na morte do dançarino DG, 10 anos após o crime

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Foto: Reprodução/O Globo

Sete policiais militares envolvidos na morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, foram absolvidos pelo 1º Tribunal do Júri do Rio, nesta quarta-feira (16). O jovem de 26 anos foi encontrado morto no Morro Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, durante uma operação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em abril de 2014. 

DG trabalhou no corpo de baile do programa ‘Esquenta‘, na TV Globo, durante quatro anos, e sua morte causou comoção nacional. À época, amigos afirmaram que ele havia sido morto por PMs após ser confundido com um traficante.

O policial Walter Saldanha Junior, apontado como o autor do disparo que matou o dançarino, foi inocentado. Ele chegou a ser preso após a morte do jovem, mas conseguiu um habeas corpus em 2015, para aguardar o julgamento em liberdade. “As hipóteses da perícia foram derrubadas, pois não corroboraram com a dinâmica dos fatos nem as lesões encontradas no corpo da vítima”, disse o advogado de defesa Marcos Espínola.

Os outros seis policiais, Rodrigo Vasconcellos de Oliveira, Rodrigo dos Santos Bispo, Rafael D’Aguila do Nascimento, Alessandro da Silva Oliveira, Eder Palinhas Ribeiro e Evandro dos Santos Dias foram absolvidos da acusação de falso testemunho.

Após os debates, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) se pronunciou pela inocência dos réus. Os jurados, por unanimidade, decidiram inocentar os policiais militares, e a juíza Alessandra Rocha Lima Roidis anunciou o veredito.

Relembre o caso

Em 22 de abril de 2014, segundo o Comando de Polícia Pacificadora (CPP), houve um confronto entre policiais e traficantes na noite anterior, e pela manhã foi achado o corpo do dançarino DG dentro de uma escola na parte alta da comunidade Pavão-Pavãozinho. Ele foi atingido por um tiro nas costas, que destruiu o seu pulmão e a parte de cima do braço direito. Segundo o Instituto Médico-Legal (IML), DG teve uma hemorragia interna.

De acordo com as investigações, mesmo ferido, DG tentou escapar dos tiros, saltando entre lajes e muros à sua frente. Ele foi visto andando de forma cambaleante e caindo até chegar a um muro onde desabou. Seu corpo foi encontrado com a camisa do avesso. Segundo relatos de amigos, DG estava na comunidade para visitar sua filha, que na época tinha 4 anos.

“Ele morreu à 1h com marca de espancamento. Mais de 12 horas depois a gente conseguiu ver o corpo. Estava em posição de defesa, todo machucado”, disse a Maria de Fátima da Silva, mãe e técnica de enfermagem.

Milionário norte-americano financia secretamente grupo de extrema-direita que promove falsas teorias sobre raça

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Foto: Reprodução

Uma rede internacional que busca influenciar o debate público com teorias desacreditadas sobre raça e eugenia tem operado secretamente com o financiamento de um multimilionário norte-americano do setor de tecnologia, conforme mostrou uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian.

De acordo com a matéria, filmagens obtidas por meio de uma investigação revelaram a existência da Human Diversity Foundation (HDF), organização formada há dois anos. Seus membros têm usado podcasts, vídeos, uma revista online e artigos de pesquisa para disseminar uma ideologia perigosa sobre a suposta superioridade genética de certos grupos étnicos. Tais teorias, baseadas em racismo científico, já foram utilizadas para justificar a violência e escravização de povos africanos, por exemplo.

A organização Hope Not Hate, dedicada ao combate ao racismo, começou a investigar o grupo após identificar o organizador inglês da fundação, um ex-professor de estudos religiosos, em uma conferência de extrema-direita. Imagens gravadas foram compartilhadas com o jornal The Guardian, que realizou uma investigação conjunta com a Hope Not Hate e parceiros na Alemanha. Segundo as gravações, o HDF recebeu mais de US$ 1 milhão de Andrew Conru, um empresário de Seattle que fez fortuna com sites de namoro. Após ser abordado pelo Guardian, Conru retirou seu apoio, afirmando que o grupo parecia ter se desviado de sua missão original de “pesquisa acadêmica não partidária”.

Embora continue sendo uma organização marginal, a HDF faz parte de um movimento que tenta reabilitar a chamada ciência racial como um tópico de debate público. Essa ideologia, também conhecida como racismo científico, busca provar a existência de diferenças biológicas entre raças, sugerindo, por exemplo, que a desigualdade entre grupos seria explicada principalmente pela genética, e não por fatores externos, como a discriminação.

A Dra. Rebecca Sear, diretora do Centro de Cultura e Evolução da Universidade Brunel, descreveu essa ideologia como uma “ameaça perigosa” com objetivos políticos e consequências graves no mundo real. “O racismo científico tem sido usado para argumentar contra políticas que visam reduzir desigualdades entre grupos raciais”, afirmou. Segundo ela, tais ideias também são usadas para justificar políticas de imigração mais restritivas, como a exclusão de populações consideradas de “baixo QI”.

As investigações mostram que o HDF, embora pequeno, é parte de uma rede maior de extremistas que promovem essas ideias e tentam influenciar as instituições acadêmicas e políticas. Um dos organizadores do grupo, em uma conversa gravada, discutiu abertamente a ideia de “remigração” — um eufemismo para a deportação em massa de minorias étnicas. “Basta pagar para as pessoas voltarem para casa”, disse ele.

Essa retórica tem ganhado força em movimentos de extrema-direita, como o partido Alternative für Deutschland (AfD), na Alemanha. Em um evento realizado em Londres no ano passado, o ativista Erik Ahrens, conhecido por sua ligação com o AfD, foi gravado incentivando os presentes a se unirem a um “clube secreto” dedicado a restaurar o poder da “sociedade branca”. Autoridades alemãs consideram Ahrens um extremista de direita perigoso, especialmente em relação à radicalização de jovens.

A investigação revelou ainda que Matthew Frost, um ex-professor britânico e editor da revista online Aporia, também esteve envolvido com o HDF. Frost ajudou a promover o conteúdo do grupo por meio de podcasts e artigos, que, embora apresentados como análises acadêmicas imparciais, reforçam as mesmas ideias pseudocientíficas.

Especialistas têm alertado que a disseminação dessas ideias pode ter impactos profundos, tanto no discurso público quanto nas políticas de imigração e direitos civis. “A pureza racial é um conceito fantasioso”, disse o geneticista Dr. Adam Rutherford, da University College London. “Ela não existe, nunca existiu e nunca existirá, mas ainda assim continua a servir de base para ideologias racistas.”

Apesar das alegações de seus membros de que estariam envolvidos apenas em “pesquisa acadêmica”, os laços do HDF com figuras extremistas e a promoção de teorias pseudocientíficas mostram os perigos da reabilitação de ideias racistas no cenário atual.

Cariúcha estreia na SPFW e celebra: “Muito lisonjeada e feliz”

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Foto: Anderson Macedo

Cariúcha, apresentadora do programa “Fofocalizando” do SBT, fará sua estreia na São Paulo Fashion Week (SPFW) na próxima sexta-feira, 18 de outubro, a partir das 10h, no Teatro Oficina. Ela irá desfilar para a marca AZ Marias, conhecida por seu foco em sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, com a sua nova coleção.

Em entrevista à Contigo!, a ex-participante de “A Fazenda” expressou sua empolgação com a oportunidade: “Eu estou me sentindo muito lisonjeada e feliz. Nem nos meus maiores sonhos eu imaginei que um dia eu iria estrear na passarela mais famosa do Brasil, que é a São Paulo Fashion Week. É um sonho que eu pensei que fosse impossível e estou realizando”, disse.

“Quando eu olho para o passado, eu sempre mentalizei estar vivendo tudo isso que eu estou vivendo hoje. Só que, com as dificuldades, muitas das vezes eu pensava que era impossível. Da onde eu vim era quase impossível. E hoje estar vivendo isso tudo, eu tenho só que agradecer a Deus. Imaginei, só que muitas das vezes eu não acreditava”, concluiu.

Cariúcha tem ganhado cada vez mais destaque no comando do programa do SBT e negou os rumores de que deixaria o canal, apesar de ter recebido uma proposta de outra emissora. “Tô muito feliz na emissora que estou e no Fofocalizando. Recebi, sim, a proposta. Gente, por favor, parem de falar no meu nominho”, comentou em tom bem-humorado nas redes sociais.

Deputada do Rio Grande do Sul, Bruna Rodrigues, relata ameaças de violência contra ela e sua família

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Foto: Paulo Garcia | ALRS

Em mais um episódio de ameaça às mulheres negras na política, a deputada estadual Bruna Rodrigues denunciou, na última terça-feira, 15, as ameaças de morte e estupro que recebeu por e-mail. A mensagem, enviada por um remetente identificado como Anderson Rocha, continha ofensas relacionadas ao mandato da parlamentar, além de ataques pessoais contra ela e sua filha. No texto, o autor das ameaças se descreveu como “um homem branco, heterossexual e cidadão de bem”.

De acordo com a deputada, o conteúdo da mensagem vai além de um discurso de ódio, sendo uma tentativa clara de intimidar e silenciar sua atuação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde representa comunidades historicamente marginalizadas. “Atacam a democracia, atingindo o mandato de uma mulher preta e o que para nós é fundamental: a família. Falam da minha filha de forma cruel”, disse Bruna.

O caso já foi comunicado à presidência da Assembleia, que, segundo Bruna, está tomando providências. A deputada relatou que a presidência da Casa deve notificar a Secretaria Estadual de Segurança Pública e solicitar uma reunião com o secretário Sandro Caron ainda hoje. “Há um crime claro contra a atividade parlamentar”, afirmou.

Bruna optou por não divulgar o conteúdo completo da mensagem devido à sua natureza violenta, mas garantiu que tais intimidações não a farão desistir de sua trajetória política. “Nosso mandato popular segue firme. Estou no caminho certo, e isso incomoda quem acredita que mulheres como eu não deveriam ocupar espaços de poder e decisão”, destacou a deputada.

Além de Bruna, outras parlamentares também foram alvo de ameaças semelhantes, incluindo a deputada federal Daiana Santos (RS) e as deputadas estaduais Thainara Farias (SP) e Rosa Amorim (PE). Para a deputada, essas ameaças fazem parte de uma cadeia de ataques coordenados, com motivações racistas, misóginas e lgbtfóbicas.

Eleita uma das primeiras deputadas negras na história da Assembleia Legislativa gaúcha, Bruna reiterou que não se deixará intimidar pelas ameaças e que seguirá lutando por suas causas. “Não vão me silenciar”, concluiu.

Globo confirma Bella Campos como Maria de Fátima na nova versão de Vale Tudo, com estreia em 2025

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A atriz Bella Campos foi confirmada no elenco da nova versão da novela “Vale Tudo”, onde interpretará Maria de Fátima, personagem originalmente vivida por Glória Pires. A confirmação veio durante o evento Upfront Globo, que apresenta as novidades da emissora para 2025. A trama, que retorna às telas em um “remake” da obra, trará também Taís Araújo no papel de Raquel, mãe de Maria de Fátima, personagem de Regina Duarte na primeira versão. A estreia da nova versão de “Vale Tudo” está programada para março de 2025.

Como parte da celebração dos 60 anos da TV Globo, a obra vai atualizar um dos maiores títulos da teledramaturgia brasileira. Escrito por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, o folhetim foi exibido originalmente em 1988 e se consagrou pela crítica social e o retrato da corrupção no Brasil.

Bella, nascida em Cuiabá, Mato Grosso, viu sua carreira ganhar fôlego quando foi escalada pela TV Globo em 2020. Inicialmente, faria parte do elenco de uma nova temporada de “Malhação”, mas o projeto foi cancelado devido à pandemia de Covid-19. Mesmo diante desse revés, ela rapidamente encontrou seu espaço ao dar vida à personagem Muda no “remake” de “Pantanal”. Sua interpretação lhe rendeu o prêmio de ‘Melhor Atriz Coadjuvante’ no ‘Melhores do Ano de 2022’, consolidando sua posição como uma das grandes promessas da nova geração de atores.

O sucesso em “Pantanal” abriu portas, e agora, com o desafio de interpretar Maria de Fátima, Bella se prepara para viver mais uma personagem marcante, em uma novela que carrega o peso e o prestígio da história original, agora reimaginada para o público atual.

Antônio Pitanga é homenageado no 17º Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul

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O ator Antônio Pitanga será o grande homenageado na 17ª edição do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que acontece entre os dias 18 e 25 de outubro em espaços culturais de destaque no Rio de Janeiro, como o Cine Odeon, o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR). Com uma carreira marcada por importantes papéis no cinema e na televisão brasileira, Pitanga será celebrado pela sua contribuição à arte e pela representação negra na cultura audiovisual.

Como parte da homenagem, será exibido o filme Malês, uma das obras marcantes de sua trajetória. A escolha do filme reforça a importância da resistência cultural e histórica que permeia tanto a carreira do ator quanto a proposta do evento, que é um dos maiores encontros de cineastas e pensadores negros no Brasil.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que este ano tem o tema “Fortalecendo Pontes”, busca promover diálogos e trocas entre cineastas e públicos de diversas partes do mundo. O evento contará com a exibição de 128 filmes de diretores brasileiros, africanos, caribenhos e de outras diásporas, além de homenagear figuras centrais do cinema negro, como Pitanga.

A programação desta edição também inclui uma MasterClass do filósofo indígena Ailton Krenak, uma série de filmes sobre povos indígenas, e o minicurso Cinema Africano Contemporâneo, do cineasta Joel Zito Araújo.

Grande homenageado, Antônio Pitanga iniciou sua carreira no Cinema Novo, destacou-se em filmes como Barravento (1962), de Glauber Rocha, e A Grande Feira (1961), de Roberto Pires. Sua obra atravessou décadas, consolidando-se como uma das vozes mais importantes na representação da identidade negra no cinema nacional. Além de seu trabalho artístico, Pitanga também é conhecido por seu engajamento social, especialmente em questões relacionadas à igualdade racial.

“Antônio Pitanga é uma referência de luta e de presença forte no cinema brasileiro. Sua trajetória é um exemplo da resistência e da importância de levar a cultura negra para as telas”, destaca Biza Vianna, diretora-presidente do Centro AfroCarioca de Cinema, que organiza o evento.

“Este Encontro é uma oportunidade de não só celebrar a arte, mas também de refletir sobre o papel do cinema na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Pitanga, com sua história e representatividade, é uma inspiração para todos nós”, conclui Biza.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul já exibiu mais de 1000 filmes ao longo de suas edições anteriores e reforça o compromisso com a valorização das narrativas negras no Brasil e no mundo. A homenagem a Pitanga é um reconhecimento de sua influência como artista e ativista, eternizando seu legado para as futuras gerações.

Professora, Bárbara Carine, aponta racismo em campanha do Conselho Regional de Medicina da Bahia

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Foto: Henrique Santos

Em vídeo publicado nas redes sociais no dia 12 de outubro, a escritora e professora Bárbara Carine fez críticas a uma campanha publicitária do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), apontando o racismo na escolha da imagem de uma mulher negra como exemplo de prática ilegal da medicina. O outdoor em questão, que visa combater o exercício ilegal da profissão, exibe a foto duplicada de uma mulher negra com a legenda: “Uma delas é falsa. Na dúvida, consulte o site do Cremeb.”

Ao trazer à tona o debate sobre a representatividade de pessoas negras em peças publicitárias e na comunicação como um todo, Carine apontou como problemática a associação feita pela campanha, considerando o fato de que não é comum ver pessoas negras praticando medicina sem diploma. Segundo a educadora, esse tipo de crime costuma ser associado a pessoas brancas, que utilizam seus privilégios para enganar os outros.

Imagem: Divulgação/Cremeb

A controvérsia também chegou à esfera política. O vereador Sílvio Humberto (PSB) protocolou no dia 9 de outubro uma moção de repúdio na Câmara Municipal de Salvador, pedindo a retirada do outdoor e cobrando do Cremeb um compromisso com políticas de combate ao racismo. “Infelizmente, os profissionais de saúde negros frequentemente enfrentam estereótipos e preconceitos no ambiente de trabalho. Desde a suspeita de competência até a falta de oportunidades de avanço na carreira”, escreveu o parlamentar, destacando os obstáculos enfrentados por médicos negros no Brasil.

Em resposta às críticas, o Cremeb divulgou uma nota informando que a imagem da mulher negra é apenas uma das três peças da campanha, que inclui também imagens de pessoas brancas. O conselho afirmou que a intenção era representar a diversidade da sociedade e assegurar que diferentes grupos fossem retratados.

Mesmo após a explicação do Cremeb, Bárbara Carine manteve seu posicionamento, questionando a forma como a figura da mulher negra foi isolada na publicidade. Em novo vídeo, ela reafirmou que a escolha da imagem reforça uma percepção negativa. “Uma diversidade muito pouco inteligente, ao colocar um sujeito isolado ali, para representar algo de negatividade. Como falei, eu só vi, no meu trajeto, pessoas negras. Muitas outras pessoas negras podem só se ver. E se pessoas negras estão trazendo que estão incomodadas, isso deveria ser minimamente um sinal de sensibilidade para essa problemática”, declarou a escritora.

Primeira instituição educacional afro-brasileira no Brasil inaugura unidade no RJ e anuncia mutirão de matrículas

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Foto: DIvulgação

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa, a primeira instituição educacional infantil afro-brasileira cadastrada no Ministério da Educação, anunciou a inauguração de uma unidade no Rio de Janeiro e mutirão de matrículas, no próximo sábado, 19 de outubro, que já conta com 600 pré-inscritos. A escola será no bairro Vila Isabel, com capacidade para mais de 300 estudantes.

A instituição foi criada há seis anos no bairro do Garcia, em Salvador, por Bárbara Carine, idealizadora e consultora pedagógica da instituição, no processo de adoção de sua filha, uma criança negra, e conta como sócia a empresária e dançarina Maju Passos. Com turmas que vão do infantil ao fundamental e uma educação trilíngue (brasileiro, inglês e libras), na unidade do Rio de Janeiro, se junta a elas a atriz Leandra Leal.

“Levarmos a Escola para o Rio de Janeiro, que tem mais da metade de sua população negra é contribuir para a luta antirracista, que dentre as suas contribuições está um projeto educacional para a equidade. Temos sido bem acolhidos e uma procura muito grande, algo que nunca tivemos em Salvador, esperamos que todo sucesso na capital carioca reverbere em matrículas também da Bahia”, celebra Bárbara Carine sobre a nova unidade da Maria Felipa para o processo de nacionalização do projeto didático-pedagógico.

Apesar do reconhecimento midiático e de premiações conquistadas, incluindo do prêmio Sim à Igualdade Racial do ID_BR (2019) na Categoria Educação, Maju Passos destaca que “isso não corresponde ao número de matrículas dentro da nossa escola em Salvador, temos hoje menos de oitenta por cento de alunos do que a nossa capacidade total”.

Fachada EMF – unidade Rio de Janeiro

Parceria

A aproximação com Leandra Leal acontece em 2023, após a atriz convidar Bárbara Carine para jantar. “Depois desse encontro, ela trouxe a filha Juju, uma criança negra, para passar uma semana em nossa Escola. Ela e o esposo ficaram mais encantados pelo projeto que desenvolvemos. No mês seguinte já estávamos as três sócias reunidas, a falar da expansão para o realidade no Rio de Janeiro”, relembra.

A unidade carioca receberá toda a metodologia decolonial criada nos últimos seis anos em Salvador. “A ideia inclusive é que as equipes estejam em diálogo o tempo todo, cada uma respeitando a realidade local, pois um dos nossos objetivos enquanto Escola é o respeito à diversidade cultural e étnica-racial”, afirma Maju Passos. 

Foto: Divulgação

Caminhos

A instituição surge para promover uma educação escolar que estivesse fora dos marcadores historiográficos eurocêntricos e subalternizados de existências não-brancas, ao perceber que esse lugar não existia. E essa promoção está em toda organização didático-pedagógica da Escola Maria Felipa, desde cada turma que é nomeada por um reino/império africano que norteará os estudos dos grupos, sendo eles, Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental).

Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve uma série de outras atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa”, entre outros.

Para além da educação infantil, a Escola Maria Felipa oferta também a “Afroeducativa – Formações Pedagógicas para as Relações Étnico-raciais”, destinada à formação de profissionais interessados na temática, consultorias para entidades de setores públicos e privados preocupados com a superação do racismo nos diferentes complexos sociais. Para esse público, é oferecida ainda a “Afrovivência”,  uma vivência pedagógica de educadores e educadoras. 

Bárbara Carine diz estar muito feliz pela projeção que a Escola Afro-brasileira Maria Felipa tem alcançado no país, para além dessa chegada no sudeste, fisicamente e estruturalmente como escola. “É raro vermos uma instituição educacional ter mais de 100 mil seguidores no Instagram. Pesquisadores e pesquisadoras do país realizam trabalhos e investigações de graduação, mestrado e doutorado em torno da nossa escola. É algo muito pioneiro e singular, o que faz ter essa valorização, mas infelizmente isso não reverbera em autossustentação econômica”.

Foto: Divulgação

Adote

A Escola Afro-Brasileira Maria Felipa realiza desde o primeiro ano da sua existência a Ação de responsabilidade social “Adote um Educande”, para oportunizar um ensino emancipador para crianças negras e /ou indígenas em situação de vulnerabilidade social. Todo o valor arrecadado é destinado ao custeio de bolsas de estudos e dos materiais didáticos pedagógicos e aconselhamento psicológico a cada criança contemplada. 

A EMF, que carrega o nome de Maria Felipa, mulher preta, combatente importante na Independência do Brasil ba Bahia, é um projeto que transforma sonho em realidade ao construir um espaço escolar que resgata os conhecimentos ancestrais combatendo o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada, voltado a todas crianças. 

Foto: Divulgação

Serviço

Escola Afro-brasileira Maria Felipa inaugura unidade no Rio de Janeiro | Mutirão de matrícula 

Quando – 19 de outubro, manhã e tarde, a partir das 08h

Onde – Avenida 28 de setembro, 118 – bairro Vila Isabel 

Turmas oferecidas – Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental)

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