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Jay-Z pode ser chamado a depor no caso de Diddy, enquanto Nicki Minaj critica amigos do rapper

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Foto: Reprodução/Getty

Sean “Diddy” Combs, atualmente preso sob acusações de tráfico sexual e extorsão, pode envolver Jay-Z em uma situação delicada. O rapper e empresário, amigo de Diddy desde a década de 1990, pode ser intimado a testemunhar se o caso avançar para o julgamento. Especialistas jurídicos indicam que, se Jay-Z não estiver diretamente envolvido nos atos alegados, ele pode invocar a Quinta Emenda para evitar autoincriminação.

As graves acusações contra Diddy incluem tráfico sexual e transporte para prostituição, levantando questões sobre os círculos sociais do magnata da música, que conta com diversas celebridades em seu entorno. A possibilidade de um testemunho de Jay-Z é vista como uma reviravolta significativa, considerando a longa amizade entre os dois e o impacto que isso poderia ter nas relações dentro da indústria musical.

O ex-procurador Neama Rahmani destacou em entrevista para o The Sun, que Jay-Z, embora não envolvido nas alegações de abuso sexual, poderia ser chamado a testemunhar se o caso contra Diddy for levado a julgamento. “Jay-Z pode ser intimado, mas é provável que invoque seu privilégio da Quinta Emenda contra a autoincriminação e se recuse a testemunhar”, disse Rahmani, indicando que essa seria uma estratégia comum para evitar maiores complicações legais.

O promotor ressaltou ainda que “seria uma reviravolta chocante se algum dos amigos ricos e poderosos de Combs participasse dos atos sexuais e se ele os denunciasse, como Jeffrey Epstein ou Ghislaine Maxwell deveriam ter feito”. 

Nicki Minaj não economizou críticas a Steve Stoute e Jay-Z durante o fim de semana, especialmente em relação ao seu acordo com a TIDAL. Em um post no X, ela revelou que recebeu uma proposta de apenas US$ 1 milhão após a venda da plataforma em 2021, afirmando ter sido “enganada” e recusando o pagamento que considerou uma tentativa de silenciá-la. Minaj também ironizou o TIDAL, que supostamente divulgou informações errôneas sobre os pagamentos a artistas após a venda para Jack Dorsey. Em sua mensagem, ela destacou a falta de transparência em torno de acusações sobre figuras da indústria e questionou por que os problemas legais de outros artistas não eram discutidos, enquanto seu nome era frequentemente mencionado. A polêmica começou após Stoute comentar sobre ela no programa The Pivot, sugerindo que Minaj estava irritada por não ter assinado um contrato com a TIDAL e por ter perdido a oportunidade de se apresentar no Super Bowl.

Ao fazer a publicação, ela acusou Jay-Z de tentar desviar o olhar das acusações contra seus “melhores amigos” e questionou por que o público não fala sobre os problemas legais de figuras como Diddy, enquanto ela é constantemente mencionada. Minaj insinuou que as discussões sobre suas polêmicas são uma maneira de evitar que questões mais sérias sobre abuso na indústria sejam abordadas, destacando uma hipocrisia em como as histórias são tratadas.

Responsável pela gravação de um documentário sobre Diddy, o rapper 50 Cent também criticou Jay-Z por nunca ter se pronunciado sobre o caso envolvendo o magnata da indústria musical. Ele chegou a publicar no Instagram uma postagem de brincadeira com uma foto de uma caixa de leite que tinha a imagem de Jay-Z estampada na lateral junto à palavra “desaparecido”.

Akon, Mariah Carey, Ne-Yo e homenagem a Alcione marcam o último final de semana de Rock in Rio

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O Rock in Rio 2024 celebrou seus 40 anos de história em grande estilo, com um final de semana repleto de apresentações marcantes que misturaram grandes nomes do pop e R&B internacionais com homenagens à música brasileira. Entre as atrações internacionais, Mariah Carey, Akon e Ne-Yo foram os destaques, enquanto os shows nacionais tiveram momentos emocionantes como a homenagem à cantora Alcione e uma reunião de grandes nomes do rap brasileiro, entre eles: Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael, Rincon Sapiência e Xamã.

No domingo, 22, Ne-Yo transformou o Palco Mundo em uma viagem nostálgica aos anos 2000. O hitmaker norte-americano embalou a plateia com sucessos como “So Sick” e “Champagne Life”. Uma das novidades que surpreendeu o público foi a participação de MC Daniel, que cantou “Vamos de Pagodin” durante o show de Ne-Yo.

O cantor senegalês, Akon começou a apresentação com “Beautiful Day”, e tentou inovar ao pular sobre a plateia em uma bola inflável, que estourou antes de chegar aos fãs. Contudo, o maior problema do show foi o uso constante de playback, que acabou esfriando a interação com o público, mesmo em sucessos como “Don’t Matter” e “Smack That”.

Encerrando a noite de domingo no palco Sunset, Mariah Carey foi recebida como uma das atrações mais esperadas do festival. A diva emocionou o público com sucessos que marcaram os anos 1990 e 2000, como “Hero” e “We Belong Together”. Vestida com um glamouroso vestido com as cores do Brasil, Carey ainda fez uma homenagem especial ao país ao cantar “I Want to Know What Love Is”, que também encerrou sua apresentação anterior em São Paulo.

Tyla estreou sua primeira apresentação no Brasil no Palco Sunset do Rock in Rio, no sábado. A cantora sul-africana encantou o público com uma mistura de pop, R&B e amapiano, homenageando tanto sua terra natal quanto a música brasileira. Com um visual que trazia as cores da bandeira do Brasil, Tyla interagiu bastante com os fãs, dançou funk e celebrou o gênero amapiano em uma performance energética. Seu hit “Water”, que lhe rendeu um Grammy, encerrou o show e marcou um momento especial na noite.

Protesto e cantores paraenses no palco Mundo

Em abril deste ano, a divulgação da programação do Rock in Rio gerou forte reação negativa entre o público e artistas do Pará, após a ausência de representantes locais na lineup. A cantora paraense Fafá de Belém questionou em suas redes sociais: “A Amazônia não faz parte do Brasil? Onde está Dona Onete, Gaby Amarantos, vencedora do Grammy, Joelma, Aíla, onde estou eu?”. Em resposta à polêmica , o festival anunciou a inclusão de artistas como Gaby Amarantos, Zaynara, Gang do Eletro e as Suraras do Tapajós. No evento, Gaby fez questão de deixar claro que era a primeira cantora do estado a se apresentar no Palco Mundo. Carlinhos Brown e Daniela Mercury se destacaram em suas performances, enquanto a ausência de Margareth Menezes na programação gerou ainda mais questionamentos sobre a representação da diversidade cultural brasileira no festival.

Homenagem à Alcione e o “Para Sempre Rap”

O domingo também foi marcado por uma celebração aos 50 anos de carreira de Alcione no palco Sunset. Ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira e de convidados como Diogo Nogueira, Majur, Maria Rita e Péricles, a Marrom entoou clássicos como “Não Deixe o Samba Morrer” e “Meu Ébano”, emocionando o público com suas homenagens à Mangueira.

No sábado, 21, o rap foi protagonista com o show “Para Sempre Rap”, reunindo Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael, Rincon Sapiência e Xamã. O público, animado do início ao fim, cantou junto sucessos como “Afro Rep”, “Convoque seu Buda” e “Não Existe Amor em SP”. A homenagem à Marília Mendonça feita por Xamã, com a música “Leão”, também emocionou.

Grávida de quase nove meses, Iza fez seu show no festival na última sexta-feira, 20, e exibiu com orgulho sua barriga, apresentou hits como “Dona de Mim” e “Fé”. A participação especial de Ivete Sangalo, que cantou “Meu Talismã” ao lado de Iza, foi um dos pontos altos do show. A cantora baiana subiu ao palco vestida com uma jaqueta que tinha escrito nas costas o nome de Nala, filha de Iza.

Bienal de São Paulo leva exposição ‘coreografias do impossível’ ao continente africano pela primeira vez

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Foto: Foto: Pedro Ivo Trasferetti

A 35ª Bienal de São Paulo – intitulada Coreografias do Impossível, que reuniu 80% de obras ancestrais e diaspóricas criadas por artistas negros, indígenas e não-negros no Ibirapuera, atravessa o Atlântico pela primeira vez e chega a Luanda, capital de Angola. O Instituto Guimarães Rosa, ligado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, estreou a mostra no dia 19 de setembro, que ficará em cartaz até 8 de dezembro.

Sob curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a itinerância da Bienal em Luanda reúne oito artistas cujas obras transitam entre vídeo, performance e instalações tridimensionais. Entre os participantes, destaca-se o angolano Januário Jano, que apresenta uma série de fotografias sobre a identidade pós-colonial. Artistas como Aline Motta e Raquel Lima levam performances e audiovisual que exploram questões de raça, memória e gênero, enquanto o português Carlos Bunga exibe uma instalação que propõe reflexões sobre as estruturas sociais e arquitetônicas.

A presença da Bienal em Luanda marca um momento histórico para a instituição e aprofunda os laços culturais entre Brasil e Angola, que completará 50 anos de independência em 2025, tendo sido o Brasil o primeiro país a reconhecer este fato histórico. Além da exposição, o evento contará com ações educativas, como visitas guiadas e encontros entre curadores e educadores locais

Para Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal, “essa parceria é um marco na promoção do diálogo cultural entre os países, com destaque para os artistas da diáspora africana”. A iniciativa, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo em parceria com a Embaixada do Brasil em Luanda, é patrocinada pela Brasafrica e Banco BIR.

Olívia Araújo transforma o cotidiano em poesia no solo “Voar é o Que Me Põe de Pé”

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Foto: Guilherme Lima

Texto: Reinaldo Calazans

Em outubro a maravilhosa atriz Olívia Araújo, estreia em São Paulo, uma peça que fala sobre poesia. O solo, chamado “Voar é o Que Me Põe de Pé”, retrata ao público momentos íntimos como memórias, histórias familiares e saudades.

Transformar o dia a dia em poesia fará desse espetáculo uma dramaturgia poderosa e necessária, em um mundo caótico e trágico. A matéria prima dará espaço para sons, cheiros, sentimentos e amores. A poesia simples será enaltecida, já que vivemos ela de forma rebuscadas e elitizada.

Os poemas são da Geni Guimarães e a prosa de Marcelino Freire. Olivia sempre gostou de poesia, questionada sobre essa arte ela disse: “Eu sempre gostei muito de poesia, de ler poesia. E tinha muita vontade fazer no palco. No meu dia a dia tento transformar ou ressignificar os acontecimentos de forma poética, dando significado, as coisas e as pessoas que me cercam”.

Certeza que a entrega desse solo será primorosa e excepcional. Olívia tem uma carreira sólida e cheia de versatilidade. Já interpretou vários personagens no cinema, televisão e teatro. Suas características de atuação são únicas e com excelência.

Ao longo de sua carreira foi prestigiada com prêmios, troféus e festivais.

Não dá para ficar de fora.

Coloca na agenda e bora lá prestigiar esse grande nome da arte brasileira. A dramaturgia e direção é do Renato Farias.

Serviço

De 09 de outubro a 27 de novembro de 2024.
Terças e quartas feiras. Sempre às 20h.
Duração: 50 minutos.
Teatro Vivo
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460
Vila Cordeiro – São Paulo / SP.

Setembro Amarelo: como estão as leis que protegem as crianças negras

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Foto: Freepik

A pauta antirracista foi contemplada?

A violência nas escolas é um problema que vem afetando muitos países, incluindo o Brasil, que ao longo do último ano teve a frequência de ataques aumentada, com 5 ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. Considerando os casos dos últimos 12 anos, pelo menos 52 pessoas morreram em atentados em instituições brasileira. Esses problemas podem ter um impacto significativo no bem-estar dos estudantes e na qualidade da educação que recebem. É importante que as escolas, as comunidades e o governo trabalhem juntos para criar um ambiente seguro e acolhedor para todos os estudantes.

A Lei Federal 14.811/24, que inclui o bullying e o cyberbullying no Código Penal, elevou a pena de crimes cometidos contra crianças e adolescentes.

A lei também conceitua o bullying. A prática é definida pela legislação como o ato de “intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais”. Para o cyberbullying, a norma fala em intimidação sistemática, mas apenas aquela feita pela Internet. Isso inclui redes sociais, aplicativos, transmissões em tempo real, jogos online ou qualquer outro meio ou ambiente digital.

Aumento da pena para crimes em escolas

A lei ainda aumenta em dois terços a pena para quem matar uma criança menor de 14 anos dentro de uma escola —seja ela pública ou privada. Em caso de indução ou auxílio ao suicídio, a pena pode dobrar se o autor do crime for “líder, coordenador ou administrador de grupo, de comunidade ou de rede virtual, ou por estes responsável”. A detenção prevista é de seis meses a dois anos.

Mas e o racismo é contemplado?

Historicamente, os negros vivem uma situação de marginalização que dificulta demais sua inserção na sociedade de forma mais produtiva, acadêmica e ainda de consumo. O que vem sendo chamado de racismo estrutural. Estudos têm apontado que em uma situação de competição por vagas entre candidatos com o mesmo currículo ou o mesmo histórico profissional, a probabilidade de o candidato branco ser aprovado é maior do que um candidato negro, isso se agrava já que a maioria aponta que o racismo se iniciou na infância, na escola.

A violência racial nas escolas brasileiras é um problema alarmante e urgente, as escolas são apontadas como o principal local onde os jovens relatam sofrer atos racistas. Essa realidade tem consequências graves, como o abandono escolar, especialmente entre jovens negros e periféricos que não se sentem acolhidos e valorizados nas instituições de ensino. Para enfrentarmos o racismo estrutural e construirmos uma educação mais justa e inclusiva, é fundamental que as escolas promovam a valorização da diversidade e a construção de narrativas antirracistas.

Embora a legislação brasileira reconheça o racismo como crime, ainda há lacunas na especificação das punições para atos racistas praticados em ambientes escolares, não podemos nos contentar apenas com leis. É preciso que haja um compromisso efetivo com a educação antirracista, que envolva escolas, famílias, comunidade e poder público. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo, seguro e igualitário para todos os estudantes.

A História Invisível dos Povos Pretos na Floresta

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Foto: Gilvani Scatolin/ISA

Quando se fala na Amazônia, as imagens que vêm à mente quase sempre se limitam a florestas exuberantes e à presença de povos indígenas. Sim, essa é uma realidade da região, visto que a maior parte da população indígena (51,25%, segundo o Censo de 2022) vivem na Amazônia Legal, que abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão. Mas não podemos ignorar que, também neste bioma, está grande parte da população quilombola. Aliás, se somarmos as pessoas pretas, pardas e quilombolas, a população negra da região é de 79,3%. 

Diante desses dados, devemos nos perguntar por que a luta de resistência da população quilombola e negra ainda é invisibilizada? Por que não somos entendidos também como povos da floresta? Qual a relação dessa invisibilização com o racismo? São questionamentos que precisamos fazer para compreender por que os quilombolas da Amazônia não estão nos espaços de decisão sobre os conflitos na região. 

Dito isso, a Amazônia é um mosaico de culturas e histórias entrelaçadas, abrigando diversas comunidades tradicionais que, muitas vezes, permanecem invisíveis. Entre elas, destacam-se as populações quilombolas e negras que lutam há séculos para sobreviver e preservar suas identidades.

A invisibilidade do povo preto na Amazônia é um reflexo do apagamento sistemático que essas comunidades enfrentam, não apenas no discurso popular, mas também nas políticas públicas e na historiografia oficial. A história dos quilombolas na Amazônia é rica e profundamente entrelaçada com o processo de formação da região. No entanto, o foco da narrativa continua exclusivamente nos povos indígenas, apagando a contribuição de outros grupos, como ribeirinhos, pescadores artesanais, seringueiros e os quilombolas, que construíram suas vidas e tradições em meio à floresta.

Fluxos migratórios marcaram a história da Amazônia, atraindo populações fugas da escravidão e resistência. Quilombos surgiram em várias regiões da floresta, formados por negros que escaparam das fazendas de escravização e encontraram refúgio na mata. Esses grupos não apenas sobreviveram, mas floresceram, criando novas formas de organização social, cultural e econômica, adaptando-se às condições ambientais da região e às heranças culturais trazidas da África. 

O fato é que o apagamento dos quilombolas na Amazônia não é acidental. Ele faz parte de uma política de negação das múltiplas identidades que compõem a floresta. Por mais que os povos indígenas sofram da visão estereotipada da sociedade, eles ainda têm uma visibilidade maior em discussões se comparados aos quilombolas. Isso não apenas invisibiliza as histórias da Amazônia Negra, como também dificulta o acesso a direitos e recursos fundamentais para a sua sobrevivência.

A falta de dados e estudos específicos sobre essas populações dificulta o desenvolvimento de políticas públicas eficazes. Afinal, essas comunidades também enfrentam as mesmas ameaças que outras populações tradicionais da região: a grilagem de terras, o desmatamento desenfreado, a pressão do agronegócio e a falta de proteção governamental.

A defesa da Amazônia não pode ser limitada ao meio ambiente ou a um único grupo social. Em cada comunidade negra, ribeirinha, quilombola, urbana e rural, resiste uma memória viva da luta contra a escravidão e da afirmação de uma identidade própria, com práticas tradicionais de agricultura, pesca e manejo sustentável da floresta – verdadeiros patrimônios culturais e ambientais da floresta. Assim como os povos indígenas, outros povos tradicionais têm direito ao seu território, à sua cultura e à sua história. Reconhecer a existência dessas comunidades é essencial para construir um futuro regenerativo e mais inclusivo e sustentável para a região.

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(*) Juliane Sousa é jornalista quilombola e gerente de Comunicação e Marketing do Sistema B Brasil 

Rodrigo Barros (1981-2024): Um intelectual da moda

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É com profundo pesar que nos despedimos de Rodrigo Barros, figurinista, diretor criativo, stylist e diretor de arte, que partiu hoje, deixando um legado inesquecível na moda, no teatro e no audiovisual brasileiro. Barros foi muito mais do que um profissional de sua área; ele foi um intelectual da moda, alguém que transcendia tecidos e tendências, criando obras de arte que falavam sobre a identidade e a alma de cada pessoa que vestia.

Com uma carreira brilhante e colaborações marcantes, ele vestiu grandes nomes da nossa cultura, como Isabell Fillardis, Juliana Alves, Martinho da Vila, Rodrigo França, Alcione, Edvana Carvalho e Fred Nicácio. Seu olhar detalhista e inovador redefiniu figurinos e produções inteiras, tornando-o uma figura imprescindível para a criação visual nas artes brasileiras. Seu trabalho final foi o figurino para o espetáculo “Eu sou um Hamlet”, dirigido por Fernando Philbert, onde, mais uma vez, Rodrigo demonstrou sua genialidade e paixão pelo teatro.

Rodrigo era alguém que carregava e transmitia sabedoria e estilo, moldando as gerações que viriam depois dele. Seu espírito criativo permanece quântico, ecoando no coração daqueles que tiveram a honra de trabalhar e aprender ao seu lado. Ele deixa seu amor e companheiro de vida, o empresário e produtor Thiago Fraga.

Texto: Rodrigo França

“Eu sou Mulher. Eu sou CEO!”: Nina Silva rebate discurso de ódio contra mulheres em posições de liderança

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Foto: Reprodução/Instagram

O presidente de uma instituição educacional em São Paulo causou polêmica ao fazer uma publicação afirmando “Deus me livre de mulher CEO”, em conversa com um seguidor, nesta quinta-feira (19). “Salvo raras exceções (eu particularmente só conheço 2), essa mulher vai passar por um processo de masculinização que invariavelmente vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano”, completou.

Em reação ao discurso, grandes executivas se pronunciaram com orgulho de suas profissões, entre elas, a Nina Silva, CEO do Movimento Black Money e D’Black Bank. Embora ela traga a crítica, também deixa um aviso aos seguidores das suas redes sociais, ela avisa que não irá “citar nomes”.

“Quero, sim, ressaltar o poder das mulheres que lideram em todos os cantos deste país. Não só aquelas à frente de grandes corporações, em cargos públicos, além das milhares de empreendedoras que começam com inúmeras barreiras (a misoginia é uma delas), equilibrando seus negócios, suas casas e suas vidas com maestria. No Brasil, tivemos que adquirir a habilidade de chefiar nossos lares e nossos negócios, sendo estrategistas em tudo o que fazemos”, destaca.

“Saber gerir qualquer espaço, essa sim é uma ‘energia’ presente em nós. Com essa força, seguimos conquistando espaços e enfrentando desafios imensos para garantir melhores condições de trabalho e uma sociedade mais justa”, acrescenta.

Para encerrar, Nina Silva ainda reforça que “mulheres líderes não tem que ser exceção”. “Discursos de ódio para nos afastar do acesso a alta liderança de empresa é estratégia do sistema de manter as instituições desiguais. Sim, a luta por equidade continua – para todas nós, para todas as pessoas, em todos os espaços”, completa.

Para acompanhar a publicação, a executiva ainda usou um card com a frase: “Eu sou Mulher. Eu sou CEO. E o meu lugar é onde eu quiser”.

Zâmbia Brand é a única marca negra a representar o Brasil em renomada feira de moda e acessórios em Nova Iorque

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Foto: Divulgação

A Zâmbia Brand é a única marca brasileira, liderada por uma mulher negra, que estará presente no COTERIE, uma das mais renomadas feiras de moda e acessórios dos Estados Unidos, realizado em Nova Iorque, entre os dias 22 e 24 de setembro. Ao todo, são mais de 1.000 marcas que têm a oportunidade de exibir suas últimas coleções a um público composto por compradores, varejistas, especialistas do setor, influenciadores, representantes da mídia e estilistas. 

A designer de moda Vivian Ramos é a fundadora da marca e enfatiza a historicidade das peças e comemora a disseminação das suas criações de forma nacional e internacional. “Hoje, vejo minhas criações espalhadas por todo o Brasil e até mesmo em outros países. Cada peça carrega consigo uma história, um pedacinho de mim e das mulheres que me inspiraram”, pontua.

A COTERIE está consolidada no calendário de compradores internacionais, com presenças já confirmadas de grandes nomes como Atlantis Resorts, Bergdorf Goodman, Boyd’s, Fenwick, Four Seasons Resorts, Michelle Farmer, Nordstrom, The Real Real, entre outros. O evento conta com marcas dos Estados Unidos, Colômbia, Brasil, França, Itália e diversas outras regiões, e já está na fase de preparativos finais para apresentar suas coleções Spring Summer 2025 ao mercado internacional.

Foto: Divulgação

“Participar deste evento é uma vitória para toda a comunidade negra, para aquelas pessoas que têm talento, mas não tem oportunidades. Elas precisam ser vistas”, acrescenta.

Ela explica ainda que, desde pequena, presenciou os trabalhos manuais produzidos por sua mãe e outras mulheres do território. “A arte manual sempre esteve presente em minha vida, influenciada pela minha mãe, uma professora e artesă. Cresci em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, onde muitas mulheres se dedicam ao artesanato, dessa forma encontrei inspiração para criar a Zâmbia”, destaca Vivian.

Artesã, mulher negra e entusiasta da moda desde a infância, Vivan reforça que a empresa celebra uma cultura ancestral com ênfase no protagonismo da mulher negra. “Em nossas criações destaca-se o design, a exuberância e uma forte identidade conectada aos nossos valores, proporcionando força, beleza e autenticidade para quem veste”, explica.

Queen Latifah e Will Smith produzirão cinebiografia da rapper em série de filmes sobre hip-hop

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Foto: Reprodução

Três grandes estúdios focados em narrativas negras estão se unindo para lançar uma série de cinebiografias sobre ícones do hip-hop, e o primeiro filme será sobre a vida de Queen Latifah. A cinebiografia será produzida pela própria artista, por meio de sua empresa Flavor Unit Entertainment, em colaboração com a Westbrook Studios, de Will Smith, e a Jesse Collins Entertainment. Ainda não foram anunciados roteirista ou diretor para o projeto, mas a expectativa em torno da produção é alta, dado o peso dos envolvidos e a relevância do hip-hop na cultura pop.

Em comunicado, Will Smith destacou a importância de iniciar essa série de filmes com a trajetória de Queen Latifah, que se destacou como uma das mulheres mais influentes e politizadas do rap. Além de seu sucesso no mundo da música, Latifah construiu uma carreira sólida no cinema e na televisão, sendo reconhecida com prêmios como Grammy, Globo de Ouro e NAACP Image Awards. “Não há história melhor para começar do que a de Queen Latifah, uma lenda incontestável que nos entreteve e inspirou por tantos anos”, afirmou o ator e produtor.

Queen Latifah também comentou sobre o impacto do hip-hop em sua vida e na sociedade, enfatizando a importância de contar essas histórias de maneira autêntica. “Nós todos entramos nessa indústria juntos, e o hip-hop moldou cada um de nós”, disse Latifah ao lado de seu parceiro de negócios, Shakim Compere. “O impacto do hip-hop se estendeu além da música e deixou uma marca duradoura na cultura e na sociedade. É um sonho poder colaborar com amigos e colegas para contar essas histórias que moldaram nossas vidas.”

A Flavor Unit Entertainment, responsável por boa parte da filmografia de Queen Latifah, produziu filmes como A Casa Caiu, Salão de Beleza e Bessie, além de sua série de sucesso The Equalizer, da CBS. Já a Westbrook Studios, de Will Smith, produziu sucessos como King Richard, Emancipation e a série Bel-Air. A Jesse Collins Entertainment, por sua vez, esteve por trás de produções elogiadas como The New Edition Story e The Bobby Brown Story.

Latifah, uma das artistas mais respeitadas de sua geração, foi homenageada em 2023 com o prestigiado Kennedy Center Honors, ao lado de figuras como Billy Crystal e Dionne Warwick. Além disso, ela foi destaque no documentário da Netflix Ladies First: A Story of Women in Hip-Hop, que explora o papel das mulheres no gênero musical, ao lado de nomes como MC Lyte, Rah Digga e Sha-Rock.

Com essa cinebiografia, a vida e a carreira de Queen Latifah, que influenciou gerações e rompeu barreiras em múltiplas frentes, será contada de forma inédita, reforçando seu legado tanto na música quanto na televisão e no cinema.

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