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Como a venda de bens públicos pela OI impacta a população negra?

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Foto: Reprodução/Freepik

Texto: Laila Oliveira, jornalista e coordenadora de comunicação da Coalizão Direitos na Rede

O Brasil tem acompanhado, talvez não atentamente, o processo de venda do chamado bens reversíveis, pela empresa de telecomunicações OI. A venda de bens públicos pela OI, particularmente os chamados “bens reversíveis”, impacta diretamente à população negra, que é a mais afetada pelas desigualdades econômicas e sociais no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretos e pardos representam mais de 56% da população. No entanto, são maioria em empregos informais e de baixa remuneração, a população negra ganha em média 55% menos do que a população branca.

O processo de venda dos bens reversíveis envolve decisões da Advocacia-Geral da União (AGU), MCOM, Anatel e SecexConsenso do TCU. Se favorecer a OI, a empresa poderá manter os lucros dos ativos que deveriam reforçar o patrimônio público, prejudicando diretamente investimentos em áreas cruciais como a inclusão digital e a universalização do acesso significativo à internet. Esse desvio de recursos potencialmente agrava a exclusão digital, que atinge desproporcionalmente as comunidades negras e de baixa renda.

De acordo com a TIC Domicílios 2023, 22% da população autodeclarada preta e parda no Brasil nunca acessou a internet, enquanto entre os brancos esse número é de 11%. Além disso, mesmo entre aqueles que acessam, apenas 22% desfrutam de boas condições de conectividade, sendo que 34% da população negra apresenta as piores condições de acesso, segundo o estudo Conectividade Significativa do NIC.br. Essas estatísticas evidenciam a exclusão digital que limita o acesso a oportunidades educacionais e profissionais para a população negra, além de restringir também o acesso ao conhecimento, à cultura e ao lazer no ecossistema digital.

Durante a pandemia de COVID-19, a desigualdade digital se intensificou, pois muitos estudantes negros e de baixa renda não conseguiram acompanhar as aulas online devido à falta de uma conexão estável e dispositivos adequados. A exclusão digital impede que essas comunidades se beneficiem de oportunidades que dependem da conectividade, perpetuando as desigualdades sociais e econômicas.

A falta de políticas públicas robustas para universalizar a internet no Brasil aprofunda as desigualdades já existentes, impactando especialmente a população negra e periférica. Investir em infraestrutura digital, aliado a políticas de apropriação tecnológica, é fundamental para o empoderamento das comunidades, promovendo a democratização das comunicações em tempos digitais.

Essas iniciativas garantem não apenas o acesso igualitário à informação e aos recursos digitais, mas também fortalecem o direito de autodeterminação das comunidades no ecossistema digital, permitindo que elas sejam protagonistas em seu próprio desenvolvimento. Dessa forma, a inclusão digital se torna uma ferramenta de justiça social, participação ativa e construção de uma cidadania plena no ambiente digital.

A Coalizão Direitos na Rede (CDR), composta por mais de 50 organizações defensoras dos direitos humanos e digitais, denuncia irregularidades na venda dos bens reversíveis da OI. A campanha #ANetÉNossa! busca garantir que os recursos dessas vendas retornem aos cofres públicos, promovendo a universalização do acesso à internet e combatendo o racismo estrutural.

Investir em conectividade de qualidade é essencial para reduzir as desigualdades raciais e sociais no Brasil. Sem isso, a população negra e outras comunidades vulneráveis continuarão enfrentando barreiras no acesso a oportunidades educacionais, profissionais e de desenvolvimento pessoal. Usar a infraestrutura de telecomunicações para promover a inclusão digital é crucial para combater desigualdades históricas que afetam milhões de brasileiros.

Para que o Brasil avance em direção a uma sociedade mais justa e equitativa, é essencial reverter a venda de bens públicos e direcionar esses recursos para políticas que garantam a todos os cidadãos oportunidades iguais no mundo online. A inclusão digital é mais que um direito; é uma ferramenta para promover empoderamento, justiça social e igualdade de oportunidades, ajudando a construir um futuro mais inclusivo para todos os brasileiros e brasileiras.

Estagiária, estudante da PUC-SP, é demitida após ofensas a cotistas em jogos universitários

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Foto: Reprodução

O escritório Pinheiro Neto Advogados anunciou, nesta segunda-feira, 18, a demissão de Tatiane Joseph Khoury, 20, estudante de Direito da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), após sua participação em um episódio de ofensas racistas e contra cotistas e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) durante os Jogos Jurídicos Estaduais.

De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo, o escritório emitiu uma nota lamentando o episódio: “O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais. Reiteramos que não toleramos racismo ou qualquer tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório”.

O caso ocorreu no último sábado, 16, em Americana, interior de São Paulo, quando vídeos que circularam nas redes sociais mostraram torcedores uniformizados da PUC-SP gritando palavras como “cotista” e “pobre” para ofender alunos da USP durante uma partida de handebol. Entre os gestos feitos pelos torcedores, houve alusões a dinheiro.

A reitoria da PUC-SP e as diretorias das faculdades de Direito de ambas as universidades publicaram notas de repúdio ao episódio, classificando as atitudes como “inadmissíveis” e contrárias aos valores das instituições.

A PUC-SP informou que abrirá um processo interno para investigar e responsabilizar os envolvidos. “Manifestações discriminatórias são vedadas pelo Estatuto e pelo Regimento da Universidade, além de serem incompatíveis com os princípios e valores de nossa Instituição. Nos solidarizamos com os estudantes ofendidos e com todos que presenciaram esse episódio intolerável”, afirmou em nota.

Além disso, a organização dos Jogos Jurídicos afirmou que os responsáveis pelas ofensas serão punidos. Parlamentares como a vereadora Luana Alves e a deputada federal Sâmia Bomfim, ambas do PSOL, acionaram o Ministério Público de São Paulo para que um inquérito seja aberto a fim de apurar os atos de racismo.

Jonathan Majors e Meagan Good anunciam noivado em evento em Los Angeles: “Temporada de todas as coisas boas”

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Foto: Reprodução/Getty Images

O ator Jonathan Majors e a atriz Meagan Good anunciaram durante um evento no último domingo, 17, que estão noivos. O casal revelou a novidade durante o EBONY Power 100 Gala, realizado em Los Angeles, nos Estados Unidos, enquanto falavam sobre os planos para a temporada festiva de fim de ano.

“Estamos nos sentindo ótimos”, disse a atriz em entrevista para a revista People, exibindo o anel de noivado para as câmeras. Majors complementou: “É uma temporada de todas as coisas boas”.

Os dois escolheram o evento como palco para anunciar o noivado porque foi lá que se conheceram, há dois anos. “O EBONY Power 100 foi onde nos encontramos pela primeira vez, no banheiro unissex”, revelou Good, que na semana passada anunciou a estreia da terceira temporada da série ‘Harlem’ para 2025.

Jonathan Majors e Meagan Good começaram a ser vistos juntos em maio de 2023, poucos meses após Good finalizar o divórcio com o pastor DeVon Franklin. Segundo a atriz, a conexão entre eles foi imediata. “Tivemos uma química instantânea”, afirmou em entrevista anterior.

O relacionamento também enfrentou desafios públicos. Em 2023, Majors foi acusado de agressão e assédio, o que resultou em um julgamento em que ele foi considerado culpado e condenado a cumprir um programa de intervenção. Durante o período, Good se manteve ao lado do ator, apesar de suas tentativas de afastá-la para protegê-la do escândalo.

“Ele queria me proteger”, disse a atriz à People no início deste ano. “Eu cresci nesta indústria. As coisas pelas quais passei me deram a força para apoiar alguém que amo, independentemente das circunstâncias”.

Beyoncé será atração no especial de Natal da NFL em parceria com a Netflix

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Foto: Reprodução/Instagram

Em um anúncio que surpreendeu o público nos últimos minutos do domingo, 17, a cantora Beyoncé anunciou que será atração principal do show de intervalo do jogo de Natal da NFL entre Houston Texans e Baltimore Ravens. A partida será realizada no dia 25 de dezembro e transmitida pela Netflix.

“Seu presente de Natal antecipado foi concedido: Beyoncé irá se apresentar durante o primeiro jogo de Natal da NFL na Netflix”, informou a Netflix em comunicado à imprensa. Embora os detalhes sobre a apresentação ainda sejam mantidos em sigilo, a Netflix revelou que Beyoncé “deve levar alguns convidados especiais” que participaram de Cowboy Carter, seu mais recente álbum, de country.

O anúncio veio acompanhado de um vídeo promocional, no qual a cantora aparece sobre um carro vintage, segurando uma bola de futebol americano enquanto canta American Requiem, faixa de abertura de Cowboy Carter. Esta será a terceira vez que a artista sobe ao palco durante um intervalo da NFL. Beyoncé já foi atração principal no Super Bowl em 2013 e 2016, consolidando sua presença marcante no universo esportivo.

O jogo especial de Natal será transmitido a partir das 18h30 (horário de Brasília) e marca a primeira parceria da NFL com a Netflix para esse tipo de evento.

7 em cada 10 meninos negros querem aprender como tratar meninas e mulheres com respeito, diz pesquisa

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Foto: Bravo Film Company

Cerca de 7 em cada 10 meninos negros entrevistados, entre 13 e 17 anos, querem aprender como tratar meninas e mulheres com respeito, igualdade e sem violência. Esses dados, com representatividade nacional, compõem o relatório “Meninos Negros: Perspectivas e sentimentos”, parte da pesquisa “Meninos: Sonhando os homens do futuro”, que integra o projeto homônimo, que ouviu mais de 2.500 meninos de 13 a 17 anos, entre eles 1.435 meninos negros.

A pesquisa, idealizada pelo Instituto PDH / PapodeHomem e viabilizada por Natura, ouviu ainda pais, mães e pessoas responsáveis por meninos de 13 a 17 anos, homens e mulheres acima dos 18 anos, e também, meninas de 13 a 17 anos.

O que pensam as meninas? 

No caso das meninas respondentes, perguntamos: “Você gostaria que os temas abaixo fossem ensinados aos meninos?: “Como tratar meninas e mulheres com respeito, igualdade e sem violência”. A resposta foi positiva: 96,80% das meninas (das 1.454 respondentes) gostariam que este tema fosse ensinado aos meninos. Isso só reforça a urgência de conversarmos com os meninos de forma mais profunda sobre a questão. 

Novas perspectivas de masculinidades para meninos negros 

Existem outros dados importantes a serem analisados e que estão relacionados à saúde mental dos meninos negros, por exemplo, 7 em cada 10 meninos negros têm medo (em alguma proporção) de serem acusados injustamente de assédio. Essa preocupação também paira sobre os homens negros, pois 61,66% dos respondentes, acima dos 18 anos, também têm medo (em alguma proporção) de serem acusados injustamente de assédio.

Um possível reflexo dessa preocupação pode ser encontrado no que lemos como um outro pedido de ajuda: 5 a cada 10 meninos negros (52,54%) querem aprender a paquerar sem assediar

Sobre essas dores, o psicólogo Marlon Nascimento, especialista no diálogo com meninos negros e de periferia, considera: “Acredito que grande parte do medo dos meninos, em especial dos meninos negros, de serem acusados de assédio seja explicado pela dinâmica das relações étnicos-raciais no Brasil, mas também por sermos pouco propositivos com esse tema. E os dados da pesquisa mostram como a grande maioria dos meninos querem aprender como agir com respeito, igualdade e sem violência.” 

Programa Meninos do Futuro 

Mas como mudar essa realidade e acolher as dores desses meninos? Marlon Nascimento responde: “A respeito disso, ainda focamos muito mais nos problemas do que na solução. Nossa sociedade foca muito mais em punição do que em proposição ou entender de onde surgem essas dores e em acolher os meninos. Não basta apenas apontarmos o que é errado. Precisamos direcionar esses meninos de forma propositiva. Por isso uma proposta como a do Programa Meninos do Futuro tem que ser valorizada.” 

Desde outubro de 2023, com a aplicação da pesquisa quantitativa do projeto “Meninos”, o Instituto PDH / PapodeHomem vem conversando com dezenas de profissionais de diversas áreas para conhecer as melhores ações, metodologias e formatos de projetos voltados para adolescentes, em especial meninos. A partir disso, o instituto tem desenvolvido o “Programa Meninos do Futuro”. 

O programa “Meninos do Futuro”, se trata de um currículo aplicável em escolas, clubes de futebol, espaços esportivos e culturais, com foco no desenvolvimento de meninos entre 13 e 18 anos, focado em equilíbrio emocional, relações de respeito, práticas de cuidado, fim do assédio e de todas as formas de preconceito, maior capacidade de resolver problemas, assim como incentivar o desenvolvimento de maior senso de comunidade e responsabilidade. Atualmente o projeto está sendo testado e seus livros de atividades estão em fase de desenvolvimento. 

Dados sobre meninos negros serão compartilhados em Salvador (Bahia)

São muitos os achados que compõem o relatório “Meninos Negros: Perspectivas e sentimentos”, por isso os dados serão apresentados em diferentes ocasiões. No dia 08/11, a partir das 8h da manhã, o Instituto PDH e o projeto Entre Ladeiras e Balagandãs, realizarão juntos o evento “Antirracismo e Educação: Qual o papel do educador no combate ao racismo nos ambientes educacionais?”. Neste evento, que será realizado em Salvador (BA), o público terá acesso aos dados do relatório “Meninos Negros: Perspectivas e sentimentos” e a uma formação antirracista ministrada por educadores especialistas. 

“Meninos: Sonhando os homens do futuro” 

Iniciado em janeiro de 2023, o projeto “Meninos” reúne três pilares principais: uma pesquisa, um documentário e a criação de um currículo para escolas e espaços esportivos. Desenvolvido com o apoio institucional do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, o projeto foi apresentado na 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, em Nova York. 

O documentário “Meninos: Sonhando os homens do futuro”, atualmente em fase de gravação, mostrará os resultados da pesquisa, entrevistas com especialistas e histórias de vida de um grupo de meninos. A previsão de lançamento do filme e do relatório completo da pesquisa é de 2025. 

Fazem parte deste projeto a empresa de pesquisa Talk e Juliana Fava, responsáveis pela etapa qualitativa; Zooma.Inc, pela pesquisa quantitativa; Casa Grida pela identidade visual e; Bravo Film Company, responsável pela produção do documentário. 

Clique aqui para ler mais sobre o projeto.

A hipocrisia na Consciência Negra

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Foto: Reprodução/Freepik

Há tempos observo um fenômeno incômodo e preocupante. Bastou entrarmos no mês de novembro, logo aparece uma minoria negra com comportamentos questionáveis abordando o conteúdo da Consciência Negra, em tom professoral. Elas devem acreditar que ninguém percebe as contradições escorrendo dos discursos, entrevistas e postagens, quando comparadas à prática.

Coisas do tipo: defesa do amor afrocentrado, mas o próprio histórico de relacionamento inclui pessoas brancas; falam na necessidade de apoiar o trabalho de pessoas negras, no entanto, só gastam dinheiro com gente branca, incluindo lojas e supermercados com históricos de crimes racistas. Sem contar aqueles que ignoram o racismo dos amigos brancos e celebridades brancas que admiram. Aliás, andar com os brancos é o passatempo preferido, nas redes sociais até postam orgulhosos os eventos em que são os únicos negros. E não para por aí. Essas situações correm paralelas com outras que também são bastante problemáticas.

Possivelmente, você já percebeu que a pauta racial tornou-se um negócio. E que baita negócio! Pessoas da nossa comunidade andam tão obcecadas em fazer dinheiro (palestras, cursos, publicidades) que nem dão atenção aos direitos negados ao nosso povo. Aproveitam o tema para alcançar fama e dinheiro. Nem retornam o mínimo concreto que contribua com a luta antirracista. Isso me leva a acreditar que, se o racismo fosse abolido, muitos precisariam reaprender a elaborar currículos.

A Consciência Negra passou longe dessas pessoas; é apenas uma comemoração no dia 20 de novembro. Quiçá, mais uma oportunidade de encher os bolsos.

Eu entendo que seja legítimo procurarmos crescer socialmente, conquistar uma vida confortável. Em vida passamos por tantas mazelas que não podemos sufocar os sonhos. Lélia Gonzalez abordando a dialética entre o coletivo e o individual, escreveu: “Você enquanto pessoa tem que buscar crescer, desenvolver-se também”. Só não pode ser um vale tudo. Precisamos ser éticos no interior do movimento negro, não é correto utilizar as dores dos negros como trampolim. Os esforços coletivos para a emancipação política, social e econômica precisam ser parte desses sonhos. A dica que deixo é que não caiamos na lábia dos negros oportunistas, consciência negra da boca para fora não interessa para o nosso povo.

Lançamento de “Aspino e o boi” leva memórias quilombolas à literatura infantil

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“Meu avô, meu pai e minhas tias eram todos musicistas e adoravam nos contar histórias”, relembra Gessiane Nazario ao falar sobre Aspino e o boi, seu mais novo livro infantil. Lançada pela Sophia Editora na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024, a obra mergulha nas histórias orais da comunidade quilombola de Rasa, em Armação dos Búzios (RJ), e narra a luta de um lavrador quilombola que resiste às ameaças de um fazendeiro disposto a desalojar as famílias locais.

Inspirada nas memórias de sua família, composta por gerações de quilombolas, Gessiane cria uma narrativa que vai além da literatura infantil, explorando temas como ancestralidade, expropriação de terras e resistência. Com ilustrações de Letícia Figueiredo, o livro apresenta a saga de Aspino, um lavrador que protege sua terra e sua comunidade das investidas de um boi enviado para intimidá-los.

Além de ser uma história de aventura e coragem, Aspino e o boi é um registro valioso das memórias dos descendentes de escravizados na Fazenda Campos Novos, localizada na Região dos Lagos. Gessiane, que também é pesquisadora, é neta do próprio Aspino e bisneta de Bibiana, figuras centrais da comunidade de Rasa, e traz no livro a trajetória de sua tataravó Madalena, mulher trazida de Angola ao Brasil em um navio negreiro.

“Ao transformar essas histórias em livro, quero oferecer ao público infantojuvenil uma importante reflexão sobre identidade, territorialidade e resistência”, declara a autora, que vê a obra como um instrumento de preservação da cultura quilombola.

Novembro Negro | Seis podcasts e videocasts apresentados por mulheres negras para acompanhar

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Novembro Negro é um mês de reflexão, celebração e conscientização sobre a história da população afro-brasileira. Para mergulhar nessas histórias, os podcasts comandados por mulheres negras tem sido uma excelente ferramenta para dar visibilidade a histórias inspiradoras da comunidade negra, por meio da cultura, dos negócios e da própria vivência, além de abordar discussões urgentes para a sociedade. 

Confira algumas recomendações selecionadas pelo Mundo Negro para começar a acompanhar:

Líderes Brasileiras – O Negócio Delas

Um grupo de mulheres negras decidiu abrir o seu o grupo de WhatsApp em formato de videocast para compartilhar suas trajetórias enquanto lideranças femininas negras no mercado corporativo e no empreendedorismo. Disponível no Spotify, o programa é comandado pelas executivas Samantha Almeida, Viviane Duarte, Raquel Virginia e Helena Bertho. 

Sem Glamour

O projeto idealizado por Roberta Rodrigues e Shirley Cruz, celebra 24 anos de amizade entre as atrizes que se conheceram no filme ‘Cidade de Deus’, e se reencontraram recentemente para gravar a série spin-off ‘Cidade de Deus: A Luta Não Para’. Juntas, elas recebem diversos famosos no videocast, para falar dos seus corres, que antecedem ao glamour. Disponível no YouTube e no Spotify. 

Não Inviabilize

Fundado pela psicóloga Déia Freitas, o podcast conta histórias reais relatadas por ouvintes, que muitas vezes estão relacionados a casos de racismo, violência doméstica, feminismo, capacitismo, eventos sobrenaturais, amor, entre outros temas. Disponível no YouTube, Spotify, Deezer e Amazon Music. 

O Corre Delas 

A jornalista Luanda Vieira apresenta o ‘Corre Delas’, o novo podcast da Obvious, para falar sobre trajetória profissional sem romantização. No programa, ela recebe diversas convidadas para dialogarem sobre a inclusão, interseccionalidade e a solidão da mulher negra, entre outras pautas. Disponível no Spotify.

Angu de Grilo 

Comandado por mãe e filha, as jornalistas Flávia Oliveira e Bela Reis, trazem pitacos sobre tudo no podcast, com leveza, bom humor, informalidade e intimidade. As duas dialogam sobre as notícias que estão impactando o mundo, incluindo sobre personalidades negras, política e saúde. Disponível no Spotify e Deezer. 

Um Pouco de Nerdice para Pensar 

O mesacast comandado por Andreza Delgado recebe diversos convidados negros para entrevistas sobre o universo geek, saúde, música, entre outraos temas abrangentes para pela perspectiva da comunidade negra. Novos episódios voltarão a ser lançados na próxima semana, da Consciência Negra. Disponível no YouTube.

De cosméticos a livros: produtos de empreendedores negros para você apoiar nesta Black Friday

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Todos anos a Black Friday, que acontece na última sexta-feira do mês novembro, dá início às compras de Natal e fim de ano movimentando a economia do mundo inteiro, com grandes redes de varejo e pequenos e médios empresários oferecendo seus produtos com descontos especiais.

Para esse período, nada mais importante do que fortalecer nossa comunidade aproveitando as ofertas, conhecendo novos empreendedores negros e a diversidade de produtos com que trabalham. O Mundo Negro reuniu uma lista de produtos desenvolvidos e comercializados por empreendedores negros para você aproveitar a Black Friday deste ano.

Cosméticos

Com produtos dedicados a cuidar da pele negra e dos cabelos crespos e cacheados, marcas criadas por empreendedores negros estão dedicadas a suprir as necessidades de cuidados estéticos da nossa comunidade, oferecendo produtos que abrangem toda nossa diversidade.

Creme Para Pentear Cabelos Crespos Negra Rosa 500ml – R$ 29,90 (COMPRE AQUI)
Hidratante Corporal Yabás – R$ 58,80 (COMPRE AQUI)
Refil – Shampoo Vegano P/ Dreads – Removedor De Resíduos (COMPRE AQUI)

Vestuário
A moda é um dos pontos altos da cultura negra. Tanto quando se trata de novas tendências ou quando a estratégia é incorporar a elas elementos que viajam diretamente de África, como as estampas e tecidos característicos de diferentes povos da terra mãe.

Country Is Black – Camiseta Oversized 100% Algodão 26.1 – R$ 199 (COMPRE AQUI)
Vestido Curto Afro Rainha Nzinga – R$ 49,90 (COMPRE AQUI)
Jardineira Akili – R$ 119 (COMPRE AQUI)

Acessórios de moda
Também selecionamos alguns acessórios de moda que podem compor seu look, deixando-o mais bonito e ainda fortalecer os empreendedores negros.

Shoulder Bag Transversal Tiracolo Bolsinha – Sorrisos Negros – R$ 169 (COMPRE AQUI)
Bolsa/necessaire – Zb01 – 25cm X 15cm E Alça Ajustável – R$ 169,99 (COMPRE AQUI)

Acessórios
E para quem é apaixonado por acessórios que carregam mensagens poderosas, trouxemos indicações de anel, brinco e colar que são ótimas opções para quem procura algo mais discreto ou para pessoas que querem causar impacto.

Colar De Buzios Natural – R$ 275,50 (COMPRE AQUI)
Maxi Brinco Afro Dandara – Punho Cerrado Em Acrílico – R$ 69 (COMPRE AQUI)
Anel Ajustável Latina Poetnico – R$ 79 (COMPRE AQUI)

Livros
Como conhecimento nunca é demais, indicamos livros que resgatam a história de matriarcas negras, mostram a luta de mulheres negras e enaltecem nossas crianças.

Faria tudo outra vez, de Mãe Marcia Marçal (Aruanda Livros) – R$ 49,90 (COMPRE AQUI)
Livro – Vozes que não se calam: cartas de um evangelho brasileiro, feminino e negro – R$ 49,20 (COMPRE AQUI)
Ôse – coleção de destinos: Volume 16 – R$ 115 (COMPRE AQUI)
Os cachinhos de Bia – R$ 25 (COMPRE AQUI)

Peça teatral de Torto Arado estreia em São Paulo no Dia da Consciência Negra

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Foto: Caio Lírio/Divulgação
Foto: Caio Lírio/Divulgação

Após o sucesso retumbante em Salvador, com sessões lotadas e mais de 14 mil espectadores, Torto Arado – O Musical chega à capital paulista no dia 20 de novembro. A adaptação do best-seller de Itamar Vieira Júnior ganha vida no palco do Teatro Raul Cortez do Sesc 14 Bis, trazendo consigo uma narrativa profunda e lírica sobre as relações humanas e sociais no sertão baiano.

Com direção de Elísio Lopes Júnior, o espetáculo conta com um elenco de 22 profissionais, incluindo seis músicos e 16 atores, entre eles Larissa Luz, Bárbara Sut e Lilian Valeska, que interpretam as marcantes Bibiana, Belonísia e Donana. A trilha sonora inédita, assinada por Jarbas Bittencourt, reverbera a musicalidade nordestina em composições que dialogam com a cultura e a espiritualidade do Jarê, religiosidade presente na trama.

O diretor Elísio Lopes Júnior destacou o impacto emocional que o espetáculo teve no público baiano e espera trazer o mesmo impacto para os paulistas. “A sensação de ter estreado Torto Arado em Salvador, na Bahia, perto do lugar onde essa história foi concebida e perto das pessoas que entendem esse universo, nos deu uma sensação de pertencimento. A entrada do público foi mais um elemento dentro dessa contação de história e a gente percebeu que Torto Arado tem humor, tem dor, tem poesia, e isso tudo extraído do livro a partir do convívio desses personagens em cena. Os personagens de Torto Arado nos ensinam e agora partimos para novos palcos, novas plateias, mantendo a nossa musicalidade, nosso sotaque e a nossa identidade, esperando que o olhar de quem é de fora também consiga captar a poesia dessa aridez, esse humor e essa dor que a narrativa de Itamar Vieira Júnior nos oferece e que conseguimos transpor para o palco com o desejo de mostrar um pouquinho mais para o Brasil quem é o Brasil”, destaca.

Além de sua potência dramática, Torto Arado – O Musical busca incluir a diversidade cultural e promover acessibilidade. Sessões com tradução em Libras e audiodescrição estão programadas para os dias 5 a 8 de dezembro. Segundo o diretor de movimento Zebrinha, a coreografia explora a essência dos rituais do Jarê, apresentando uma estética contemporânea e profundamente conectada às raízes do espetáculo. A peça é realizada pelo Ministério da Cultura, Sesc São Paulo e Nubank, com patrocínio via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Os ingressos estão disponíveis online e nas bilheterias do Sesc, com apresentações de quinta a domingo.

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