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Nalva Moura, ex-gerente do Pacto de Promoção da Equidade Racial, assume direção do Instituto Social Espaço Negro

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Foto: Divulgação

Ednalva Moura, mentora e especialista em ESG racial, acaba de assumir a direção executiva do Instituto Social Espaço Negro (GEN), na zona leste de São Paulo, marcando uma nova etapa em sua carreira. Com mais de 30 anos de experiência em educação, diversidade e empoderamento feminino, Nalva deixa a gerência de relacionamento institucional do Pacto de Promoção da Equidade Racial, onde fundou e liderou o coletivo Pacto das Pretas, para se dedicar integralmente à organização que cofundou em sua juventude.

“Construí minha trajetória pessoal e profissional seguindo o meu sonho de transformar a sociedade por meio da educação, do empoderamento de jovens e mulheres, sempre com atenção à diversidade, seja racial ou de gênero. Agora, retorno às origens para fortalecer essa instituição, que está comprometida com a agenda ESG”, explica Nalva.

O GEN, fundado no final da década de 1980, tem como missão promover igualdade racial, equidade de gênero e transformação social. Entre os programas liderados pela organização está o “Tecendo o Amanhã”, que oferece suporte educacional, socioemocional e alimentar a 60 crianças e adolescentes em Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Além disso, desde 2022, o GEN administra oito Centros de Referência da Promoção da Igualdade Racial em parceria com a Prefeitura de São Paulo.

Um dos grandes destaques sob a nova gestão é o lançamento de uma solução inovadora fundamentada em tecnologia e inteligência artificial. A ferramenta permitirá monitorar riscos sociais, ambientais e climáticos de empresas e projetos sociais. “Essa tecnologia será determinante para identificar e mitigar impactos negativos, promovendo a sustentabilidade em regiões onde a urgência por soluções é maior”, destaca Nalva.

Com uma trajetória marcada pela defesa da equidade racial, Nalva também liderou o Pacto Transforma, programa de formação de mulheres negras para cargos de liderança, que impactou 31 profissionais em 2024. No GEN, ela pretende ampliar ainda mais o alcance das iniciativas. “Chegou a hora de intensificar as ações sociais e educativas, gerando oportunidades e transformando realidades”, ressalta.

Além do Hub de Impacto Social, o GEN lança novas frentes de atuação, como consultoria antirracista e advocacy para mulheres negras, fortalecendo sua missão de combater desigualdades sociais e econômicas com ações afirmativas e políticas públicas.

Educador transforma Papai Noel com roupas africanas no projeto “Empretecendo o Natal”

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Foto: Divulgação

Natural do Rio de Janeiro, o escritor e educador Ricardo Jaheem trouxe uma nova proposta para o Natal com o projeto “Empretecendo o Natal”, que ressignifica a simbologia tradicional da festividade ao valorizar a ancestralidade negra. A iniciativa apresenta um Papai Noel vestido com trajes africanos, visitas a escolas e ações voltadas para o combate ao racismo, incluindo uma campanha para distribuição de livros infantis com temáticas antirracistas.

A figura tradicional do “bom velhinho” ganha uma identidade renovada com roupas confeccionadas em ankara, um tecido africano conhecido pelas estampas vibrantes e simbólicas. O figurino inclui bordados dourados, búzios e flores, em substituição aos elementos associados ao inverno europeu, como a pelúcia branca.

“O ankara é uma arte que conta histórias, traz filosofia e carrega a presença africana que pulsa em mim”, explica Jaheem. “Retiramos os elementos felpudos brancos, ligados à neve e ao frio, e trouxemos bordados dourados, simbolizando a riqueza africana. A touca tem flores e búzios, conectando a ancestralidade com uma mensagem de pertencimento. Quero que as crianças possam se ver nesse Papai Noel, que representa não apenas o menino Ricardo, mas todos que buscam uma identidade no Natal”, acrescenta.

As roupas foram criadas pela costureira Luciane de Oliveira, de Rocha Miranda, enquanto a coroa artesanal que integra o figurino foi feita pela artesã Vall Neves, do Fallet Fogueteiro, no Centro do Rio. O conceito visual do projeto teve direção artística de Pablo Ferreira, modelo e DJ, que incorporou elementos de quilombos à proposta.

Como parte do projeto, Jaheem lançou uma campanha para arrecadar R$ 20 mil, destinados à compra de mil livros infantis com foco no combate ao racismo. A distribuição será realizada no dia 21 de dezembro, na comunidade Fallet, no Rio de Janeiro. Interessados podem contribuir por meio da plataforma Catarse (link para doações).

Para Jaheem, o “Empretecendo o Natal” vai além da estética: é um convite à reflexão sobre colonização, pertencimento e diversidade durante as celebrações natalinas. “O Papai Noel de ankara conecta a ancestralidade africana ao Natal e transforma essa época em um momento de resistência e valorização cultural”, afirma o educador.

A$AP Rocky será a estrela do novo filme de Spike Lee, ao lado de Denzel Washington

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Foto: Johnny Nunez/WireImage

O rapper A$AP Rocky terá o papel principal no próximo filme do Spike Lee, que também é estrelado por Denzel Washington, revelou o cineasta em uma entrevista para o Deadline, na segunda-feira (9). Ele está dirigindo Highest 2 Lowest, uma releitura de ‘High Low’ de Akira Kurosawa.

“O papel principal… é de A$AP Rocky”, disse durante a entrevista no Red Sea International Film Festival de 2024. No entanto, Lee se recusou a dar mais detalhes sobre o envolvimento do rapper no projeto. “As pessoas verão quando for lançado. É dinamite”.

A$AP Rocky estreou como ator no filme ‘Um Deslize Perigoso’, de 2015, e na sequência trabalhou em ‘Zoolander 2’, de 2016, e ‘Monster’, de 2018.

Jeffrey Wright, Ilfenesh Hadera e Ice Spice também estão confirmados no elenco do filme. A rapper Ice Spice realizará sua estreia como atriz.

Esta será a primeira vez que Denzel Washington e Spike Lee trabalharão juntos desde ‘O Plano Perfeito’, de 2006. Eles também já trabalharam juntos em ‘Mais e Melhores Blues’ (1990), ‘Malcolm X’ (1992) e ‘Jogada Decisiva’ (1998).

“Este não é um remake, é uma reinterpretação do grande filme de Akira Kurosawa. No filme de Kurosawa, Toshiro Mifune é um sapateiro. No nosso filme, Denzel Washington é um magnata da música com sua própria gravadora e sua reputação como os melhores ouvidos do ramo”, disse Spike Lee.

A Apple Original Films, em parceria com a A24, estão planejando o lançamento de ‘Highest 2 Lowest’ nos cinemas, antes de ser transmitido pela Apple TV+.

“Com tanta coisa para fazer, parada aqui”, pensou mulher feita de refém na Av. Paulista

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Fotos: Reprodução/TV Globo e Reprodução/Redes Sociais

Sandra Regina Monteiro, a mulher feita de refém em um ponto de ônibus na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde da segunda-feira (9), contou no programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, o que pensava no momento do sequestro, enquanto estava em um posição vulnerável, sendo ameaçada com uma faca.

“Teve uma hora em que eu pensei assim: ‘eu, com tanta coisa para fazer, parada aqui’. Aí o ônibus que eu tava esperando passando e ela me pressionando. Falei: ‘Ai, não acredito'”, relatou nesta terça-feira. Ela havia acabado de sair da aula de pilates e estava a caminho de uma sessão de acupuntura em Taboão da Serra. 

A vítima estava aguardando o transporte público quando foi abordada por outra mulher. “De repente, eu senti um peso no meu ombro porque, como ela é mais baixa que eu, ela me deu um mata-leão e, com o outro braço. ela pôs a faca na minha jugular. E aí, ela pedia para eu ligar aqui para a Globo”, contou.

Como a vítima não tinha celular, a sequestradora mandou que ela pedisse para outras pessoas no ponto fazerem a ligação. Os pedestres então simularam ligações, enquanto na verdade, acionavam a polícia. Após chegar ao local, a Polícia Militar iniciou uma negociação com a criminosa, e a Avenida Paulista foi interditada em ambos os sentidos para evitar maiores complicações. 

Sandra ficou preocupada quando os PMs chegaram porque a mulher ficou ainda mais agitada. “Ela dizia que conhecia os policiais e não aceitava negociação nenhuma”, contou. Mas ela continuou se mantendo calma durante toda a situação. “Enquanto ela estava esbravejando aqui, eu tava olhando, rezando pra Deus, pedindo para ele, porque só ele nessa hora para dar sabedoria para eles e tranquilidade para mim”.

Após 40 minutos, policiais conseguiram imobilizar a mulher com uma arma de choque e libertar a vítima. Ela foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vergueiro.

Direitos da Natureza também são humanos

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Ritual em homenagem à Pachamama (Foto: Mountain Lodges of Peru/Divulgação)

No dia 10 de dezembro, o mundo celebra o Dia dos Direitos Humanos, um marco que nos convida a refletir sobre os avanços e desafios da humanidade em assegurar dignidade e justiça para todos. Porém, há um aspecto essencial dessa discussão que, por vezes, permanece à margem: os direitos da própria Natureza. Reconhecer a Natureza como sujeito de direitos não apenas amplia o conceito de direitos humanos, mas também redefine nossa relação com o planeta, propondo um pacto ético com as gerações futuras e com todos os seres vivos.

O pioneirismo nesse campo pertence ao Equador, que, em 2008, tornou-se o primeiro país do mundo a incluir na sua Constituição dos Direitos da Natureza. Essa inovação foi impulsionada pelo protagonismo dos povos indígenas, que exigiram que o conceito de Pachamama – a Mãe Terra, em suas cosmologias – fosse reconhecido como um ente dotado de direitos intrínsecos. Desde então, a Constituição equatoriana assegura que a Natureza tem o direito de existir, persistir, manter e regenerar seus ciclos vitais.

Os direitos da Natureza, no contexto do Equador, vão além de uma retórica ambiental. Eles implicam em um reconhecimento legal de que rios, florestas, montanhas e ecossistemas têm valor intrínseco, independentemente da utilidade para os seres humanos. Esses direitos são assegurados por meio de ações judiciais e políticas públicas que protegem a integridade dos ecossistemas. Esse modelo, embora inovador, também lança luz sobre uma perspectiva mais ancestral e interdependente: de que a sobrevivência humana está diretamente ligada à saúde do meio ambiente.

No Brasil, um exemplo emblemático dessa abordagem foi a decisão judicial que reconheceu o rio Laje, em Guajará-Mirim (RO) como sujeito de direitos. Essa vitória não apenas reforça a urgência de preservar os ecossistemas, mas também evidencia que a ideia dos direitos da Natureza pode ser aplicada em contextos diversos, protegendo corpos d’água, florestas e territórios vulneráveis à exploração predatória.

Se os direitos da Natureza forem assegurados em escala global, o impacto pode ser transformador. No campo das mudanças climáticas, por exemplo, essa perspectiva oferece uma abordagem mais equilibrada e sistêmica para enfrentar crises como o desmatamento, a poluição dos rios e o colapso da biodiversidade. O reconhecimento dos direitos naturais implica em frear, inclusive a injustiça climática e seu consequente racismo ambiental. É preciso pensar em modelos econômicos que, no mínimo, priorizem a equidade racial e de gênero dentro dos limites ecológicos do planeta.

Esse novo paradigma também desafia diretamente setores econômicos que têm como base a exploração e extração de riquezas naturais. Empresas e negócios que dependem de recursos da Natureza precisam reavaliar seus modelos, considerando práticas de economia circular, redução de impactos ambientais e regeneração de ecossistemas como pilares estratégicos. Além disso, ao reconhecer os direitos da Natureza, estamos abrindo caminho para negócios que promovam a sustentabilidade como um valor essencial, impulsionando uma economia baseada na justiça social e ambiental.

Como movimento global, o Sistema B acredita que o sucesso empresarial está intrinsicamente ligado ao impacto positivo nas pessoas e no planeta. Reconhecer e defender os direitos da Natureza é um passo fundamental para a construção de um mundo mais justo, onde o respeito à vida em todas as suas formas seja um valor central.

No Dia dos Direitos Humanos, refletir sobre os direitos da Natureza é mais do que uma homenagem ao pioneirismo equatoriano; é um convite a um compromisso coletivo com um futuro mais equilibrado, resiliente e sustentável. Afinal, cuidar da Terra é cuidar de nós mesmos.

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 Texto: Juliane Sousa, jornalista quilombola e gerente de Comunicação e Marketing do Sistema B Brasil (*)

Jamie Foxx revela que sofreu hemorragia cerebral e ficou em coma por 20 dias

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Foto: Parrish Lewis/Netflix

Jamie Foxx compartilhou pela primeira vez detalhes de sua experiência de quase morte em 2023, no recém-lançado especial de comédia Jamie Foxx: What Had Happened Was, disponível na Netflix.

O ator e comediante foi hospitalizado em abril de 2023 durante as filmagens de um longa-metragem em Atlanta, nos Estados Unidos. Na época, sua filha Corinne Foxx divulgou que o pai havia passado por uma “complicação médica”. Agora, Foxx revelou que sofreu uma hemorragia cerebral seguida de um derrame, ficando em coma por 20 dias. “Fui para o inferno e voltei”, disse.

A gravidade da situação levou sua família a se reunir em torno de sua cama de hospital, enquanto trabalhava para manter o caso em sigilo. Emocionado, ele contou: “Minha filha, minha irmã Diedra Dixon e os médicos salvaram minha vida”, declarou o ator. Ele também relatou que, ao despertar, estava em uma cadeira de rodas, incapaz de andar ou realizar tarefas simples sem assistência. A recuperação foi descrita como lenta e desafiadora, exigindo reaprendizagem de funções básicas.

Durante o show, Foxx repetiu seu lema: “Se eu conseguir continuar engraçado, consigo continuar vivo”.

‘Mufasa: O Rei Leão’ estreia com tributo a James Earl Jones: “Essa voz precisava ser honrada”

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Foto: Reprodução/AP

A Disney inicia ‘Mufasa: O Rei Leão’, longa cuja história se passa antes dos acontecimentos do original ‘O Rei Leão’, com uma homenagem ao ator James Earl Jones, falecido em 9 de setembro, aos 93 anos. Jones deu voz ao icônico personagem Mufasa no clássico animado de 1994 e na releitura de 2019.

O filme abre com a frase “Olhe para as estrelas”, parte do discurso de Mufasa no original, enquanto a tela exibe a dedicatória: “Em memória de James Earl Jones”. Segundo o diretor Barry Jenkins, responsável por títulos como Moonlight e Se a Rua Beale Falasse, a decisão de incluir o tributo foi guiada por um profundo respeito à influência do ator.

Para a Variety, o diretor reforçou ainda a importância da homenagem feita para o ator: “Parecia que todos nós havíamos perdido um patriarca. Perdemos esse homem que significava tanto. Era impossível assistir ao filme – passar uma hora e quarenta minutos – sem homenageá-lo de alguma forma. Você ficaria pensando nas maneiras de honrá-lo, então parecia que tínhamos que fazer isso logo no início. O estúdio concordou imediatamente, e tentamos encontrar algo que fosse muito simples, mas também muito claro e impactante.”

“Ouvi cada fala que ele gravou para o filme anterior. Era impossível não ser impactado por sua performance. Para muitos, Mufasa representa a figura paterna ideal. Essa voz precisava ser honrada”, disse Jenkins à Entertainment Weekly.

O novo filme, que estreia em 20 de dezembro, narra a juventude de Mufasa, separando-se dos pais após uma enchente e sendo acolhido pela matilha de Taka, o futuro Scar. A história, narrada por Rafiki (John Kani), Timão (Billy Eichner) e Pumba (Seth Rogen), conecta passado e presente em uma saga sobre lealdade e liderança.

O elenco reúne nomes como Aaron Pierre (Mufasa adulto), Braelyn Rankins (Mufasa filhote), Kelvin Harrison Jr. (Taka), Blue Ivy Carter (Kiara, filha de Simba e Nala), além de Thandiwe Newton, Lennie James e Anika Noni Rose.

Mais de 50 personalidades e projetos voltados para sustentabilidade e diversidade na moda são reconhecidos durante o Fashion Futures 2024

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Foto: Reprodução

A noite da última terça-feira, 3, foi marcada pela celebração da terceira edição do Prêmio Fashion Futures, promovido pelo Instituto C&A, pilar social da C&A no Brasil. O evento, apresentado pela jornalista Cris Guterres, não apenas celebrou projetos e marcas inovadoras que estão desenvolvendo projetos sustentáveis no setor da moda, mas também destacou as 50 Personalidades Fashion Futuristas do Ano, com André Hidalgo, da Casa de Criadores, levando o título de Personalidade Fashion Futurista de 2024.  

Entre os destaques, a categoria “Marca de Moda Autoral do Ano” foi para a marca Dendezeiro, reconhecida por sua originalidade e impacto no mercado. Outras categorias premiaram projetos voltados à responsabilidade social, inovação e circularidade, reforçando a importância de soluções concretas para os desafios socioambientais da indústria da moda.  

A  Oficinas Catarina Mina conquistou a categoria “Projetos Sociais na Moda”, que valoriza iniciativas comunitárias conectadas à sustentabilidade, recebendo R$ 50 mil. Já a AIPER, focada em novas matérias-primas e regeneração de ecossistemas, venceu em “Inovação e Novos Materiais”, com um prêmio de R$ 10 mil. Na categoria “Circularidade e Marcas Sustentáveis”, a Trama Afetiva se destacou por práticas inovadoras de gestão de resíduos e redução da pegada de carbono.  

O prêmio também celebrou projetos que promovem inclusão e igualdade.  Bocaiúva Moda Inclusiva e Rendeiras da Aldeia foram reconhecidas na categoria de “Diversidade e Redução de Desigualdades”, categoria que premia negócios que integram grupos sub-representados e geram impacto social na cadeia produtiva.  

A curadoria dos premiados ficou a cargo de uma banca especializada, composta por nomes de destaque no setor, como Daniela Falcão, Hanayrá Negreiros, Patrícia Carta e Alexandra Farah, além de especialistas do Instituto C&A e do SEBRAE.  

Para Gustavo Narciso, Diretor Executivo do Instituto C&A, a premiação é mais do que um reconhecimento. “Este prêmio é uma oportunidade de ampliar essas conversas e um chamado à ação para moldar um futuro em que a moda seja de fato justa, diversa e mais sustentável. Juntos, podemos criar uma mudança significativa”, afirmou.  

Esse conteúdo é fruto de uma parceria entre Mundo Negro e Instituto C&A.

O Brasil registra menor índice de jovens “nem-nem ou sem sem” da série histórica

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em 2023, o Brasil registrou uma redução expressiva no número de jovens entre 15 e 29 anos que nem estudam e nem trabalham, os chamados “nem-nem”. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo IBGE, a taxa caiu para 21,2%, abrangendo 10,3 milhões de brasileiros. Em comparação com 2022, quando o percentual era de 22,3% (663 mil pessoas a mais), houve uma queda de 5,8%. Este é o menor índice da série histórica iniciada em 2012, marcando um avanço significativo.

A redução da taxa de jovens brasileiros “nem-nem” em 2023 representa um avanço significativo, mas os desafios persistentes exigem atenção e ações concretas. A recuperação do mercado de trabalho e o aumento da inclusão escolar foram fatores cruciais para essa melhora, no entanto, as desigualdades sociais profundas ainda impedem que muitos jovens tenham acesso a oportunidades de qualidade.

Ao analisar os dados, observa-se que a redução da taxa de “nem-nem” foi mais acentuada em algumas regiões do país, evidenciando a importância de políticas públicas regionais e a necessidade de considerar as especificidades de cada localidade. Além disso, a persistência das desigualdades raciais e de gênero é evidente, com as mulheres negras e os jovens de famílias mais pobres sendo os mais afetados pelo problema.

A pandemia de Covid-19 agravou a situação de muitos jovens, intensificando a desigualdade digital e limitando o acesso à educação e ao trabalho. A retomada gradual das atividades econômicas contribuiu para a redução da taxa de “nem-nem”, mas é fundamental que as políticas públicas sejam direcionadas para garantir a permanência dos jovens na escola e a transição para o mercado de trabalho de forma segura e eficaz.

Para reduzir ainda mais a taxa de jovens “nem-nem”, é preciso investir em políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades, a qualidade do ensino, a geração de empregos e o desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho. Programas de qualificação profissional, de apoio à primeira inserção no mercado de trabalho e de combate à evasão escolar são essenciais para garantir que todos os jovens tenham um futuro promissor.

Os dados negativos dos últimos anos , trazem alguns pontos que vale considerar: a maioria deste percentual é formado por mulheres pretas, pardas e indígenas. Diferentes motivos explicam o abandono da educação formal e do mercado de trabalho por esse público . Entre elas, o casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a família, a gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma vez que mais da metade das jovens nessa situação têm filhos.

Observando esses fatos, podemos fazer alguns questionamentos: o quanto o ensino e o emprego “tradicional” está frustrando os jovens nessa faixa? Que perspectiva eles têm? Ser avaliado por provas, abafando sua criatividade, sua autenticidade na escola é atrativo?

É preciso criar condições para que os jovens tenham oportunidades de emprego e, quando acessarem o ensino superior, consigam terminar a graduação, com êxito. Ou criamos políticas que abarquem esses jovens, em especial pretos, pardos e indígenas, ou os teremos cada vez mais distantes do mercado de trabalho.

Kwanzaa e gastronomia brasileira: Chef Ignez Beatriz Lemos dá dicas de como trazer ancestralidade africana para a sua ceia

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Chester, peru, salpicão, farofa. A mesa de Natal dos brasileiros é, sem dúvida, repleta de delícias tradicionais. Mas, além das tradições familiares, que tal inovar e incluir pratos ou ingredientes característicos das culinárias africanas nas celebrações de Natal ou Ano-Novo? Sim, no plural, pois estamos falando de um continente com uma gastronomia vasta e rica, que influencia e inspira cozinhas ao redor do mundo.

E como trazer esses sabores, pratos e ingredientes para nossas ceias? Nossa editora-chefe do Guia Black Chef, Silvia Nascimento, conversou com a chef Ignez Beatriz Lemos, do Rio de Janeiro. CEO do Dendê Raiz e pesquisadora em culinária da diáspora africana, Ignez encoraja aqueles que têm receio de inovar: “Usem a criatividade. A base da culinária africana permite caminhos inimagináveis, substituições e misturas de proteínas e vegetais sem perder a identidade e o sabor inigualável.”

1. Como sua especialização em cozinha ancestral transforma a maneira de pensar uma ceia natalina ou outras celebrações de fim de ano?

Minhas pesquisas sobre culinária da diáspora me levaram aos registros sobre a celebração cultural do Kwanzaa, de origem afro-americana, que dura sete dias (de 26 de dezembro a 1º de janeiro) e valoriza a cultura e ancestralidade africanas. Baseada nesses estudos, recriei pratos tradicionais dessa celebração com um toque brasileiro. Essa abordagem permite replicar saberes e sabores ancestrais, além de dar visibilidade a essa comemoração cheia de significado.

2. Quais elementos da cozinha ancestral você considera indispensáveis para criar pratos que remetam à tradição africana nas festas de fim de ano?

Elementos indispensáveis são dendê, quiabo, milho, batata-doce, couve, arroz, feijões, frango, frutos do mar e especiarias.

3. O que você diria para quem deseja substituir os pratos tradicionais de Natal por receitas que valorizem nossa ancestralidade, mas ainda agradem a todos os paladares?

Usem a criatividade. A base da culinária africana permite caminhos inimagináveis, com substituições e misturas de proteínas e vegetais que mantêm a identidade e o sabor inigualável. Sugiro pescados de carne clara, como linguado ou dourado, ou incorporar pernil, linguiças condimentadas e frutos do mar em pratos como o jambalaya — uma fusão de culturas da Louisiana, Nova Orleans, França e África. É uma maneira de agradar até os paladares mais exigentes.

4. De que forma você utiliza ingredientes e preparos típicos da cozinha ancestral para criar uma conexão mais profunda com as histórias e memórias das celebrações?

Utilizo técnicas ancestrais, como o uso do pilão para preparar especiarias e ervas frescas, e a cocção de peixes na folha de bananeira para conservar a suculência e intensificar os sabores. Sempre penso em uma cozinha rica e sustentável.

5. Poderia compartilhar uma receita ou dica prática para quem deseja incluir a essência da cozinha africana em sua ceia de Natal?

Arroz Jollof (África Ocidental)
Um arroz avermelhado, temperado com ervas, especiarias e ingredientes aromáticos, que agrada diversos paladares. É perfeito para as celebrações de fim de ano, reunindo família e amigos.

Foto: Divulgação

Ingredientes:

  • 3 pimentões vermelhos grandes picados
  • 3 cebolas roxas grandes (2 cortadas em cubos médios, 1 em rodelas)
  • 6 dentes de alho roxo
  • 2 pimentas dedo-de-moça
  • Pimenta-biquinho para decorar
  • 3 tomates grandes sem sementes, cortados em cubos
  • Gengibre ralado
  • 2 bananas-da-terra
  • Azeite de dendê e azeite de oliva
  • Especiarias: páprica defumada, cúrcuma, noz-moscada ralada, pimenta-branca moída
  • 2 colheres de sopa de extrato de tomate
  • 2 xícaras de arroz agulhinha, basmati ou vermelho
  • 350 ml de caldo de camarão (feito com infusão de cascas e cabeças de camarão e ervas aromáticas, como salsão e alho-poró)
  • 500 g de camarões limpos (reservar 8 unidades com casca e cabeça para decorar)
  • Ervas frescas: coentro, salsa, cebolinha, tomilho e louro
  • Sal a gosto

Modo de preparo:

  1. Bata no liquidificador: cebola, tomates, pimentões, talos de coentro, salsa, cebolinha, gengibre, 4 dentes de alho e as pimentas dedo-de-moça sem sementes.
  2. Leve a pasta a uma panela com azeite aquecido e deixe reduzir à metade.
  3. Acrescente o arroz, o caldo de camarão, as ervas (louro e tomilho) e as especiarias. Misture bem, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 180°C por 25 minutos.
  4. Enquanto isso, tempere os camarões com sal e pimenta. Doure fatias de alho em azeite, salteie os camarões e reserve. Repita o processo com a cebola em rodelas.
  5. Salteie as bananas em dendê, dourando ambos os lados, e reserve.
  6. Retire o arroz do forno, misture os camarões limpos e decore com os camarões inteiros, cebola dourada e rodelas de banana.
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