De Zumbi dos Palmaresao feriado nacional de 2024! Entenda a trajetória que transformou o 20 de novembro em um marco da luta pela liberdade, justiça e reconhecimento do povo negro. Uma data para honrar a história, celebrar conquistas e refletir sobre a importância da igualdade racial.
Veja abaixo:
20 de novembro de 1695: Zumbi foi morto pelos bandeirantes. O Quilombo dos Palmares, liderado por ele, durou cerca de 100 anos e chegou a abrigar mais de 20 mil escravizados fugitivos na Serra da Barriga, em Alagoas.
Pintura de Zumbi feita por Antonio Parreiras em 1927. Crédito: Reprodução
20 de novembro de 1971: Oliveira Silveira e Conceição Lopes Fontoura, entre outros jovens negros(as) reúnem-se em Porto Alegre e lançam a proposta para reconhecimento do 20 de novembro como da consciência negra.
Acervo Oliveira dos Santos/Reprodução
20 de novembro de 1978: o Movimento Negro Unificado encampa a proposta gaúcha e lança uma campanha nacional pelo reconhecimento do 20 de novembro.
Foto: Jesus Carlos
20 de novembro de 1995: Alagoas institui feriado estadual em homenagem ao Herói Negro.
Foto: Beto Macário/BOL
20 de novembro de 1996: a lei federal n. 9.315/96 inscreve o nome de Zumbi dos Palmares no “Livro dos Heróis da Pátria”.
Foto: Moisés Nazário/Agência Senado
20 de novembro de 2003: LDB foi emendada pelo art. 79-B incluindo no calendário escolar o “Dia Nacional da Consciência Negra”.
Foto: Ascom/ Prefeitura Nova Venécia
20 de novembro de 2011: a lei federal n. 12.519/11 institui o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
20 de novembro de 2023: mais de 6 estados da federação e quase 1.300 municípios adotam feriado no dia 20 de novembro.
Foto: O Portal Vermelho
20 de novembro de 2024: lei n. 14.759/23 declara feriado nacional o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Texto: Hédio Silva Jr., Advogado, Doutor em Direito, fundador do Jusracial e Coordenador do curso “Prática Jurídica em casos de Discriminação Racial e Religiosa”
Até este momento, o novembro negro de 2024 vem sendo construído com base em nossa necessidade de reafirmar nossa capacidade de transformar dor em potência. As notícias boas são esparsas, mas até do que anos anteriores, mas mesmo quando as circunstâncias parecem nebulosas, encontramos força, lembrando que nossa luta nunca foi em vão. Eles combinaram de nos matar e nós combinamos de não morrer, como a Conceição Evaristo nos ensinou.
Parece, mas não estamos sozinhos e a inspiração nestes últimos dias deste novembro de caos vem através da representatividade, ou seja, aquela lista que todo ano nós garimpamos para que se torne tangível o que os inspire e relembre nossa grandiosidade quanto povo, quanto coletivo e o impacto de nossas contribuições para a sociedade.
Resistimos e persistimos porque nossa existência é, por si só, um ato revolucionário. A celebração é necessária porque seguirmos em frente, construindo um futuro onde a dignidade e o orgulho preto sejam inegociáveis não seja somente mais um sonho dos nossos ancestrais que não conseguiremos realizar.
Abaixo temos a nossa lista de inspirações tangíveis para 2024 com 25 profissionais negros que você precisa conhecer ( em negrito o link para perfil no Linkedin dos profissionais)
João Batista Ribeiro Consultor Sênior com experiência em liderança financeira e controladoria
Michael França Economista e Pesquisador, especializado em políticas públicas e economia inclusiva
Adilson Moreira Professor e Consultor com foco em ESG, inclusão e diversidade
Gabriel Matos Especialista em comunicação interna e DE&I, com atuação em iniciativas educacionais e diversidade
José Marcos da Silva Gerente de Projetos, com foco em estratégias de mudanças organizacionais.
Douglas Vidal Líder em conexões e relacionamentos para executivos negros, com foco em negócios e investimentos
Fleury Johnson Médico e MBA, especialista em gestão de saúde e equidade
Ian Nunjara Líder de políticas de inclusão e diversidade, com experiência em advocacy e gestão de talentos
Daniel Garrido Fógos Especialista em parcerias estratégicas, com foco em ESG e transformação digital
Nelson Edgar Leite Conselheiro com experiência em finanças e gestão de riscos no setor bancário
Claudio F Silva Profissional com experiência em gestão e estratégia de negócios em empresas de Tecnologia e Serviços
Carlos Domingues Especialista em gestão de talentos, cultura organizacional e diversidade
Mauricio Rodrigues Executivo sênior com conhecimento em negócios agrícolas, gestão de riscos e liderança de grandes grupos na América Latina.
Niger Luiz Santos Executivo jurídico com experiência em direito empresarial, tributário, compliance e privacidade de dados.
Denisio Liberato Atua no desenvolvimento de soluções financeiras e liderança em projetos alinhados às melhores práticas do setor.
Guilherme Peixoto Advogado especializado em finanças e estratégias empresariais, com atuação em projetos que promovem diversidade e inclusão.
Frederico Tinoco Gerente de soluções em pagamentos, com atuação no mercado financeiro
Marcelo Leal Estrategista em tecnologia e nuvem, com foco em arquitetura híbrida
Vítor Macabu Advogado empresarial com experiência em private equity, fusões e aquisições, direito bancário e societário
Leo Oliveira Executivo de RH com ampla experiência em tecnologia, startups, aviação e indústria. Reconhecido por sua expertise em estratégia de talentos, design organizacional e desenvolvimento de liderança.
22. Oliver de Paula Superintendente especializado em integração e centralização de dados corporativos, desenvolvimento de análises e geração de insights estratégicos. Atua no suporte à tomada de decisões e na promoção da transformação digital.
Alberto Cordeiro Diretor com experiência em estratégias de M&A e transformação organizacional
Eduardo Paiva Head de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), lidera iniciativas estratégicas para promover inclusão e sustentabilidade no Brasil
Tiago Barros Comunicador especializado em Relações Públicas, Comunicação Corporativa e Gestão de Reputação.
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Filme ‘Brega Funk, Ritmo e Sobrevivência’. (Foto: Hannah Carvalho)
Procurando filmes sobre histórias reais para assistir no Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro? Recentemente, o projeto ‘Narrativas Negras Não Contadas – Black Brazil Unspoken’, lançou três curtas documentais dirigidos por cineastas negros, já disponíveis no catálogo de streaming da Max.
O filme ‘Favela Turística’ acompanhou três moradores da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, para discutir a relação do território com o turismo de estrangeiros. Com opiniões diferentes, Magda Gomes, moradora e pesquisadora de assuntos urbanos, é contra a objetificação da vida na favela, enquanto Rubinho, um guia turístico residente é a favor, e Antonio Carlos Firmino, ativista e fundador do Museu Sankofa, propõe uma interessante alternativa ao turismo predatório.
O diretor Robson Dias, enquanto um homem negro e periférico, trouxe uma perspectiva crítica de cada entrevistado para reflexão. Ele gravou seu primeiro curta sobre esse tema na faculdade, em 2008. Se mudou para França em 2015 para obter o título de mestre em documentário pela Aix-Marseille Université, e acaba de lançar seu novo curta questionando o turismo nas favelas.
Filme ‘Favela Turística’. (Foto: Divulgação)
“Hoje, minha perspectiva se divide entre ser morador da favela — porque, como dizem, a gente sai da favela, mas a favela não sai da gente — e ser cidadão francês, com minha filha, minha vida e meus negócios estabelecidos lá. Essa experiência me dá uma amplitude de abordagem muito singular, pois consigo ver tanto o ponto de vista do morador quanto o do estrangeiro”, garante o cineasta.
Já o outro filme lançado com apoio do projeto aborda o brega funk, um gênero musical em ascensão no Brasil, que não sai das paradas musicais e tem transformado histórias. Entre elas, a de três jovens negros das periferias de Recife (PE), dois dançarinos e um produtor musical, que buscam pela grandeza da profissionalização.
O documentário ‘Brega Funk, Ritmo e Sobrevivência’ mostra que, enquanto eles lutam pelo sonho de trabalhar apenas como dançarinos, Lucas da Silva “Ninho” e Josias Carvalho “Nego Baia” também trabalham como entregador e mecânico, respectivamente. Como produtor, Marley no Beat impulsiona não só a sua carreira na indústria, como a de outros artistas.
Bastidores do filme ‘Brega Funk, Ritmo e Sobrevivência’. (Foto: Hannah Carvalho)
“Documentar a vivência desses jovens que aspiram ser bailarinos profissionais dentro das periferias do Recife, ou em qualquer outra periferia do mundo, deixa claro que temos dentro de nós, enraizado, uma história de resistência e transformação a partir da permanência e manutenção da cultura”, afirma o diretor Will Souza.
“Historicamente, a dança foi e é uma expressão vital nas comunidades negras ao redor do mundo, remontando ao período da diáspora africana, onde a dança serve como uma forma de preservar tradições, contar histórias e afirmar identidades em meio à opressão. Com a institucionalização da dança, surgiram padrões eurocêntricos que frequentemente excluem a participação e a expressão dos corpos negros”, reflete.
Para Will, o documentário visibiliza e honra os desafios enfrentados pelos jovens que “ainda se deparam com estereótipos, preconceitos e barreiras de acesso dentro de uma indústria musical que lucra e publicita o resultado desse esforço”.
Bastidores do filme ‘Brega Funk, Ritmo e Sobrevivência’. (Foto: Hannah Carvalho)
“Essa prática não apenas registra, mas também legitima suas histórias, permitindo que o legado cultural dos povos negros se expanda e se solidifique em espaços artísticos. A intenção é que se abra espaço para que a dança se torne um campo mais inclusivo, onde todas as identidades possam florescer e contribuir para a riqueza cultural da arte, mas sem ignorar a importância de incentivar, reconhecer e remunerar quem sonha em subir no palco”, conclui.
Já o filme ‘Primavera só Floreia em Solo Fértil’ aborda a luta pela preservação da cultura do futebol de várzea, que movimenta a paixão pelo esporte nas periferias, além da socialização, o lazer, a educação e a economia. No entanto, a diretora Laís Ribeiro mostra como as comunidades estão perdendo seus espaços comunitários para a especulação imobiliária, ao documentar a história de luta do time Sociedade Esportiva Vila Primavera, da zona leste de São Paulo, fundado em 1955.
A cineasta entrevistou o seu avô, Giba, presidente veterano do Primavera, para contar a história do time. Ribeiro passou, praticamente, a vida inteira nesse campo de futebol perdido na Vila Primavera/Sapopemba e agora um mercado foi construído no local. Com essa produção, Laís pretende incentivar a luta de outros clubes.
Bastidores do filme ‘Primavera só Floreia em Solo Fértil’. (Foto: Divulgação)
“Eu acredito que o ‘Primavera só Floreia em Solo Fértil’ aborda questões que muitas vezes não são debatidas no âmbito público com a atenção que deveriam ter. Quando uma várzea morre, vão com ela sonhos, a criação de laços comunitários, opções de esporte e lazer, promoção de saúde e morre também uma parte da cultura do futebol, daqueles que amam jogar e o esporte, mas não são necessariamente jogadores profissionais”, disse a diretora.
“Eu espero que a luta desse curta incentive outras várzeas, que não tem tanto poder político ou financiadores, a lutarem pelas suas memórias e pela continuidade de suas existências. É um movimento possível e necessário!”, finaliza otimista.
O projeto ‘Narrativas Negras Não Contadas – Black Brazil Unspoken’ é uma iniciativa da Warner Bros. Discovery Access. Com o objetivo de apoiar criadores negros brasileiros em início de carreira no audiovisual, o projeto oferece recursos e incentivos em um setor que ainda enfrenta a sub-representação, para impulsionar a entrada no mercado nacional.
Bastidores do filme ‘Favela Turística’. (Foto: Divulgação)
“Há uma esperança renovada de que o mercado finalmente compreenda que não somos um nicho, mas uma praça prioritária de consumo, criteriosa e interessada nas nossas próprias histórias e narrativas”, celebra Robson Dias.
Esse é um conteúdo pago por meio de uma parceria entre a Warner Bros. Discovery e site Mundo Negro.
Durante a primeira Afropresstrip, organizada por Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro, em junho deste ano, jornalistas de regiões diversas do Brasil tiveram a oportunidade de conhecer em primeira mão, o mais novo roteiro turístico do estado, a Floresta dos Guarás.
O Maranhão, berço de ricas tradições afro-brasileiras, revela-se um destino imperdível.para quem busca experiências autênticas e um con tato profundo com a história e a cultura do país. A Floresta dos Guarás, um dos mais recentes pólos turísticos do estado, tem se destacado como um verdadeiro santuário da ancestralidade e da natureza, oferecendo aos visitantes a oportunidade de vivenciar o turismo de base comunitária em sua forma mais pura.
A proposta, oficializada pelo termo de cooperação técnica assinado em 2023, pretende impulsionar o afroturismo em cidades do Maranhão, iniciando por São Luís e estabelecendo uma rota turística que conecta os municípios participantes, promovendo a valorização e a divulgação das tradições e identidades afro.
Sob coordenação da Secretaria Municipal de Turismo de São Luís, Sebrae Maranhão, IGR Lençóis e Delta e IGR Floresta dos Guarás, durante 15 dias foram mais de 11 quilombos percorridos para conhecer em profundidade as iniciativas de turismo de base comunitária em algumas das 15 cidades que compõe o pólo, como Guimarães, Cedral, Cururupu, Mirinzal, Serrano do Maranhão, Bacuri e Apicum-Açu e Alcântara.
O Maranhão concentra a maior parte das localidades quilombolas do Brasil, segundo dados do IBGE de 2022. O estado detém o maior quantitativo de localidades quilombolas, com 2.025 (23,99%). Também é lá que se localiza a segunda maior população quilombola do Brasil, com 269 mil pessoas que se autodeclaram quilombolas.
Essa rica diversidade cultural se reflete na Floresta dos Guarás, que integra a Floresta Amazônica do Maranhão, e onde as comunidades quilombolas têm preservado suas tradições e costumes há séculos, criado experiencias turísticas únicas, que levam em consideração o legado deixado por seus ancestrais.
Em Guimarães, por exemplo, os quilombos Cumum e Damásio recebem os visitantes com calorosa hospitalidade, oferecendo experiências únicas como a roda de conversa e a degustação da culinária local.
No primeiro, fomos recebidos com uma roda alegre pelos membros da comunidade que destacaram a importância da iniciativa para fomentar o potencial turístico da comunidade que se encontra nos festejos e culinária.
Já no Quilombo Damásio, vimos de perto como a união de uma comunidade pode potencializar o afroturismo na região. O Balneário Galera Brasil e a Fonte Grande, hoje são pontos de lazer e interação entre turistas e as comunidades vizinhas com os moradores do quilombo. Ambos passaram por um processo de despoluição realizado pela própria comunidade. Um dos maiores exemplos da aptidão do território para o turismo de base comunitária.
Em Alcântara, município com maior quantitativo quilombola do Brasil, segundo o IBGE, com 122 localidades, as ruínas contam história da região, mas foi numa caminhada que resgata a história negra da comunidade, que se conhece como o território está conectando as religiões de matriz africana, por exemplo.
O Quilombo Entre Rios, fica no município de Cururupu, que tem no festejo de São Benedito, padroeiro da comunidade, e na manutenção da tradição do tambor de criolula, as principais atrações turísticas, além das histórias que podem ser conhecidas de perto, com figuras ancestrais vivas como Dona Anália Santos.
Por fim, pudemos conhecer a encantada Ilha dos Lençóis, em Cururupu. O território cercado pelos guarás, ave com plumagem vermelho-carmesim que dão nome ao pólo, e dão um show pelos céus dos lençóis e praias da ilha.
De lá surgiu a lenda do Touro Encantado, que, segundo a crença da população local, representa o rei de Portugal, Dom Sebastião. Ele desapareceu durante a batalha contra os mouros e agora reside na ilha sob a forma de um touro encantado.
Lá, a experiência do turismo de base comunitária está nas pousadas caseiras, como a Recanto das Árvores, onde é possível dormir em chalés ou em redes, assim como a população local. Vale saborear os pratos a base de peixes e camarão, pescados pelos moradores e feitos na hora.
A Floresta dos Guarás é muito mais do que um destino turístico; é um convite para uma jornada de autoconhecimento e conexão com a natureza e com as raízes afro-brasileiras.
Ao visitar esse polo, os turistas contribuem para a valorização das comunidades quilombolas e desfrutam de experiências únicas que comprovam o potencial e a força das comunidades quilombolas têm empregado para além de preservar o meio ambiente, preservar também a memória, as tradições e costumes de territórios sagrados no Brasil.
Nesta terça-feira (19), o prefeito de Dilermando de Aguiar (RS), Claiton Ilha (MDB), anunciou a transferência do feriado do Dia da Consciência Negra, comemorado nacionalmente no dia 20 de novembro, para o mês de dezembro. Segundo o gestor municipal, a mudança busca evitar discriminações, mas a decisão também foi justificada como uma medida para ampliar os dias de folga do funcionalismo público municipal durante o final de ano.
A medida gerou polêmica e dividiu opiniões. Enquanto o prefeito defende que a alteração promove igualdade, críticos apontam que a decisão pode enfraquecer a importância simbólica da data, que marca a luta contra o racismo e a valorização da cultura afro-brasileira.
Em entrevista à RBS TV, Claiton Ilha declarou: “Se nós começarmos a discutir a cor, nós vamos estar discriminando também. Nós temos que dar condições a todos. Eu não vejo racismo em Dilermando Aguiar. Tanto que não temos nenhum crime racial em Dilermando Aguiar, mas nós temos muitos pobres. E é para os pobres que a gente deve trabalhar independente da cor”.
O prefeito ainda teria dito: “Nós precisamos ainda trabalhar muito as condições para que o negro possa, ele também, querer crescer, querer ascender a outros postos, a estudar, porque o conhecimento é que traz a libertação.”
A transferência do feriado ocorre apesar da sanção da Lei nº 14.759 em 2023, que oficializa o Dia da Consciência Negra como feriado nacional. O marco legal reforça a importância da data para promover reflexão e ações contra o racismo em todo o país.
O piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e o cantor e designer Tyler, The Creator apresentam amanhã (20) uma coleção cápsula (limitada e exclusiva) em parceria. A colaboração, que une as marcas Golf Wang e +44, será lançada globalmente poucos dias antes do Grande Prêmio de Las Vegas, nos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (18), foram divulgadas imagens da coleção, fotografadas por Luis “Panch” Perez, com direção criativa de Tyler. A campanha foi ambientada em uma garagem com um letreiro em néon escrito “Golf Plus 44” e um carro Mercedes, equipe atual de Hamilton na Fórmula 1. As peças incluem jaquetas de motocross com “Golf Wang” no peito e “+44” nos braços, além de jaquetas de rally com golas e estampas de linha de chegada nas costas. Camisas de botão com ícones da Fórmula 1 e referências a Las Vegas também fazem parte da coleção.
As marcas não divulgaram a extensão total da linha, mas confirmaram que as peças estarão disponíveis em locais específicos, como o The Encore Beach Club, em Las Vegas, e as lojas físicas da Golf Wang em Nova York e Londres. As vendas também acontecerão nas plataformas online de ambas as marcas.
A Golf Wang foi criada em 2011 por Tyler, The Creator e é conhecida por misturar streetwear e design artístico, com peças marcadas por cores vibrantes e padrões retrô. Já a +44, lançada por Hamilton em 2022, tem foco em sustentabilidade, utilizando materiais recicláveis e práticas de produção responsáveis.
A Netflix revelou nesta terça-feira, 19, a as primeiras imagens do tão aguardado documentário sobre Vinícius Jr., estrela da Seleção Brasileira e do Real Madrid. O projeto, que está em desenvolvimento desde setembro de 2022, estreará em 2025, trazendo aos fãs uma visão exclusiva da carreira do atleta e de sua trajetória de sucesso no futebol.
Com roteiro de Emílio Domingos e direção de Andrucha Waddington, a produção mostrará os bastidores da carreira do jogador, incluindo sua ascensão ao estrelato, seu envolvimento em causas sociais e suas conquistas com o Real Madrid, onde já venceu duas edições da Liga dos Campeões da UEFA.
Em uma declaração sobre o projeto, Vinícius Jr. afirmou: “Poder contar minha história e inspirar garotas e garotos de todo o mundo a seguir uma trajetória de sucesso no esporte é o que mais me inspira neste projeto.” O jogador também ressaltou o papel transformador do futebol para os jovens, especialmente no Brasil, e como o documentário pode levar essa mensagem de transformação a uma audiência global.
No dia 21 de novembro de 2024, às 9h da manhã, haverá uma audiência pública para decidir sobre o futuro do nome do hoje Hospital Nina Rodrigues, em São Luís, no Maranhão. Nesse ato aberto e público, todos os cidadãos poderão participar do julgamento, o “réu” é o médico legista Raimundo Nina Rodrigues, um dos principais nomes responsáveis por difundir teorias eugenistas, que colocam o negro como ser não evoluído, no país. Nasceu em 4 de dezembro de 1862, no mesmo estado do julgamento, na cidade de Vargem Grande. Seria só parcialmente verdade afirmar que o acusado é Nina Rodrigues, pois de fato, o que está em questão é o nome do hospital que atualmente leva o seu nome.
Homenagear, segundo o dicionário online Dicio, significa “demonstrar publicamente admiração e respeito por alguém”. Diante desta definição surgem algumas questões: será que pessoas com um passado controverso deveriam dar nome a ruas, avenidas, pontes, praças e edifícios? Quais sujeitos históricos merecem tal demonstração pública de admiração? Quem são os homens (maioria massiva) homenageados com estátuas que marcam a paisagem das grandes, médias e pequenas cidades pelo Brasil?
O assunto não é novo e nem pouco debatido. Mas você já parou para pensar qual é o nome da maior ou mais conhecida avenida da cidade que você mora? Você sabe quem foi essa pessoa? Quem estamos honrando ao colocar certo nome num espaço? Este texto tem mais perguntas do que respostas. Porém, juntos e juntas chegaremos a algumas respostas e com sorte produziremos novas indagações.
Nos últimos anos, o debate sobre monumentos e suas homenagens controversas ganhou destaque na mídia e nos debates acadêmicos, sobretudo entre os historiadores.
O ponto inicial da retomado do assunto, ocorreu em 2020, com a mobilização internacional gerada pelo assassinato de George Floyd, das inúmeras manifestações populares em resposta ao ato racista, uma terminou com a derrubada da estátua de Edward Colston, na cidade de Bristol, na Inglaterra. Edward Colston foi um alto funcionário da empresa Royal African Company, que no século XVII traficou milhares de escravizados africanos para trabalharem nas colônias inglesas, no Caribe e nas Treze Colônias, conforme apresenta o historiador Jorge Amilcar Santana no livro Galeria de Racistas. Em 2021, no Brasil, na zona sul de São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato foi incendiada. Nos dois casos citados os homenageados participaram da escravização de pessoas.
No caso de Nina Rodrigues, o autor do processo, o advogado Thiago Cruz, defende a “incompatibilidade da homenagem prestada a uma figura histórica que sustentava ideias racistas e eugenistas” como apresentada na ata da audiência inicial. Para que você, leitor e leitora formule sua acusação ou defesa, apresento alguns dados sobre a trajetória de Nina Rodrigues. Em 1882, ele começou o curso de Medicina na Bahia e fez parte dos seus estudos no Rio de Janeiro. Anos depois retornou para Salvador e em 1889 tornou-se professor na Faculdade de Medicina da Bahia, conforme consta no livro As Ilusões da Liberdade de Mariza Corrêa.
Nina Rodrigues fez parte de um grupo de cientistas que no final do século XIX e início do século XX formulava acerca das teorias raciais, sobretudo o darwinismo social e a eugenia no Brasil. Um dos livros mais famosos de Nina Rodrigues é O animismo fetichista dos negros baianos, de 1896 onde o autor descreveu práticas religiosas de candomblés de Salvador, algumas de suas frases fica explicita a adesão as ideias eugenistas, como, “incapacidade psíquica das raças inferiores para as elevadas abstrações do monoteísmo” (p.27); o dualismo dos negros é, pois, ainda o dualismo rudimentar dos selvagens (p.41); dos espíritos simples, incultos e supersticiosos como os dos negros (p.72); do fraco desenvolvimento intelectual dos negros africanos (p.90), são alguns exemplos.
Sabe aqueles estudos de medição de crânios? Nina Rodrigues também os fazia. Uma das teses defendidas por ele, dizia que a partir da análise da simetria dos crânios de brancos e negros era possível constatar que os “não brancos”, para usar as palavras dele, eram mais propícios as degenerações sociais, aos vícios e aos crimes. Por isso, era necessário criar o código penal brasileiro levando em consideração essas diferenças, tudo isso publicado em outro livro, As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, de 1935.
Meu dever aqui foi apresentar o “réu” para que você possa tirar suas próprias conclusões. Talvez eu tenha mais um objetivo, questionar: quem realmente merece homenagem com seus nomes estampados em prédios, ruas e estátuas quando se fala da história do Brasil?
Em celebração ao Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima quarta-feira, 20, a Mauricio de Sousa Produções prestou homenagem à psicóloga e ativista Cida Bento, destacada por seu trabalho em defesa da igualdade racial e no combate ao racismo estrutural no Brasil. Representada pelos traços de Milena, a primeira personagem negra da Turma da Mônica, Cida passa a integrar o projeto Donas da Rua, que valoriza mulheres de destaque em áreas como ciência, arte, esportes e literatura.
Nascida em São Paulo, Cida Bento é referência no debate sobre relações raciais no Brasil. Cofundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em 1990, a psicóloga dedica-se à promoção de equidade racial e de gênero no mercado de trabalho e na educação. Seu livro mais recente, O Pacto da Branquitude (2022), é apontado como uma das principais reflexões contemporâneas sobre privilégios raciais e desigualdades estruturais no país.
A atuação de Cida Bento ultrapassa fronteiras: ela foi reconhecida pela The Economist como uma das 50 pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade e faz parte de comissões como o Grupo Assessor da ONU Mulheres.
“A Mauricio de Sousa Produções sempre defendeu a diversidade e a representatividade. Escolher Cida Bento para essa homenagem é reconhecer seu impacto na luta pela igualdade racial e no empoderamento de mulheres negras. Ela é uma inspiração para as gerações atuais e futuras”, afirmou Mônica Sousa, diretora executiva da empresa. Segundo a empresa, a escolha de Cida Bento reforça a necessidade de enfrentar as desigualdades com coragem e conhecimento, valores que a psicóloga representa em sua trajetória.
O projeto Donas da Rua já homenageou cientistas, escritoras e atletas, reafirmando o compromisso da Mauricio de Sousa Produções com uma sociedade mais inclusiva e plural. Em 2020, Jaqueline Goes de Jesus uma das pesquisadoras que liderou a equipe que conseguiu em tempo recorde, 48 horas, sequenciar o genoma do coronavírus após o registro do primeiro caso da doença no Brasil foi homenageada.
A partir do dia 20 de novembro estará disponível na plataforma Sesc Digital, o curso Dispositivo de Racialidade, ministrado pela filósofa Sueli Carneiro. Gratuito e acessível online, o curso propõe uma análise aprofundada sobre como o racismo se estrutura e perpetua na sociedade brasileira, utilizando o conceito de “dispositivo”, formulado pelo filósofo francês Michel Foucault.
Ao longo de seis aulas, a intelectual apresenta as ideias centrais de sua tese de doutorado, defendida em 2005 na USP e que resultou no livro “Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser“, lançado em 2023 pela editora Zahar. A obra articula conceitos como biopoder, epistemicídio e interdições sociais para explicar os mecanismos que sustentam a supremacia branca no Brasil e limitam o pleno exercício da cidadania para a população negra.
O curso também traz discussões sobre o pensamento do filósofo jamaicano Charles Mills e destaca a relevância da ação coletiva na resistência ao racismo e na promoção de mudanças sociais. Para enriquecer o conteúdo, depoimentos de importantes ativistas do movimento negro – como Edson Cardoso, Sônia Maria Pereira, Fátima Oliveira e Arnaldo Xavier – são interpretados por atores como Thomás Aquino, Grace Passô, Naloana Lima Costa e Jhonas Araújo, criando uma ponte entre teoria e prática.
Disponível na plataforma de educação a distância do Sesc (sescsp.org.br/ead), o curso reflete o compromisso da instituição com a democratização do acesso ao conhecimento e o fortalecimento do debate sobre igualdade racial.