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Famosos negros que apoiam Kamala Harris e Donald Trump nas eleições dos EUA

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Fotos: Divulgação e Sameer Al-Doumy

A votação para a eleição presidencial nos Estados Unidos, aconteceu nesta terça-feira, 5, e muitos famosos negros, seja da música, do cinema, dos negócios ou do esporte, declararam seu apoio à candidata Kamala Harris ou ao Donald Trump. Diversas personalidades declaram apoio à democrata, que pode se tornar a primeira mulher negra a presidir o país. Em contrapartida, o candidato republicano recebeu menos apoio de celebridades, e os poucos nomes de destaque que o apoiaram são, em sua maioria, homens.

Uma pesquisa divulgada no mês passado pela NAACP (National Association for the Advancement of Colored People) mostrou que 63% dos eleitores negros preferem Harris, enquanto Trump conta com apenas 13% de apoio. Contudo, novamente observa-se uma disparidade de gênero: o apoio a Harris entre mulheres negras é sólido, alcançando 67%, mas cai para 49% entre homens negros com menos de 50 anos.

Pró Kamala Harris

Azealia Banks

Na véspera da eleição, a Azealia Banks gerou polêmicas ao anunciar o seu voto para Kamala Harris. A cantora apoia Trump desde 2016, chegou a comparecer ao comício do ex-presidente, em julho, mas alegou preocupações com os laços do republicano com Elon Musk. “Eu realmente acho que manter Elon Musk longe de qualquer tipo de poder político nos EUA equivale a qualquer questão em pauta aqui”, escreveu na sua conta do X, dando início a uma série de ataques contra o empresário.

LeBron James

Recentemente, o astro do basquete também declarou seu voto na democrata, publicando um vídeo demonstrando a importância da comunidade afro-americana não votar em Donald Trump pelos discursos racistas. “Quando penso em meus filhos e minha família e em como eles crescerão, a escolha é clara para mim. Vote em Kamala Harris”.

Beyoncé e Kelly Rowland

Desde o início da campanha, Harris teve permissão para usar a música ‘Freedom’ de Beyoncé como trilha sonora oficial da campanha e era aguardado um pronunciamento público da artista, que ocorreu em outubro, no comício da candidata, no Texas. Ela subiu ao palco junto com a amiga e cantora Kelly Rowland para apoiá-la. “Não estou aqui como uma celebridade, não estou aqui como política. Estou aqui como mãe que se preocupa com o mundo em que minhas filhas vivem. Imagine um mundo onde temos liberdade para controlar nosso corpo”, disse a Queen B no seu discurso. 

Foto: Reprodução/Instagram/@beyonceaccessbr

Tyler Perry

Apesar de não engajar as redes sociais com as eleições, o cineasta Tyler Perry compareceu recentemente ao comício da candidata e fez um discurso para os eleitores do estado da Geórgia. “O que percebo é que nesses Estados Unidos de Donald Trump não existe um sonho que se pareça comigo. Queremos uma presidente que acredite que esse sonho americano é para todos, e essa presidente é Kamala Harris”.

Pró Donald Trump

Kanye West

Após apoiar o ex-presidente republicano em 2016, o rapper Kanye West, afirmou neste ano que iria repetir o seu voto para a eleição presidencial. “Claro [vou votar nele], é Trump o dia todo”, disse em um vídeo gravado por um paparazzi.

Foto: Andrew Harrer/Bloomberg

50 Cent

O rapper 50 Cent revelou ao podcast The Breakfast Club recentemente que recebeu uma oferta de US$ 3 milhões para se apresentar no comício do candidato. Apesar de não aceitar, compartilhou diversas imagens do republicano, inclusive com o rosto dele estampando a capa de seu álbum “Get Rich or Die Trying”, durante um show. Apesar de endossar a imagem do Trump em um momento oportuno, após ele ter sido baleado em julho deste ano, o artista disse na entrevista que tem “medo de política”. “Eu não gosto de nenhuma parte da política. É porque quando você se envolve, não importa como você se sinta, alguém discorda apaixonadamente de você.”

Mike Tyson

Mike Tyson apoia Trump para presidência desde 2015, antes da primeira eleição do republicano. Conhecidos de longa data, seu apoio não foi uma surpresa entre os famosos. O ex-presidente promoveu muitas lutas do ex-campeão de boxe nos anos 1980 e 1990 em seus cassinos. Em 2022, o Tyson chegou a dizer ao podcast New York Post Sports que o Trump lhe “pagava muito dinheiro”. Quando foi condenado em 1992 por estuprar Desiree Washington, também foi defendido por Trump. 

Foto: Sonia Moskowitz/Getty Images

Lil Wayne e Kodak Black

Os rappers Lil Wayne e Kodak Black também declararam apoio a Donald Trump. Com uma boa relação há alguns anos, os artistas receberam o perdão presidencial de Trump no final do mandato, em casos envolvendo porte irregular de armas de fogo e falsificação de documentos. Condenados em 2019, Wayne poderia pegar até 10 anos de prisão e Black até quatro anos. 

Foto: Reprodução/Twitter

Erykah Badu se apresenta em SP, dia 6, com abertura de Luedji Luna

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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A renomada cantora e compositora americana Erykah Badu retorna ao Brasil para uma apresentação única no Espaço Unimed, em São Paulo, no dia 6 de novembro de 2024, às 20h30. Conhecida como a “rainha do neo-soul”, Badu promete encantar o público com sua mistura singular de soul, R&B e hip-hop. A abertura do evento conta com a participação da baiana Luedji Luna.

Erykah Badu iniciou sua carreira musical em 1997 com o lançamento do álbum “Baduizm”, que lhe rendeu dois prêmios Grammy e a consolidou como uma das principais vozes do neo-soul. Ao longo de sua trajetória, lançou álbuns aclamados como “Mama’s Gun” (2000) e “Worldwide Underground” (2003), explorando temas que vão desde espiritualidade até questões sociais e políticas.

Além do show em São Paulo, Badu também se apresentará no festival Rock The Mountain, em Itaipava, Rio de Janeiro, no dia 8 de novembro, e no AFROPUNK Bahia, em Salvador, no dia 9 de novembro. Essas apresentações fazem parte de sua turnê pelo Brasil, celebrando sua influência na música contemporânea e sua conexão com o público brasileiro.

Os ingressos para o show no Espaço Unimed estão disponíveis para compra no site oficial da Ticket360. Os preços variam conforme o setor escolhido, com opções que vão de R$ 140,00 a R$ 400,00. Há também a possibilidade de adquirir ingressos na bilheteria do Espaço Unimed, localizada na Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, São Paulo.

A abertura do evento ficará por conta da cantora e compositora baiana Luedji Luna, conhecida por mesclar ritmos afro-brasileiros, jazz e MPB em suas composições. A combinação das performances de Luedji e Erykah promete uma noite inesquecível para os amantes da boa música.

Novela das seis “Garota do Momento” tem melhor estreia em dois anos

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Foto: Beatriz Damy/Divulgação
Foto: Beatriz Damy/Divulgação

A novela “Garota do Momento” estreou na última segunda-feira (4), na TV Globo, com índices de audiência expressivos, marcando 21 pontos na Grande São Paulo, o melhor desempenho para uma novela das seis nos últimos dois anos. No Rio de Janeiro, a trama alcançou 25 pontos, superando as três produções anteriores do horário.

Escrita por Alessandra Poggi, com direção-geral de Jeferson De e direção artística de Natalia Grimberg, a novela ambientada nos anos 1950 narra a história de Beatriz (Duda Santos), que, após 16 anos, descobre o paradeiro de sua mãe, Clarice (Carol Castro). O primeiro capítulo destacou-se pela atuação de Carol Castro e pela trama envolvente, que promete cativar o público nos próximos meses.

A estreia de “Garota do Momento” também registrou 36% de participação em São Paulo, o melhor índice desde 2019. No Rio de Janeiro, a participação foi de 41%, consolidando o sucesso inicial da produção.

Com um elenco que inclui nomes como Fábio Assunção, Lilia Cabral, Tatiana Tiburcio, Cridemar Aquino e Maisa Silva, a novela aborda temas como busca por identidade, relações familiares e os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade da época. A expectativa é que “Garota do Momento” mantenha os bons índices de audiência e conquiste ainda mais telespectadores ao longo de sua exibição.

Além da trama envolvente, a produção destaca-se pela reconstituição de época, retratando com fidelidade os costumes e a ambientação dos anos 1950. A trilha sonora, composta por clássicos da época, complementa a atmosfera nostálgica, transportando o público para o período retratado. A combinação de uma narrativa cativante, atuações sólidas e uma produção cuidadosa contribui para o sucesso inicial de “Garota do Momento”.

“O que acontece aqui impacta mulheres ao redor do mundo”: Danai Gurira fala sobre as eleições e os direitos das mulheres

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Foto: Getty Images

As eleições americanas acontecem hoje, 5 de novembro, e um dos temas principais da campanha tem sido os direitos das mulheres. Em um evento na semana passada, a atriz e dramaturga Danai Gurira destacou a importância desse momento, ressaltando como as decisões políticas dos Estados Unidos reverberam na vida de mulheres em todo o mundo. Nascida nos EUA e criada no Zimbábue, Gurira compartilhou sua perspectiva única de alguém que observa o país de origem como um símbolo de liberdade e de oportunidades para mulheres. “Eu sempre olhei para esta nação de meu nascimento porque tinha proteções, direitos e uma cultura que permitia que uma menina atingisse seu potencial máximo,” comentou.

Gurira explicou que seu papel na campanha de Kamala Harris se tornou uma das experiências mais significativas de sua vida, ao sentir a urgência de defender os direitos das mulheres em um cenário de retrocessos. “Meu papel nesta eleição parece ser a coisa mais poderosa e importante da qual pude fazer parte”, afirmou. Para ela, o impacto das políticas americanas ultrapassa fronteiras, afetando as condições de vida de mulheres em várias regiões do mundo.

A atriz também abordou questões globais de direitos das mulheres, incluindo a mutilação genital feminina, uma prática que afeta milhões de meninas em várias partes do mundo. Gurira destacou como essa e outras formas de violência contra mulheres ilustram a necessidade de políticas que protejam os direitos femininos. Em sua fala, ela expressou indignação com as recentes restrições ao aborto nos Estados Unidos, mencionando casos de mulheres que sofreram consequências graves devido a essas novas leis em estados como o Texas. “Isso me deixa furiosa pensar que essas proibições ao aborto estão matando mulheres”, disse. Para Gurira, essas políticas não afetam apenas as mulheres americanas, mas também servem como referência para outros países que acompanham as diretrizes políticas dos EUA.

Ela também destacou sua trajetória como dramaturga, onde busca amplificar histórias de mulheres e meninas que enfrentam violência em zonas de conflito. Gurira defendeu que a proteção dos direitos reprodutivos e a liberdade de escolha são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Sempre me questionei por que as meninas tinham experiências tão diferentes no mundo em relação aos meninos”, comentou.

Ao concluir, Gurira fez um apelo para que o público refletisse sobre o papel dos Estados Unidos como líder global. Segundo ela, retrocessos nos direitos das mulheres enfraquecem essa posição e enviam uma mensagem preocupante para o mundo. “O que acontece aqui impacta mulheres ao redor do mundo”, concluiu.

Lázaro Ramos lança projeto especial no Mês da Consciência Negra para celebrar ícones afro-brasileiros

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Foto: Reprodução

Em comemoração ao mês de novembro, dedicado à Consciência Negra, o ator e diretor Lázaro Ramos lançou um projeto nas redes sociais para homenagear personalidades negras da cultura e história do Brasil. A iniciativa visa valorizar a cultura afro-brasileira, com Ramos publicando listas semanais que relembram grandes figuras de várias áreas e convidando o público a participar.

No vídeo de lançamento, Lázaro propôs que a primeira lista destacasse ícones masculinos da música brasileira. “Uma lista que eu começo e vocês continuam aqui nos comentários, vamos?”, escreveu na legenda. “Novembro chegou, e com ele vem a celebração, a conscientização e o lembrete constante de que a luta antirracista deve ecoar todos os dias do ano”, disse. Em um convite ao engajamento, completou: “E neste ano, quero fazer algo especial: listas semanais destacando pessoas que deixam um legado na nossa cultura. E começo com os grandes ícones masculinos da nossa música brasileira! 🎶 Mas preciso da sua ajuda para completar essa lista, quais nomes não podem faltar? Comenta aí e vamos celebrar juntos essa riqueza cultural!”

Para abrir a série, o ator compartilhou alguns dos nomes que considera essenciais, incluindo Tony Tornado, Os Tincoãs, Os Garotin, Cassiano e Wilson Simonal. A iniciativa já começou a gerar grande interação, com seguidores sugerindo outras personalidades que marcaram a música brasileira.

O projeto de Lázaro Ramos promete não apenas ser um tributo, mas também estimular a reflexão e o conhecimento sobre a contribuição histórica e cultural de negros brasileiros. A cada semana, ele ampliará o repertório, trazendo à tona referências de diferentes áreas, ajudando a fortalecer a visibilidade e o reconhecimento de trajetórias negras no Brasil.

Em dia de eleições nos EUA, Beyoncé lança clipe “Beywatch”, homenageia Pamela Anderson e incentiva voto

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Foto: Reprodução

A cantora Beyoncé surpreendeu fãs nesta terça-feira, 5, ao lançar um novo clipe para a faixa “BODYGUARD”, de seu álbum mais recente, Cowboy Carter. O vídeo, intitulado “Beywatch” — uma referência direta à famosa série dos anos 90 Baywatch, estrelada por Pamela Anderson — traz a artista recriando alguns dos visuais icônicos da atriz, como o chapéu de pelúcia rosa e o corset branco que marcaram a estética dos anos 90.

A data do lançamento coincide com o dia das eleições presidenciais nos Estados Unidos, reforçando o engajamento político da cantora, que utilizou a hashtag “#Vote” na descrição do vídeo no YouTube. A iniciativa une a divulgação de seu trabalho ao incentivo à participação cívica, com um apelo direto para que seus fãs exerçam o direito ao voto.

Recentemente, Beyoncé demonstrou apoio público à candidata democrata Kamala Harris, atual vice-presidente e concorrente nas eleições. Na última semana, a cantora marcou presença em um comício em sua cidade natal, Houston, ao lado de Harris e da amiga Kelly Rowland e autorizou o uso de sua canção “Freedom” (parceria com Kendrick Lamar, de 2016) como trilha oficial da campanha.

A homenagem de Beyoncé a Pamela Anderson encerra o “Beylloween” — período em que a artista, durante a semana de Halloween, também celebrou outras personalidades, como Betty Davis e Prince.

Confira o clipe:

‘Os Quatro da Candelária’ e as Paternidades Negras: Um olhar humanizado para os cuidados dos homens negros 

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Foto: Netflix

Eu, ainda, vou levar muitos dias para me recompor da série ‘Os Quatro da Candelária’. Sinto as cenas reverberando em mim em qualquer momento do meu dia. Ao ouvir as primeiras notas de “Além da razão” do maravilhoso poeta Luiz Carlos da Vila, eu caí num choro compulsivo. 

O primeiro episódio do menino Douglas (Samuel Silva) nos explicita a vida de um menino negro que perde o pai biológico de forma violenta, mas encontra a paternidade em outro homem que o cuida, o acolhe e o ama. Ao saber da morte do pai adotivo, Douglas passa todo o episódio lutando para realizar um enterro digno ao pai. O pai adotivo de Douglas, vivido pelo ator Leandro Firmino, tenta promover a ele elementos básicos de cuidado e proteção que o menino, fugido da FUNABEM (já falei sobre essa instituição aqui, em artigos anteriores) por causa das violências ali sofridas, não tivera, até então. O vício na cola faz com que Douglas não consiga ficar. Mas ser cuidado pelo pai que o olha, humanizando-o, que o cuida, que o abraça, é o vínculo mais profundo do menino. 

O episódio de Sete (Patrick Congo), o jovem de 18 anos recém-completados escancara, mais uma vez a paternidade negra. Sete é um homem negro gay, que escancara sua homossexualidade para quem quiser ver. Sete, nos auge dos anos 90 tem o desejo de ser marinheiro. Sete seria o João Cândido dos nossos tempos. O sonho de Sete é o que nos guia em toda a sua trajetória. Mas é a relação dele com Pipoca (Wendy Queiroz) que nos movimenta e emociona.

Sete se torna o pai adotivo de Pipoca (Por falar em Pipoca, no episódio dela, eu só chorei do início ao final.). A relação é de proteção e de cuidado, permeada de afeto mútuo. Pipoca compreende Sete, percebe suas tristezas, celebra suas alegrias. Pipoca o humaniza. Sete que vivencia toda sorte de violência em suas relações afetivas e por meio do machismo e racismo associados, mas a menina o trata como um pai. É ali que a relação dos dois se estabelece. O amor de Sete por Pipoca, que se constrói nas ruas do Centro do Rio de Janeiro é tão grande, a ponto de adiar a viagem que o deixaria mais próximo de realizar seu sonho, para cuidar dela, naquela noite. 

As masculinidades negras estão retratadas nessa série de uma forma tão profunda e tão necessária. Os pais negros heterossexual biológico e adotivo, assim como o pai negro gay, estão nas cenas nos ensinando como se paterna nos aspectos mais adversos possíveis, por meio do exercício do cuidado. Eu, como um paternólogo (especialista em paternidades), sigo impactado com o que a série nos entrega. 

No Brasil, alguns grupos sobre paternidades de homens negros e institutos, como o Instituto Mapear, têm se dedicado em trabalhar essas temáticas. Vale pesquisar para conhecer mais sobre o tema e aprofundar o entendimento. 

Texto: Luciano Ramos, Especialista em Masculinidades e Paternidades Negras e Diretor do Instituto Mapear

A falha da Mascavo: Um espelho das lacunas no compromisso empresarial com a diversidade

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Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Texto: Priscilla Arantes

A recente polêmica em torno do lançamento da nova linha de maquiagem da Mascavo revela um retrato alarmante de negligência em relação à diversidade e inclusão no setor empresarial brasileiro. O episódio é mais do que um erro de marketing; é um sintoma de uma visão de mundo obsoleta que ainda permeia muitas corporações, demonstrando uma falha crítica em entender e valorizar a diversidade de seus consumidores.

A falta de opções para peles negras não é apenas um lapso operacional; é uma ofensa, um claro indicativo de que a Mascavo, como tantas outras empresas, não está ouvindo ou respeitando todos os segmentos do mercado. Este erro não só aliena uma parcela significativa do público consumidor, mas também subestima a inteligência e o poder de voz desse mesmo público, que hoje exige mais do que simples retratações ou correções apressadas.

Gestão de Impacto e Responsabilidade Social

A gestão de riscos e impactos da Mascavo falhou terrivelmente ao ignorar as demandas por inclusão tão vocalmente defendidas pelos consumidores contemporâneos. Este não é um mero deslize; é uma falha estratégica que questiona a competência e a visão ética dos líderes da empresa. Será que tem alguma liderança negra na empresa? A promessa de adicionar novos tons após o lançamento é uma resposta tardia que cheira a oportunismo e falta de planejamento autêntico.

O caso Mascavo destaca uma verdade desconfortável sobre o mercado de cosméticos e além: muitas empresas ainda tratam a diversidade como uma questão secundária, uma “caixa” a ser marcada, em vez de um princípio fundamental desde o início do desenvolvimento do produto. Esse tipo de pensamento não só é moralmente questionável, mas também um suicídio de marca na era digital, onde os consumidores estão mais conectados e empoderados do que nunca.

A inclusão de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) nas operações empresariais não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente. As empresas devem adotar essas práticas não como uma formalidade, mas como um imperativo estratégico. No caso da Mascavo, a falta de um enfoque socialmente responsável não apenas prejudicou sua imagem, mas também demonstrou um descompasso grave com as expectativas modernas de governança corporativa.

As práticas ESG, quando genuinamente implementadas, são uma forma de as empresas demonstrarem seu compromisso não só com o lucro, mas com o progresso social. A falha da Mascavo em antecipar a necessidade de uma gama de produtos inclusivos mostra um descaso preocupante com esses princípios, que deve servir de alerta para outras empresas no mercado.

O episódio deve ser um chamado à ação para todas as empresas. Não é suficiente corrigir erros à medida que são apontados pelos consumidores; é essencial integrar a diversidade e a inclusão em todas as etapas do processo de negócio. Empresas que falham em fazer isso não só enfrentarão a ira de um mercado cada vez mais consciente, mas também se encontrarão em desvantagem competitiva à medida que novos players mais adaptados e responsivos surgem.

Portanto, o desafio lançado pela Mascavo vai além de uma simples gafe de marketing. Este caso é um indicativo de uma falha sistêmica que requer uma reformulação profunda de como as empresas entendem e implementam a diversidade e a inclusão. A agenda ESG não é apenas um conjunto de diretrizes éticas; é um componente crítico de sobrevivência empresarial no século XXI. As empresas que ignorarem esse fato farão isso por sua própria conta e risco, e a um custo que vai muito além do financeiro. A Mascavo nos deu uma lição valiosa; cabe agora ao mercado aprender com ela e agir de forma decisiva e proativa.

Negros Trumpistas: para cientista político americano,  empreendedorismo atrai jovens negros ao voto em Trump

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Foto: Ralph Freso/Getty Images

Às vésperas das eleições nos Estados Unidos, o cientista político John Kincaid, especialista em federalismo e membro eleito da National Academy of Public Administration, analisa uma tendência recente entre jovens homens negros que, ao contrário do que se observa entre eleitores negros em geral, demonstram maior inclinação para apoiar Donald Trump. Em entrevista ao Mundo Negro, Kincaid, que também é presidente do Center for the Study of Federalism, explicou que a recuperação econômica pós-COVID e o foco de Trump no empreendedorismo são fatores que têm atraído essa parcela do eleitorado.

Segundo Kincaid, a inflação elevada, que atingiu 9% durante o governo Biden devido a grandes investimentos federais e ao crescimento acelerado da economia após a pandemia, impactou as percepções econômicas de muitos eleitores.

“Houve duas grandes leis que gastaram trilhões de dólares, e injetar esse dinheiro na economia gera inflação. A combinação de gastos federais e recuperação econômica produziu a inflação que experimentamos,” observou o professor, que também é diretor do Meyner Center for the Study of State and Local Government. Embora a taxa de inflação tenha caído, os preços permanecem altos, o que afeta o cotidiano e as perspectivas de muitos eleitores.

Entre os jovens negros, particularmente os homens, o apelo de Trump se fortalece pelo seu histórico como empresário e sua visão pró-negócios. “Esses eleitores estão em busca de oportunidades de emprego e negócios. Alguns são pequenos empresários e enxergam Trump como mais amigável aos seus interesses empresariais,” explica Kincaid, que co-edita a série Routledge Book Series on Federalism and Decentralization

Ele aponta que pesquisas recentes indicam uma mudança no foco da igualdade, com mais negros americanos considerando o empreendedorismo como uma forma de alcançar avanços socioeconômicos, distanciando-se das pautas tradicionais de direitos civis.

No entanto, Kincaid destaca que essa inclinação por Trump é menos comum entre mulheres negras, que têm outras prioridades, como os direitos reprodutivos, e encontram maior representatividade em Kamala Harris e em pautas democratas. 

Pesquisas mostram comunidade negra apoiando Kamala Harris

Uma pesquisa divulgada no mês passado pela National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) mostrou que 63% dos eleitores negros preferem Harris a Trump, que recebeu o apoio de apenas 13%. 

No entanto, há uma disparidade de gênero perceptível: enquanto o apoio a Harris entre mulheres negras permanece forte, com 67%, ele cai para 49% entre homens negros com menos de 50 anos. 

Outra pesquisa recente, conduzida pela YouGov para a CBS News, indicou que o apoio de Harris entre eleitores negros é semelhante ao de Biden em 2020, com 87% dos prováveis eleitores negros apoiando Harris e 12% optando por Trump.

Com 28 Grammys e 60 anos de carreira transformadora no jazz e no pop, Quincy Jones construiu parcerias históricas

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Foto: Shutterstock

Dono de uma trajetória notável que influenciou profundamente a música pop e o jazz, Quincy Jones marcou seu nome entre as grandes estrelas mundiais com uma carreira que atravessou gerações e continentes. Jones colaborou com artistas talentosos, ajudando a impulsionar a carreira de muitos deles, como Michael Jackson, Will Smith, além de ter trabalhado com Frank Sinatra, Aretha Franklin e Ray Charles.

O produtor icônico foi responsável pelos álbuns Off The Wall (1979), Thriller (1982) e Bad (1987) de Michael Jackson, ajudando a consolidar o Rei do Pop como um ícone mundial. Thriller , lançado em 1982, tornou-se o disco mais vendido da história, com estimativas de 120 milhões de cópias comercializadas, e atingiu novos patamares para a indústria fonográfica. Além de sua influência musical, Quincy também abriu portas para novos talentos. Nos anos 1990, foi crucial para o início da carreira de Will Smith como ator, convencendo o jovem rapper a aceitar o papel principal no seriado Um Maluco no Pedaço: “Verdadeira definição de mentor, pai e amigo”, escreveu Smith em uma publicação que homenageia Quincy Jones.

Outro marco em sua carreira foi We Are the World , gravado em 1985 com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à fome na África. Liderado por Jones, 45 artistas se reuniram em uma noite histórica nos estúdios A&M, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O single, que conta com solos de Bruce Springsteen, Stevie Wonder e Tina Turner, entre outros, vendeu milhões de cópias e se transformou em um hino global de solidariedade. Recentemente, o documentário A Noite que Mudou o Pop , lançado pela Netflix, trouxe à tona detalhes dos bastidores da gravação, mostrando o toque pessoal de Jones ao pedir que os artistas “deixassem os egos do lado de fora”.

Grandes clássicos da música e a relação com artistas brasileiros

Quincy também deixou sua marca no jazz e na música brasileira. Com uma carreira que remonta aos anos 1950, ele trabalhou com figuras como Frank Sinatra, Aretha Franklin, Ella Fitzgerald, Donna Summer, Céline Dion,e Ray Charles, com quem construiu uma amizade e tensão ainda na adolescência. Com Sinatra, ele trabalhou até o último álbum do artista, LA Is My Lady, em 1984No Brasil, colaborou com Milton Nascimento, Ivan Lins e Simone, levando ritmos e talentos brasileiros para o cenário internacional. Jones ainda ganhou um Grammy por sua interpretação de Velas, de Ivan Lins, e levou a cantora Simone para o Montreux Jazz Festival, onde ela encantou o público europeu.

O legado de Quincy Jones não se limita aos prêmios e discos vendidos. Com 28 Grammys e mais de 60 anos de contribuições à música, ele deixa uma marca profunda como produtor, arranjador e mentor, tendo gerações inspiradas de artistas ao redor do mundo.

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