O movimento pelo fim da escala de trabalho 6×1 tem ganhado força no Brasil, impulsionado por mobilizações nas redes sociais e articulações políticas. Iniciado pelo influenciador e agora vereador eleito pelo PSOL no Rio de Janeiro, Rick Azevedo, o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) tem mobilizado milhares de pessoas, especialmente nas plataformas digitais, como o TikTok. A campanha online em defesa do fim da escala 6×1 já alcançou 1,5 milhão de assinaturas, ampliando o debate sobre a necessidade de equilibrar a vida profissional e pessoal dos trabalhadores brasileiros
No Congresso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) aderiu ao movimento e lidera uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa revisar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para reduzir a jornada laboral e eliminar a prática da escala 6×1.
A PEC propõe uma alteração no trecho da Constituição que atualmente limita a carga horária a oito horas diárias e 44 horas semanais, permitindo novas formas de distribuição do expediente, como a escala 4×3, defendida pelo VAT. Além disso, o texto pretende reformar a CLT, que hoje estabelece um dia como o período mínimo de descanso para o trabalhador.
Até agora, a PEC já conta com 100 assinaturas de deputados, restando 71 para alcançar o mínimo necessário para seu protocolamento e início formal de tramitação. Todas as assinaturas coletadas estão com a deputada Erika Hilton, que se prepara para apresentar a proposta oficialmente. A discussão sobre a escala 6×1 também reverbera no Legislativo, onde tramitam projetos para reduzir a jornada de trabalho sem diminuir salários, refletindo uma tendência global de reavaliar modelos laborais em prol do bem-estar dos trabalhadores.
Com estreia realizada no dia 7 de novembro dentro da programação do Festival Varilux de Cinema Francês, o filme Madame Durocher, dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo, resgata a trajetória da francesa Marie Josephine Mathilde Durocher, primeira mulher registrada como parteira e pioneira na Medicina do Brasil, mas também joga luz sobre a força e resistência de figuras negras da época. Entre os destaques está o ator André Ramiro, que assume o papel de Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles, um dos primeiros médicos negros do Brasil e idealizador da Academia Brasileira de Medicina, da qual foi o primeiro presidente.
André Ramiro, conhecido por sua atuação em Tropa de Elite, incorpora o papel de Dr. Joaquim com a intensidade que a narrativa exige, resgatando a história de um profissional cuja luta contra o racismo marcou a história da medicina brasileira: “Essa resiliência, essa força dele numa época que era um milhão de vezes mais difícil do que a minha em relação ao racismo e ao preconceito, esse homem se formar em medicina na França, sofrendo o preconceito que sofreu”, destacou o ator em um vídeo promocional.
O elenco ainda traz Isabel Fillardis, no papel de Clara, uma mulher negra escravizada que recusa alforria porque não tinha para onde ir e prefere viver ‘Madame Durocher‘ por ser um lugar considerado seguro para ela. “Ela fez uma escolha. E escolheu por afeto, por empatia. Porque Durocher nunca a viu como escrava e sim como uma amiga, confidente”, lembrou. Fillardis pontuou ainda que apesar dos avanços, “no dia a dia ainda é como se tivéssemos em 1800”.
Baseado em fatos históricos, Madame Durocher acompanha a chegada de Marie ao Brasil em 1816, em busca de independência e realização profissional. Durocher foi a primeira mulher a integrar a Academia Nacional de Medicina e atendeu a diversos públicos, desde a elite da família real portuguesa até mulheres marginalizadas do Rio de Janeiro. Interpretada por Jeanne Boudier e Sandra Corveloni em diferentes fases da vida, Durocher tem seu legado evidenciado pela presença de Marie-Josée Croze como sua mãe, Anne, na primeira parte da trama.
Whoopi Goldberg pretende mudar o cenário das transmissões esportivas com o lançamento do All Women’s Sports Network (AWSN), primeira rede global dedicada exclusivamente ao esporte feminino. A atriz e apresentadora anunciou a novidade no dia 6 de novembro, durante participação no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon.
O canal, cofundado pela norte-americana Jungo TV, oferecerá transmissões ao vivo de ligas como a UEFA (União das Associações Europeias de Futebol), FIBA (Federação Internacional de Basquete), WTA (Associação de Tênis Feminino) e a WNBL (Liga Nacional de Basquete Feminino), além de esportes menos tradicionais como críquete e curling. Segundo Goldberg, a missão é preencher uma lacuna de visibilidade, especialmente para jovens atletas. “Será o lar dos esportes femininos ao vivo do mundo todo”, destacou a apresentadora.
Com um projeto que tomou 16 anos para se materializar, Goldberg relembrou sua própria frustração com a falta de oportunidades para mulheres no esporte quando era jovem. “Isso sempre me irritou”, disse ela ao falar sobre a negligência enfrentada por mulheres na indústria. “Por anos, eu tenho falado com as pessoas e dito: ‘Não seria ótimo se pudéssemos viajar pelo mundo, começar a ter jovens atletas no ensino médio para que pudéssemos crescer com elas e crescer com elas?’”
Além da transmissão global de eventos, a AWSN terá cards de beisebol em homenagem a jovens atletas, iniciativa que Goldberg acredita ser essencial para romper barreiras e destacar o talento de meninas e mulheres em diferentes modalidades. Em parceria com a CommonSpirit, uma organização reconhecida pela defesa da saúde feminina, o canal já opera na Ásia, Oriente Médio e na JioTV da Índia, com lançamento nos Estados Unidos previsto para a próxima semana.
Com a AWSN, Whoopi Goldberg espera não apenas aumentar a representatividade no esporte, mas transformar o modo como mulheres atletas são reconhecidas e celebradas globalmente.
Após emocionar os fãs ao anunciar a gravidez durante o show “Numanice”, no último sábado, 9, Ludmilla e Brunna Gonçalves compartilharam mais detalhes sobre a descoberta da gestação em entrevista para a jornalista Maju Coutinho, no Fantástico, exibido no domingo, 10. No bate-papo, o casal celebrou o “numababy” – apelido dado carinhosamente ao bebê em referência ao projeto musical de Ludmilla – e dividiu os momentos de emoção e expectativa que viveram ao longo do processo.
Brunna contou como foram os dias de espera até a confirmação, explicando que realizou vários testes de gravidez, num misto de ansiedade e incredulidade: “Fiz um teste e não acreditei. Abri outro teste, fiz. Não acreditei. Abri outro teste. Aí fiz o digital para aparecer assim: sim, yes, você está grávida. Só assim para eu acreditar. E ela perguntando: amor, e aí, já grudou? Eu falei: não, amor, tem que esperar um mês. Eu falava que tinha que esperar um mês”, relatou, lembrando da sensação ao ver o resultado definitivo. Ludmilla, por sua vez, ria ao relembrar a expectativa questionando repetidamente se o embrião já havia se fixado.
Ao falar sobre como deseja criar o bebê, Ludmilla lembra a importância das mulheres que a criaram: “No mundão de hoje em dia existem vários modelos de família, inclusive você tem uma história aqui perante as câmaras. Eu não tive um pai presente. Então, eu cresci com a criação da minha avó e da minha mãe, que foram mulheres guerreiras e maravilhosas e formaram essa adulta”, comenta.
O casal relatou o momento da confirmação da gestação como “muito íntimo e marcante”, destacando o sentimento de plenitude que sentem com a chegada do bebê. “Ela pulou de alegria. Foi um momento muito íntimo e muito marcante. E muito especial. Aí virou uma chavinha nas nossas vidas”, revelou Brunna emocionada ao lembrar o momento em que confirmou a gravidez para Lud.
Encerrando a entrevista, Maju Coutinho perguntou se Ludmilla já começou a interagir com o bebê. A cantora respondeu que, antes de dormir, gosta de conversar com o bebê, um hábito que já se tornou parte de sua rotina e traz alegria à nova fase. Além disso, elas disseram que devem guardar segredo sobre a data de parto e o tempo de gravidez para que possam ter mais privacidade.
A comunicação de impacto surge não apenas como um reflexo de nossas interações sociais, mas como uma ferramenta capaz de moldar essas interações de maneira profunda. Em um mundo onde a diversidade das vozes nas mídias ainda está longe de ser um reflexo da diversidade nas ruas, a importância de iniciativas que promovem uma comunicação inclusiva e educacional torna-se evidente.
Em uma era de crescente conscientização sobre as disparidades sociais, a comunicação de impacto surge como uma ferramenta fundamental na promoção da igualdade racial. Empresas e organizações estão explorando maneiras de utilizar suas plataformas e recursos para enfrentar o racismo sistêmico, através da inclusão de vozes negras e de uma educação antirracista nos ambientes corporativos.
Nos últimos anos, junto com o aumento das discussões sobre a luta antirracista, vimos dezenas de empresas cometerem “erros” que mais se assemelham a ações de marketing do que propriamente um deslize. Empresas, inclusive, que se posicionam a favor da diversidade, mas falham na prática, resultando em campanhas que perpetuam estereótipos ou excluem vozes negras de forma efetiva.
Em 2022, Arezzo, por exemplo, foi alvo de críticas ao homenagear a cultura africana em uma coleção que destacou predominantemente influenciadoras brancas, desconsiderando a essencial representatividade negra. A empresa recalculou a rota e, de forma embrionária, deu início a algumas frentes para fortalecer de fato o social. Outro caso é o recente da Mascavo, que se promoveu como uma marca inclusiva, mas não desenvolveu produtos para peles negras, utilizando modelos negras apenas como uma fachada de diversidade. A varejista inglesa H&M enfrentou um boicote internacional depois de usar uma criança negra para modelar uma blusa com a frase “o macaco mais legal da selva”, o que foi amplamente visto como insensível e racista. Além disso, a Dove foi criticada por um anúncio em que uma mulher negra se transformava em uma mulher branca após usar um dos seus produtos, sugerindo uma mensagem racista subjacente sobre a cor da pele.
Será que em pleno 2024 podemos considerar essas ações como falhas? Culpar o estagiário? Será que as empresas têm se comprometido com a luta antirracista de forma genuína e responsável, promovendo educação, diversificando posições de liderança?
Como a base de tudo é o compromisso com a educação, vale destacar ações de empresas e organizações que têm utilizado de ferramentas e ações que tendem a impactar positivamente a comunicação, elevando a régua de qualidade e, principalmente, a intolerância para esses “erros”.
Tradicionalmente, o marketing e a publicidade têm perpetuado estereótipos e excluído vozes marginalizadas, particularmente em grandes corporações globais como a Unilever. Isso reflete uma lacuna significativa entre a diversidade das equipes de criação e a diversidade das populações que eles pretendem atender.
A criação da Escola de Marketing Antirracista (EMA) pela Unilever é um passo audacioso para remodelar essa dinâmica. Ao investir aproximadamente R$ 1 milhão e colaborar com consultorias especializadas como a Indique uma Preta e Oliver Press, a Unilever capacita seus profissionais com um currículo que abrange desde a valorização das negritudes até a antropologia do consumo. Com mais de 350 funcionários participantes, a EMA já influencia o desenvolvimento de campanhas mais inclusivas e representativas, demonstrando um compromisso corporativo com a mudança estrutural.
A falta de diversidade nas agências de criação e produção de conteúdo frequentemente resulta em campanhas que falham em conectar-se com um público diversificado, especialmente em contextos culturais ricos e variados como o Brasil. Numa linha de atuação bem parecida com a Unilever, mas abrangente para todos o mercado, a Aue Creators, uma agência dedicada à produção de conteúdo com um forte enfoque na diversidade e inclusão, trabalha para preencher essa lacuna. Ao priorizar a contratação e a capacitação de talentos de comunidades marginalizadas, a Aue Creators não só enriquece seu próprio portfólio criativo, mas também estabelece novos padrões para a indústria. Seu trabalho vai além da criação de conteúdo, envolvendo-se em iniciativas que educam o mercado sobre a importância da diversidade na comunicação.
E voltando um pouco para a base, a comunicação social da perspectiva de estudantes afrocentrados, a subrepresentação de negros na mídia brasileira não é apenas um reflexo de um mercado de trabalho desigual, mas também um obstáculo para a verdadeira democratização da comunicação. O Instituto Repartir identificou essa lacuna e reconheceu a necessidade de atuação direta para capacitar comunicadores negros.
O Instituto tem se destacado por seu compromisso com a educação e a inclusão, oferecendo programas de treinamento, bolsas de estudo e parcerias com mídias para formar jornalistas e comunicadores negros. Além de promover a inclusão, o Instituto também trabalha ativamente para garantir que as narrativas sobre negros no Brasil sejam construídas de maneira autêntica e respeitosa, contribuindo assim para a transformação das práticas mediáticas no país.
O desafio de superar o racismo sistêmico na comunicação é complexo e requer um compromisso contínuo. No entanto, as iniciativas da Unilever, do Instituto Repartir e da Aue Creators demonstram que soluções práticas e educacionais podem levar a mudanças significativas. Ao investir em educação antirracista e promover a inclusão de vozes negras, essas organizações não apenas melhoram sua própria eficácia, mas também estabelecem um modelo para outras empresas seguirem. A comunicação de impacto, quando embasada na diversidade e na inclusão, não só reflete a sociedade como também tem o poder de transformá-la.
Está aberta a vaga para empresas que tenham interesse na posição da diretoria de respeito a profissionais pretos. Procuramos empresas interessadas em preencher essa posição com urgência! O papel é claro e desafiador: promover um ambiente de trabalho justo e ético para profissionais pretos, combatendo práticas de assédio moral, racismo estrutural e garantindo que o respeito seja, de fato, uma prioridade. Este vaga tem o período de experiência de 30 dias durante o mês de novembro, mas com grandes chances de efetivação para os próximos 11 meses.
Como pré-requisitos para a vaga, buscamos empresas que evitem, ativamente, o tratamento diferenciado e as expectativas de “superação” que recaem muitas vezes sobre profissionais pretos, implementem práticas de reconhecimento justo e igualitário para que profissionais pretos tenham as mesmas oportunidades de crescimento, promoção e reconhecimento de outros profissionais sem depender de “aprovações” informais, que construam um canal de ética realmente funcional, antidiscriminatório e seguro, que adote iniciativas que eliminem práticas de assédio e discriminação racial, com ênfase em um tratamento igualitário, sem diferenciações veladas ou expectativas desproporcionais.
Será considerado um diferencial as empresas que tenham experiência em garantir que os profissionais pretos possam falar sobre suas vivências sem receio de retaliações, tenham um uma liderança pautada em promoção de um ambiente ético e respeitoso e que não julguem qualquer posicionamento de profissionais pretos com rótulos já definidos atrelando a sua luta racial a posicionamentos corporativos.
Não serão consideradas para esta posição empresas com experiência somente de apresentações corporativas com data-base de 2020, que insistam em elaborar cartilhas de diversidade e inclusão com capítulos livros, filmes e glossário sobre a questão racial no Brasil, que tenham um único profissional negro em posição de liderança que é o Token e que procurem no LinkedIn durante o mês de novembro pessoas pretas para palestras de conscientização pro-bono ou oferecendo “visibilidade”, uma ecobag e coffe-break.
Também não serão consideradas para esta posição startups que adotem discursos de mudança para profissionais pretos e acabam reproduzindo as práticas excludentes de assédio moral ligado ao racismo estrutural, como o clássico “você tem que ser melhor que os outros para provar seu valor”, “não seja tão sensível ou radical: é só uma brincadeira ou é só um ponto de vista diferente” e onde profissionais pretos não são reconhecidos por suas entregas e veem suas ideias serem “validadas” apenas quando vindas de colegas não negros (neste item incluem-se as startups “disruptivas” e cheia de aliados desconstruídos e não vai adiantar oferecer uma pulseirinha vip para o show do ano na Faria Lima menzinho).
Uma das principais responsabilidades da empresa que ocupar esta posição será a reversão dos indicadores de mercado, como, por exemplo, os indicadores da pesquisa realizada pela Unifesp, que indica que os profissionais pretos estão significativamente mais suscetíveis a desenvolverem ansiedade e depressão devido ao racismo no ambiente de trabalho ou do IBGE que aponta que apenas 29% dos trabalhadores pretos ocupam cargos de liderança no Brasil, e, ainda assim, sofrem mais pressões psicológicas para “se provarem” continuamente.
Como benefícios para a empresa selecionada, nós profissionais pretos vamos aumentar a inovação e a criatividade ao integrar nossas perspectivas que serão realmente consideradas, impulsionarmos o desenvolvimento de produtos e serviços com foco em resultados financeiros e ajudarmos na construção de uma cultura corporativa pautada no respeito. Estes benefícios serão complementares a nossa principal responsabilidade, pois por mais que as empresas não acreditem: nós conseguimos entregar resultado. Como benefícios diferenciais trazemos a fortalecimento da reputação da empresa, redução de turnover e aumento o engajamento.
Se sua empresa está pronta para assumir essa responsabilidade e realmente avançar em direção a uma cultura de respeito aos profissionais pretos, encaminhe o perfil desta empresa nos comentários deste texto. Esta vaga estará recebendo perfis para participação no processo durante todo o mês de novembro, pois aparentemente é o mês que o tema racial se torna menos sensível para ser tratado no ambiente corporativo e segundo pesquisa realizada no horário de almoço no condado da zona sul de sampa, o tema “Somos todos antirracistas. Somos todos Vini Jr” ainda está nos top 3.
Esperamos ao menos um nome de uma empresa candidata para o cargo, afinal a empresa que ocupar esta posição, assumindo realmente o papel de respeito a profissionais pretos, terá uma vantagem competitiva relevante no mercado, pois até o ano de 2024, o Brasil já tem empresas demais que dizem nos valorizar, mas poucas que realmente sabem o que isso significa.
Benício Paiva, mais conhecido como Chef Bê, fundador da TupiOcas Tapiocaria Gourmet, é um dos destaques da 9ª temporada do Shark Tank Brasil — versão brasileira do reality show norte-americano que apoia grandes ideias de negócios. No programa, o chef apresentou sua marca de tapiocas saborizadas e garantiu um investimento de R$ 150 mil dos investidores Monique Evelle e Sergio Zimerman, em troca de 40% de participação na empresa. O episódio, que será exibido no Sony Channel em 15/11, às 22h, e já está disponível no YouTube.
Empreendedor trans e afroindígena, Bê Paiva iniciou sua jornada vendendo tapiocas nas ruas de São Paulo e hoje comanda uma empresa inovadora que é pioneira na produção de tapiocas saborizadas com ingredientes ancestrais e naturais, como cúrcuma, beterraba e spirulina. A iniciativa não só oferece sabores únicos e alimentos saudáveis, como também promove um impacto social relevante ao priorizar a contratação de pessoas trans e negras. O negócio se alinha a quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, trabalho decente e crescimento econômico, e redução das desigualdades.
A história da TupiOcas remonta à infância de Benício, quando aprendeu a fazer tapiocas com sua mãe, utilizando os poucos ingredientes disponíveis. Sua busca por uma vida melhor e o desejo de ajudar sua família o levaram a São Paulo, onde, após uma trajetória no mercado tradicional, ele fundou o próprio negócio.
“A TupiOcas é, sobretudo, um movimento que demonstra que um homem trans afroindígena pode liderar uma empresa de sucesso, levando inovação e respeitando a ancestralidade”, afirma.
Atualmente, a marca oferece mais de 30 sabores de tapiocas e pacotes de massas prontas. As tapiocas recheadas, disponíveis em tamanhos pequenos e grandes, têm preços médios de R$22, enquanto os pacotes de 500g das massas são vendidos por R$25.
Com sua participação no Shark Tank Brasil, o chef pretende expandir ainda mais sua empresa. “Queremos aumentar o faturamento em 70% e lançar nosso e-commerce para atender todo o Brasil”, ressalta.
Além disso, o empreendedor visa, ainda em 2024, iniciar a exportação de suas massas de tapioca para o mercado internacional. “Quero que o mundo conheça nossa iguaria indígena, oferecida com orgulho por um homem trans afroindígena que carrega com amor a ancestralidade do povo Caeté”, conclui.
Novembro marca a celebração dos 127 anos do Morro da Providência (RJ), e para comemorar essa data especial, o Instituto Entre o Céu e a Favela lançará um novo projeto cultural. No dia 16 de novembro, às 19 horas, o grupo Bando Teatro Favela, idealizado pela atriz e empreendedora social Cintia Santana, apresentará gratuitamente o espetáculo “Ninguém Toma Providência”. A apresentação, com classificação livre, acontecerá no Muhcab – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, localizado na Gamboa.
A peça escrita por Adalberto Neto e dirigida por Vilma Melo, traz a história do Morro da Providência entrelaçada à vida de seus moradores na contemporaneidade. Juntos, eles transitam pelas trajetórias de sete personagens que são facilmente encontrados não só na Providência, mas em muitos territórios periféricos do Brasil.
Segundo a sinopse, os atores narram as belezas e desafios que moradores de favelas enfrentam cotidianamente e desvelam o Brasil profundo, repleto de questões sociais que precisam ser debatidas e combatidas. O fazem com humor e seriedade, abrindo caminhos para que sejam lançados olhares para uma população que precisa ser vista e ouvida de forma humanizada e inclusiva. Apresenta um olhar de dentro pra fora, fortalecendo os saberes e fazeres de territórios marginalizados, em que as vozes periféricas ganham centralidade no discurso.
“É muito pertinente lembrar que somos a primeira favela da América Latina e sempre me perguntei por qual motivo nossa história não é contada. Porque tudo tem várias versões, quem mora aqui no morro não sabe que é da primeira favela, mas também compreendi que existe uma invisibilidade social das pessoas que moram nas favelas e acredito que o teatro pode ajudar nisso. Por isso convidei o Adalberto para escrever o texto, conversamos muito sobre a história daqui, pesquisamos e o texto vem com humor, leveza, mas também com críticas ao sistema. Vamos colocar em cena as histórias contadas pelos seus, aqueles que muitos fingem não ver”, conta Cintia.
A judoca Beatriz Souza ganhou destaque mundial após conquistar a primeira medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Além do seu reconhecimento no judô, o seu marido, Daniel Souza, também ganhou o coração do público, ao se mostrar sempre empolgado com as vitórias da esposa nas redes sociais, durante as Olimpíadas.
O casal do momento demonstra muito afeto e cuidado um com o outro, mas antes se tornarem essa referência de amor negro, Bia relata que é preciso primeiro ter amor próprio.
“Eu acho que pra gente se permitir ser amado, pra gente saber o que é amor, a gente precisa se amar, em primeiro lugar. E por um bom tempo, quando estava na minha adolescência, eu meio que não sabia o que era isso, por conta que eu tinha algumas questões em relação ao meu corpo, ao meu tamanho, me comparava muito com as meninas nas quais eu andava, das minhas amizades”, disse a medalhista em entrevista ao Mundo Negro.
“Depois de um tempo eu aprendi que eu precisava amar o meu corpo, precisava amar a minha ferramenta de trabalho, precisava me enxergar com outros olhos, e a partir disso foi transformando a minha visão em relação a mim mesma, a minha força, ao meu tamanho, principalmente no judô, né?”, completa.
“E nisso encontrei o Daniel, quem me ama exatamente do jeitinho que eu sou, mas acho que nada disso teria acontecido se eu não tivesse aprendido a me amar em primeiro lugar”, conta Bia Souza, inspirando outras mulheres.
Recentemente, a campeã olímpica foi homenageada na 3ª edição do B.O.D.Y. (Body Open Define You), movimento de autoaceitação que promove discussões sobre a vivência da mulher na sociedade.
Além de ter sido premiada no evento, Bia também participou como painelista com Cleo Pires, Thay OG e Assucena no painel ‘Dona de si: ditando a própria trajetória’, que foi mediado por Ju Ferraz, idealizadora do movimento. O talk, que foi um dos destaques da programação, discutiu as possibilidades de transformação do futuro para as mulheres e a importância de assumir a autoria de suas próprias narrativas.
Nele, Bia contou um pouco de sua trajetória, com ênfase para a fase de doze para treze anos quando saiu da casa dos pais, após o convite de um clube, para se dedicar ao treino do judô. E se emocionou ao falar do falecimento de sua avó um mês antes das Olimpíadas.
“Foi algo que mexeu muito comigo, porque ela foi uma das pessoas que sempre me apoiou. E quando eu soube que ela faleceu, de alguma forma eu queria mostrar para ela que todas as vezes que eu escolhi o judô e priorizei minha carreira, era porque iria valer a pena. Eu queria fazer ela se orgulhar de mim de alguma forma”, relatou.
A escolha da peruibense para ser homenageada nesta edição se deu por sua representatividade nos Jogos de Paris. Além de conquistar a primeira medalha de ouro do Brasil no judô, Bia foi a primeira brasileira estreante a ser campeã olímpica em uma prova individual. Com sua trajetória, Bia demonstra que o corpo de uma atleta não precisa seguir padrões pré-estabelecidos.
Foto Kamala Harris: Brian Cahn/Zuma Press | Foto Usher: Getty
A revista norte-americana Ebony anunciou uma lista de homenageados de peso para o EBONY Power 100 de 2024, premiação que celebra lideranças negras em diversas áreas. Entre os destaques, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, foi nomeada Ícone do Ano e o cantor Usher será homenageado como Visionário Global.
Harris, filha de ativistas do Movimento pelos Direitos Civis dos EUA, falou sobre a importância do reconhecimento: “Como filha de pais que foram ativos durante o Movimento pelos Direitos Civis, há muito tempo sou inspirada por heróis como Thurgood Marshall — os mesmos heróis que enfeitaram as páginas da Ebony — estou honrada e humilde por ser reconhecida como o Ícone Ebony do Ano de 2024”, afirmou a vice-presidente, que perdeu às eleições presidenciais na última quarta-feira, 6.
Outras personalidades também foram celebradas por suas contribuições. O cantor Usher, ícone da música R&B, foi nomeado Visionário Global do Ano. “Depois de mais de trinta anos como artista, sinto-me honrado por ser continuamente reconhecido de maneiras monumentais”, declarou o artista. “Este prêmio não é só para mim – é para a cultura que construímos juntos.”
Cynthia Erivo, atriz e cantora no elenco da produção “Wicked” da Universal Pictures, foi agraciada com o título de Pioneira do Ano. Já a Dra. Kimberlé Crenshaw, jurista e professora, recebeu o Prêmio Humanitário. A marca de uísque Uncle Nearest, de crescimento acelerado nos Estados Unidos, foi reconhecida como Empreendedor do Ano, e Da’Vine Joy Randolph recebeu o People’s Choice Award, única categoria votada pelo público.
Eden Bridgeman, CEO da Ebony, destacou a importância dos homenageados. “Cada um deles representa o auge da conquista em seus campos. De artistas extraordinários como Usher e Cynthia Erivo a líderes que quebram barreiras, como a vice-presidente Harris, esta celebração é um tributo à excelência negra e uma inspiração para futuras gerações”, afirmou Bridgeman.
O evento de premiação será realizado no Nya Studios West, em Los Angeles, no dia 17 de novembro, com apresentação dos comediantes Michelle Buteau e Tone Bell. A noite contará com performances dos músicos Durand Bernarr e Coco Jones, prometendo ser uma celebração de excelência e protagonismo negro.