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Kendrick Lamar surpreende fãs com o lançamento de novo álbum

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Foto: Reprodução

Kendrick Lamar surpreendeu seus fãs ao lançar um novo álbum com 12 faixas inéditas, sem nenhum aviso prévio, nesta sexta-feira (22), intitulado “GNX“.

O disco contém participações especiais de outros artistas como SZA e Jack Antonoff, o músico que também é o produtor executivo do projeto. A faixa “squabble up”, já havia sido parcialmente revelada no clipe de “Not Like Us”.

O rapper lançou o álbum em um grande momento de sua carreira, ao receber três indicações ao Grammy com a diss “Not Like Us”, que deu fim à sua rivalidade com o Drake neste ano. Além de ter sido anunciado no show do intervalo do Super Bowl de 2025.

Em junho, Lamar fez um show histórico ao cantar essa música que reuniu outras estrelas do hip-hop, como Dr. Dre, Tyler The Creator, Roddy Ricch, Ty Dolla $ign e Steve Lacy.

Cia. Os Crespos celebra 10 anos da revista Legítima Defesa e homenageia 80 anos do Teatro Experimental do Negro em SP

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Foto: Mari Ser

A Companhia ‘Os Crespos’ promove, até o próximo domingo, 24, no Itaú Cultural, em São Paulo, o lançamento da edição especial de 10 anos da Legítima Defesa – Uma Revista de Teatro Negro. Pioneira ao documentar a trajetória do teatro negro no Brasil, a publicação chega com um número ampliado de colaboradores, celebrando também os 80 anos do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias Nascimento em 1944.

Fonte: 5ª Legítima Defesa – Uma Revista de Teatro – Imagem: Rodrigo Kenan

O evento, com entrada gratuita, traz fragmentos teatrais, intervenções cênicas e debates sobre a produção artística negra contemporânea. Entre os grupos que se apresentam estão a própria Cia. Os Crespos, o Grupo Clariô de Teatro, a Cia Sacana e o Teatro Negro e Atitude, de Belo Horizonte.

A programação, que acontece diariamente às 20h na sala de teatro do Itaú Cultural, destaca ainda discussões com artistas como Mônica Santana, professora da UFBA, e Ângelo Flávio, fundador do Coletivo de Artistas Negros Abdias Nascimento. Eles debaterão temas como a performance negra na atualidade e os bastidores das produções teatrais negras.

No encerramento, o espetáculo À Sombra da Goiabeira, do Teatro Negro e Atitude, promete emocionar o público. “Nossa revista é uma ferramenta de crítica, estudo e amor ao ofício do palco e do fazer político”, comenta Sidney Santiago Kuanza, também cofundador d’Os Crespos e autor de um artigo sobre os 84 anos do Teatro do Sentenciado.

“A revista está festiva, mas também reflexiva, preocupada com os desafios do nosso momento histórico. Buscamos abrir diálogos com a cena nacional e internacional”, afirma Lucelia Sergio, cofundadora da Cia. Os Crespos, que assina um artigo sobre o teatro da Guiné-Bissau.

Confira a programação:

21 de novembro (quinta-feira), 20h – O coquetel de lançamento abre as comemorações, com a distribuição da revista especial de 10 anos. Durante a noite, a mineira Soraya Martins traz à luz vestígios da trajetória de Maria Nascimento dentro do TEN,  enquanto Sidney Santiago Kuanza aborda o “Teatro do Sentenciado” de Abdias Nascimento, que fora a célula criadora do TEN. O evento também conta com a participação de Miguel Arcanjo falando dos homenageados deste número. E pra comemorar em alto estilo, é possível conferir as “Pílulas Poéticas” do Grupo Clariô e Cia Os Crespos.

22 de novembro (sexta-feira), 20h – Com o tema “O Teatro Negro Agora”, este dia explora os bastidores e o cenário atual das produções negras no Brasil e sua relação com o mercado cultural. Entre os convidados estão Ângelo Flávio e Mônica Santana, vindos de Salvador, que compartilharão suas análises e perspectivas com Nabor Junior, editor da revista. A programação inclui ainda uma “Pílula Poética” de Mônica Santana e de Ymoirá Micall, da Cia Sacana.

23 de novembro (sábado), 20h – O “Teatro Negro em Festa” Anderson Feliciano (BH) e Lucelia Sergio conduzirão uma análise dos espetáculos recentes do Teatro Negro e Atitude (TNA) de Belo Horizonte, que completa 30 anos de história e do Grupo Clariô de Teatro, que também celebra duas décadas de existência de seu Espaço cultural na periferia de Taboão da Serra (SP). Além de fragmentos do trabalho do TNA, o dia conta com uma femenagem poética a Lizette Negreiros, com Cintia Alves e trechos do espetáculo “Caduca”, último trabalho de Lizette nos palcos.

24 de novembro (domingo), 20h – O encerramento fica por conta da apresentação do espetáculo “À Sombra da Goiabeira”, do Grupo Teatro Negro e Atitude de Belo Horizonte, que promete emocionar o público e fechar o evento com chave de ouro. A dramaturgia do espetáculo está publicada neste quinto número e a apresentação inédita na cidade, marca o retorno do TNA para São Paulo, após a estreia do infantil “Cachinhos de Aduke”, contemplado pelo Mostra de dramaturgia em Pequenos Formatos do Centro Cultural São Paulo, no ano passado.

Revista Legítima Defesa – 10 anos
As Crespas especial de lançamento
De 21 à 24 de novembro, sempre ás 20h no Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Bela Vista, SP, próximo à estação Brigadeiro do Metrô (linha verde)

Grace Jabbari retira processo federal por agressão e difamação contra o ex-namorado, Jonathan Majors

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Foto: Emma McIntyre/WireImage

A ex-namorada do ator Jonathan Majors, Grace Jabbari, retirou na quinta-feira, 21, o processo federal que movia contra ele, no qual alegava agressão e difamação. A decisão ocorre quase um ano após o astro de “Creed III” e da franquia Marvel ser condenado por contravenção em um caso envolvendo violência doméstica.

Majors havia sido condenado em dezembro de 2023 por agredir Jabbari no banco de trás de um veículo. Como parte da sentença, emitida em abril de 2024, pelo juiz Michael Gaffey do Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, nos EUA, o ator foi obrigado a participar de sessões de aconselhamento sobre violência doméstica.

No processo civil aberto por Jabbari em março deste ano, ela acusava o ator de difamá-la ao declarar em entrevista ao programa “Good Morning America” que “nunca colocou as mãos em uma mulher”. Na quinta-feira, porém, advogados das duas partes apresentaram ao tribunal uma notificação conjunta informando que “todas as reivindicações contra o réu na ação acima mencionada são rejeitadas com prejuízo”, o que significa que não poderão ser reabertas.

Majors enfrentou um período turbulento desde sua prisão em março de 2023. Após o veredito de culpa, o ator perdeu contratos com empresas de gestão e relações públicas e foi desligado da Marvel, onde interpretava Kang, o Conquistador. O vilão deveria liderar o filme “Avengers: The Kang Dynasty”, mas o projeto foi cancelado e substituído por “Avengers: Doomsday”, com Robert Downey Jr. no papel principal como Doutor Destino.

Apesar do impacto em sua carreira, Majors começa a esboçar uma recuperação. Ele foi escalado para o thriller “Merciless”, dirigido por Martin Villeneuve, e seu filme “Magazine Dreams” será lançado no próximo ano pela Briarcliff Entertainment, após ter sido abandonado pela Searchlight Pictures.

Paralelamente aos desafios profissionais, Majors vive um momento positivo na vida pessoal. Durante o EBONY Power 100 Gala, realizado no dia 17 de novembro em Los Angeles, ele e a atriz Meagan Good anunciaram o noivado. “Estamos nos sentindo ótimos”, disse Good à revista People, exibindo o anel de noivado. Majors completou: “É uma temporada de todas as coisas boas”.

Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil 

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Fernando Collor (Foto: Lia de Paula/Agência Senado)

Uma investigação inédita feita pela Agência Pública no Projeto Escravizadores, apontou que o Brasil tem autoridades políticas com antepassados que escravizaram pessoas no país. De 116 investigados, ao menos 33 estão nessa lista. 

Entre as pessoas mapeadas, estão os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Dos 27 governadores, quase metade também tem essa relação familiar. São eles: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Carlos Brandão Júnior (PSB-MA), Cláudio Castro (PL-RJ), Eduardo Riedel (PSDB-MS), Fátima Bezerra (PT-RN), Gladson Camelli (PP-AC), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevêdo (PSB-PB), Jorginho Mello (PL-SC), Rafael Fonteles (PT-PI), Raquel Lyra (PSDB-PE), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO).

Já entre os senadores, 16 foram mapeados: Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Augusta Brito (PT-CE), Carlos Portinho (PL-RJ), Carlos Viana (Podemos-MG), Cid Ferreira Gomes (PSB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Efraim Filho (União-PB), Fernando Dueire (MDB-PE), Jader Barbalho (MDB-PA), Jayme Campos (União-MT), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PP).

Fernando Henrique Cardoso (Foto: Reprodução/Instagram)

No caso do Fernando Henrique Cardoso, seu tataravô e coronel José Manoel da Silva e Oliveira, nascido em meados de 1771, em Minas Gerais, foi uma importante figura a comandar a exploração de ouro nas antigas capitanias de Minas e Goiás. Os registros históricos apontam que ele teria usado pessoas escravizadas para tentar achar novos pontos de mineração, em uma dessas empreitadas. Elas morreram tragicamente no caminho devido a doenças. 

“Não eram só os grandes proprietários de terra que tinham escravizados, mas [também] comerciantes, pessoas com pequenas propriedades e que muitas vezes tinham propriedades de plantio só para consumo próprio ou no máximo para venda local, mas não necessariamente para exportação e que tinham um, dois escravizados ali que faziam esse trabalho”, explica a historiadora e educadora social Joana Rezende

“Muitas pessoas tinham escravizados que, por exemplo, alugavam para outras pessoas, para outras propriedades […] Haviam essas várias formas de, digamos assim, usar um escravizado, não só para plantação, não só nas lavouras”, disse.

Tarcísio de Freitas (Foto: Divulgação/Cleiby Trevisan)

A Agência Pública revela que definiu uma metodologia de investigação com os pesquisadores de genealogia do Núcleo de Estudos Paranaenses da Universidade Federal do Paraná (UFPR), coordenados pelo sociólogo e professor Ricardo Oliveira

De acordo com o pesquisador, essas estruturas de poder e parentesco são um fenômeno genealógico, de modo que “ocorrem transmissões de heranças, de renda, patrimônio, escolaridade, e este temas são decisivos para entendermos o status quo”. 

Por esta razão, boa parte das famílias ricas no século 21 são formadas pelos mesmos grupos familiares ricos do século anterior, originada por meio de casamentos e aliás no período imperial e colonial.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Foram investigados cerca de 500 documentos entre registros paroquiais e cartorários, jornais antigos  em hemerotecas e arquivos públicos, e trabalhos acadêmicos de diversas universidades brasileiras. Além de terem sido documentados mais de 200 parentescos. 

A Pública entrou em contato com os políticos e afirma que muitos desconheciam seus antepassados ou mantêm relação próxima com a sua linhagem. Eles puderam avaliar a genealogia e os documentos apresentados.

O projeto foi inspirado em iniciativas que foram realizadas nos Estados Unidos, pela Reuters, que apontou que mais de 110 membros da alta classe política americana são descendentes de escravizadores, e no Reino Unido, pelo Guardian, cujo conselho financiou uma pesquisa sobre as ligações do fundador do jornal e seus financiadores com o tráfico negreiro.

Leia a matéria completa aqui!

Economia Inclusiva: O papel das mulheres negras no fortalecimento do mercado brasileiro

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Foto: Freepik

Texto: Rachel Maia

Iniciar o mês de novembro, quando a pauta racial é uma constante, me faz pensar sobre a trajetória das mulheres negras nos avanços que conquistamos a cada década, a cada ano. Uma aldeia de saber e resiliência que se perpetua de geração em geração, para que as riquezas culturais ganhem novos mercados e, com isso, que a economia perpasse o sustento da família. 

O empreendedorismo tem se tornado uma potência mercadológica, uma oportunidade para grandes ideias de negócios ganharem forma e se destacarem no mercado. O que não é novidade, mas vamos destacar aqui, o quanto as mulheres negras têm contribuído para o conhecimento e para a economia brasileira, que está crescendo e se reinventando para fomentar novas práticas de empoderamento feminino e diversidade.

A pluralidade nas empresas é algo que almejamos e pelo qual lutamos insistentemente e, para isso, não podemos deixar de lado a valorização do trabalho e das empresas geridas por mulheres negras, cuja relevância é significativa para o mercado e para a sociedade. De acordo com o estudo Panorama do Empreendedorismo Feminino no Brasil — Elas Empreendem de agosto de 2024, disponível no portal do Governo Federal, 85% dos negócios de empregadoras mulheres são formalizados, o que mostra um comprometimento com a saúde das empresas.

Quando a gente analisa os dados que revelam as dificuldades das empreendedoras quando o assunto é raça, temos um panorama que aponta para a importância de ampliar as oportunidades de acesso ao conhecimento e também de investimentos para mulheres negras, que ainda são minoria nos negócios relacionados às atividades científicas e técnicas.

As mulheres negras, que representam 4,7 milhões dos empreendedores brasileiros, notoriamente se destacam em negócios como: culinária, beleza e arte. Mas um novo cenário aponta com grande força nos últimos anos e mostra que há um mercado desejado e buscado por novas empreendedoras pretas e pardas nas áreas de tecnologia, finanças, comunicação, audiovisual e publicidade. Um mercado inovador que se destaca por mostrar como essas mulheres driblam a escassez e fazem uso da criatividade para evidenciarem seus trabalhos e se conectarem com o público.

Na área de finanças, por exemplo, elas têm se destacado por falarem sobre finanças e investimentos, com o objetivo de alcançar pessoas que nem sequer haviam se deparado com a possibilidade de entender como funciona a moeda que gere o mundo. Elas também estão engajadas em inserir outras mulheres e em desmistificar a ideia de que para investir é preciso ter muito dinheiro.

Bons negócios se fazem com conhecimento e, para isso, é necessário que haja oportunidades. Representamos mais de 28% da sociedade brasileira e crer que podemos alcançar inúmeros resultados propiciando aprendizagem em massa para outras mulheres é a continuação do que temos praticado, fazendo assim, com que a prosperidade se estabeleça em empresas de mulheres negras, para que elas possam reproduzir seus saberes e seguir contribuindo com a economia do Brasil.

‘Vim De Lá: Comidas Pretas’: Mariana Bispo apresenta especial sobre gastronomia brasileira com origem africana

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Foto: TV Globo

Para explorar os sabores de origem africana e revelar as raízes ancestrais já integradas à gastronomia brasileira, a TV Globo apresenta, no dia 23 de novembro, o especial “Vim De Lá: Comidas Pretas”. Sob a condução de Mariana Bispo e com a participação de Milton Cunha, o programa celebra as origens e os sabores da nossa terra, em homenagem ao Mês da Consciência Negra.

“Nesse programa a gente entende que o prato do brasileiro é formado principalmente por essa influência africana. Desde a forma como a gente prepara a nossa comida, os ingredientes, é tudo muito misturado: África, Europa e indígenas, povos originários. É muito bonito entendermos que a nossa ancestralidade formou todo um povo, toda uma sociedade e um jeito de se fazer. O programa é uma viagem pelo que a gente já conhece, mas com um outro olhar. Um olhar que nos leva à África, mesmo estando aqui”, conta a apresentadora Mariana Bispo.

Em Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, a dupla encontra Tainã Rosa, uma matriarca caiçara conhecida na região pela tradição e sabor dos seus pratos, recheados de significados. Para Mariana e Milton, ela prepara um almoço especial que conta a história da sua família e revela alguns dos ingredientes que não podem faltar à mesa, como o azeite de dendê, o milho e o coentro.

Foto: TV Globo

Nascido na Bahia e criado no Complexo do Andaraí, na Zona Norte do Rio, o chef João Diamante já explorou a gastronomia em diversos países, mas após fazer um exame de genética e descobrir sua origem na Nigéria, decidiu cozinhar a comida do seu povo. No programa, ele prepara um prato com quiabo, galinha e canjiquinha, que afirma ter sabor de ‘casa’.

“Essa conexão gastronômica fala sobre quem somos, de onde viemos, e ressalta quem são as grandes protagonistas da nossa história, que são as mulheres pretas. Se hoje eu estou cozinhando uma comida ancestral é porque mulheres pretas construíram esse caminho. Foi difícil chegar aqui e é difícil resistir, mas a comida africana é festa, cor, sabor e alegria”, afirma João Diamante.

Para conhecer as cores e sabores que são cultivados no Rio de Janeiro, Mariana Bispo e Milton Cunha vão a feiras livres, uma tradição na cidade. As feiras têm origem no Egito, país que liga o nordeste da África ao Oriente Médio e nelas é possível encontrar tudo, inclusive comida preta.

Foto: TV Globo

Na Glória, Zona Sul do Rio, a apresentadora conhece a cozinheira nigeriana Latifa, uma refugiada que se tornou referência de comida ancestral. Há dez anos no Brasil, há três ela faz sucesso nas ruas com seu arroz jollof com camarão, banana da terra frita e salada. Ainda na Zona Sul, Mariana e Milton fazem uma trilha africana no Jardim Botânico e conhecem as espécies vegetais vindas da África como o dendezeiro, árvore que origina o azeite de dendê.

“Sou muito agradecido por estar ao lado de uma jornalista tão deslumbrante para mostrar o quão rico é esse trajeto da cultura africana para o mundo. Dentre tantas contribuições e tesouros riquíssimos, os negros triunfantes de África nos trouxeram a sua capacidade de temperar, criar receitas, fazer do limão a limonada. É lindo ver como o Rio de Janeiro absorveu essas delícias. O Rio é africano e a África é carioca”, afirma o pesquisador Milton Cunha.

Na casa da Dona Doroti, em Nilópolis, o almoço em família é servido por Chez Kimberly, da República Democrática do Congo, que prepara uma comida congolesa composta por cebola, pimentão e fúmbua, uma folha encontrada em abundância nas matas da África Central. Da Baixada Fluminense, a dupla parte para um Quilombo, em Niterói, e, ao som de um samba de raiz experimenta uma feijoada tradicional, símbolo de resistência e união do povo negro.

Foto: TV Globo

O programa ‘Vim De Lá: Comidas Pretas’ vai ao ar no sábado, dia 23 de novembro, logo após a novela ‘Cabocla’, para a cidade do Rio de Janeiro e para as regiões Norte e Serrana do estado, além da Região dos Lagos, pela Inter TV. O programa ficará disponível também no Globoplay.

Ministério da Igualdade Racial lança projeto para enfrentar racismo no transporte público do Rio

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Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério da Igualdade Racial (MIR), liderado pela ministra Anielle Franco, anunciou no último dia 20 de novembro, feriado da Consciência Negra, o projeto “Brasil pela Rota da Igualdade Racial”. A iniciativa foi apresentada em parceria com o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas de transporte coletivo da capital fluminense.

O lançamento ocorreu nas redes sociais do Ministério, com destaque para a fala da ministra, que também participou da abertura do ato Alvorada Zumbi no Rio de Janeiro, marcando o início das celebrações do primeiro feriado nacional da Consciência Negra. “Não é normal a gente ter um trabalhador que, infelizmente, toma um tiro na cabeça voltando do trabalho. Não é normal mulheres serem assediadas dentro do transporte público, como já fomos. E também não é normal que pessoas negras sejam mais de 70% da população que já vivenciou algum tipo de crime racial dentro dos ônibus”, declarou Anielle Franco em vídeo.

O projeto tem como objetivo combater as desigualdades raciais no transporte público, onde cerca de 3 milhões de pessoas negras enfrentam cotidianamente violências que vão desde o assédio e a intolerância religiosa até agressões físicas e verbais. A parceria entre o Ministério, o Rio Ônibus e a Coordenadoria de Igualdade Racial do município pretende promover ações de conscientização contra o racismo.

Além da campanha no transporte público, o MIR anunciou que o Novembro Negro 2024 trará outras iniciativas em áreas como segurança pública, educação e emprego. No Maranhão, ações de fortalecimento dessas frentes serão realizadas ao longo da semana, enquanto em Brasília será lançada a plataforma JurisRacial, que reunirá legislações e decisões judiciais voltadas ao combate ao racismo.

A programação completa do Novembro Negro está disponível no hotsite do MIR, reforçando o compromisso do governo federal com a promoção da igualdade racial e o enfrentamento às desigualdades em todo o país.

Lucy Ramos anuncia primeira gravidez e celebra 18 anos de casamento: “esperou a nossa maioridade pra chegar”

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Foto: Reprodução/Instagram

A atriz Lucy Ramos emocionou os fãs nesta quinta-feira, 21, ao anunciar sua primeira gravidez. Em uma publicação nas redes sociais, a artista compartilhou uma série de fotos exibindo a barriguinha e dedicou um texto dedicado para o bebê, celebrando também os 18 anos de casamento com o ator e diretor Thiago Luciano.

“Parece que você esperou a nossa maioridade pra chegar! Sim, são 18 anos juntos! E você chegou! Já está aqui! É lindo ver como você cresce a cada segundo, como as coisas vão se transformando ao nosso redor”, escreveu.

A atriz, ainda completou na legenda: “É lindo ver como você cresce a cada segundo, como as coisas vão se transformando ao nosso redor. Enquanto o tempo pinga à conta gotas, algo extraordinário está acontecendo…”. As fotos em que aparece mostrando a barriga foram feitas pelo marido Thiago, que registrou o momento especial do casal. Esta será a primeira experiência deles como pais.

Professor e turista argentina são indiciados por racismo após imitar macacos em roda de samba no Rio

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Foto: Reprodução/ Instagram/ Jackeline Oliveira
Foto: Reprodução/ Instagram/ Jackeline Oliveira

No primeiro Dia da Consciência Negra, oficialmente celebrado como feriado nacional no Brasil, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou por racismo o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma. O caso, que gerou ampla repercussão, ocorreu em uma roda de samba no Centro do Rio de Janeiro, onde os dois foram filmados imitando macacos durante a apresentação.

A delegada Rita Salim, titular da Decradi, afirmou que a investigação apontou discriminação racial no episódio. “A dança imitando macaco remete a todo um racismo que é histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizá-las”, explicou. O inquérito já foi enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e a pena prevista para o crime de racismo varia entre três e cinco anos de prisão.

Thiago, que vive em São Paulo, estava no Rio para participar de um fórum de educação musical. Em depoimento, afirmou que a dança fazia parte de uma expressão criativa e que, além de imitar macacos, também reproduziram movimentos de caranguejos, pássaros e até uma árvore. Carolina apresentou defesa semelhante por meio de seus advogados, negando qualquer intenção discriminatória.

“Isso não é permitido nem em tom de brincadeira, porque racismo recreativo é punido pela lei. Liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso, feriu a dignidade da pessoa humana”, enfatizou a delegada.

As imagens do ato racista foram capturadas pela influenciadora e jornalista Jackeline Oliveira, que também testemunhou no inquérito. Para Jackeline, a repercussão do caso demonstra o impacto da mobilização coletiva nas redes sociais e na mídia. “Nenhum avanço nas questões raciais vem sem luta. O fato de esse caso avançar hoje, no primeiro Dia da Consciência Negra como feriado nacional, é simbólico e fundamental”, afirmou.

Jackeline destacou ainda que as denúncias de racismo têm ganhado mais força, refletindo uma sociedade mais atenta e disposta a combater a discriminação. Segundo o Instituto de Segurança Pública, mais de 1.700 denúncias de racismo foram registradas no estado do Rio de Janeiro em 2024. “Racismo não é brincadeira, é crime”, concluiu a jornalista.

Artistas brasileiros constroem uma linguagem e estética únicas do afrofuturismo

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Foto: Reprodução - Capa do EP "Pirarucool, lançado por Gaby Amarantos em 2003

Texto: Ale Santos

Você já deve conhecer o Afrofuturismo graças aos filmes do Pantera Negra, ​​o primeiro é uma obra que revolucionou a representação negra no cinema, abraçando o afrofuturismo de forma inovadora. Ele nos apresenta Wakanda, uma nação africana tecnologicamente avançada que, ao mesmo tempo, honra suas raízes e tradições ancestrais. Essa fusão entre os elementos tecnológicos, principalmente a abordagem da ficção científica com o ancestral é a essência do afrofuturismo, reescrevendo narrativas dominadas por perspectivas eurocêntricas com nosso próprio olhar. 

O que talvez você não tenha reparado é que existem, mais e mais versões desse afrofuturismo, produzido com o olhar das populações negras brasileiras que difere bastante da comunidade negra estadunidense, principalmente no aspecto fantástico: Enquanto povos negros dos EUA precisam olhar para um Egito idílico em inúmeras obras para reconstruir sua ancestralidade, temos, no Brasil, as tradições e matrizes africanas vivas como no Candomblé e o culto aos orixás, sem contar as manifestações culturais que culminaram no nosso Samba, Axé e tantas outras características próprias nossas que estão ajudando a construir uma estética afrofuturista poderosa. 

A escritora de ficção afrofuturista, Sandra Menezes é simplesmente a primeira mulher preta afrofuturista a lançar um romance literário e ser finalista do Jabuti, o maior prêmio da literatura nacional, ela fala sobre essa relação íntima com a realidade do Rio de Janeiro em suas obras. “eu procuro já colocar as minhas próprias subjetividades. Sou uma mulher brasileira criada no Rio de Janeiro, no subúrbio, no zona norte do Rio de Janeiro. Então, eu tenho uma intimidade, diária, com vários tipos de universos que compõem uma história. Eu acho que cada um, dependendo da sua sensibilidade, das suas subjetividades, como brasileira, eu procuro colocar nas histórias de afrofuturismo as visões, as questões e as vivências que eu tenho no meu lugar.”

Sua obra mais celebrada, O Céu Entre Mundos, é descrita como  um romance para ter notícias de quem veio antes de nós, pessoas cujas existências já eram futuristas no passado, pois pavimentaram estradas para que nós caminhássemos. 

Do outro lado do Brasil, cresce um movimento afrofuturista Amazônico, do qual tenho o prazer de presenciar. Na maior floresta tropical do mundo onde os povos negros e indígenas cruzam suas histórias e suas vivências, temos encontrado expressões próprias do contexto da tecnocultura local. Eu sempre cito as representações afroamazônicas presentes na música e nos clipes da Gaby Amarantos como ícones desse afrofuturismo da floresta. Uma das melhores formas de entender essa conexão é o PiraruCool, referência a um peixe muito presente na culinária regional. 

GC, um artista visual desse movimento do afrofuturismo amazônico contou um pouco dessa conexão com a ficção e a floresta. 

“Cresci ouvindo músicas de tecnobrega sem saber, e quando comecei meu trabalho como artista visual, a aparelhagem do “crocodilo prime” na época, estava ganhando espaço na cena musical de Belém. Então é uma questão de fascínio e lembrança dos jacarés quando vi pequeno, da música que sempre acompanhou minha vida e da tecnologia que está presente nas aparelhagens.”

Sua obra mais reconhecida é chamada de Príncipe Crocodilo Negro, que é exatamente uma das aparelhagens mais famosas da região. 

Acredito que temos muitas oportunidades de reimaginar com contexto próprio esse afrofuturismo, as oportunidades são infinitas, porque a história dos povos negros no território Brasileira é extremamente rica, em cada canto do país de Salvador à Minas Gerais ainda temos muito para nos inspirar na construção dessas histórias. Em meu recente livro, A Malta Indomável eu trouxe pro universo juvenil um pouco do que chamei de Hypercongado, com elementos também de cyberpunk esse livro é carregado de onças místicas, carros hipervelozes e um contexto escolas que muitos adolescentes pretos das periferias podem se identificar. 

Ainda existem inúmeros outros artistas visuais e escritores que estão contribuindo para essa construção do movimento afrofuturista brasileiro, alguns já são considerados até clássicos na literatura. Fica aqui meu convite para que vocês, interessados em afrofuturismo procurem os nomes que mais se conectam com suas regiões e tragam visões maiores para além dos super heróis da Marvel. 

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