Fernando Haddad, futuro Ministro da Fazenda, nomeou quatro novos nomes para a equipe econômica a partir de 2023 e nenhuma delas é uma pessoa negra. 

O anúncio feito hoje no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, gerou insatisfação à comunidade negra que apoia o futuro Ministro, incluindo o Frei David, fundador e diretor-geral da Educafro que se diz muito decepcionado. 

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“Haddad é de nossa extrema confiança e nós prevíamos que ele ia ser bastante comprometido conosco e que não ia parar em 30% de negros nos cargos de alta patente do Ministério dele. Que ele iria imitar o Flavio Dino [futuro Ministro da Justiça], e botar 50% de negros em cargos importantes. No entanto, até agora, o Ministro Haddad não indicou um negro sequer. Me sinto ofendido, envergonhado e chateado. Eu não aceito que o Ministro Haddad, que é de nossa extrema confiança, faça isso conosco”, critica Frei David.

Até o momento foram nomeados: Marcos Barbosa Pinto para Reformas Econômicas; Rogério Ceron para Tesouro Nacional; Guilherme Mello na Política Econômica; Robinson Barreirinhas para Receita Federal; Gabriel Galípolo como secretário-executivo do Ministério da Fazenda; Bernard Appy como secretário especial para a Reforma Tributária e Anelize de Almeida como chefe da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Frei David, fundador e diretor-geral da Educafro (Foto: Divulgação)

Frei David também criticou o Aloizio Mercadante, futuro presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). “Ele tem consciência que no primeiro escalão do BNDES existem mais de 200 vagas cujo salário mensal é mais de R$100 mil. E até agora, o Mercadante, não indicou um único negro sequer. Me sinto ofendido. Ficamos três noites produzindo aquele artigo que o Estadão divulgou para tentar ajudar o governo do PT a fazer bem feito esse trabalho de composição dos Ministérios do primeiro e segundo escalão”. 

Incomodado com a falta de negros em cargos importantes, Frei David diz que conversará pessoalmente com Haddad e Mercadante. “Não queremos mais estar no curral do Ministério da Igualdade Racial, queremos estar em todos os Ministérios”, afirma.

Entretanto, Frei está satisfeito com o trabalho de Flávio Dino. “Nos dez cargos mais importantes do Ministério, cinco são afro-brasileiras”. Entre elas: a advogada Tamires Sampaio, que coordenará o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania e a professora Sheila de Carvalho que presidirá o Comitê Nacional para os Refugiados.

Insatisfeito com o Ministério da Igualdade Racial, Frei David também acha que Anielle Franco foi punida em assumir o cargo do Ministra. “Eu queria a nossa irmã na CODEFAT [Portal do Fundo de Amparo ao Trabalhador], cujo orçamento para 2023 é de R$116 bilhões. Porque a verba prevista para o Ministério da Igualdade Racial, Mulher e Direitos Humanos é de R$ 947 milhões. Então, eu acho que a Anielle foi punida, pegando um lugar sem expressão”.

“Nós não estamos preocupados em ter negro A, B, C, D do Ministério da Igualdade Racial, estamos preocupados se cada ministro vai colocar 30% de negros nos cargos de livre iniciativa, escolha, de confiança. Ou eles não confiam em nós?”, questiona para os futuros Ministros.

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