A folia negra é genuína em diversidade e possui uma história rica e significativa, e os afroblocos são peças fundamentais para a valorização da identidade e da cultura negra no Carnaval brasileiro. Hoje, representam uma forma de resistência em meio ao processo de embranquecimento dessa celebração, que tem sido observado ao longo dos anos.
Este ano, diversos afroblocos desfilam no carnaval, por isso, reunimos em parceria com o Mercado Livre algumas sugestões pelo país, começando pelo dia 17 de fevereiro:
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Bloco Ilú Obá de Min – Akíkanjú: Pensamento e Bravura de Sueli Carneiro
Onde: São Paulo, Rua Conselheiro Broteiro, 195
Data: 17 de fevereiro, 14h
Bloco Chamego Afro Reggae
Onde: Salvador, no Circuito Contra Fluxo, Rua Chile
Data: 17 de fevereiro,17h35
Bloco Laroyê Arriba
Onde: Salvador, no Circuito Contra Fluxo, Rua Chile
Data: 17 de fevereiro,17h45
Bloco Preto Zumbiido Afropercussivo
Onde: São Paulo, no Largo do Paissandu
Data: 18 de fevereiro, 13h
Bloco QuilomboLAB
Onde: São Paulo, no Santana
Data: 18 de fevereiro, 13h
CarnaBlack: Bloco de Carnaval Black
Onde: Rio de Janeiro, na Rua 13 de Maio (centro)
Data: 18 de fevereiro, 12h
Bloco Afoxé Filhos de Gandhi
Onde: Rio de Janeiro, na Praça da Harmonia (Saúde)
Data: 18 de fevereiro, 14h
Bloco Bahianidade
Onde: São Paulo, na Rui Barbosa , 658 (Bela Vista)
Data: 19 de fevereiro, 10h
Bloco Afro Angola Janga
Onde: Belo Horizonte, na Praça Rui Barbosa
Data: 19 de fevereiro, 12h
Bloco Afoxé Bandarerê
Onde: Belo Horizonte, Praça México, Concórdia
Data: 19 de fevereiro, 14h
Bloco Afro Édisanto
Onde: São Paulo, Casa de Cultura M’Boi Mirim
Data: 20 de fevereiro, 15h30
Bloco Afoxé Raízes Africanas
Onde: Rio de Janeiro, Copacabana
Data: 20 de fevereiro, 14h
Bloco Afoxé Ilê Oyá
Onde: Salvador, no Circuito Confra Fluxo, Rua Chile
Data: 20 de fevereiro, 16h15
Bloco Afoxé Omí Aiye
Onde: São Paulo, São Miguel Paulista
Data: 21 de fevereiro, 14h
Bloco Afro Magia Negra
Onde: Belo Horizonte, Praça Gabriel Passos (Concórdia)
Data: 22 de fevereiro, 12h
Apesar da beleza e grande riqueza cultural, a manutenção e continuidade dos afroblocos não é uma tarefa fácil. Infelizmente, muitos blocos tradicionais negros deixam de desfilar pelas ruas do Brasil devido à falta de apoio ou recursos financeiros.
Neste mês de fevereiro, o Mercado Livre, em parceria com a Feira Preta, lançou a ‘Coleção Abadá’, reunindo peças que valorizam e celebram a ancestralidade da cultura preta. Questionando o uso que foi dado ao abadá ao longo dos anos, a campanha ajuda a contar esse lado pouco valorizado da história, trazendo ainda mais visibilidade para marcas e empreendedores negros.
Os empreendedores e criadores Nazura, Cléo Dias e Augusto Ribeiro foram responsáveis por desenvolver as peças da coleção inspiradas em afroblocos. “É muito importante participar de projetos que ampliam o que eu não conseguiria fazer sozinha”, diz Nazura, responsável por criar peças inspiradas no Afoxé Maxambomba para sua marca homônima.“A partida para a criação foram as cores do Olodumaré com essa coisa Bahia e Rio de Janeiro”, conta o design Augusto Ribeiro, que se inspirou no bloco Olodumaré para desenvolver as peças assinadas pelo Studio Aurum. Já Cléo Dias, que se inspirou no bloco Tafaraogi para criar as peças da Casa Cléo, destaca a importância da coletividade para a construção do projeto. “O encantamento veio desse coletivo, tem que ser bom pra mim e tem que ser bom pro outro”, destaca ela. “A parceria Mercado Livre, a Feira Preta, os outros empreendedores, isso tudo tem uma força imensa”. Os itens já estão disponíveis na loja oficial da Feira Preta, no Mercado Livre, e são uma ótima opção para curtir esse carnaval.
“Há seis anos fortalecemos o afroempreendedorismo na América Latina, por meio da inclusão digital, da geração de renda e da valorização da cultura afro. Atuamos em parceria com a PretaHub para democratizar oportunidades e reduzir desigualdades sociais e geográficas, conectando saberes e pessoas por meio dos nossos programas, produtos e serviços”, destaca Laura Motta, gerente sênior de Sustentabilidade do Mercado Livre. “A essência do carnaval está associada à ideia de democracia, de liberdade e de ocupação dos espaços pela diversidade, e é com esse propósito que o Mercado Livre abre alas para que empreendedores e afroblocos tenham seu lugar de destaque e de direito”, completa.
O Mercado Livre vai, ainda, apoiar financeiramente esses mesmos três blocos que inspiram a coleção e deixaram de desfilar, permitindo que se reestruturem ao longo de 2023 e que voltem a sair pelas ruas do Rio de Janeiro em 2024. O Afoxé Maxambomba é um dos mais notáveis da baixada fluminense e está inativo desde 2015. Já o Tafaraogi, movimento afro pioneiro na zona oeste carioca, fez seu último desfile há oito anos. O bloco Olodumaré, que tem influência do baiano Olodum, não desfila desde 2019.
“No Rio de Janeiro, os afroblocos não têm incentivo público. Se tivéssemos trabalho direcionado para nossos blocos, poderíamos manter nossos projetos. Sendo assim, nós precisamos trabalhar o ano inteiro em várias comunidades, realizando projetos próprios, para ocupar os adolescentes, além de contar com colaboradores da própria comunidade”, diz Carlos Eduardo Oliveira, presidente e fundador do Bloco Tafaraogi. “Agora, com este incentivo do Mercado Livre, nós teremos a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho, abrindo nossas oficinas de percussão, dança, canto, capoeira, dentre outras.”
Para Arlene Maria Camargo, presidente do bloco Afoxé Maxobamba, os afroblocos levantam a bandeira da luta contra o racismo a partir da valorização da identidade negra e da promoção de ações culturais, educativas e de formação profissional. “Esta realidade pode ser mudada a partir de ações que valorizem a cultura, por meio de oficinas para formação de profissionais, como percussionistas, dançarinos, intérpretes, modelistas, cabeleireiros, costureiras, desenhistas e outras diversas atividades que estão ligadas direta e indiretamente à cultura dos blocos afro. Precisamos de incentivo público e que os empresários voltem o olhar para os blocos afro, a exemplo desta ação de incentivo do Mercado Livre”, diz Arlene. “Precisamos também de editais específicos para blocos afro serem vistos como produtores de cultura e renda. Blocos afro é festa? Não! Blocos Afro são tradição, cultura, economia criativa, trabalho, emprego, renda, empoderamento, valorização e autoestima.”
Walmir Dias, presidente do bloco Olodumaré, considera que o incentivo é a chave principal para a manutenção e continuidade dos afroblocos. “O Bloco afro hoje é como as Escolas de Samba nos anos 70, que não tinham tanta valorização como têm atualmente, e ano a ano foi ganhando notoriedade, chegando aos dias de hoje como um forte gerador de emprego, renda e também como difusor da cultura afro descendente para todos os cantos do mundo. E os blocos afro podem também se tornarem um grande difusor da nossa cultura”, destaca ele.
Esse é um conteúdo pago por meio de uma parceria entre o Mercado Livre e site Mundo Negro.
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