Nataly Castro é a primeira mulher brasileira visitando todos os países do mundo em tempo recorde. Já conheceu 44 de 200 países e compartilha diariamente suas experiências e dicas nas redes sociais e incentiva mulheres negras a também viajarem.
Porém, no último sábado (13), Nataly relatou um caso de racismo sofrido em uma cafeteria na rodoviária de Budapeste, Hungria, quando estava a caminho da Romênia. “Entrei no local para tomar um café enquanto aguardava o ônibus para o próximo país, e em seguida, uma funcionária veio pedir para eu sair. Eu não sai e disse que estava comendo. Em seguida, o gerente enviou uma cliente e ela perguntou se eu falava inglês, eu disse sim. Ela disse que o gerente mandou ela avisar que eu tinha que sair. Eu perguntei porque, eles só falaram pra sair”, escreveu no Instagram.
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“Não teve motivo e tinha outras mesas vagas. O motivo foi um só: discriminação. Pois tinha outras pessoas sentadas e somente eu tive que sair!”. E completa: “Essa é a situação que muitos de nós negros passamos diariamente!”.
A viajante também exemplifica como o ocorrido afeta as pessoas negras: “Atitudes assim nos matam diariamente, nos traumatizam e fazem a gente passar vergonha e humilhação. Enquanto não usarmos a nossa voz e nos unir, vai ser daí pra pior!”.
“O que mais temos que fazer ou provar para conquistar nosso espaço e frequentar lugares? O racismo não está aumentando, ele só está sendo filmado e divulgado”, diz.
Nataly publicou o vídeo e marcou a cafeteria nos stories, mas ela afirma que a página deletou, desativou os comentários. “Me mandaram mensagem pedindo desculpas. É sempre assim, no final é só pedir desculpa”, lamenta.
Em outro vídeo publicado ontem, Nataly agradeceu o apoio de todos e reforçou a importância de lutar contra o racismo e ocupar os espaços: “Eu sei que essa situação vai se repetir em outros lugares, já comecei essa viagem sabendo disso”.
Nascida no bairro Carrão, na Zona Leste de São Paulo, Nataly, aos 27 anos, deixou o Brasil há 5 meses, com o desafio de se tornar a primeira mulher negra brasileira a visitar todos os países. Ela já passou pelo Paquistão, Grécia, Itália e Israel, entre outros.
Ela já relatou outra situação de racismo sofrida em junho deste ano, quando estava no Afeganistão. Ela foi parada pelo Talibã, grupo extremista islâmico. “O Tali me parou agora pedindo o meu passaporte no meio da avenida, vinte homens me cercaram e ficaram olhando, sabe?”, relatou em entrevista à TV Globo. Ela foi a primeira mulher a viajar para o Afeganistão sozinha após a entrada do novo governo.
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