FESTCURTASBH elege Cinema Negro como tema principal das exibições e reflexões de sua 20ª edição

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FESTCURTASBH elege Cinema Negro como tema principal das exibições e reflexões de sua 20ª edição
Foto: Thais Faria

O 20º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (FESTCURTASBH) traz como tema principal o Cinema Negro. O evento, organizado pela Fundação Clóvis Salgado, será realizado de 10 a 19 de agosto, no Cine Humberto Mauro, na Sala Juvenal Dias e no jardim interno do Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG). A entrada é gratuita, com distribuição de ingressos 30 minutos antes de cada sessão.

A programação do Festival contará com sessões de cinema, seminário, oficinas e show. Ao longo de dez dias, o público terá acesso a uma amostra representativa da atual produção cinematográfica nacional e internacional em curta-metragem.

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Este ano, o Festival exibirá 138 filmes, de 70 países e doze estados brasileiros, distribuídos ao longo de mais de 65 sessões. A 20ª edição do FESTCURTASBH recebeu 2.518 inscrições, sendo 405 brasileiras e 2.113 estrangeiras.

O Festival visa valorizar a produção curta-metragista em seus diversos contextos e abordagens, possibilitando reflexões sobre a contemporaneidade, permitindo ao público acompanhar como as produções têm expressado de forma inquieta e inventiva os processos históricos, urgentes e emergentes.

A coordenadora de Programação e Curadoria do Festival, Ana Siqueira, comenta a importância da temática e como ela será tratada no evento. “Com a fundamental participação do curador e crítico Heitor Augusto, o FESTCURTASBH volta seu olhar tanto para a pujante produção recente de cineastas negras e negros, quanto para a história dessa produção, largamente desconhecida e vítima da invisibilização que tem tradicionalmente acometido as diversas expressões artísticas e culturais da população negra no Brasil”.

Ana ainda aponta quais reflexões a organização espera provocar no público a partir dos filmes exibidos nessa edição. “Desejamos que o público tenha acesso a essa filmografia, e às discussões em torno dela, nas sessões, seminário e debates, permitindo o engajamento em torno do cinema negro de forma mais complexa. Dessa forma, buscamos contribuir para se pensar como esses trabalhos são realizados estética e politicamente, trazendo uma série de implicações para nosso olhar, nossa forma de perceber os filmes, além dos necessários questionamentos de como a história do cinema é construída, nunca de forma neutra, sempre atravessada pelos diversos processos políticos e sociais em curso”.

MOSTRAS ESPECIAIS

O FESTCURTASBH apresenta em 2018 três mostras especiais que se dedicam ao Cinema Negro. A primeira, voltada para a produção brasileira, com curadoria do pesquisador e crítico paulista Heitor Augusto, é “Cinema Negro: Capítulos de uma História Fragmentada”. A seleção, que está dividida em cinco programas (Família, Genocídio, Raízes, Diáspora e Corpo), reunirá 25 curtas realizados entre 1973 e 2018, a fim de esboçar uma possível árvore genealógica do cinema negro no Brasil.

INÉDITOS

As duas outras mostras especiais do 20º FESTCURTASBH permitirão ao público conhecer a obra de duas cineastas negras de diferentes países e gerações, cujos trabalhos serão exibidos pela primeira vez no Brasil.

A Mostra “Akosua Adoma Owusu” apresenta nove filmes da premiada cineasta e produtora ganesa-americana, cujo trabalho circula em festivais de cinema, museus, galerias, universidades em todo o mundo desde 2005. Seus filmes abordam questões relacionadas à cultura negra, atravessadas por outros temas como feminismo, queerness e imigração.

Já a Mostra “Tributo a Safi Faye” será dedicada à diretora de cinema e etnóloga senegalesa, que foi a primeira realizadora negra africana a dirigir filmes e lançá-los comercialmente. Serão duas sessões especiais apresentando curtas raramente exibidos e que expressam a força do trabalho dessa pioneira, atuante desde os anos 1970. Ao longo de sua carreira, Safi Faye dirigiu vários documentários e filmes de ficção com foco na vida rural no Senegal.

Akosua Adoma Owusu estará presente para comentar a sessão e debater com o público, Já as sessões do Tributo a Safi Faye contarão com o comentário da pesquisadora e curadora Janaína Oliveira, que tem desenvolvido um importante trabalho de discussão e difusão do cinema negro no Brasil, além de ser fundadora coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE).

MOSTRAS COMPETITIVAS E PARALELAS

As já Mostras “Competitivas Minas, Brasileira e Internacional“, que trazem produções recentes nacionais e estrangeiras, premiarão os melhores curtas com prêmios em dinheiro e o Troféu Capivara. Os resultados serão anunciados no dia 19 de agosto, com a exibição dos curtas-metragens premiados no festival.

Numa seleção que propõe outras formas de articular debates em torno dos filmes contemporâneos, as mostras paralelas Atravessamentos – memória da matéria, acessos alterados; Extravasamentos – torções do artifício, maneiras de saltar e Mulher – Corpo Político abordam e friccionam temas que incidem fortemente no presente, mesmo quando recorrendo à memória: à guerra, à diáspora, à política dos corpos, às torções do artifício ou à necessidade de reparação histórica.

O público poderá conferir ainda as já aguardadas mostras Juventudes, Animação e Infantil, com curtas voltados para o público infanto-juvenil e Maldita, com filmes que exploram o horror, o terror e o humor negro e abordam de forma diferenciada diversos temas.

CABINES DE EXIBIÇÃO

Todos os filmes exibidos no FESTCURTASBH (exceto das Mostras Especiais) serão disponibilizados também em cabines individuais durante todo o evento. As cabines serão instaladas na antiga livraria do Palácio das Artes e sua utilização é gratuita.

OFICINAS E SEMINÁRIO

No festival também acontecerá algumas atividades formativas. “Filme como arte colaborativa – Oficina híbrida de mídia e performance” será ministrada pela realizadora norte-americana Lynne Sachs. A “Oficina de Crítica de Cinema – Por um deslocamento do olhar”, será realizada pela pesquisadora e crítica de cinema pernambucana Carol Almeida. E o Seminário “O negro e o cinema brasileiro: Representação e Representatividade, Presenças e Ausências”, terá como ministrante o crítico de cinema Heitor Augusto.

ABERTURA E PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA

A abertura acontece na próxima sexta-feira, dia 10 de agosto, contará com uma sessão dos filmes no Cine Humberto Mauro às 20 horas. Dialogando com a temática central do evento, a atração musical será o Bala da Palavra. A apresentação será às 22h30, no Jardim Interno do Palácio das Artes. Entre o fim do filme e o show, haverá discotecagem. Os ingressos tanto para a sessão de cinema quanto para o show poderão ser retirados a partir das 19h30, na bilheteria do Cine Humberto Mauro, mas sujeito a lotação dos espaços.

Unindo tambores melodias e rimas, o projeto Bala da Palavra propõe um mergulho na alma da música popular brasileira. O show traz releituras de grandes mestres da MPB como João Bosco, Chico Buarque, Milton Nascimento, Clementina de Jesus, Caetano Veloso, Marku Ribas, entre outros. Entre o rap, o baião, o ijexá, o reggae, o maracatu e o jongo, a magia das canções se desenrola tocando forte no público.

As informações sobre os filmes e programação completa estão disponíveis no site oficial: http://festivaldecurtasbh.com.br.

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