Usar mulheres negras “vestidas de baianas” como parte da decoração de aniversário é errado em muitos sentidos. Conversando com uma amiga baiana, sobre a festa de 50 anos da Donata Meirelles, Diretora da Vogue, em Salvador, evento que repercutiu negativamente na redes sociais, ela me falou como esse tipo de festa temática reforça o estereótipo folclórico da mulher baiana como uma pessoa que nasceu para servir pessoas brancas. Essa negra não faz parte da festa, o papel dela é bem definido para servir e decorar o ambiente.
Nas Redes Sociais, muitos compararam as vestimentas das recepcionistas negras, ao que as mucamas vestiam para agradaram o olhar das suas donas brancas. Para servir a elite colonizadoras, os panos e alegorias eram diferentes e realmente similares ao usados na festa da esposa do Nizan Guanes.
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E como se isso não bastasse, a festa de três dias se encerra no tombado Terreiro do Gantois, uma dos mais tradicionais da Bahia, com um brunch ao som do cantor Gilberto Gil, de acordo com o site Alô Alô Bahia.
Nossa história, nossas mulheres e ancestralidade são fonte de entretimento para pessoas que não contratam pessoas negras e não convidam pessoas negras para festa ( eu não vi negros em nenhuma foto como convidados, se foram, são a minoria, porém para servir e adornar a maioria).
Marina Morena uma das participantes da festa, ao ver seu Instagram repleto de críticas, fechou os comentários e postou uma foto dela com a Mãe Menininha do Gantois, sem dizem que ela mesmo se definiu negra, como se isso desse validação para uma festa que é a perfeita imagem de como o racismo estrutural funciona no Brasil.
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