A estudante Fernanda*, 14, estava concorrendo como presidente pela “Chapa 1” do grêmio estudantil da escola EMEF Cyro Albuquerque, na zona sul de São Paulo, quando recebeu ataques de um perfil fake no Instagram, no dia 8 de setembro. No Direct Message, o perfil destilou ódio contra ela e as amigas dela: “Sua feia preta cabelo duro”, dizia na mensagem.

“A chapa 2 é a melhor […] Essa Joana* tbm gorda. E a Fernanda* preta, macumbeira. Seus podres, tenho nojo de vocês. Quem vota na chapa 1 é burro. Odeio vocês”, recebeu na mensagem. 

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Além das ofensas racistas, gordofóbica e intolerância religiosa, a estudante recebeu ameaças contra a vida. “Vcs (sic) poderiam morrer. Nem pra morrer quando estiverem indo pra casa. Lixos”.

A mãe da adolescente, Luciana*, 40, secretária executiva, ficou chocada com as mensagens e decidiu procurar pela direção da escola. “Disseram que não poderiam fazer nada pois foi de um perfil fake, e que foi uma brincadeira de criança, não foi uma ameaça”, afirmou em entrevista ao MUNDO NEGRO.

A eleição do grêmio ocorreu no dia 14 e a chapa 2 venceu. Apesar de estarem assustadas, elas continuam frequentando as aulas normalmente. “Estou tentando abrir o boletim de ocorrência. Abri o protocolo na delegacia on-line, mas está em análise ainda e não recebi retorno”, disse a mãe.

Sem o posicionamento da escola, a mãe afirma que chegou a pressionar a direção: “Eu disse para a escola que eles tinham duas escolhas: ou me apoiam com a denúncia ou entram com co-responsáveis. A diretora disse que iria abrir o b.o também , mas até agora nada”.

“Estamos indignadas. Queremos saber quem foi e ter reparação. As pessoas dizem ser antirracistas, até ser envolvida em um caso de racismo”, desabafa.

Os nomes com * são fictícios

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