Durante o final de semana, uma foto do pré-candidato à presidência da República pelo PT, Lula, seu vice, Geraldo Alckmin e a cúpula do PSB, partido de Alckmin, chamou a atenção nas redes sociais. A ausência de pessoas negras e a baixa quantidade de mulheres (só estavam na foto Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Rosângela da Silva, esposa de Lula) foram os pontos mais criticados da imagem.
O intelectual Thiago Amparo registrou a ausência de pessoas negras em um post nas redes sociais, e, recebeu uma enxurrada de comentários e críticas, que inclusive, insinuavam que ele, que é um ferrenho crítico do governo Bolsonaro, estaria se alinhando à direita ao apontar a gritante brancura da imagem.
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A vereadora pelo Rio de Janeiro Tainá de Paula (PT), usou o Twitter para se posicionar sobre o ocorrido, mas também registrou o racismo que sofre duplamente ao ser cobrada, quanto mulher negra integrante do PT a ser a pessoa que tem que se posicionar sobre o assunto, e não as lideranças brancas do partido.
“É sim uma foto que expôe o racismo e a misoginia partidária”, disse a parlamentar. O intelectual Silvio Almeida defendeu Tainá. “É muita energia para cobrar negros (ou para calá-los) e pouquíssima ou nenhuma para questionar os brancos que estão no poder. Racismo também é covardia”, pontuou.
As eleições de 2022 colocam um novo componente à mesa. Diante da barbárie vivenciada com os anos Bolsonaro na história do Brasil, parece que não se pode mencionar o óbvio – a falta de diversidade daquela foto – sem parecer que se está defendendo o indefensável. É óbvio que qualquer pessoa comprometida com a pauta racial não defenderá o governo genocida do atual presidente. Mas será que o custo de não parecer defensor do atual presidente é o silêncio? Para Thiago Amparo, não.
“Foram críticas de negros/as, como a minha, que impulsionaram políticas raciais do PT. Me chamar de ingrato é lógica de casa grande e senzala: receba aí e fique quieto. Não, obrigado”, garantiu.
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