O espetáculo “O Encontro – Malcolm X e Martin Luther King Jr” apresenta uma temática global e urgente, a luta contra a opressão, discriminação e exclusão dos negros na sociedade é o ponto de partida. A peça estreia dia 1º de agosto, às 21h, no Sesc Consolação, em São Paulo. Com direção de Isaac Bernat, a encenação narra, por meio de um encontro fictício de Malcolm X e Martin Luther King Jr. num hotel do Harlem, as diferentes ideias, atuações e estratégias dos dois maiores líderes negros de todos os tempos.
A primeira montagem brasileira, estreada em 2018, no Rio de Janeiro, o texto é do norte-americano Jeff e tem tradução e adaptação de Rogério Corrêa. Sem restringir o apenas ao lado político e histórico presentes nas trajetórias dos dois referenciais norte-americanos.
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“Estamos diante de uma dramaturgia irretocável, contundente, terna e humana, que trata de questões como o racismo, a discriminação e a injustiça social, condutas que impedem a sociedade de ser justa e igualitária. As visões e as práticas de Malcolm e Martin têm muito a nos inspirar e ensinar neste momento onde a humanidade parece perdida e sem esperança. Aline Mohamad e eu estamos há anos tentando encená-lo e agora chegou a hora”, diz Isaac.
A peça serve como um palco de debate para questões fundamentais sobre os rumos e estratégias da luta pelo fim da discriminação racial. O autor, Jeff Steson, nos revela através dos diálogos a humanidade dos dois grandes líderes americanos.
“A montagem é importante neste momento porque vivemos um período de fortes polarizações e intolerâncias de diversas ordens. Nós, negros, ainda estamos em situações de muita desigualdade. Esse diagnóstico se tornou clichê, mas é uma realidade”, ressalva Izak Dahora, intérprete de Malcolm. “Ele era cerebral e estrategista e, ao mesmo tempo, instintivo e dono de uma intuição poderosa e uma força demolidora”.
O texto segue atual, sendo que existe um debate dentro dos segmentos progressistas da população sobre como lidar com a desigualdade e a enorme segregação racial do Brasil, que se apresenta de forma mais sutil e insidiosa do que nos Estados Unidos.
“Embora seja um crime, ainda temos uma tendência de escamotear o racismo, que no Brasil mata, fere, exclui e enlouquece. Esta montagem é mais uma para tocar nessa ferida. À medida que espetáculos trabalham essa temática, a gente contribui para a reflexão sobre esta realidade. Martin mostrou que vale a pena lutar e buscar uma sociedade mais igualitária e com mais equidade, sempre se valendo da diplomacia, cordialidade e pedagogia como ferramentas”, conta Rodrigo França, que vive Luther King Jr.
Os dois viveram na mesma época e historicamente fizeram diferentes trajetórias e só se encontraram durante poucos minutos, num rápido aperto de mãos. Além disso, foram assassinados na década de 1960 e com a mesma idade: aos 39 anos. Cada um, ao seu modo e com suas crenças, deu a vida por um ideal que continua sendo buscado em vários países, inclusive o Brasil, e deixaram marcas eternas na luta pelos direitos humanos.
A temporada fica até dia 11 de agosto, sempre de quinta à sábado, às 21h e no domingo, às 18h, no Teatro Anchieta – Sesc Consolação, na Rua Dr. Vila Nova, n° 245, Vila Buarque, em São Paulo. O valor do ingresso é 40 reais.
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