Desde o segundo show de Ludmilla realizado no festival Coachella neste domingo, 21, a comunidade negra tem levantado um importante debate sobre uma imagem projetada no telão com a música “Rainha da Favela”, mostrando a frase: “Só Jesus expulsa o Tranca-Rua das Pessoas”, cuja referência ataca as religiões de matriz africana.

A cantora se pronunciou logo pela manhã, desta segunda-feira, 22, afirmando que a cena foi tirada de contexto e que respeita “todas as pessoas como elas são, e independente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”. No entanto, a nota ainda não tem agradado o público.

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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), responsável por deixar uma mensagem política e antidiscriminatória junto com a cantora Beyoncé, na abertura do primeiro show da Ludmilla no Coachella, realizado no dia 14 de abril, foi uma das pessoas a criticar a imagem usada no telão.

“A realidade da nossa sociedade é a de que a intolerância e o racismo religioso existem, e estão se fortalecendo em favelas e comunidades do Brasil inteiro com o apoio das milícias, do crime, e da extrema-direita. Quando se projeta essa realidade em um show do porte do show de Ludmilla no Coachella, é necessário refletir isso. Mensagens como essa, sem nenhum contexto, podem criar mais danos à luta pela liberdade religiosa ao invés de ajudar a combater essa realidade de preconceito e violência contra pessoas de axé”, aponta.

“Que Lud aproveite esse acontecimento e trate oportunidade para avançar nesse debate e reparar danos causados. Não esperem que na caminhada de pessoas negras nós nos condenemos tão facilmente quanto quem condena pessoas da nossa cor por qualquer passo errado”, continua.

“É preciso, sim, criticar e estar abertas à críticas, a refletir, se retratar e efetivar mudanças concretas para evitar que um marco histórico, como o ineditismo de uma mulher afrolatina comandar um show no Coachella, que muito nos orgulha e inclusive contou com uma mensagem minha de abertura, na semana passada, não fique marcado como um evento de criou dor e revolta para populações marginalizadas”, finaliza o texto.

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