Os sul-africanos vão às urnas nesta quarta-feira (29) para escolher os membros da nova Assembleia Nacional. No sistema político do país, cabe aos representantes do parlamento eleger o novo presidente. Pesquisas apontam que esta é a eleição mais disputada desde o fim do apartheid em 1994. Pela primeira vez em 30 anos, o ANC (Congresso Nacional Africano), partido que foi liderado por Nelson Mandela, enfrenta a real possibilidade de perder a maioria no parlamento.

Nos anos após o fim do apartheid, com as primeiras eleições livres e democráticas em 1994, muitos eleitores atribuíram ao ANC a melhoria da vida dos sul-africanos – especialmente para a maioria negra que conquistou direitos básicos. As sanções internacionais que prejudicavam a economia desapareceram e o produto interno bruto aumentou.

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Contudo, o descontentamento da população é grande. Com uma taxa de desemprego em torno de 32% – a mais alta do mundo – a economia da África do Sul está em uma encruzilhada, afetando particularmente os trabalhadores mais jovens. A desigualdade de renda, especialmente entre brancos e negros, continua a ser uma ferida aberta. Há dois anos, o Banco Mundial destacou a África do Sul como o país mais desigual do planeta, um título que reflete as profundas disparidades sociais que ainda desafiam a nação.

Além disso, uma crise energética desencadeou apagões contínuos em todo o país, o que prejudicou as empresas. E muitos eleitores disseram que culpam o ANC e os seus sucessivos governos por não conseguirem controlar as taxas crescentes de criminalidade violenta e de corrupção.

Este ano, um número recorde de 51 partidos de oposição está participando das eleições nacionais, com o objetivo de destituir o ANC. Entre eles, há partidos novos e outros que focam em questões específicas, como o fechamento das fronteiras, além de alguns que apelam a grupos étnicos específicos.

Segundo a Comissão Eleitoral da África do Sul, 27,79 milhões de sul-africanos com 18 anos ou mais se registraram para votar neste ano, um aumento em relação aos 26,74 milhões registrados em 2019.

A Aliança Democrática, segunda colocada nas eleições de 2019, está fazendo campanha com uma plataforma centrada no resgate da África do Sul da corrupção generalizada e na recuperação da economia. O líder do partido, John Steenhuisen, tem instado a população a votar contra o ANC, descrevendo estas eleições como “as mais importantes da história pós-democrática da África do Sul”. No entanto, a Aliança Democrática enfrenta o desafio de combater a percepção de que é predominantemente o partido dos eleitores brancos.

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