Em novembro de 1844 o exército brasileiro promoveu a maior vergonha de sua história, traindo um grupo de negros que havia de aliado com a revolta farroupilha. Com uma carta, o barão de Caxias resolveu pacificar tudo assassinando todos os negros e resolvendo, assim um impasse entre o Império e a revolução. Ele escreveu: “Poupe o sangue brasileiro o quanto puder, particularmente da gente branca da Província ou dos índios, pois bem se sabe que essa pobre gente ainda pode ser útil no futuro”
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Fica evidente que, ao dizer “sangue brasileiro”, o barão não estava falando dos negros. Este homem, conhecido como pacificador recebeu posteriormente o título de Duque de Caxias, por conta de outro genocídio que promoveu para reprimir uma revolta no Maranhão.
Estátuas de figuras como Duque de Caxias foram erguidas por esse “sangue brasileiro” que não representa os negros. Precisamos lembrar que esse projeto de exclusão não findou com a abolição da escravatura, mesmo após os descendentes de africanos eram chamados de “degenerados” pela elite que queria branquear a nacionalidade. Enquanto falavam de higienizar a raça brasileira eles ergueram estátuas e monumentos para quem interessava, escravagistas, comandantes de guerra que assassinaram índios e pretos e fundaram cidades com nomes de eugenistas.
Mesmo que eles não queiram a sociedade mudou, pela luta dos próprios “selvagens” como eles chamavam. Temos mais negros nas universidades, mais negros como advogados, mais gente se educando e não apenas absorvendo conhecimento, mas criando conhecimento. Jornalistas negros estão ocupando espaço no dia-a-dia da população, professores negros estão ensinando nas escolas e o que tudo isso significa é que tomamos o espaço que nunca nos foi oferecido fácilmente e agora que estamos nessas posições o país vai ter que respeitar nossa intelectualidade e nossa memória. Somos a maioria da população, mais de 56% e cada vez mais gente está cansada de ver homenagens para quem, em vida, tratou pretos como animais desalmados. Não precisamos disso.
É questão de tempo. Dias, semanas, décadas. Esses escravagistas serão derrubados e a nossa memória vai preencher também a história do Brasil.
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