As deputadas norte-americanas, Ayanna Pressley (Massachusetts), Shontel Brown (Ohio) e Nydia Velazquez (Nova York) pressionaram a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, para explicar o motivo do adiamento, por duas vezes, da data prevista para a proposição de uma regra que visa proibir o uso de formaldeído em alisadores de cabelo, de acordo com informações publicadas pela agência de notícias Associated Press. A substância, frequentemente encontrada em produtos de alisamento capilar, tem sido associada ao aumento do risco de câncer.
O FDA havia sinalizado inicialmente que a proposta de proibição seria apresentada em abril de 2023, mas a data foi postergada para julho e, posteriormente, para setembro. Em carta enviada na última terça-feira, 27, as deputadas, que estão em campanha de reeleição, pedem ao comissário da agência, Robert Califf, justificativas específicas para o atraso.
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A deputada Ayanna Pressley informou à Associated Press que as mulheres negras, que são as principais usuárias desses produtos, muitas vezes recorrem aos alisadores devido à discriminação capilar. “Se você procurar agora no Google sobre penteados de trabalho não profissionais, verá inúmeras imagens de mulheres negras”, destacou, ressaltando que outro adiamento na regulação pode agravar os problemas de saúde nas comunidades negras. Ela defendeu que todas as pessoas possam se apresentar de forma autêntica, sem medo de discriminação.
O formaldeído, presente em diversos relaxantes e tratamentos de queratina, é um composto químico utilizado em pesticidas e na preservação de cadáveres. Estudos recentes têm reforçado a ligação entre o uso de alisadores e o aumento do risco de câncer uterino. Uma pesquisa de 2022 do National Institutes of Health apontou um maior risco de desenvolvimento da doença entre usuárias desses produtos, enquanto um estudo de 2023 da Boston University revelou que mulheres na pós-menopausa que utilizavam alisadores com frequência tinham um risco 50% maior de câncer uterino.
Milhares de processos já foram movidos contra fabricantes de produtos de alisamento capilar, acusados de ocultar os impactos à saúde e expor as usuárias a produtos químicos prejudiciais. As queixas incluem casos de câncer e até infertilidade.
Um porta-voz do FDA declarou à AP que a agência responderá diretamente aos legisladores. Embora a proposta de proibição continue sendo uma prioridade, não há previsão oficial para sua conclusão. Em outubro, o FDA afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que ainda não havia proibição em vigor e que a agência pretende incentivar a indústria cosmética a desenvolver alternativas mais seguras.
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