A terceira temporada do reality show de culinária Mestres do Sabor estreou no dia 6 de maio com a divisão de três times, comandados pelos mestres Kátia Barbosa, Leo Paixão e Rafa Costa e Silva. Os 18 chefs selecionados disputarão o prêmio de R$ 250 mil.
Na atual temporada temos a participação de três chefs negros. A paulistana Aline Guedes, o mineiro Pedro Barbosa e o baiano Matheus Almeida.
A professora de gastronomia Aline Guedes, de 36 anos, levou sua experiência como pesquisadora da culinára quilombola e foi aprovada para equipe de Leo Paixão. Em entrevista ao Mundo Negro ela disse que o prato apresentado no programa foi feito exlcusivamente para o programa. “Eu fiquei muito feliz porque o prato foi construído para o programa. Até então não tinha feito nada assim para nenhum outro tipo de trabalho.Usei ingredientes da gastronomia brasileira e que enaltecessem a pesquisa que eu faço sobre os quilombos remanescentes dos quilombos aqui de São Paulo”, disse a chef . Aline cita como exemplo o palmito, o peixe que se relaciona com os costumes dos quilombos do Vale do Ribeira.
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Quem também vai integrar o time de Leo Paixão é Pedro Barbosa,de Paracatu (MG), que surpreendeu ao misturar coentro no preparo de sua sobremesa. “A partir do momento que você aceita ir para um programa que tem alcance internacional você está se mostrando para sociedade. Eu viro o Pedro de negócios, um cara que quer levar sua arte para todos aqueles que vão assistir o programa. Eu me torno uma potência, começo a acreditar mais em mim. Você vai passando pelas provas e fica mais confiante”, declara sobre a oportunidade de estar no Mestres do Sabor.
Matheus Almeida (31) foi chamado para o processo seletivo devido à sua experiência com a cozinha afrodiaspórica. Ele entende que sua participação no programa vai causar um impacto muito importante na sua carreira, podendo “levar as receitas e o afeto dentro da cozinha em escala mundial“. Almeida acredita que a visibilidade proporcionada pelo programa vai impactar positivamente os negócios e também poderá aprender com os parceiros do reality sobre novas maneiras de cozinhar. “Meu time é muito diverso e a formamos uma família, trocando muito conhecimento e a nível de vitrine será a melhor possível“, declarou.
Aline tem entendimento parecido sobre o desafio de aprender novas técnicas. Professora de gastronomia bem sucedida, quer se desafiar a explorar novas possibilidades de criar. Com o Mestres do Sabor, Aline pode voltar a cozinhar de forma autoral, trazendo sua vivência cultural para os pratos. “Sou muito inquieta e a oportunidade do programa me fez buscar saber se eu podia pensar em mais, além da satisfação profissional que eu já tenho“, constatou.
Para Pedro Barbosa, aprender novas técnicas passa muito pela exigência da atração em obter pratos em um espaço estreito de tempo e frisou novamente no seu apego à parte visual do que cozinha. “Vai ser incrível porque a gente vai aprender a lidar com o alimento dentro do tempo que a gente tem. Aprender a pensar técnicas que são de um tempo de preparo mais curto, aproveitar o alimento de outra forma, trazer simplicidade mas na hora de apresentar poder colocar sua arte. Eu gosto muito do momento de finalização“, falou animado. Arte e criatividade são temas constantes na forma com que Pedro fala sobre culinária. “Minha experiência prévia vai me ajudar a resolver problemas. Vai me ajudar a ser mais criativo dentro do tempo que vou ter e se acontecer algum problema eu consiga consertar, sabe?“, diz.
Assim como Pedro, Matheus e Aline vão trazer experiências anteriores muito ricas para o Mestres do Sabor, ambas se conversando de certa forma. A pesquisadora reflete uma questão importante sobre a questão de nutrição quilombola: “Desde o momento em que comecei a fazer minha pesquisa sobre os quilombos eu me vejo buscando referências e mais referências que não existem para unir a questão quilombola junto à questão de comensalidade, junto à questão que se volta para gastronomia e não só para questão fisiológica. Pensar num quilombo que também tem um potencial gastronômico, além das questões fisiológicas, da estética do alimento, do prazer em comer, vai ter um peso cultural diferenciado em relação à outras temporadas“, declara, enquanto Matheus toca em um ponto importante sobre a possibilidade de tocar outras pessoas negras com o que tem a ensinar: “A culinária afrodiaspórica é uma cozinha muito rica, autêntica, ancestral, mas que nem sempre tem uma visibilidade, um lugar de importância. Vou ter oportunidade de mostrar para as pessoas e tornar essa cozinha mais potente, reconhecida, podendo ser reproduzida por outras pessoas negras, gerando empoderamento, enriquecimento cultural para pessoas que não tem acesso a esse tipo de culinária e até curiosidade“, diz o chef.
Com toda essa riqueza de conhecimento, resta a nós torcer para que o estilo artístico de Pedro, a cozinha afrodiaspórica de Matheus e as referências quilombolas de Aline ganhem muita visibilidade no Brasil e em outros países.
“A minha expectativa com outros negros no programa é nos apoiar, transmitir calma, confiança e acreditar que chegaremos na final juntos e que etsá na hora de mostrar para o Brasil que somos incríveis. Pouco aparecemos na televisão, mas temos que começar a ocupar o lugar que é nosso. Isso é incrível!“, finaliza o chef Pedro.
O programa Mestres do Sabor está disponível no canal internacional da Globo, e na GNT, que nos EUA está disponível no Globoplay.
Os fãs do programa também poderão acompanhar a atração com uma série de conteúdos especiais na internet. As receitas dos episódios estarão disponíveis no site Receitas.com, portal da Globo dedicado à culinária, assim como ver receitas de chefs de outras temporadas no perfil oficial do Mestres do Sabor no Instagram.
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