Com Whoopi Goldberg, relacionamento interracial e baixa apreciação do público, “Corina” é reexibido este sábado na Globo

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Com Whoopi Goldberg, relacionamento interracial e baixa apreciação do público, “Corina” é reexibido este sábado na Globo
Imagem: divulgação

O longa de 1994, interpretado por Whoopi Goldberg e Ray Liotta, é um clássico da Sessão da Tarde. Nele, a atriz interpreta Corina Washington, uma candidata a vaga de babá, que acaba conquistando o cargo após ganhar o coração da garotinha Molly, que estava muito abatida desde a morte de sua mãe.

No entanto, Molly parece não ter sido a única que se rende aos encantos de Corina, e trazendo um tom de romance ao drama do filme, a babá se envolve em um relacionamento amoroso com o empresário Manny Singer, até então, seu patrão (e um homem branco). E aqui, vale lembrar que apesar de ter sido lançado nos anos 1990, a história se passa nos EUA dos anos 1950.

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Nessa época, era proibido o casamento interracial em grande parte do país. Proibição essa que durou até 12 de junho de 1967, quando a Suprema Corte aboliu uma lei do estado da Virginia que proibia o casamento entre negros e brancos, e consequentemente outros 16 estados tiveram que acatar a decisão. O dia acabou conhecido por ”Loving Day”, já que a revogação da lei veio após o processo do casal Richard e Mildred Loving -que por sinal, virou até um filme, ‘‘Loving”, disponível na Apple Tv e Youtube.

Imagem: Divulgação

Nesse ponto, é importante ressaltar que, independentemente da opinião que você tenha sobre relacionamentos interraciais, devemos concordar em uma questão: o governo não pode impedir o seu casamento por esse motivo. Você não pode ser perseguido, ameaçado ou preso por isso. Aprovando ou não a ”palmitagem” como é chamado popularmente no Brasil, é preciso compreender que os motivos pelos quais o governo dos EUA agia dessa maneira, não era os mesmos pelos quais você age. Não era por preocupação com a solidão da mulher negra, com a hipersexualização do homem negro, ou com a falta de afeto entre os seus semelhantes. O único motivo que o governo tinha para isso, era o racismo, em seu sentido mais literal: conduta discriminatória que te recusa ou impede de acessar algo, que te nega ou coloca obstáculo. É relevante pontuar também, que nesses casos onde se formariam famílias interraciais, teríamos pessoas negras em bairros brancos, em uma época onde era extremamente ditado quais lugares poderíamos frequentar (não que não seja hoje, de uma maneira mais sútil), e isso causava fúria nos racistas.

Para além desse ponto de vista, comercialmente falando o filme apesar de memorável não foi um grande sucesso de bilheteria, arrecadando menos do que o seu orçamento. Entre a critica especializada, o longa-metragem dirigido por Jessie Nelson recebeu opiniões mistas, com questionamentos sobre como a diretora, que é uma mulher branca, abordou o delicado tema do casamento interracial. No Rotten Tomatoes, Corina não parece ser uma babá muito perfeita com apenas 37% de aprovação entre 19 votos. Já para o público do Google, ela está aprovada com 87% dos votos. E para o público do Mundo Negro, o filme envelheceu como um vinho sul-africano ou como um leite no sol do meio-dia?

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