Imagine que você é uma mulher negra, na faculdade. Você não tem muitas pessoas negras ao seu redor e, como uma das poucas representantes de afro-brasileiros naquele espaço, você quer honrar suas origens de alguma forma. Você quer fazer algo lindo, grande, impactante; porém não tem recursos pra isso… O que vai fazer? Desistir?
Foi essa a situação em que a universitária Bárbara Jadeh Procóprio se viu. Graduanda em Rádio & TV, na Universidade Anhembi Morumbi, ela teve a oportunidade de apresentar, na disciplina de Fotografia, um ensaio com tema livre. “Na hora, eu pensei em rainhas africanas. Eu não sabia o quê fazer, como fazer e por onde começar. Tinha a ideia na cabeça, mas estava totalmente perdida, resolvi pesquisar sobre o tema, sobre a África e como poderia fazer um ensaio sobre isso. Uma coisa que eu tinha certeza em mente era: queria mostrar uma África que não é vista nas TVs, jornais, etc. Um continente rico, jamais visto!”, conta.
Notícias Relacionadas
Após exibições nos EUA, Antonio Pitanga apresenta o filme 'Malês' no Recôncavo Afro Festival
Humanity Summit 2024 discute justiça racial e reparações no Rio de Janeiro
Como dar a real grandeza que esta ideia merecia? Barbara não sabia e assim, acabou se dirigindo para outra proposta, algo mais simples. Porém, com restando uma semana para que o trabalho fosse entregue a inquietação da estudante cresceu e a mesma retomou o tema “Rainhas Negras”. Se antes parecia difícil, como realizar tudo em uma semana? É nesse instante que a colaboração feminina, entre mulheres negras, se fez presente e mostrou toda sua força.
Em um grupo no Facebook Bárbara encontrou três mulheres negras para serem suas modelos. A estudante tinha quem fotografar e, em troca, as modelos teriam belas fotos para seu portfólio. Nessa mesma lógica de colaboração mútua, a maquiadora Andressa Vaz e Claudete Santos, que cedeu peças da sua marca Chinue, completaram o time. A locação escolhida foi o Parque da Água Branca (SP).
As modelos Larissa Naomi, Jéssica Dhandara e Andriélli Barcelos representaram, respectivamente, as rainhas Nzinga (Ana de Solza), Makeda (Rainha de Sabá) e Yaa Asantewaa. Nzinga representa “riqueza e natureza”, esta foi uma rainha angolana, que lutou pelo seu povo até o fim contra a comercialização de escravos.
Makeda, a famosa Rainha de Sabá, foi uma rainha etíope, poderosa, citada biblicamente e exaltada como o sol, pelo seu povo. No ensaio ela representa “poder e delicadeza”.
Já Yaa foi rainha mãe ganesa, amante da natureza e grande guerreira sendo uma conselheira, figura muito respeitada por todos. Ela representa “paz e guerra”.
A fotografa e idealizadora deste projeto, pretende expandi-lo e representar outras grandes rainhas africanas através de sua fotografia. Por enquanto, veja o resultado do trabalho já realizado:
Notícias Recentes
Cresce número de franceses que migram para o Senegal em busca de pertencimento e progresso
Brasil protagonista: lições de uma jovem empreendedora no Quênia