Em meio às acusações de fraude eleitoral, Bola Tinubu foi eleito o novo presidente da Nigéria. O resultado do primeiro turno foi divulgado na noite desta terça-feira (28), no horário de Brasília, e a vitória final nesta quarta-feira (01), confirmando a obtenção de 25% dos votos em 24 dos 36 estados da Nigéria, e em Abuja, capital federal, de acordo com a lei nigeriana.
Tinubu, o candidato do partido Todos os Progressistas do Congresso (APC), recebeu 8,8 milhões de votos. Já o principal adversário Atiku Abubakar, do Partido Democrático do Povo (PDP), recebeu 6,9 milhões de votos.
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A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie escreveu um artigo no New York Times denunciando as opressões e as fraudes que ocorreram durante o dia da votação, realizada no sábado (25). “Imagine ficar pacientemente na fila, esperando para votar, e de repente homens com armas chegam em motocicletas e começam a atirar. Imagine homens invadindo sua unidade de votação, apreendendo violentamente as urnas e levando-as embora. Imagine outras urnas sendo destruídas. Imagine ser espancado para impedir que você vote em um determinado candidato”, relata.
Chimamanda também afirma que faltou transparência da Comissão Eleitoral Nacional Independente, ou INEC, que supervisiona as eleições, e a omissão da polícia que não agiu como deveria para intervir contra estas violências.
“A tecnologia seria a salvadora”, disse a escritora em seu artigo. Segundo ela, as eleições nigerianas têm um histórico de fraudes, números forjados e urnas roubadas. Por esta razão, neste ano, o país iniciou o sistema de votos com urnas eletrônicas, mas isso não foi o suficiente. “Os votos seriam contados na presença dos eleitores e imediatamente enviados para um portal central seguro. Deixar de carregar os resultados em tempo real foi a mais flagrante das muitas irregularidades desta eleição porque destruiu a cautelosa confiança com que muitos abordaram o processo”. O INEC culpa problemas técnicos pelo atraso.
Peter Obi, terceiro candidato do Partido Trabalhista, com 6,1 milhões de votos, pede junto com Abubakar, que o resultado seja anulado e a eleição refeita por causa de uma “manipulação em larga escala”.
Tinubu foi governador do Estado de Lagos e usou o slogan de campanha com a frase “Agora chegou a minha vez”. Se a vitória for confirmada, ele sucederá o atual presidente Muhammadu Buhari, que está se aposentando após um limite de dois mandatos.
Para encerrar o artigo, a Chimamanda pede apoio ao Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, assumir um compromisso de apoiar a transparência eleitoral. “A Nigéria é o gigante cambaleante da África, o país mais populoso do continente, o mais dominante política e culturalmente. […] Às vezes, as democracias são ameaçadas por invasões estrangeiras e, às vezes, as democracias correm maior risco de forças internas. Todos eles precisam de apoio”.
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