“Cabelo sujo, perigoso!”. Entre os tipos de violência que ocorrem contra as mulheres negras nas maternidades é o racismo obstétrico diante dos cabelos sintéticos, usados para tranças, dreads e extensões capilares, que além da importância estética, também carregam aspectos de identidade, ancestralidade e afirmação racial. Entretanto, é comum que as gestantes negras sejam impedidas pelos profissionais de saúde de usarem esses tipos de cabelo em caso de parto cesárea, causando muita preocupação.

A ginecologista e obstetra Larissa Cassiano explica como surgiu esse mito para a proibição do uso de cabelos sintéticos. “Muitos acreditam que cabelos sintéticos podem ser inflamáveis. Quando combinados com o bisturi elétrico, que conduz eletricidade, há uma suposição teórica de um potencial risco de incêndio”, escreveu a médica, na sua coluna no portal VivaBem UOL

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Porém, Dra. Larissa reflete em como essa preocupação não pode ser levada em consideração, diante de todos outros riscos, como “o próprio cabelo humano natural”. “Este argumento muitas vezes ignora o fato de que materiais como cabelos naturais, lençóis, gazes, compressas e até antissépticos à base de álcool, que estão presentes na sala cirúrgica, também são inflamáveis”, explica.

Dra. Larissa Cassiano (Foto: Divulgação)

No entanto, os pacientes precisam ter cuidado para não comparecerem ao procedimento com cabelos molhados, “visto que a água pura não conduz eletricidade, mas a água de torneira ou chuveiro, que contém íons, pode ser condutora e causar problemas quando usada em conjunto com aparelhos elétricos”.

A obstetra também ressalta que remover objetos metálicos e de baixa resistência, como jóias, brincos, piercings e botões, são fundamentais para o uso do bisturi elétrico, pois “podem ocorrer queimaduras em pacientes”. 

E completa: “após conversas com diversos profissionais da área ao longo dos anos, bem como com pacientes, não ouvi e nem vi queimaduras associadas a cabelos sintéticos”.

“No entanto, considerando a ausência de estudos robustos e estritamente bastante difundidos, associada à falta de treinamento adequado em relação ao uso técnico do bisturi, algumas ideias envolvendo preconceitos raciais e o uso de cabelos sintéticos, o mito sobre o risco de incêndio de cabelos sintéticos se propagar”, finaliza.

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Fonte: ViverBem UOL

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