O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB – SP), reúne, a partir do próximo dia 28, o passado e presente daqueles que ajudaram a moldar a cultura brasileira, o povo africano. A “Ex Africa“, maior exposição de arte contemporânea africana realizada no país, leva à capital paulista nomes que são destaque na cena artística atual.
São vinte artistas que assinam mais de 90 obras, as quais estarão expostas no CCBB – SP até 16 de julho. As obras mostram a história e o novo momento do continente que, enquanto tenta se reconstruir da ferida causada por séculos de tráfico negreiro e de colonização, expande suas cores e cultura para outras fronteiras.
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Fazem parte da exposição esculturas, fotografias, instalações, performances, pinturas e vídeos que traçam um pouco da África de ontem e de hoje, através de quatro eixos distintos: Ecos da História, Corpos e Retratos, O Drama Urbano e Explosões Musicais.
Segundo Alfons Hug, que foi diretor do Instituto Goethe em Lagos, na Nigéria, e possui um extenso trabalho de pesquisa sobre a arte desse continente, o raciocínio por trás do conceito e do nome da exposição partiu da frase Ex Africa semper aliquid novi (da África sempre há novidades a reportar), cunhada há mais de 2 mil anos pelo escritor romano Caio Plínio.”A interseção desses eixos mostra que o continente africano vive um contínuo e efervescente processo de renovação criativa e artística”, explica o curador da exposição.
Artistas como o ganês Ibrahim Mahama, que terá uma gigantesca instalação na entrada do CCBB, o retratista senegalês Omar Victor Diop, o fotógrafo e ativista zimbabueano Kudzanai Chiurai e outros 15 artistas, de oito países africanos, se juntam aos de dois brasileiros: Arjan Martins e Dalton Paula. Arjan e Dalton possuem obras dedicadas à herança africana na cultura brasileira. Para isso, realizaram estudos no Brazilian Quarter, bairro localizado na capital nigeriana construído por brasileiros que retornaram ao continente após a abolição da escravatura, no final do século XIX.
“A exposição acontece num momento em que a herança africana volta a estar em evidência. Existe uma maior valorização da arte africana e afrobrasileira, porque a presença negra nessa cultura vem aumentando em quase todas as áreas. Além disso, os artistas africanos consideram o Brasil um país irmão e o intercâmbio cultural vem se intensificando aos poucos“, destaca Hug.
O colonialismo e o tráfico de escravos são duramente criticados em “Ecos da História”, primeira parte da exposição. Destacando uma instalação formada por objetos do tempo do comércio de escravos (algemas, ferros de marcar, moedas, mandados de captura). Assinada pela artista nigeriana Ndidi Dike, a obra propõe uma obscura viagem no tempo, à época marcada pelo sofrimento.
O New Afrika Shrine, de Femi Kuti, muito popular na cena nigeriana, também está entre os destaques de “Explosões Musicais”, galeria sob a responsabilidade de Naija Pop. Essas e outras galerias vocês conferem até dia 16 de julho, de quarta à segunda, sempre de 9h às 21h. A entrada é gratuita! Para mais informações, acesse a página do CCBB.
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