“Parece que eu fui dar um rolé de nave espacial, os ETs não gostaram muito de mim e me jogaram de volta na Terra (risos)”. É assim, com bom humor e leveza, que Juninho olha para sua trajetória no ‘Big Brother Brasil 24‘ após a eliminação, ocorrida na noite de ontem (6), com 60,35% dos votos do público em um paredão quádruplo.

O motoboy, que entrou no jogo pela dinâmica do Puxadinho, até tentou formar uma aliança com seu grupo de origem, mas não obteve sucesso. A partir daí, mudou de rumo e se aliou a integrantes do quarto que mais o chamou a atenção, o Gnomos. Mesmo assim, fez jogadas solitárias e acredita que, por esse movimento, não tenha reunido torcida o suficiente para apoiá-lo na terceira berlinda que enfrentou no reality show.

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Em entrevista para a Globo, Juninho reflete sobre os alvos que escolheu para seu jogo, fala sobre os impactos do quase envolvimento com Leidy Elin em sua trajetória, dos embates com Alane e Thalyta, e palpita sobre os rumos da competição daqui por diante.

Foto: Globo/João Cotta

Como resumiria a experiência de participar do ‘BBB 24’? 

Parece que eu fui dar um rolé de nave espacial, os ETs não gostaram muito de mim e me jogaram de volta na Terra (risos). A vida aqui fora estava meio chata para mim. As coisas estavam muito difíceis, eu tinha tido a perda recente do meu pai e precisava sair um pouco das dificuldades que eu tinha. Por mais que eu soubesse que no BBB seria difícil, experimentar toda essa realidade e respirar outros ares foi importante porque eu pude me desligar aqui de fora. Não mexer em celular, para mim, foi fantástico. Uma pergunta que eu me fiz ontem era se eu lembrava o número do meu celular (risos). De uma maneira geral, avalio a experiência como positiva.

Na sua opinião, o que faltou para ir mais longe no jogo? 

Sinceramente, é muito difícil responder essa pergunta. O jogo não tem manual. Eu fui aprendendo a cada dia, tanto com meus erros como com os colegas, suas personalidades, erros e ações. Diante do que o jogo pede, cada um age de uma maneira. Eu sou uma pessoa que reflete muito, aqui fora tenho esse tempo, mas lá dentro ele não existe. De repente tenha me faltado um pouquinho mais de audácia, de tentar e ver no que ia dar. Mas acho que faltou também um pouco de sorte. Eu não peguei nenhuma liderança, não consegui jogar o anjo com aquelas bolinhas e sorteios…

Depois de ter voltado de duas berlindas, você foi eliminado em seu terceiro paredão. O que foi determinante para a sua saída desta vez, em sua opinião? 

Talvez tenha me faltado um pouco de torcida; a galera não comprou muito o Juninho. As pautas de cada um refletiram nessa questão e, talvez, a minha não tenha tomado a proporção que eu precisasse para ganhar um público maior. Talvez se eu tivesse vindo “brigando” desde o início eu teria conseguido essa galera que poderia ter me apoiado nesse momento. Mas, começou a pegar para tudo que é lado, eu fiquei observando, deixei a fogueira ir se espalhando e, enquanto as flechas não estavam passando perto de mim, fui tentando me esquivar para absorver o máximo de informação para que, quando elas chegassem – e eu sabia que iriam chegar –, eu pudesse atacar da melhor maneira possível dentro do jogo. As pessoas achavam que eu estava sendo uma planta por causa disso, mas a verdade é que eu estava só observando, como a gente faz aqui fora. Foi uma questão de tempo, que lá dentro é muito diferente. Até mesmo a questão de eu me posicionar um pouco sozinho acho que fez as pessoas dentro da casa verem que eu estava meio kamikaze, ou não sabendo jogar ou dando uma de maluco. E aí, eu fiquei com a minha torcida, enquanto as delas se uniram e me atacaram. Eu fui para um paredão que era Alane versus Juninho e Juninho versus Bia, mas na verdade eram duas contra um. Esse paredão não se tratou da Isabelle.

Foto: Globo/João Cotta

Quais pessoas considerava aliadas suas no programa? 

A gente acorda pensando uma coisa, de tarde é outra e, de noite, outra. Então, na última semana, eu acreditava que meus aliados fossem o MC Bin Laden, Rodriguinho, Fernanda e Pitel, do quarto Gnomos. Também não me sentia em momento nenhum ameaçado pela Isabelle. Acho que a gente tinha até uma conexão que era de poucas palavras, mas que quando acontecia era de forma legal. Tiveram questões de divisão de comida em que eu confiei nela e ela em mim plenamente. Mas, ela já tinha um jeito de jogar um pouco sozinha, parecido comigo – e chegamos a trocar essa ideia –, e em nenhum momento a gente propôs essa aliança. Eu a via como uma possível aliança, mas mais para frente.

Você entrou na casa pela dinâmica do Puxadinho, mas seus integrantes acabaram não formando um grupo único. Enquanto eles se arranjaram em pequenos grupos ou duplas, você preferiu jogar com outras pessoas da casa. Por quê? 

Qualquer pessoa que estivesse comigo no quarto Gnomo eu ia tentar fazer dela minha aliada porque eu gostei muito do quarto. Queria muito ter ficado lá, era muito legal, e vou levar a decoração dele para algum canto, certamente (risos). Fora do quarto ficou muito inviável acreditar nas pessoas porque elas já estavam com seus grupos fechados e querendo alianças por conveniência. Os membros do Puxadinho me pareceram jogar como plantas: eles não atacavam ninguém. Viam quem estava se atacando, pegavam a pessoa que possivelmente estava numa situação de fraqueza – porque ficou muito evidente que os quartos Fadas e Gnomos estavam brigando entre eles – e escolhiam para votar. Assim se mantinham camuflados. Foi um jogo que me pareceu um pouco covarde dentro da trajetória do BBB. Eles não se posicionavam. A primeira treta foi gerada por causa de uma pergunta em que eu repeti três vezes o que eles queriam de mim e eles não verbalizaram. Então, não faltou ímpeto meu de tentar chegar a eles. Eu queria ter criado um grande comboio entre o Puxadinho e o Gnomos e, se a gente tivesse criado, sinceramente, acho que a gente teria dominado esse jogo. Mas, não sei por que cargas d’água não deu certo. Eu tentei, mas senti que não poderia confiar neles. Nenhum deles deixou claro o que queria, parecia que em algum momento se uniriam entre eles para me jogar numa fogueira por achar que, talvez, eu fosse um jogador fraco na casa. Fiquei com a pulga atrás da orelha e não quis mais.

Como tomou a decisão de se aproximar dos participantes do quarto Gnomos (Fernanda, Pitel, Rodriguinho e MC Bin Laden)? 

O primeiro fator foi a questão do quarto que, desde que entrei, decidi que queria ficar nele. Teve o Bin Laden, que foi 100% comigo. Já na segunda noite tivemos uma troca muito legal, ele colocou uma questão muito pessoal dele, mostrando uma confiança em mim. Quando alguém mostra que está colocando confiança em mim, eu também dou um passo à frente e tento confiar porque acho que isso não acontece com qualquer pessoa, acho que as pessoas se conectam por algum motivo, questões de energia. O Bin simplesmente me abraçou, me deixou dormir na cama dele, e eu fiquei com uma dívida de gratidão que eu tinha que pagar de alguma forma. À medida que eu fui conhecendo o [Lucas] Luigi, que com certeza vai ser uma amizade minha aqui fora, também o Vinicius, que era engraçadíssimo, depois o Rodriguinho, eu fui me sentindo abraçado pelas pessoas. A nossa energia era muito parecida, a gente gostava de rir, ficava conversando até tarde e sempre assuntos aleatórios. Muitas vezes, no quarto, a gente nem de jogo falava, e essa era uma coisa que me ajudava a ficar no jogo: justamente não falar de jogo. Virou uma zona de conforto para mim.

Foto: Globo/João Cotta

Você mencionou que manteria Marcus Vinicius, Giovanna e Alane como alvos. Por quê? 

No começo, o Marcus falou coisas que parecia que estava querendo me colocar como o “hétero top”, aquele que se acha demais e vai bater no peito por isso. Eu fiquei muito chateado porque não sou esse tipo de pessoa, acho arrogante. Eu tive um embate com a Thalyta e falei um pouco mais alto porque ela foi me cortando. Ela estava muito sensível emocionalmente e eu demorei a entender isso, mas, quando entendi, botei o pé atrás e pedi desculpas. Ele aproveitou esse gancho para me colocar como o “hétero top”. Depois, eu percebi que ele estava insistente em levantar uma bandeira branca e a se mostrar incomodado com outras pessoas que estavam numa situação muito confortável. Ali eu resolvi dar essa trégua para ele, mas acho que a gente já tinha passado muito do ponto e ficou difícil confiar um no outro de fato. A Giovanna se mostrou uma pessoa muito distraída. Na reunião do Puxadinho, perguntei para ela se ela queria estabelecer um vínculo de não se votar e ela recusou. Falei: “Então quer dizer que você vai votar em qualquer um?”, e ela disse “Pode ser”. Como eles não disseram o que queriam de mim, eu não sabia até que ponto poderia confiar nela. Já a Alane foi porque, enquanto eu estava discutindo com a Thalyta, estava também conversando com ela e cozinhando o feijão ao mesmo tempo. Ela trouxe algo no meio dessa discussão e a minha energia a deixou desconfortável, segundo as palavras dela. Depois, na mesa, ela falou que eu não jogava limpo porque não falava olhando no olho, e eu estava olhando no olho dela naquela hora! Ela disse que eu verbalizava com as câmeras. Eu acho que todo mundo na casa é biscoiteiro e está tudo bem porque a gente tem que ser visto aqui fora, essa é a realidade. E, do jeito ela, ela chamava atenção aqui fora, fazia os VTs dela. Achei que ela foi muito ofensiva dentro da perspectiva dela do jogo. Eu estava com um problema naquele momento que era que ninguém me escutava. Foi uma palavra da Wanessa Camargo que me ajudou, quando ela disse que eu tinha que falar com quem me escutava. Foi quando comecei a fazer dessa forma que passei a me sentir um pouco mais à vontade, mas também comecei a fazer mais inimigos no jogo, já que eu não me aproximava. Como eu acho que tem que ser uma coisa de cada vez, minha meta era primeiro eliminar esses três para depois constituir novos alvos. 

Como avalia os impactos do envolvimento com a Leidy Elin no seu jogo? 

Eu não sei, talvez tenha me distraído um pouco. Eu quis evitar porque sabia que, mesmo que a gente tivesse ido bem, se relacionado um pouco mais, em algum momento aquilo poderia interferir no meu voto, no dela, em uma análise individual em que a gente começasse a achar que a gente teria que jogar junto… Eu criei na visão de jogo perspectivas sobre aliados dela que eu nem sabia que eram, e ela já achou ruim quando verbalizei para ela, por exemplo, que achava a Beatriz um pouco exagerada. Ela defendeu a amiga. Eu pensei: “Então, é melhor a gente nem começar”. Porque eu não ia deixar, dentro da dinâmica do jogo, de colocar alguém como alvo por estar supostamente “namorando” alguém. Eu não ia me sentir eu mesmo, ia ficar confuso. E também não queria interferir no jogo dela dessa maneira.

No último domingo, você, Alane e Leidy se desentenderam em uma conversa sobre supostas investidas suas em Alane. Acha que esse embate pode ter interferido na sua permanência, já que você estava no paredão? 

Certamente ele contribuiu em algum ponto. Mas, acho que o fato de terem torcidas unidas também. Porque, apesar de ter sido entre mim e Alane, ainda tinham a Deniziane e o Matteus envolvidos, porque eles são um grupão. Com certeza as torcidas deles se ajudaram aqui fora para que eu estivesse aqui agora, dando essa entrevista.

Foto: Globo/João Cotta

Que movimentações de jogo prevê nos próximos dias? 

Pelo que entendi, eles pegam para voto as pessoas que estão um pouco “lobo solitárias” achando que elas são fracas, ou até que têm um potencial de ganhar, mas isso incomoda. Tentam usar de todos os argumentos, dizendo que a pessoa não se compromete, chamando de planta, alegando que planta é aquela que não cola em ninguém, então “você é uma planta porque eu não vejo seu jogo”. Na verdade, é tudo papinho para arrumar um motivo para colocar a pessoa no paredão. Acho que vão tentar fazer isso com a Isabelle.

Que jogador você acha que tem o melhor desempenho no programa? 

Acho que a Fernanda está crescendo no jogo. Ela está se mostrando uma pessoa muito sincera com ela mesma, com as convicções dela. Ela tem momentos de fraqueza, mas recupera a força muito rápido. Tem uma coisa muito mãezona, acolhedora. Foi uma das pessoas que me deu um bom conselho quanto ao problema que eu estava tendo com a Thalyta e me ajudou a refletir; foi quando eu calcei a sandalinha da humildade e vi que tinha que respirar e dar tempo de a menina respirar também para a gente tentar alinhar melhor a nossa conversa. Eu vi que a Fernanda trabalha com o coração e com a mente e acho que, se ela continuar nessa pegada, vai longe.

Quem você quer que vença o ‘BBB 24’? 

Hoje, eu vejo que a Fernanda ou a Isabelle podem vencer e levar esse prêmio.

Quais são seus planos para essa fase pós-BBB? 

Não pensei nisso ainda. Estou me acostumando com essa ideia aqui fora, vendo o que está acontecendo. Eu venho vivendo a minha vida numa perspectiva diferente. Tudo que eu planejei aqui fora antes de entrar no BBB deu errado, e quando surgiu a possibilidade de viver essa grande viagem do BBB, pensei: “Por que não?”. Dali em diante eu parei de ficar planejando a vida, estou como o Zeca Pagodinho, deixando a vida me levar e tentando aproveitar o máximo de tudo.

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