Uma idosa de 61 anos foi resgatada em São Paulo por estar vivendo em situação análoga à escravidão. A senhora sofria agressão, maus tratos, constrangimento, tortura psíquica exploração do trabalho pelos seus “empregadores”.
Segundo o Ministério do Trabalho de São Paulo “ela trabalhava praticamente em troca da moradia e, por várias ocasiões, os vizinhos a ajudavam com alimento e itens de higiene, ele relataram episódios de discussão e de omissão de socorro”.
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A escravocrata chama-se Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, é gerente de marketing da Avon. Segundo seu perfil no Linkedin, que foi excluído logo após a denúncia, Mariah era global senior brand manager na empresa.
A idosa foi encontrada vivendo sozinha em um quarto nos fundos do terreno, ela estava vivendo em uma espécie de depósito com cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá sujo e velho estava sendo utilizado como cama e não havia banheiro disponível. Desde o decreto de pandemia devido ao novo coronavírus, os patrões não permitiram mais a sua entrada na casa, tendo sido mantida trancada, longe do quintal e do banheiro, impedindo que a vítima realizasse suas necessidades sanitárias básicas.
Mariah é filha da cosmetóloga Sônia Corazza, conhecida consultora na indústria de produtos de beleza. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), a vítima foi contrata por Sônia em 1998 como empregada doméstica, sem registro em carteira, sem férias e 13º salário.
Segundo informações disponibilizadas pelo MPT, a vítima usava para o banho um balde e caneca. Foi confirmado que em maio a doméstica sofreu um grave acidente de trabalho e não foi socorrida, tendo passado uma semana com dores e hematomas, sem receber alimento ou cuidados.
A avon se pronunciou sobre o caso afirmando que despreza o ato de sua funcionária, já tomou as medidas cabíveis e tentará ajudar de melhor forma vítima “Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos humanos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integra mais o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhimento à vítima”.
Por conta de todas as denuncias e crimes cometidos pela escravocrata, o Ministério Publico do Trabalho ajuizou uma ação cautelar contra todos os empregadores e pediu o pagamento imediato de um salário mínimo por mês até o julgamento final do processo. Além disso, o órgão pede à Justiça do Trabalho a expedição do alvará judicial para que a vítima possa fazer o saque do seguro-desemprego. O MPT também pediu que o imóvel fosse bloqueado para futuro pagamentos de verbas trabalhistas e indenizações – que podem chegar a R$ 500 mil.
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