O ator Anthony Mackie, protagonista de “Falcão e o Soldado Invernal” e o produtor da série, Malcolm Spellman falaram ao site Ebony (portal norte –americano) destinado ao público negro sobre a importância de um ator afro-americano empunhar o escudo do Capitão América.
Anthony Mackie apareceu para o grande público no filme “8 Mile”, interpretando Papa Doc, adversário de Eminem em um torneio de rimas. De lá para cá foram quase 20 anos em papéis secundários como em “Pain & Gain” e “Abraham Lincoln – O Caçador de Vampiros” até culminar no atual ápice da carreira, que é se tornar herdeiro do escudo de Steve Rogers, o Capitão América original. “Isso é como ganhar um Oscar. Não há nada como alguém confiar em você para ser o rosto de sua marca nesse nível. Atores negros não têm essas oportunidades”, disse Mackie.
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Anthony Mackie e seu Sam Wilson, o Falcão, apareceram no Universo Cinematográfico da Marvel no segundo filme do herói patriota, “Capitão América e o Soldado Invernal”, de 2014. Quem acompanhava os quadrinhos dos heróis já podiam suspeitar que estávamos sendo apresentados ao próximo herdeiro do escudo estrelado.Mackie soube no início de 2019 qual seria o futuro de seu personagem. Não há ri uma razão para levar 21 anos para chegar aqui, mas esta oportunidade faz com que esses 21 anos valham a pena esperar”, reflete sobre o tempo chegar onde está.
Tanto Mackie quanto o produtor da série, Malcolm Spellman (‘Empire’), sabiam que estavam para lidar com questões raciais delicadas ao colocar um homem preto para ser o símbolo dos Estados Unidos. Como explorar um símbolo de patriotismo sem ignorar o destino amargo de muitos homens negros que vivem no país?“A ideia de um homem negro ser o Capitão América parecia um momento seminal”, disse Spellman. “Eu senti que tinha as coisas certas a dizer sobre isso. E lutei para conseguir porque parecia importante para mim. Precisava de pessoas envolvidas que o fizessem da maneira certa. ”
Spellman recebeu apoio irrestrito do estúdio para tratar as complexidades de se ter um Capitão América negro.Spellman disse ao Ebony que não poderia deixar de agradecer aos predecessores Ryan Coogler e Joe Robert Cole, cineastas responsáveis pelo longa do Pantera Negra e também Chadwick Boseman, falecido em 2020, que deu rosto ao personagem nos cinemas. Spellman entende que “Pantera Negra” foi uma mudança na indústria, inclusive na boa recepção e empatia do público com o anti-herói Killmonger.
Uma da influências visíveis de ‘Pantera Negra’ na visão de Spellman para ‘Falcão e o Soldado Invernal’ é não se furtar em mostrar o escudo sujo de sangue, em uma analogia ao passado e presente racista dos Estados Unidos, assim como Killmonger trazia na sua existência um símbolo contra o colonialismo europeu no continente africano. “Este símbolo, esta ideia do que é ser americano. É muito importante agora. O homem negro tem uma relação muito tumultuada com o que é a ideia da América”, opinou Mackie.
Um ponto emblemático da série é a aparição de Isaiah Bradley, um supersoldado negro, que ao contrário de Steve Rogers, não foi alçado ao posto de herói nacional, mas torturado e preso. Esse personagem, também existente nos quadrinhos, traz a visão do homem negro reticente e desconfiado quanto a se os norte-americanos merecem um Capitão América negro ou mesmo se um homem preto continua sendo honrado ao aceitar empunhar as estrelas e listras.
Após os encontros do Falcão com Bradley, Sam Wilson veste o uniforme e ao final da série, o recado é dado e nome de todos os soldados negros e outras minorias invisibilizadas no país. “Cada vez que pego essa coisa, sei que há um milhão de pessoas que vão me odiar por isso”, diz Wilson, referindo-se ao escudo em punho. A mensagem não está só para os políticos na tela, mas também para quem está assistindo e questionando a legitimidade do novo Capitão América. O novo Capitão América do Universo Marvel é preto e isso não vai mudar tão cedo.
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