O racismo e a truculência policial contra a comunidade negra não têm hora e nem local para acontecer. O educador Claudinei Corrêa (foto destaque), nunca imaginou que um dia de compras com a família se tornaria um pesadelo.
Em agosto de 2014 , Côrrea estava com seu filho Jefferson Corrêa (20 anos na época) e seu genro Fabiano Augusto (com 18 anos na época) quando foram brutalmente abordados pela polícia ao saírem de uma loja de sapatos no centro da cidade de São Jose dos Campos (SP). Houve ofensas de cunho racial, armas apontadas contra os corpos de Côrrea e os rapazes, além de agressões físicas. Corrêa havia comprado um par de tênis a vista e exibia a Nota Fiscal para provar sua inocência. A cena foi filmada por diversas testemunhas.
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Não há dinheiro no mundo que repare o trauma e constrangimento que esses homens passaram, mas é bom saber que Corrêa cobrou justiça e venceu. Claudinei processou o Estado por abuso de autoridade e abordagem truculenta, ganhou em duas estâncias e agora será indenizado em R$ 24 mil.
“O resultado financeiro reafirma que nós fomos lesados. O valor não foi o esperado, pois o crime de racismo trata-se de emoção e isso não tem preço”, explica Corrêa.
Esse é um caso raro onde o Estado assume a falha policial. “Para nossa família ter tido a coragem de enfrentar o Estado já foi uma vitória. O genocídio ao povo negro é latente em nosso país. A melhor recompensa foi ter saído empoderado desse processo. A estrada é muito longa. São séculos de desigualdade” reflete o educado que acredita que os policiais militares não são culpados, “eles são parte do Estado”.
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