É inegável a participação da cultura culinária afrodiaspórica na formação da culinária brasileira, também é inegável a potência a qual estas comidas diaspóricas carregam consigo.
Então chega o tempo de descolonizar o paladar, deixar de lado o pré conceito sobre os ingredientes ancestrais africanos e reconhecer o valor que vai muito além do nutricional.
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Uma comida que carrega consigo história, cultura e ancestralidade. Comida descolonizada não é uma comida apenas brasileira, é uma comida que destaca a herança africana e ameríndia em seus ingredientes, suas técnicas e seus processos de produção. Buscando referência na história escrita e também na oralidade, tradicionalmente passada dos anciões para os mais jovens.
Juntos podemos desconstruir a visão de miscigenação, pois é inegável que o europeu privilegiou a perpetuação de sua cultura em detrimento das culturas africanas e ameríndias no Brasil e aprendermos a resgatar e promover a cultura culinária afrodiaspórica africana pelas Américas. Mostrar seu valor e contribuir para seu reconhecimento.
Precisamos trazer mais representatividade para nossa cozinha, promover a emancipação da gastronomia brasileira passa por mostrar que as tradições ancestrais africanas e nativas constituem um valor alimentar enorme para o nosso povo, no prato e na sociedade.
Valorizar o inhame, o tamarindo, o quiabo, o dendê, amendoim, mastruz, ervas como alfavaca, macassá, fazer uso do pilão em nosso cotidiano, valorizar nossa colher de pau. E pouco a pouco desfazer este apagamento histórico que nos foi imposto.
Nosso povo precisa conhecer estes pratos: Efó, Muamba, Ugali, Poullet DG, Mufete, Funge, Kelewele e muitos outros saborosíssimos e trazem tantas semelhanças com nossas comidas. Encontrar nelas o ponto que nós liga ao continente africano e juntos pouco a pouco reescreveremos nossa historia da cultura culinária do que hoje chamamos de Brasil.
Efó, uma espécie de refogado de preparo semelhante ao do caruru, mas feito com língua-de-vaca (um tipo de plantas alimentícias não convencional), camarão seco, amendoim e castanhas.
Muamba pasta de amendoim ou dendê utilizada para agregar sabor e textura à pratos cozidos. Ugali espécie de angu queniano feito com amido (milho ou arroz)e água. Acompanha folhas refogadas e proteínas cozidas.
Funge uma espécie de angu angolano feito de milho branco ou farinha de mandioca e águas. Acompanha pratos cozidos.
Poullet DG típico de Camarões é um guisado de banana com Frango e aromáticos . Muito colorido e saboroso.
Mufete peixe assado na brasa companhado de batata doce cozida, mandioca cozida, banana da terra cozida e vinagrete de cebola.
Kelewele típico de Gana um petisco preparado com banana da terra frita temperada e no dendê com amendoim.
Ugali
O ugali é a principal fonte de amido da alimentação queniana. A massa também é tradicional da culinária de diversos países africanos, sendo conhecida por diferentes nomes dependendo do lugar. O ugali clássico é feito com farinha de milho e água. Os ingredientes são cozidos até formarem uma massa e mergulhados em outros pratos, como verduras e ensopados, ao longo das refeições.
Receita de Ugali
• 1 xícara ou mais de farinha de milho.
• 3 xícaras de água fervente.
• 1 xícara de água fria.
Compre a farinha e reúna os materiais necessários. Vá ao mercado e compre um saco de farinha de milho. Além da farinha e da água, você vai precisar de uma panela, de uma colher de pau e de um fogão para cozinhar a massa.
• A panela deve ser grande o bastante para comportar seis xícaras de ingredientes com espaço para mexer vigorosamente.
• Caso não consiga encontrar farinha de milho, você também pode preparar o ugali com maisena. A consistência, porém, vai ficar bem diferente. A farinha de milho é mais fina do que a maisena, o que deixa a massa bem mais lisinha e gelatinosa.
• Cozinhar ugali pode fazer uma bagunça danada. Dê preferência para um panela antiaderente e tenha em mente que você vai precisar de um esforcinho extra para lavar a louça.
Ferva três xícaras de água em uma chaleira ou em outra panela. A água deve ficar quente o bastante para reter calor quando você adicionar a farinha.
Misture a farinha com a água fria enquanto espera o resto da água ferver. Vá com calma, adicionando um pouquinho de farinha de cada vez.
• Adicione uma xícara de água fervente de cada vez à mistura para não encaroçar.
Mexa rapidamente a mistura com uma colher de pau. Mexa constantemente para que a mistura esquente de maneira uniforme e os caroços se dissolvam. Cozinhe a massa até engrossar. Ela deve ficar com uma consistência bem espessa.
• Pode ser que você precise de mais do que uma xícara de farinha para deixar o ugali da textura certa. Preocupe-se mais em acertar a consistência da massa do que em seguir a receita à risca. Cozinhe até firmar. O ugali deve ficar mais grosso do que um purê de batatas. Cozinhe até a massa começar a se soltar das laterais da panela.
• Ao fim do cozimento, pode ser difícil mexer a massa e diluir a farinha.Ainda assim, não pare. Do contrário, o resultado final não ficará firminho o suficiente.
Despeje o ugali cozido em um prato. Use uma colher de pau para transferi-lo da panela para o prato. Tome bastante cuidado. A massa estará bem quente.
Corte o ugali em pedaços com uma faca. Corte-o na vertical e na horizontal para que os pedaços fiquem mais fáceis de pegar. Outra opção é cortar o ugali em fatias a partir do centro, como se ele fosse uma torta.
• Deixe o ugali inteiro se não quiser cortá-lo. Nesse caso, deixe que as pessoas arranquem pedaços da massa ao longo da refeição.
Como servir o ugali. Para comer o ugali, você primeiro deve fazer uma bolinha com um pedaço da massa. A bolinha deve ser, no máximo, do tamanho de uma bola de golfe. Após enrolar a massa, afunde-a no meio com o dedão.
Use a parte afundada para pegar outros alimentos servidos na refeição.
Como combinar o ugali com outros pratos. O ugali fica delicioso com os mais variados pratos, principalmente com aqueles cheios de caldo, que precisam ser comidos de colher.
• Experimente servir o ugali com uma saladinha ou com uma porção de vegetais no vapor, como couve e espinafre.
• O ugali também fica ótimo com ensopados. Use a massa como se fosse pão para, por exemplo, absorver o excesso de molho que restar no prato.
• Tradicionalmente, o ugali também é comido com coalhada.
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