A ascensão das mulheres negras como líderes corporativas e empreendedoras

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A ascensão das mulheres negras como líderes corporativas e empreendedoras
Foto: Divulgação

Texto: Ivair Augusto Alves dos Santos

Mulheres negras protagonistas quebraram barreiras e receberam destaques em duas revistas com números dedicados às mulheres: Época Negócios e Pequenas Empresas & Grandes Negócios do mês de março. Um retrato otimista e de muita esperança para a comunidade negra.

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Histórias de vida e de superação, com estratégias de crescimento, muita expertise na propagação das ideias e na arte do que fazem. Elas impressionam pela ruptura dos estereótipos, de vozes, de imagens, sobre a responsabilidade e o privilégio de serem profissionais em uma sociedade racista que se reinventa de forma rápida e convulsiva.

As mulheres negras foram indicadas, entre as 100 mais inovadoras do Brasil e são exemplos de empreendedorismo. Elas têm uma formação escolar sólida realizada em universidades como a USP, UnB, Unicamp, UFSCar, Fundação Getúlio Vargas e Faculdade Zumbi dos Palmares, e muitas vezes complementada em cursos de mestrado, doutorado e MBA nos Estados Unidos e na Europa. São engenheiras, economistas, advogadas, farmacêuticas, administradoras, psicólogas.

Elas romperam nossa capacidade de imaginar como seria fazer parte de diretorias e de conselhos de administração de grandes empresas com capital nas Bolsas de Valores. Histórias de vida que mostram o papel das famílias, persistência, tempo de trabalho. No universo da inovação encontramos mulheres negras protagonistas de muito fôlego e entusiasmo. Todas têm consciência das desigualdades sociais e raciais. O que não é pouco. Ao ler seus depoimentos chegamos a nos emocionar e a acreditar que é possível.

Mafoane Odara – Foto: Mariana Pekin

Mafoane Odara Poli Santos, psicóloga formada e com mestrado pela USP: líder de Recursos Humanos para América do Sul na Meta, criou metas sobre diversidade na empresa que tem 40% de mulheres ocupando cargos de liderança e em 2025 pretende atingir 50%: “Não adianta contratar mais mulheres sem um ambiente em que todos possamos errar e acertar”.

Luana Ozemela – Foto: Divulgação

Luana Ozemela, com mestrado e doutorado em economia é Vice-presidente em residência da Ifood: “Inovar é ter a ousadia de acreditar que é possível solucionar problemas que outros consideram irremediáveis(…). Desde muito cedo venho atuando na luta contra as desigualdades no ativismo social no mundo do desenvolvimento internacional e desde 2019 como empresária”.

Nina da Hora – Foto: Divulgação

Nina da Hora consultora de tecnologia responsável pela Thoughtwork e influencer. Cientista em construção e hacker antirracista de tecnologia, combatente do racismo algorítmico, criadora de tecnologias decoloniais (fora dos circuitos europeu e americano).

Amanda Ferreira – Foto: Divulgação

Amanda Ferreira, formada na Faculdade Zumbi dos Palmares e pós-graduada na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, a executiva leva a prática do conceito de diversidade na ViaVarejo, dona de marcas como Casa Bahia e Ponto Frio.

Solange Cabral – Foto: Reprodução

Solange Cabral, vice-presidente, partner de tecnologia da CI&T, vive em Londres e trabalha para propagar cultura digital dentro e fora do Brasil. Estudou na Universidade Federal de São Carlos e fez mestrado na Unicamp. Durante muito tempo atuou como divulgadora do método Lean Agile, o pensamento enxuto das startups, com proposta de trabalho multidisciplinares trabalhando em ciclos rápidos.

Anna Telles – Foto: @dphotografia

Anna Telles tinha três salões de beleza e durante a pandemia teve que se reinventar. Teve que fechar um salão transformá-lo em loja virtual de produtos para cabelos cacheados e ondulados que leva seu nome. Começou a dar cursos de com cuidar e trançar os cabelos e abriu um mercado para seus produtos de beleza. Os cursos transformavam suas alunas em suas aliadas e ela conseguiu sobreviver no mercado durante a pandemia.

Essas histórias de vida são inspiradoras, e representam exceções no mercado de trabalho no mundo corporativo. As histórias representam barreiras vencidas por meio de muita luta individual e familiar. Para cada uma dessas histórias há também a luta invisível de um ativista negro, militante do movimento negro, que denuncia o racismo e cobra por um país democrático. A luta individual, familiar não está descolada da luta política antirracista. Por isso é importante a consciência de que queremos uma sociedade justa e igualitária, precisamos de exemplos de luta antirracistas em todos os espaços da sociedade.

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