Há algumas semanas, o Mundo Negro apresentou uma lista de criadores de conteúdo negros que alcançaram o status de milionários. A iniciativa surgiu em resposta a uma publicação feita por uma renomada revista brasileira, conhecida por suas listagens de indivíduos milionários, que recentemente divulgou uma seleção de criadores de conteúdo apenas com nomes brancos, destacando os mais ricos e bem sucedidos do país.
A lista da revista foi criticada por sua falta de diversidade racial e inclusão, apresentando apenas criadores de conteúdo que, embora tenham convertido sua influência em empreendimentos lucrativos no mercado brasileiro, não refletem a diversidade da população brasileira. Contudo, é importante reconhecer que criadores de conteúdo negros também têm trilhado caminhos de sucesso notáveis no mercado de influência digital. Em diversos campos, esses profissionais construíram verdadeiros impérios a partir do nada, consolidando, mesmo em meio a dificuldades, suas marcas em uma ampla gama de setores, desde restaurantes até linhas de cosméticos.
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O Mundo Negro conversou com alguns criadores de conteúdo negros sobre o sucesso e os desafios de manutenção de seus negócios. Rodrigo França, empresário, diretor, escritor e ativista, utiliza suas redes sociais para impulsionar seus negócios. Ele é dono de duas produtoras audiovisuais, além de ser fundador do Restaurante Amalá, espaço gastronômico localizado no Pelourinho, em Salvador.
Rodrigo diz que sua base de seguidores foi fundamental para solidificar seus negócios. “Eu posso dizer que são duas empresas de sucesso. Com o restaurante Amalá são 20 colaboradores, uma marca em Salvador. São empresas de muito sucesso”, afirma o empresário. “Não é fácil em cima de um cenário que muitas vezes é muito inusto para empresários negros, mas estamos no caminho aí, contruibindo para a sociedade em relação à empregabilidade, oferecendo a sociedade uma cultura, cultura de teatro, cinema e cultura gastronomica”.
Outra criadora negra que utiliza a internet para impulsionar seus negócios é Patrícia Avelino. Ela já lançou cursos online de maquiagem, mas seu trabalho principal ainda é com publicidade. “Eu acho o meu negócio bem sucedido, ele é um negócio que gira sozinho, mas a base do meu negócio ainda é o trabalho com publicidade, com as marcas, porque eu acredito que eu criei uma comunidade muito forte e as marcas querem estar inseridas na minha comunidade”, diz ela, que possui mais de 80 mil seguidores no Instagram.
Criadora de conteúdo, Sarah Fonseca também considera seu negócio bem sucedido. Ela é co-fundadora da marca de produtos Skin Quer. Com uma carreira que abrange empreendedorismo, influência nas redes sociais e atuação, Sarah começou sua história no empreendedorismo aos 18 anos, quando mergulhou no mundo dos negócios e fundou a empresa Sr. Biju. “Ao meu ver, a Skin Quer já é um sucesso pela forma que tem crescido e tido reconhecimento”, diz Sarah, com orgulho de seu negócio. “A empresa foi lançada há pouco mais de um ano (março de 2023) e já vende mais do que esperávamos sabendo que estamos em um mercado extremamente competitivo, só cresce em vendas e notoriedade (redes sociais e mídia)”.
Outros nomes negros que utilizam a internet como uma poderosa ferramenta para impulsionar seus negócios incluem Rosangela Silva, fundadora e CEO da Negra Rosa, uma das primeiras marcas de maquiagem para peles negras no Brasil. Roger Cipó, natural de Diadema, é um comunicador e ativista do movimento negro que, em 2022, co-fundou o Denga Love, o primeiro aplicativo de paquera voltado para pessoas negras, atuando como head de comunicação e RP. Carmem Virgínia, uma figura proeminente no cenário gastronômico brasileiro, é reconhecida por seu trabalho como chef de cozinha e empreendedora no Altar Cozinha Ancestral, um restaurante que valoriza receitas tradicionais com raízes africanas e indígenas. Por fim, Bruno Gomes é um criador de conteúdo e diretor criativo que utiliza as redes sociais para criar vídeos sofisticados, demonstrando a versatilidade e criatividade da comunidade negra na internet.
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