A cerimônia de abertura da Copa do Mundo no Catar acabou de acontecer na manhã deste domingo (20), mas o país continua sendo alvo de polêmicas fora dos campos devido a violações de direitos humanos e trabalhistas. Ontem, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, causou revolta ao dizer que se sente “árabe, gay e trabalhador migrante” ao defender o Catar e criticou os países ocidentais “hipocrisia”: “O que acontece neste momento é profundamente injusto […] Devemos nos desculpar pelos próximos 3 mil anos antes de dar lições de moral”, disse aos jornalistas.

No dia 10 de novembro, um relatório foi divulgado pelo grupo de direitos humanos Equidem que aponta que trabalhadores imigrantes que construíram os estádio da Copa sofreram “violações persistentes e generalizadas dos direitos trabalhistas”. As denúncas incluem discriminação baseada na nacionalidade, práticas ilegais de recrutamento e salários não pagos.

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No Instagram, a estudante e influencer Fatou Ndiaye se manifestou contra a posição do atual presidente da Fifa e a violação de direitos humanos e trabalhistas no Catar e relembrou do Joseph Blatter, ex-presidente da Federação. No dia 8 de novembro, ele declarou que “Catar foi um erro, foi uma escolha ruim”, doze anos depois da escolha do país-sede.

“O presidente dos corruptos, o Blatter que fez de tudo para a aprovação do Catar como sede veio dar lição de moral e reconheceu só agora que foi um erro. Já o atual presidente, o italiano Infantino só quer saber de faturar e resolveu cuspir até no prato que comeu para defender o Catar”. E completa: “O ocidente topa tudo por dinheiro e o Catar pagou a nota que queriam. Nada além disso!”, critica.

“Por enquanto, a única seleção que fez algo que presta foi a holandesa. Eles doaram todo o prêmio recebido aos imigrantes que foram escravizados durante a construção dos estádios. Essa Copa bateu recorde de mortes por acidente de trabalho. Mais de 6,5 mil morreram por acidente de trabalho”, escreve Fatou.

Segundo reportagem do jornal The Guardian de 2021, 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram durante as obras da Copa do Mundo. “Não sei quem vai levantar a taça, mas sujará suas mãos com sangue de milhares de pessoas. O curioso é que todos querem a taça”, afirma.

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