Uma técnica de enfermagem do Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro, denunciou uma colega de trabalho por usar uma caneca com referência ao grupo supremacista branco Ku Klux Klan. O grupo de extrema-direita perseguia e matava pessoas negras, homossexuais e judeus nos Estados Unidos. Os dizeres tentam fazer uma piada com o nome da organização e dizia “Sou da cuscuz Klan”.
Rosana Rezende contou que a mulher, identificada como Marília Romualdo do Amaral, usava a caneca na copa do hospital durante os intervalos. A denunciante teria tentado conversar com a colega sobre o assunto. “Me sinto ferida na minha existência como mulher negra, como ser humano, porque uma organização supremacista branca, que foi criada com o objetivo de extermínio de pessoas. Então, a gente não pode normalizar essa situação”, afirma Rosana ao g1.
Notícias Relacionadas
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil
Ministério da Igualdade Racial lança projeto para enfrentar racismo no transporte público do Rio
Sem sucesso no diálogo com Marília, Rosana levou o caso para a chefia e para a Ouvidoria do Hospital, que não tomaram medidas para impedir que Marília continuasse usando a caneca. A chefia considerou que se tratava de “liberdade de expressão”.
Somente ao entrar em contato com o sindicato Rosana conseguiu levar o caso para a direção da unidade. “Nós falamos para a divisão de enfermagem do hospital que isso é crime, que propagar, divulgar símbolos racistas é crime, e nós vamos para a delegacia, vamos registrar”, afirma Oswaldo Mendes, diretor do Sindisprev/RJ.
Para a advogada, Waleska Miguel Batista, do Instituto Luiz Gama, a agessora cometeu crime de racismo e nada pode ser atenuante ou servir para amenizar a atitude dela contra a vítima.
!Quando a gente tem a constatação de que é um movimento de supremacistas brancos, que é um movimento de inferiorização de de um grupo específico, que é a população negra, ali a gente está vendo no mínimo a prática do racismo. O racismo deve ser punido, ele não é aceitável, ainda que como piada, ele também é reconhecido ali, ou seja, piada não é justificativa para liberdade de expressão, liberdade de expressão não se justifica com crime”, explica.
Nas redes sociais, Marília ainda defendeu o tratamento da Covid com remédios comprovadamente ineficazes, fez piadas com negros e o racismo e fala em liberdade de expressão.
Notícias Recentes
Grace Jabbari retira processo federal por agressão e difamação contra o ex-namorado, Jonathan Majors
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil