O ator volta à pele do personagem da série que lhe rendeu duas indicações ao Emmy, grava novos filmes e ainda lança dois projetos pela Netflix.
Começando as gravações da 4ª temporada da série “Impuros” (Star+), Raphael Logam segue em franca atividade. Ele acabou de encerrar as gravações de “Mato ou Morro” (direção de Caco Souza) e já tem previsto para este ano outro filme do diretor, “O Faixa Preta – A verdadeira história de Fernando Tererê”, baseado na história verídica de um dos maiores lutadores de jiu-jitsu da história, e ainda a estreia da série “Nada Suspeitos” (de Cesinha Rodrigues) e do filme “Carga Máxima” (de Tomás Portella), ambos pela Netflix.
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“Em ‘Mato ou Morro’ eu faço o Marcos, um médico que tem uma pousada em Gramado e, quando finalmente consegue fazer a reforma no local, se depara com um casal gringo morto na pousada. Na série ‘Nada Suspeitos’ faço o Darlison, que trabalha como assessor e sonha em ser presidente da empresa. Um assassinato acontece e todos viram suspeitos, inclusive ele. Em ‘Carga Máxima’ sou o Danilo, ex-piloto de fórmula truck que é convencido a entrar num esquema de roubo de carga para salvar a equipe financeiramente”, adianta o carioca de 36 anos.
Duas vezes indicado ao Emmy pelo papel de Evandro do Dendê em “Impuros”, aos 23 anos de carreira o ator mantém os pés no chão enquanto vislumbra alcançar as estrelas. “Retomar a série é sempre gostoso porque, se estamos retomando, significa que a temporada anterior deu muito certo, ou seja… uhuuu! Além disso, ‘Impuros’ jogou meu nome para o mundo. Pisar no red carpet é um reconhecimento que todo ator sonha. Sou eternamente grato a este projeto e ainda vamos conquistar muitas coisas juntos. Que venha mais e mais”, vibra.
Manter um personagem ao longo de tanto tempo é um exercício para os intérpretes. “Mas Evandro não muda – o que muda são as situações (risos)… Ele continua sendo família e fazendo tudo pela família e pelo trabalho. Quem ousa atrapalhar isso sofre as consequências, seja dentro ou fora do Brasil. Mas isso não significa que o Evandro vá vencer sempre. Mas ele não vai medir esforços para conseguir”, reflete Logam, que passou a repensar seus trabalhos após perceber que estava sendo convidado para papeis que estigmatizam os negros em papeis violentos.
“Gosto do que me desafia, do que me faz estudar. Não sou de escolher personagem, minha profissão e paixão é interpretar. Mas sei o que não quero. Depois de um tempo tomei coragem e comecei a negar alguns personagens. E isso tem a ver diretamente com as pessoas que só consegue ver a gente nesse lugar, que só colocam a gente nesse lugar. Minha missão é mostrar que na favela tem de tudo, de tudo mesmo. Não só o que a galera do achismo pensa”, pontua o ator, que cresceu na Gávea e tem família no subúrbio e na Baixada Fluminense.
Sobre a vivência enquanto um cidadão negro, Raphael não nega que já passou por situações delicadas. “Mesmo eu sendo uma pessoa conhecida, infelizmente a cor da minha pele ainda é alvo de um racismo perverso e cruel. E isso não é uma suposição ou achismo, isso é estatística. Eu sou uma pessoa muito correta, só tenho medo de covardia. Mas também sei que sou preto, então tem certos lugares que eu não frequento em certas horas, porque até provar que focinho de porco não é tomada…”, observa.
Os passos profissionais de Logam já vêm de longe. “Comecei a fazer teatro aos 12 anos na escola municipal em que eu estudava. Me identifiquei, gostei, pirei e segui. Fui pra extinta Casa da Gávea e lá fiquei anos mergulhando e aprendendo com a família Thiré. Em 2003 fiz a minha primeira peça profissional e, depois de muitas participações, fiz o meu primeiro protagonista na TV, em ‘A turma do Pererê’ (TV Brasil). Amo todos os personagens que faço, por isso aceito. Se eu acreditar no projeto, já estou amando”, celebra o ator, que integrou ainda o elenco de peças como o infantil “Macunaíma, uma história de amor”, pela qual foi indicado na categoria de Melhor Ator no Prêmio Zilka Salaberry”. “
Mestre de Capoeira, é na atividade extra que Logam equilibra seus dias. “A capoeira é minha vida. Comecei aos dois anos, levado pelo meu avô e meu pai, que já eram praticantes. Aos oito entrei na Escola Nestor Capoeira, onde me firmei e estou até hoje. Foi a capoeira que me deu a oportunidade de viajar pelo mundo e conseguir negar alguns trabalhos”, finaliza.
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