O médico Márcio Antônio Souza Júnior, morador da cidade de Goiás, antiga capital do estado homônimo de Goiás, está sendo investigado por injúria racial, após gravar e publicar um vídeo no qual um homem negro aparece acorrentado pelas pernas, com grilhões nos braços e no pescoço. No registro, o médico gargalha e ironiza a situação ao declarar: “Aí ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”, diz o profissional de saúde enquanto grava o homem acorrentado. Em outro momento do vídeo, o médico dispara: “tenta fugir”. O homem acorrentado responde: “tem como, não”.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o vídeo foi publicado pelo próprio médico no Instagram na terça-feira, 15 de fevereiro e foi apagado logo em seguida. As imagens teriam sido registradas em uma escola da zona rural da cidade, chamada Escola Municipal Holanda.
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A prefeitura da cidade de Goiás, por meio da Secretaria Municipal das Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos, emitiu uma nota de repúdio sobre o ocorrido:
“A prevalência dos direitos humanos e o repúdio a qualquer forma de racismo são princípios que regem a República Federativa do Brasil”, diz a nota. “O ato divulgado, sem explicação aceitável, causa profunda repulsa e deve ser objeto de investigação e apuração pela autoridade policial competente, para uma célere instrução e responsabilização nos termos da lei. Desta forma, a Prefeitura Municipal informa que acompanhará atentamente os desdobramentos da investigação e tomará as medidas de sua competência”, finaliza o texto.
Assim como reforça a nota da Prefeitura de Goiás, racismo e/ou apologia ao racismo, bem como a injúria racial são crimes previstos na Legislação brasileira. Além das disposições constitucionais e legais, a prática de qualquer ato que atente contra a dignidade humana por conta da cor da pele deve ser amplamente combatida pela Sociedade e pelo Poder Público.
O caso em questão segue sendo investigado pela Polícia Civil de Goiás. O médico e o homem que aparece acorrentado no vídeo foram intimados para prestar informações sobre o ocorrido.
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