O humorista Yuri Marçal anunciou novidades com seu Projeto Geni. O programa, criado para dar assistência psicológica gratuita a pessoas negras, está passando por reformulação, visando atingir um maior número de indivíduos. O projeto já atendeu mais de 100 pacientes desde setembro de 2020. Após contratar dez psicólogos, também negros, para sessões virtuais, a reforma visa também ocupar um espaço físico em São Paulo, com previsão para este primeiro semestre de 2022.
“Esse trabalho se deve ao fato de que, assim como todo mundo, os negros tem suas particularidades mais severamente por conta do racismo estrutural no Brasil, então é de extrema importância esse apoio”, ressalta Yuri. “Através dessa ideia dela, pensei que poderíamos ampliar esses atendimentos trazendo outros profissionais que pudessem cuidar dessas pessoas para além do eixo Rio de Janeiro x São Paulo, que pertence a minha rotina”, explicou.
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Para participar do Projeto Geni, basta ser uma pessoa negra e enviar mensagem com nome e sobrenome no Instagram: @projetogeni.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, com a ausência de sentimento de pertencimento, as chances de um jovem cometer suicídio é 45% maior entre negros. Entre os do sexo masculino, aumentam em 50% se comparados aos brancos também na faixa etária entre 10 e 29 anos. Além disso, sentimentos de inferioridade, incapacidade, rejeição, violência e solidão também influenciam o quadro de suicídio.
Yuri acredita ser fundamental a naturalização da terapia, já que há um preconceito com quem busca cuidar de si e da saúde mental. “Sempre falo nas redes sociais e entrevistas que devemos cuidar das nossas mentes e que essa mensagem chegue ao máximo possível de pessoas, para que elas normalizem a terapia e o atendimento psicológicos, em prol de uma saúde mental boa, já que o nosso inconsciente está sempre ocupado, ansioso, com medo e isso não é normal. O fato de eu contratar psicólogos que são negros também para cuidar dessas pessoas, é para que a gente chegue mais perto do que é necessário para o bem estar dessa população”, afirma.
O país ainda vive as mazelas da escravidão e, com isso, a população negra brasileira ainda é privada de dignidade, de condições dignas de moradia, estudos, empregabilidade, de condições adequadas de cuidar da saúde mental. “Com esses psicólogos, a gente acaba passando para pessoas de comunidades, periferias e favelas que é importante cuidar da mente com um profissional. É muito bom receber feedback das pessoas contando como a terapia tem as ajudado”, revelou. “É preciso naturalizar a terapia para que haja a diminuição dos casos de depressão, ansiedade, entre outras doenças entre a população negra e, assim, diminuir casos mais graves como suicídio. O intuito é cuidar da saúde mental dos assistidos para que tudo flua melhor; na família, no trabalho, nas relações interpessoais, na expectativa de vida”, conclui.
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