A pastora evangélica Karla Cordeiro, da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Nova Friburgo) promoveu racismo e homofobia em pregação realizada no último sábado, 31 de julho, em sua congregação.
No vídeo, que viralizou na segunda-feira (2), Karla Cordeiro diz que “é um absurdo pessoas cristãs levantarem bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA +“. Prosseguindo em tom alterado, a pastora reforçou: ”É uma vergonha. Desculpe falar, mas chega de mentiras. Eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira”, disse.
Notícias Relacionadas
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil
Ministério da Igualdade Racial lança projeto para enfrentar racismo no transporte público do Rio
Em face da ampla divulgação do vídeo, a Polícia Civil de Nova Friburgo abriu inquérito para investigar as falas de Cordeiro. “De tal modo que a pena para esse tipo de caso é de três a cinco anos de reclusão com circunstâncias qualificadoras por ter sido feita em mídias sociais e através da imprensa. De tal modo que já foi instaurado inquérito policial pelo crime de intolerância racial e homofóbica, de acordo com a recente previsão do STF”, disse Henrique Pessoa, delegado titular da 151ª DP.
O Coletivo Negro de Nova Friburgo divulgou uma nota. “Nós do Coletivo Negro Lélia Gonzalez denunciamos, condenamos e repudiamos qualquer forma de discriminação contra a classe trabalhadora e realizada pela mesma reproduzindo a lógica da classe dominante que é racista, facista, lgbtfobica, eugenista, branca, heteronormativa, patrimonialista, patriarcal, branca, lascivos e cristãos. Não podemos dizer que todes cristãs (linguagem neutra) têm comportamento e postura, como esta pessoa, porém não podemos ignorar que ela está expressando a hegemonia dominante. Não devemos naturalizar tais posturas, declarações sem que os órgãos tomem devidas medidas, embora estes órgãos expressam interesses da classe dominante. Quando ela faz este ataque, e a todes que defendem o direito da classe trabalhadora que são majoritariamente negras, quando ela de forma superior, concorda com a morte da juventude negra, desaparecimento de nossas crianças, e naturaliza feminicídio incidentes nas mulheres negras trans e cia, ela naturaliza o primeiro lugar de morte de mulheres trans e travestis e nosso encarceramento em massa nas senzalas modernas. Racistas, genocidas, eugenistas, Lgbtfóbicos. Exploradores não passarão! Por uma sociedade onde a diversidade não seja instrumento de dominação e exploração”, diz a nota.
A pastora emitiu nota se retratando. Confira abaixo
Nota de retratação da Karla Cordeiro
“Eu sou a Karla Cordeiro e venho, através desta nota, pedir desculpas pelos termos que usei em minha palestra proferida no último sábado. Eu, na verdade, fui infeliz nas palavras escolhidas e quero afirmar que não possuo nenhum tipo de preconceito contra pessoas de outras raças, inclusive meu próprio pastor é negro, e nem contra pessoas com orientações sexuais diferentes da minha, pois sou próxima de várias pessoas que fazem parte do movimento LGBTQIA+. A minha intenção era de afirmar a necessidade de focarmos em Jesus Cristo e reproduzirmos seus ensinamentos, amando os necessitados e os carentes, principalmente, as pessoas que estão sofrendo tanto na pandemia. Fui descuidada na forma como falei e estou aqui pedindo desculpas. Ressalto também que as palavras que utilizei não expressam as opiniões do meu pastor, nem da minha igreja. Atenciosamente, Karla Cordeiro.”
Notícias Recentes
Grace Jabbari retira processo federal por agressão e difamação contra o ex-namorado, Jonathan Majors
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil