Deputados europeus pedem que Comitê Olímpico libere uso de toucas para cabelos crespos

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Deputados europeus pedem que Comitê Olímpico libere uso de toucas para cabelos crespos
Alice Dearing usa a touca soulcap e será a primeira mulher negra a representar a Grã-Bretanha em Jogos Olímpicos. Foto: Luke Hutson-Flynn.

Federação Internacional de Natação proibiu o item por “não se adequar ao formato natural da cabeça”

Após a proibição, pela Federação Internacional de Natação, do uso de toucas adequadas para cabelos crespos e volumosos, parlamentares da União Europeia enviaram uma carta para o Comitê Olímpico Internacional, solicitando a liberação do uso do item.

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Em documento enviado a Thomas Bach e Sebastian Coe, presidentes do COI e do Atletismo Mundial, o Intergrupo Anti-Racismo e Diversidade do Parlamento Europeu disse que a proibição efetiva da Federação Internacional de Natação (FINA) da touca de natação da marca Soul Cap em torneios internacionais “reflete a estigmatização do cabelo negro e leva a desigualdades institucionais, especialmente visando mulheres negras”. A informação é da CNN.

Os deputados sugerem que os presidentes admitam que as regras são de “caráter excludente”, e solicitam também que “estabeleçam enquadramentos e políticas para prevenir casos semelhantes de exclusão”.

Explicando o seu particular interesse neste caso, os eurodeputados afirmaram que a União Europeia “se baseia nos valores da igualdade e da não discriminação” e que os tratados da UE incentivam o bloco a promover a lealdade e a abertura em todas as competições desportivas.

A FINA disse, em 2 de julho. que revisaria a proibição, mas nenhuma decisão sobre o assunto foi anunciada até o momento. Os jogos Olímpicos de Tóquio começam no próximo dia 23 de julho.

De acordo com a CNN, a carta também critica a comunidade esportiva internacional além da proibição do Soul Cap, acrescentando que a “estigmatização das mulheres negras e de seus corpos não é um fenômeno novo”.

O documento exemplifica a afirmação com o caso de duas velocistas cisgênero de 18 anos da Namíbia, Christine Mboma e Beatrice Masilingi, que foram banidas dos 400 metros rasos femininos devido aos seus níveis naturais de testosterona serem muito altos para os esportes femininos. “Mboma e Masilingi só podem entrar nas Olimpíadas se concordarem em tomar medicamentos para reduzir seus níveis naturais de testosterona”, diz a carta.

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