A segunda edição do Festival Agora É Que São Elas tem como foco o que o legado de Marielle Franco está provocando no país. O evento será nos dias 21 e 22 de setembro, no Centro Cultural de São Paulo (CCSP). Terá mesas de debates, oficinas, mentoria, música, cinema e artes plásticas As inscrições para mesas de debates, mentorias e oficinas são gratuitas e podem ser realizadas através do site: http://www.festivalagora.com.br.
O tema principal desta edição é a violência política de gênero em diferentes vertentes: econômica, moral e física. “Essa temática segue nosso fio condutor, que é debater a inserção da mulher nas instâncias de poder. Mas chama muito a atenção por ser um tema pungente e que ainda não está sendo discutido na sociedade como deveria”, afirma a cientista social e roteirista Antonia Pellegrino, uma das organizadoras do festival de mulheres.
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Monica Benício, viúva de Marielle, e a cineasta Éthel Oliveira, vão discutir distintos desdobramentos que sucederam ao brutal assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Éthel está finalizando as filmagens de Sementes, documentário que acompanha seis mulheres que se candidataram a cargos políticos impulsionadas pelo caso.
“É um filme a partir da Marielle. O assassinato provocou um abalo de grandes proporções no Rio de Janeiro, mas foi um abalo profundíssimo no povo preto e nas mulheres negras. Quando aconteceu, houve a insurgência de um bloco de mulheres negras”, relata a diretora.
O trabalho contou com orçamento de R$ 50 mil arrecadados em vaquinha na internet e segue as campanhas de Monica Francisco (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Renata Souza (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Talíria Petrone (candidata a deputada federal pelo PSOL-RJ), Rose Cipriano (candidata a deputada estadual pelo PSOL-RJ), Tainá de Paula (candidata a deputada estadual pelo PC do B-RJ) e Jaqueline de Jesus (candidata a deputada estadual pelo PT-RJ).
Sementes se propõe, também, a se inserir como registro histórico. “O povo preto tem participação fundamental na política do Brasil, mas isso está invisibilizado porque não há documentários como os que registram os brancos”, exemplifica. Para Éthel, o legado é amplo e sua construção está no início. “Marielle é uma semente que não ficou sem fruto e não tem mais como fazer política sem nós”, afirma.
A mulher e os vários campos de poder serão base para as demais atividades da programação, que propõem o compartilhamento de experiências entre convidadas de diferentes segmentos sociais, a reflexão e a mudança estrutural da sociedade para enfrentar a desigualdade de gênero.
A exposição “Mulheres na arte brasileira: entre dois vértices” vai trazer artistas como a performer Micaela Cirino e Élle de Bernardini, que fará exposição e performance. As intervenções começam no fim de semana do festival e vão até 22 de outubro. Aos sábados, haverá rodas de discussão com as artistas.
O festival também terá uma mostra de cinema dedicada à cineasta Barbara Hammer, morta em março. “O Corpo Não É Metáfora” trará 15 filmes, sendo doze em 16 mm, exibidos em sessões de 19 a 22 de setembro. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes das exibições.
O público que passar pelas instalações do CCSP no fim de semana do festival também vai contar com uma edição especial da Feira Preta, que reúne empreendedores negros nas áreas de arte, moda, cosméticos e gastronomia.
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