Ele só queria voltar para casa. Tye Nichols, 29, foi mais uma vítima da brutalidade policial nos EUA, Na última sexta-feira (27), foram divulgados os vídeos da agressão que ocorreu no dia 3 de janeiro, no estado do Tenesse, e as imagens revoltaram os norte-americanos. Os policiais alegaram que pararam o carro de Nichols devido a uma condução imprudente, mas a acusação não foi comprovada. No vídeo, é possível ver cinco policiais se revezando para chutar e socar brutalmente.
O vídeo mostra que após levar um disparo de um taser, Tyre correu e logo foi imobilizado pelos policiais com gás de pimenta, ao se proteger dos efeitos, a vítima se move e um dos braços atinge um dos policiais, e logo em seguida as agressões se intensificaram
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Em um dos vídeos é possível ver as tentativas de Nichols de acalmar os policiais e logo em seguida as agressões aumentam. O caso causou ainda mais choque porque todos os 5 polícias, representantes do Estado Americano, eram homens negros. Eles foram imediatamente demitidos, sendo acusados de homicídio em segundo grau, agressão agravada, sequestro agravado, má conduta e opressão oficial.
Os advogados de dois dos policiais anunciaram que seus clientes irão se declarar inocentes. Cerelyn Davis, diretora da polícia de Memphis, descreveu as ações dos policiais como “hediondas, imprudentes e desumanas”.
Após a divulgação dos vídeos, manifestantes tomaram as ruas de Memphis e outras cidades dos Estados Unidos, o presidente dos EUA, Joe Biden se pronunciou sobre o crime em comunicado: “Como muitos, fiquei indignado e profundamente triste ao ver o horrível vídeo do espancamento que resultou na morte de Tyre Nichols”.
Nas redes sociais, artistas, ativistas e comunicadores negros comentam o caso: “Minhas mais profundas condolências aos entes queridos de Tire Nichols e a todos os afetados por este ato de violência sem sentido. Meus pensamentos e orações estão com você durante este período difícil. 💔🕊🙏🏿”, publicou Angela Davis em um post com a foto de Tyre Nichols
O caso comoveu a todos, mas também levantou debates sobre a agilidade da polícia norte-americana em punir os criminosos quando se trata de pessoas negras. Em um caso semelhante de violência policial, os policiais acusados de assassinar Breonna Taylor foram demitidos 9 meses após o assassinato da agente de saúde.
Para o ativista brasileiro Antônio Isuperio afirma que o sistema tem mecanismos diferentes quando pessoas negras cometem o crime:
“Eu acredito que o processo de responsabilidade deste crime tão cruel é o que deveria de forma justa acontecer em qualquer crime que se assemelha. Mas observar como o sistema tem mecanismos completamente diferentes de operação quando quem comete crimes são pessoas negras é o maior ponto deste caso. Não foi de forma alguma questionado as falas da corporação, o déficit de treinamento nem a saúde mental dos já criminalizados. O processo todo de encarceramento dos cinco policiais negros foi todo concluído de forma extremamente rápida não vista na história recente e com apoio de grande maioria dos formadores de opinião”, diz Isupério.
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