A Coalizão Negra por Direitos realiza, nesta quinta-feira, o ato “13 de maio de Lutas“, data que marca a assinatura da Lei Áurea, em 1888, e deu fim à escravatura no Brasil. Segundo a Coalizão, são 40 atos confirmados em todo o país, dois nos Estados Unidos e um na Inglaterra. Se espera a mobilização de aproximadamente 200 mil pessoas. Neste mês, no ano passado, a morte de duas pessoas pretas comoveram o país: a morte do menino João Pedro, de 14 anos, durante ação policial no Rio de Janeiro em 18/05 e a do norte-americano George Floyd (25/05), o que torna os atos ainda mais simbólicos.
Acre, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal E Rondôni estão entre os Estados que receberão os atos. O movimento também cobra as autoridades um auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra o coronavírus e o fim do governo Bolsonaro. O lema dos atos é “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver!”.
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O professor de história pela PUC-SP, fundador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior, conhecido como Negro Belchior disse que a chacina no Jacarezinho foi o pontapé para os grandes atos de hoje.”Teve o estopim de Jacarezinho que mostra a face explicita do racismo, com a violencia,morte e o coturno.Não tem vacina, mas tem chacina. No Jacarezinho tem movimentos da Coalizão e a nossa reação foi imediata”, afirmou o professor e ativista político.
Ao contrário do que costuma ser dito pela internet, Belchior desmente a suposta passividade do povo preto em face do genocídio diário perpetrado contra a população negra. “A classe media brasileira é menos suscetivel à mortes pretas do que nos Estados Unidos. Há um silenciamento do Movimento Negro , porque a gente reage à todas as mortes locais. A população reage, queima ônibus, bloqueia avenida, mas como isso é passado na TV? Não somos passivos como querem vender que nós somos, mas a mídia,a branquitude são perversamente racistas e não repercutem nossos atos.Hoje é o maior ato já convocado pelo Movimento Negro no Brasil e não há repercussão”, afirma.
A orientação das organizações que lideram os protestos é que os participantes usem máscaras, de preferência a PFF2, higienizar as mãos com álcool em gel constantemente, se manter em local ventilado e manter distanciamento social seguro.
A Coalizão Negra por Direitos reúne 200 organizações, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro para promover ações conjuntas de incidência política nacional e internacional. As entidades definem estratégias para intensificar o diálogo com o Congresso Nacional e com instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a pauta racial, além de fortalecer ações nos estados e municípios brasileiros nesse sentido.O
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