Após a partida entre Guiné e Brasil, promovida pela CBF em Barcelona, o atacante do Real Madrid e da seleção brasileira, Vinicius Junior, se pronunciou no Twitter contra o episódio racista denunciado por seu amigo e assessor Felipe Silveira, de 27 anos. O jogador contou que a denúncia de Silveira foi colocada em dúvida e cobrou imagens das câmeras de segurança.
Em sua publicação, Vinicius Junior lamentou o ocorrido com seu amigo. “Enquanto eu jogava com a já histórica camisa preta e me emocionava, meu amigo foi humilhado e ironizado na entrada do estádio. O tratamento foi triste, em todos os momentos duvidaram da cena surreal que aconteceu. Os bastidores são nojentos. Mas pra deixar tudo público, pergunto aos responsáveis: onde estão as imagens das câmeras de segurança?”.
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Enquanto eu jogava com a já histórica camisa preta e me emocionava, meu amigo foi humilhado e ironizado na entrada do estádio. O tratamento foi triste, em todos os momentos duvidaram da cena surreal que aconteceu. Os bastidores são nojentos. Mas pra deixar tudo público, pergunto… https://t.co/41RIJIJiuZ
— Vini Jr. (@vinijr) June 17, 2023
Felipe Silveira relatou ter sido vítima de racismo por parte de um segurança. O incidente ocorreu no momento em que Felipe passava pela catraca de entrada e foi abordado para uma revista de rotina. Segundo ele, o segurança teria retirado uma banana do bolso e proferido comentários ofensivos, dizendo: “Mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você”.
Imediatamente, Felipe e outros três membros da equipe de Vinicius Junior, que estavam presentes, se revoltaram e acionaram a polícia. A situação gerou uma confusão no local. Durante a confusão equipe de reportagem do portal ge identificou uma banana no bolso do segurança acusado de racismo.
No Instagram, o jornalista Marcos Luca Valentim fez um comentário questionando as ações da confederação para combater o racismo no futebol. “Porque eu tenho tantas reticências, tanta dificuldade de aceitar esse antirracismo no modelo que é divulgado? A CBF levou um jogo para Espanha, seu protagonista é Vinicius Junior, e Vinicius Junior foi ofendido racialmente, ofensas racistas e ameaças de morte recentemente na Espanha. Então você pega o Vinicius e leva para um lugar desse. Falta de sensibilidade, crueldade, perversidade.”, pontuou.
“Eu tenho dificuldade de entender o antirracismo nesse modelo porque é se indispor com muita gente. A gente sabe que o racismo é estrutural, que está na estrutura, que está apegado nas entranhas da sociedade, dos organismos todos. Para mim, o antirracismo seria usar tudo o que você tem seria destruir essa estrutura.”
“Eu tenho dificuldade de acreditar que as pessoas e organizações como a CBF estão realmente dispostas e querem destruir uma estrutura que as favorece.”, disse ele ao destacar o fato de o racismo estar na estrutura social e destacando a necessidade de ações que mexam também nessa estrutura.
Valentim também falou sobre o caso de racismo sofrido pelo assessor de Vini Jr. momentos antes da partida, quando um segurança teria apontado uma bana para o rapaz, que é negro, e dito: “Mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você”: “Irrita mais ainda porque era previsível e poderia ser evitado tranquilamente. Mas eu volto ao cerne de tudo isso. Quer se indispor ou quer só botar aqui o emblema de contra o racismo e achar que isso é suficiente?”, questionou.
O amistoso entre Brasil e Guiné foi marcado por ações antirracistas promovidas pela CBF. Uma delas foi o uso de uniforme preto pela Seleção Brasileira durante o primeiro tempo do jogo. Além disso, os jogadores se ajoelharam e o estádio observou um minuto de silêncio antes da partida, em repúdio ao racismo.
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