O sonho de estudar em uma faculdade de prestígio e pública está cada vez mais possível para milhares de estudantes negros brasileiros. A Unicamp, segunda melhor Universidade da América Latina, aprovou na noite da última terça-feira,31, após uma longa sessão do Conselho Universitário (Consu), a proposta para a implementação de cotas raciais em seu vestibular a serem implementadas a partir de 2019. Na UNESP as cotas existem desde 2014 e na USP, alguns cursos como o de Direito também têm reserva de cotas para estudantes negros e indígenas.
A mudança no processo seletivo da Universidade de Campinas foi fruto da luta do movimento negro e estudantil que, além de irem as ruas, usaram as redes sociais para promoverem a campanha pró-cotas dentro da Unicamp.
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Até o ator norte-americano Denny Glover aderiu ao movimento, mostrando em sua página do Facebook a necessidade de políticas públicas para diminuir privilégios e democratizar o acesso à educação.
Grupos de estudo irá aprimorar proposta aprovada
De acordo com texto aprovado no debate, o plano deverá preservar meta de 50% dos estudantes oriundos da rede pública – por curso e turno – e ainda buscar a meta de 37,5% de autodeclarados pretos, pardos e indígenas, segundo parâmetro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado de São Paulo. Além disso, ela deverá ser complementada por critérios adicionais.
O grupo será presidido pelo coordenador executivo da comissão responsável por organizar o vestibular (Comvest), José Alves de Freitas Neto (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas).
Além disso, a formação contará com outras 12 pessoas, entre eles, dois integrantes dos movimentos Pró-Cotas e Núcleo da Consciência Negra, três representantes do conselho, dois da comissão central de graduação, um servidor técnico-administrativo e um representante discente.Um grupo que ficará responsável por elaborar a proposta de implementação progressiva das cotas étnico-raciais a partir do vestibular 2019.
Entre eles estão os aprimoramentos do Programa de Ação Afirmativa (Paais), que concede bônus para estes dois grupos de candidatos nas duas fases do processo seletivo; e do Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis), responsável por garantir uma vaga por escola de Campinas e utiliza o desempenho do candidato no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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