Três homens negros entraram com uma ação federal contra a American Airlines na última quarta-feira, 29, afirmando terem sido vítimas de discriminação racial por comissários de bordo durante um voo que ia de Phoenix para Nova York em janeiro, nos Estados Unidos. Xavier Veal, Emmanuel Jean Joseph e Alvin Jackson denunciaram terem sido abordados por funcionários da companhia aérea devido a uma reclamação sobre odor corporal, resultando na ordem de desembarque para eles e outros cinco passageiros negros.
O processo foi registrado no Distrito Leste de Nova York, detalhando que os oito passageiros negros foram forçados a desembarcar do voo 832 sem qualquer explicação inicial. Somente ao seguirem as ordens, perceberam que todos os homens negros estavam sendo removidos do avião.
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“O que aconteceu conosco foi errado”, declararam os homens em um comunicado conjunto divulgado pelo escritório de advocacia Outten & Golden LLP. “Imagine um comissário de bordo ordenando que todas as pessoas brancas saíssem de um avião por causa de uma reclamação sobre uma pessoa branca. Isso nunca aconteceria. Mas foi isso que aconteceu conosco. Não há outra explicação além da cor da nossa pele.”
Representados por Susan E. Huhta e Lindsay M. Goldbrum da Outten & Golden LLP, juntamente com Michael Kirkpatrick e Lauren E. Bateman do Public Citizen Litigation Group, as vítimas afirmam que não se conheciam antes do incidente. Eles relatam que a remoção foi explicada apenas posteriormente, quando um representante da American Airlines mencionou a reclamação de um comissário de bordo sobre o odor corporal de um passageiro não identificado.
Os homens, ao questionarem a discriminação, ouviram de um representante da companhia aérea: “Concordo, concordo”. Após não encontrarem voos disponíveis da American Airlines, os homens foram autorizados a retornar ao voo original, reforçando sua percepção de que a remoção foi discriminatória.
A ação judicial busca indenização por danos morais, honorários advocatícios e danos punitivos suficientes para “dissuadir a American de discriminar passageiros negros no futuro”, descreve o processo.0
A companhia aérea afirmou em comunicado que está investigando o incidente. “Levamos muito a sério todas as alegações de discriminação e queremos que os nossos clientes tenham uma experiência positiva quando escolhem voar conosco”, declarou a empresa. “Nossas equipes estão atualmente investigando o assunto, pois as alegações não refletem nossos valores fundamentais ou nosso propósito de cuidar das pessoas”.
Michael Kirkpatrick, advogado do Public Citizen, disse que uma reclamação foi apresentada ao Departamento de Transportes dos EUA, levando ao contato do departamento de atendimento ao cliente da American Airlines com os homens. Contudo, ele destacou que a equipe jurídica da companhia aérea não entrou em contato após sua solicitação.
Os outros cinco homens retirados do voo não compartilharam informações de contato com Jackson, Joseph e Veal, impedindo sua inclusão no processo. Kirkpatrick mencionou que as vítimas estão relutantes em voar novamente com a American Airlines, mas desejam retornar às viagens aéreas no futuro.
“O incidente trouxe à tona memórias dolorosas”, disse Kirkpatrick, explicando que os homens se sentiram irritados, frustrados, com medo e envergonhados. Nenhum pedido de desculpas ou explicação foi oferecido pelos funcionários da American Airlines após o retorno ao avião.
Este caso é mais um incidente envolvendo discriminação racial na aviação. Em 2020, Aubrey Kelly e Elgin Banks processaram a American Airlines por discriminação, e em 2017, a NAACP emitiu um aviso de viagem para passageiros negros devido a múltiplos incidentes.
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