Trace Brazuca: Com 26 anos, Kenya Sade é uma das executivas do primeiro canal de conteúdo afro-urbano do Brasil

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Trace Brazuca:  Com 26 anos, Kenya Sade é uma das executivas do primeiro canal de conteúdo afro-urbano do Brasil
Kenya Sade, Chefe de Programação da Trace Brazuca (Foto: Divulgação)

O Brasil finalmente ganha um canal de conteúdo afrocentrado na TV a cabo e totalmente em português. A Trace Brazuca,  entra no ar no Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, 25 de julho. O canal muito aguardado, tem uma mulher negra como Chefe de Programação aqui no Brasil. O nome dela é Kenya Sade.

Kenya tem 26 anos e é  jornalista formada pela faculdade Cásper Líbero, faculdade com pouca presença de alunos negros. “Apesar de ser uma faculdade elitista, é importantíssimo que ocupemos esses espaços de poder que são nossos por direito”, defende a executiva.

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A chefe da Trance Brazuca,  que  estará disponível para assinantes da Claro (canal 624) e Vivo (canal 630), literalmente se joga no mundo atrás dos seus objetivos.  “Em 2018, fiz um intercâmbio a Irlanda que mudou a minha vida e deu origem ao projeto autoral ‘Pretas Pelo Globo’, plataforma colaborativa que celebra e traz visibilidade às conquistas das mulheres negras espalhadas pelo mundo.  Em maio de 2019, na França (Toulouse) conheci o programador da Trace Global que me apresentou ao projeto da Trace Brasil. A ancestralidade é algo muito forte! Voltei ao Brasil e desde janeiro de 2020, trabalho neste projeto tão potente”, detalha a jornalista.

https://www.instagram.com/p/Bz_R3OaIjgA

Filha de mãe solo , Kenya se refere mãe como uma grande referência. “Minha mãe me ensinou a voar alto, sempre foi uma mulher com muitos sonhos. Ela teve uma infância difícil, mas subverteu todas as adversidades e formou-se economista, numa época em que pessoas negras não tinham espaço dentro da universidade. Eu cresci com esse referencial de mulher potente, independente dentro de casa”, conta.

Trajetória profissional

Kenya acredita que todas suas vivências a preparam para esse momento, onde ela, tão jovem lidera um projeto de relevância Global. “Na faculdade, fui estagiária na TV Cultura e tive oportunidade de trabalhar ao lado das repórteres do Jornal da Cultura Primeira Edição, hoje ‘Jornal da Tarde’ apresentado pela Joyce Ribeiro. Trabalhar com hardnews  é presenciar a  história, vê-la acontecer diante dos seus olhos. Percorri todas as editorias e me encantei com o jornalismo televisivo. Apareci em rede nacional, tenho certeza que essa experiência me trouxe até aqui”, comemora a executiva. Ela também foi jornalista freelancer e tem textos publicados  na Vogue e Glamour.

Na Trace Brazuca além dos desafios esperados há uma satisfação em trabalhar em um ambiente diverso. “Trabalhar em um ambiente com tamanha diversidade racial me faz acreditar em um amanhã melhor, mais plural, na qual haja equidade racial e representatividade de fato! A maioria das pessoas envolvidas na produção do canal são negras e não poderia ser diferente. Tem sido uma experiência de pertencimento, de olhar-se no espelho e orgulha-se da imagem refletida” celebra a jovem jornalista. Entre seus colegas de trabalho estão o Head de Marketing do canal , o influenciador AD Júnior e o jornalista e ator Alberto Pereira Junior, roteirista, diretor e apresentador do Trace Trends.

O que esperar do Trace Brazuca?

A Trace Brazuca chega ao Brasil em um momento que o isolamento social faz com que o consumo de conteúdo online e pela TV aumente. É bom saber que teremos uma fonte de conteúdo com rostos negros e uma linha editorial positiva. “É gratificante trabalhar como programadora do primeiro canal a cabo de cultura afro-brasileira, Trace Brazuca, traz narrativas positivas e conteúdos relevantes. Temos a possibilidade de contar nossas histórias em primeira pessoa, visto que, a subjetividade negra foi construída socialmente por imagens depreciativas”, comenta  Kenya  que detalha que o canal é para a comunidade negra e “pessoas não-negras que queiram conhecer a nossa cultura que se mescla tanto com a cultura brasileira”.

Sobre a programação ela explica que serão “24 horas de programação dedicada à música de todos os gêneros, documentários de grandes nomes do cinema nacional, como Sabrina Fidalgo, além dos conteúdos do programa “Trace Trends”, entre outros”.

Kenya destaca um programa da grade que é o seu preferido até o momento. “Será exibido semanalmente o programa da Mwana Afrika, até então minha menina dos olhos, programa produzido e apresentado pela jornalista angolana Mwana que apresenta, de maneira informativa e descolada, o continente africano nas mais variadas formas de manifestação cultural: história, arquitetura, sociedade, música, beleza e estética, moda. É maravilhoso, acredito que os telespectadores irão amar!”, descreve.

O novo canal faz parte de um grupo multimídia global francês, presente em mais de 120 países, tem forte difusão na África subsaariana com: Trace Naija (Nigéria) Trace Toca (África lusófona) Trace Senegal.  A chegada da Trace é fruto do encontro de Olivier Laouchez, CEO global, com José Papa, ex-CEO do Cannes Lions, líder da operação no Brasil.

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